Avaliação da viabilidade de implantação de hortas comunitárias em instituições filantrópicas por meio de projetos de extensão
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- Luiz Guilherme Bennert Palha
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1 Avaliação da viabilidade de implantação de hortas comunitárias em instituições filantrópicas por meio de projetos de extensão Anderson Mendes ARAUJO¹; Roberta FONSECA²; Luciano Donizete GONÇALVES³; Alisson Geraldo PINTO 4 1.Estudante de Agronomia bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica do IFMG campus Bambuí (PIBIC). 2.Estudante de Agronomia, Bolsista de Iniciação Científica (PIBIC) FAPEMIG. 3 Professor RESUMO Orientador IFMG. 4. Estudante de Agronomia, Bolsista de Iniciação Científica (PIBIC) FAPEMIG. Este trabalho apresenta os resultados de um projeto de extensão e visa demonstrar os principais aspectos desta prática. O objetivo foi implantar uma horta comunitária em uma instituição filantrópica da cidade de Bambuí denominada Vila Vicentina, que atua amparando pessoas idosas, geralmente sem família, oferecendo a elas moradia, alimentação, cuidados higiênicos e saúde. Esta instituição atende cerca de 80 idosos, havendo assim uma grande demanda de hortaliças que são fornecidas diariamente, já que estas contribuem para a melhoria da alimentação, propiciando uma dieta adequada que assegura a ingestão equilibrada de todos os nutrientes, contribuindo assim para a prevenção de disfunções orgânicas e problemas de saúde, aumentando a qualidade e expectativa de vida. Projetos de extensão têm como uma de suas finalidades proporcionarem aos alunos, algumas atividades prática, possibilitando estes interligarem estas com o conhecimento teórico adquirido em sala de aula, podendo citar entre estas atividades praticas: O levantamento das hortaliças mais consumidas no restaurante da instituição, alimentos estes mais aceitos pelos idosos, podendo citar a alface, beterraba, repolho e couve, atividade esta que proporcionou de certa forma uma vivencia aos alunos dos costumes e preferências alimentares regionais, também foi realizado a instalação de um sistema de irrigação que possibilitou o plantio de hortaliças mesmo em épocas sem chuva e o plantio de diversas mudas frutíferas, sendo que o plantio destas foi dado devido sugestões dos idosos para a formação de um pomar, as mudas para o plantio foram conseguidas juntamente com o viveiro do IFMG Campus Bambuí através do professor orientador. Palavra chave: Horta comunitária, projeto de extensão, projetos sociais. INTRODUÇÃO O desenvolvimento de projetos de extensão por alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais - campus Bambuí, proporciona integração da instituição com a sociedade, com isso a comunidade de Bambuí pode ter contato com as atividades realizadas pelo
2 IFMG, divulgando o campus e suas ações para a sociedade. Além da extensão universitária ser a possibilidade que o estudante tem de colaborar com a nação, socializando o conhecimento, rompendo as barreiras existentes entre a comunidade e a universidade; trata-se do relacionamento entre a teoria e a prática, ou seja, faz com que o conhecimento ultrapasse as salas de aula, indo além, permitindo o aprendizado também pela aplicação, fazendo e praticando (SILVA, 1996). O projeto desenvolvido teve como objetivo a implantação de uma horta comunitária em uma instituição filantrópica denominada Vila Vicentina, que tem como função proteger e cuidar de pessoas idosas, porém esta passa por inúmeras dificuldades, pois a manutenção do local se dá por meio de doações. A escolha da implantação das hortaliças ocorreu devido a sua grande importância na alimentação, segundo Claro et al. (2007) o padrão dietético associado à obesidade e a outras doenças crônicas é caracterizado essencialmente pelo consumo insuficiente de frutas, legumes, verduras e pelo consumo excessivo de alimentos de alta densidade energética e ricos em gorduras, açúcares e sal. As hortaliças são de grande importância para os idosos, pois, nos seres humanos os requisitos energéticos diminuem com o avanço da idade, as atividades físicas se tornam limitadas mas, contudo, o corpo continua necessitando das mesmas quantidades de proteínas, vitaminas e minerais ricos no ponto de vista nutricional. As hortaliças atuam regulando diversas funções no organismo, agindo como antioxidantes e prevenindo o envelhecimento e aparecimento de doenças. Deste modo pode se observar que projetos de extensão deste caráter são de importância para ambas as partes envolvidas, fornecendo conhecimento técnico ao aluno e apoio social a instituição filantrópica MATERIAL E MÉTODO O presente estudo visa apresentar resultados que permita verificar a viabilidade da implantação de um projeto de extensão, cujo objetivo foi realizar o plantio de hortaliças cultivadas de forma orgânica em uma instituição filantrópica, denominada Vila Vicentina localizada na cidade de Bambuí, na região centro-oeste de Minas Gerais. Para isto se fez um levantamento das atividades realizadas pelos alunos no decorrer da implantação da horta, verificando assim as dificuldades e a importância de um projeto de extensão desta categoria para as partes envolvidas: os alunos, a instituição de ensino e a instituição filantrópica. Para a execução do projeto na Vila Vicentina, inicialmente os alunos fizeram um levantamento de dados, onde se realizou reunião com as cozinheiras, para listagem das hortaliças mais utilizadas tais como as preferências dos idosos. Em seguida deu-se início juntamente com o
3 Diretor da instituição, a alocação da horta, bem como a elaboração de um croqui, no qual se previa uma forma de realizar a instalação do sistema de irrigação. Depois de definido a área de instalação da horta começou-se o processo de limpeza da área, onde foi feito uma aração do terreno com o objetivo de eliminar algumas plantas daninhas e descompactar o solo, também foi feito a retirada de amostra de solo do local, para determinar a fertilidade da área e em seguida realizou-se um levantamento dos materiais de irrigação disponíveis no Instituto Federal campus Bambuí, sendo verificada a falta de algumas peças essenciais para a instalação da irrigação, sendo assim foi solicitado um pedido de doação destas peças a uma empresa de irrigação localizada na cidade de Lavras - MG, que atenderam prontamente. Com os equipamentos doados foi possível realizar a instalação da irrigação, permitindo que o projeto voltasse a ser desenvolvido. Realizou reuniões com os responsáveis da Vila Vicentina, para escolha parcial dos idosos que possuem forma física e mental que permitiam participar de práticas ocupacionais na horta, já que a instituição abriga idosos que apresentam debilitações. As mudas para plantio foram feitas no IFMG Campus Bambuí, e quando prontas para transplantio foram levadas para a Vila Vicentina e plantadas nos canteiros já levantados obedecendo ao espaçamento ideal para cada cultura. A irrigação era realizada diariamente pelos alunos do projeto, que também desenvolviam algumas atividades corriqueiras como, capina manual e com enxada para controle das plantas invasoras, controle de pragas através de catação manual, neste caso a catação foi de lagartas e ovos da praga conhecida como curuquerê-da-couve. As hortaliças cultivadas no decorrer deste projeto foram: alface, brócolis e beterraba. Neste mesmo período os alunos, juntamente com o professor orientador, conseguiram algumas mudas de frutíferas (acerola, maracujá, mamão e amora) por meio de doação do viveiro do IFMG. Estas mudas foram plantadas paralelamente a horta, com intuito de formar um pomar para fornecimento de frutas aos idosos, estas eram irrigadas periodicamente utilizando regadores. A colheita das hortaliças foi realizada em parte pelos alunos e parte pelos membros da instituição Vila Vicentina, e servida para os idosos no refeitório da instituição. RESULTADO E DISCUSSÃO / DESENVOLVIMENTO Através deste trabalho foi possível verificar a importância de projetos deste gênero, para ambas as partes, já que para os alunos estas atividades práticas permitem vivenciar situações que os exponham à responsabilidade de tomar decisões e resolverem problemas, oferecendo-lhes experiência profissional. Para as instituições filantrópicas estes projetos também são de grande importância, pois como já citado anteriormente estas instituições são carentes de recursos
4 financeiros, tendo dificuldades muitas vezes de executarem tarefas que fogem do essencial para o funcionamento da instituição, também deve se destacar a importância deste para instituições de ensino, pois projetos deste gênero proporcionam a estas instituições federais a oportunidade de contribuírem com a população local através destes projetos sociais. O projeto avaliado apresentou no decorrer de sua implantação diversas dificuldades, como a instalação de um equipamento de irrigação funcional que proporcionasse um molhamento uniforme. Assim, diversos desafios surgiram tanto na aquisição de algumas peças, como no funcionamento da bomba do poço artesiano, que era de um modelo ultrapassado. Essas dificuldades exigiram dos alunos envolvidos o desenvolvimento de habilidades para solucionar problemas. Do ponto de vista de execução do projeto, as dificuldades ocorridas podem ser consideradas como aspecto negativo, pois comprometeram o andamento das atividades. Por outro lado, isso estimulou nos alunos a capacidade de se adaptarem à situação e trabalhar com o que foi colocado à disposição no momento, mesmo que estas não sejam as condições e os equipamentos esperados. No decorrer de projetos de extensão, como o desenvolvido neste trabalho, também pode ser observado que o contato rotineiro dos integrantes com os membros da comunidade permite a criação de um vínculo, fazendo com que as pessoas que residem no local tenham liberdade de opinar na execução das atividades, sendo que estas mesmas opiniões nem sempre são expostas em levantamentos que antecedem à implantação do projeto. Um exemplo disto foi a opinião dada pelos moradores, para que os alunos realizassem o plantio de mudas frutíferas no local, para que futuramente eles tenham um local onde possam caminhar pela sombra e colher suas próprias frutas. Outra opinião acatada pelos alunos foi a do plantio de algumas hortaliças na horta, que não faziam parte do planejamento, como beterraba, couve e brócolis. O projeto se mostrou de grande valia para ambas as partes, porém devido a algumas dificuldades como, falta de mão de obra na instituição filantrópica para desenvolver algumas atividades básicas na horta, falta de equipamentos e/ou equipamentos defasados, dificuldades em se obter recursos por via de doações, e por fim a mudança constante do local de instalação da horta devido à construções na instituição, prejudicaram o projeto de forma a não se produzir a quantidade de hortaliças desejadas, e a impedir a continuidade do projeto. Por outro lado estes mesmos problemas que impediram o projeto de se desenvolver da forma esperada, proporcionou aos alunos de certa forma uma experiência profissional, onde estes alunos
5 foram expostos a situações normais do dia a dia de um profissional da área agrária obrigando-os a superá-las. CONCLUSÕES Projetos de extensão que visam implantar hortas comunitárias em instituições filantrópicas são de grande valia para ambas as partes, principalmente para os alunos que adquirem uma bagagem de atividades práticas, além de serem estimulados à tomarem decisões e resolverem problemas, para as instituições filantrópicas este tipo de trabalho proporciona, uma ajuda tanto no quesito financeiro por diminuir o custo com compra de hortaliças, como no social pelo fato dos alunos manterem um contato direto com os moradores da instituição, dando assim uma atenção a mais a estes. Porém, antes da implantação de projetos deste gênero, é necessário fazer um levantamento detalhado da infraestrutura local e do planejamento da instituição, tal como a disponibilidade desta em fornecer mão de obra para auxiliar durante o projeto e também para dar continuidade à horta após o término deste. AGRADECIMENTOS Agradeço ao IFMG Campus Bambuí que me proporcionou através de bolsa de iniciação científica, e infra-estrutura local, a possibilidade de realizar este trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CLARO, R. M. et al. Renda, preço dos alimentos e participação de frutas e hortaliças na dieta. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v.41, n.4, p.12-20, ago SILVA, O. D. O que é extensão universitária? <Disponível em > acesso em 26 de setembro de 2013.
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