SEVERIDADE DE DOENÇAS EM VARIEDADES DE MILHO CRIOULO
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- André Sequeira Furtado
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1 9. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1 ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE ( ) TRABALHO ( x ) TECNOLOGIA SEVERIDADE DE DOENÇAS EM VARIEDADES DE MILHO CRIOULO WAURECK, Ariadne 1 MODENA, Raquel 2 EURICH, Joelcio 3 WEIRICH NETO, Pedro Henrique 4 ROCHA, Carlos Hugo 5 RESUMO O milho é um dos cereais mais cultivados e produzidos no mundo, sendo que a ocorrência de doenças pode causar grande prejuízo à cultura. Uma das alternativas, além do uso de defensivos agrícolas, é o uso de variedades mais rústicas, alternativa essa muito empregada em sistemas de agricultura familiar. Portanto, o objetivo desse trabalho é avaliar a severidade das doenças em variedades de milho com diferentes populações de plantas. O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, no esquema fatorial 6 X 5 com 3 repetições. Foram utilizadas seis variedades de milho: MPA, BRS Missões, Sol da Manhã, Composto, Nutricional e Caiano, e cinco populações: pl ha -1 ; pl ha -1 ; pl ha -1 ; pl ha -1 ; pl ha 1. As doenças avaliadas foram: Cercosporiose (Cercospora sorghi), Helmintosporiose (Exserohilum turcicum), podridão do colmo (Diplodia macrospora) e Ferrugem Comum (Puccinia sorghi). Não houve interação entre os fatores população e variedade, porém quando se comparou as doenças avaliadas no experimento, obteve-se que a ferrugem comum (Puccinia sorghi) foi a única que apresentou diferença significativa entre as cultivares, sendo as variedades Composto, Sol da Manhã e BRS Missões as que apresentaram menor severidade da doença. Contudo, todas as variedades apresentaram-se com menor severidade a Cercospora sorghi em relação à Diplodia macrospora, Puccinia sorghi e Exserohilum turcicum. Conclui-se que as variedades Composto, Sol da Manhã e BRS Missões possuem menor severidade à ferrugem do milho em relação Caiano e MPA. Para as doenças Cercospora sorghi, Diplodia macrospora e Exserohilum turcicum não houve diferença para as cultivares. Para a variável população de plantas não houve diferença em relação à severidade de doenças. PALAVRAS - CHAVE agricultura familiar, Zea mays, desenvolvimento sustentável. 1 Graduanda de Agronomia (UEPG), bolsista CNPq, ariadne.waureck@hotmail.com 2 Graduada, bolsista Fundação Araucária (SETI), raquelmodena@hotmail.com 3 Mestre, Bolsista CNPq, joe.eurich@gmail.com 4 Professor Doutor, Universidade Estadual de Ponta Grossa, lama1@hotmail.com 5 Professor Doutor, Universidade Estadual de Ponta Grossa, chrocha@gmail.com
2 9. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 2 Introdução O milho (Zea mays L.) é um dos cereais mais cultivados e produzidos no mundo, em muito devido a sua grande capacidade de adaptação as diferentes condições ambientais e ao seu valor nutricional, é destinado tanto para a alimentação humana quanto animal. Assume elevada importância pela geração de renda, principalmente pela produção de grãos (COSER, 2010). Um dos problemas, recentemente enfrentados na produção da cultura do milho é o ataque de doenças, principalmente na fase vegetativa. O milho crioulo pose ser uma alternativa para se obter bons rendimentos, pois o mesmo é menos afetado pelo ataque de doenças devido a sua rusticidade e adaptação. A produção de milho crioulo pode ser uma alternativa para agricultura de base familiar. A redução de custo com compra de sementes e investimentos externos, pois as sementes de variedades podem ser produzidas na propriedade podem viabilizar a propriedade de base familiar. A cultura de milho pode ser acometida por várias doenças, principalmente no sul do Brasil, dentre as quais podem se destacar: Puccinia sorghi (ferrugem comum), Diplodia macrospora (podridão do colmo), Exserohilum turcicum (Helmintosporiose comum) e Cercosporiose (Cercospora sorghi) (BALMER, 1980). A ocorrência de doenças pode causar grandes prejuízos à cultura. Pinto (2004) considera que o aumento da área plantada, o aumento de cultivares comerciais com diferentes níveis de resistência, plantios consecutivos ao longo de anos, o manejo inadequado da irrigação e as práticas de plantios diretos sobre restos culturais de milho podem ter contribuído para a proliferação de patógenos. Dentre as doenças foliares, a ferrugem comum, causada por Puccinia sorghi, é uma das mais importantes. Isso ocorre quando predominam temperaturas amenas, compreendidas entre 16 a 23 C, e alta umidade relativa durante o ciclo da cultura (BALMER, 1980). A cercosporiose, causada pelo fungo Cercospora sorghi, já acarretou perdas consideráveis em diversas regiões do Brasil. Dias nublados, com alta umidade e neblina por logos períodos favorecem o aumento da severidade da doença (BALMER, 1980). Diplodia macrospora além de causar danos nas folhas, reduzindo assim a área fotossintética da planta, também causa danos nas espigas, e é disseminada por sementes. Sua severidade aumenta em condições de temperatura amenas, precedidas de seca e chuva acentuada com vento (BALMER, 1980). Helmintosporiose, causada por Exserohilum turcicum é uma doença importante nas regiões úmidas de cultivo de milho. Temperaturas moderadas, de 18 a 27 C, e umidade relativa elevada favorecem a ocorrência da doença, sendo seu desenvolvimento retardado em ambiente seco (BALMER, 1980). Atualmente, alguns estudos mostram que algumas variedades de milho crioulo possuem maior tolerância a determinadas doenças. Avaliando diferentes variedades crioulas e híbridos de milho, através da colonização artificial, Gardingo (2008) verificou que algumas variedades crioulas apresentaram comportamento semelhante à de híbridos em relação ao fungo Colletotrichum graminicola. Além da resistência varietal, o espaçamento entre linhas pode influenciar no aumento ou diminuição de doenças. O aumento da densidade de semeadura aumenta a competição entre indivíduos por água, luz e nutrientes, reduzindo a disponibilidade de fotoassimilados para atender a demanda de enchimento do grão e manutenção das demais estruturas da planta (SANGOI, 2000). Objetivo Avaliar a severidade das doenças em variedades de milho com diferentes populações de plantas. Metodologia O presente estudo foi realizado em um assentamento de 150 ha, explorados coletivamente por sete famílias na região de Imbaú - PR, na safra agrícola 2010/2011. O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, no esquema fatorial 6 X 5 com 3 repetições, onde o primeiro fator correspondeu a seis variedades de milho e o segundo fator cinco populações de plantas, utilizandose três repetições, em um total de 90 parcelas. As variedades de milho utilizadas no experimento foram: MPA, BRS Missões, Sol da Manhã, Composto, Nutricional e Caiano.
3 9. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 3 As parcelas foram constituídas por quatro linhas de 6 m de comprimento, espaçadas em 0,90m, sendo a parcela útil composta pelas duas linhas centrais, desprezando-se um metro em cada extremidade. O plantio foi realizado entre 14/10/10 e 18/10/10 em sulcos abertos com auxílio de matraca (semeadora de tração humana) com cerca de 5 cm de profundidade. As populações foram compostas de pl ha -1 ; pl ha 1 ; pl ha -1 ; pl ha -1 e pl ha -1. As doenças avaliadas foram: Cersosporiose (Cercospora sorghi), Helmintosporiose (Exserohilum turcicum), podridão do colmo (Diplodia macrospora) e Ferrugem Comum (Puccinia sorghi). As avaliações foram realizadas quando o milho encontrava-se no estádio R1 (grão leitoso) pela escala de severidade de Fancelli (1986). Realizaram-se as avaliações na folha logo abaixo da espiga, sendo avaliadas 10 plantas ao acaso dentro da parcela útil. As notas de severidade foram dadas de acordo com a escala de severidade de Leite (1998) para Cercosporiose (Cercospora sorghi), Helmintosporiose (Exserohilum turcicum), podridão do colmo (Diplodia macrospora) e Ferrugem Comum (Puccinia sorghi). Com relação ao manejo fitossanitário, a dessecação da área foi realizada quinze dias antes do plantio, com 2 L ha -1 de Glyphosate, e o controle de insetos foi realizado com urina de vaca a concentração de 20% +10% de Creolina. Não foi utilizado adubação de base e cobertura. Os dados referentes à severidade foram transformados em x+1. Posteriormente, os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade no software Sisvar. Resultados Segundo dados do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR, 2011), a temperatura média no período em estudo ficou entre 21 e 24 C. A precipitação acumulada ficou acima da média histórica, obtendo-se um acumulado de 918 mm de precipitação para a safra estudada em relação a 835,8 mm para a média histórica no período de outubro a fevereiro (FIGURA 1). Figura 1. Média da precipitação nos meses de outubro a fevereiro, e média acumulada durante o período em Imbaú PR, e a média história IAPAR 2011 Não houve interação entre os fatores população e variedade (TABELA 1). Em um trabalho realizado com milho híbrido, nas menores populações observou-se maiores incidências e severidade de doenças, tal comportamento não foi encontrado para o milho crioulo (SANGOI et al., 2000). Porém, quando se comparou as doenças avaliadas no experimento, observou-se que a ferrugem comum (Puccinia sorghi) foi a única que apresentou diferença significativa entre as cultivares (TABELA 2). Observou-se que a variedade Composto apresentou menor severidade da doença em relação às variedades MPA e Caiano, porém, Composto não diferiu das demais variedades: Sol da Manhã, BRS Missões e Nutricional.
4 9. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 4 Tabela 1. Severidade de doenças avaliadas em variedades de milho, com diferentes populações na safra 2010/2011-Imbaú - PR População (pl/ha) Doenças Composto Sol da Manhã BRS Missões Nutricional Caiano MPA , , , , ,00 Ferrugem 0,28 a* 0,08 a 0,01 a 0,05 a 0,14 a 0,30 a Cercospora 0,00 a 0,01 a 0,04 a 0,00 a 0,00 a 0,08 a Diplodia 0,10 a 0,27 a 0,21 a 0,19 a 0,33 a 0,24 a Helmintosporiose 0,12 a 0,58 a 0,13 a 0,11 a 0,21 a 0,29 a Ferrugem 0,18 a 0,22 a 0,05 a 0,16 a 0,14 a 0,22 a Cercospora 0,00 a 0,00 a 0,00 a 0,00 a 0,01 a 0,00 a Diplodia 0,09 a 0,19 a 0,13 a 0,10 a 0,40 a 0,13 a Helmintosporiose 0,10 a 0,27 a 0,28 a 0,17 a 0,28 a 0,26 a Ferrugem 0,13 a 0,06 a 0,11 a 0,19 a 0,12 a 0,22 a Cercospora 0,00 a 0,03 a 0,10 a 1,67 a 0,01 a 0,00 a Diplodia 0,21 a 0,19 a 0,15 a 0,08 a 0,15 a 0,15 a Helmintosporiose 0,23 a 0,37 a 0,16 a 0,11 a 0,28 a 0,09 a Ferrugem 0,15 a 0,07 a 0,02 a 0,15 a 0,07 a 0,12 a Cercospora 0,03 a 0,05 a 0,06 a 0,01 a 0,01 a 0,01 a Diplodia 0,09 a 0,25 a 0,07 a 0,09 a 0,12 a 0,09 a Helmintosporiose 0,15 a 0,25 a 0,25 a 0,13 a 0,08 a 0,15 a Ferrugem 0,22 a 0,10 a 0,06 a 0,09 a 0,05 a 0,03 a Cercospora 0,04 a 0,01 a 0,03 a 0,01 a 0,00 a 0,03 a Diplodia 0,11 a 0,12 a 0,23 a 0,09 a 0,16 a 0,14 a Helmintosporiose 0,24 a 0,14 a 0,11 a 0,17 a 0,23 a 0,16 a *Médias seguidas das mesmas letras na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Tabela 2. Severidade de doenças avaliadas em diferentes variedades de milho, na safra 2010/2011. Imbaú - PR Variedades Puccinia sorghi Cercospora sorghi Doenças Diplodia macrospora Exserohilum turcicum Composto 0,05 a* 0,01 a 0,12 a 0,17 a Sol da Manhã 0,10 ab 0,02 a 0,20 a 0,32 a BRS Missões 0,10 ab 0,05 a 0,16 a 0,19 a Nutricional 0,13 ab 0,34 a 0,11 a 0,14 a Caiano 0,19 b 0,01 a 0,23 a 0,22 a MPA 0,18 b 0,02 a 0,15 a 0,19 a C.V (%) 4,23 15,11 5,8 7,65 *Médias seguidas das mesmas letras na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Cercospora sorghi, Diplodia macrospora e Exserohilum turcicum não se mostraram diferentes estatisticamente em relação às seis variedades. Analisando as médias calculadas, nota-se que a severidade de doenças foi baixa nas variedades estudadas, severidade essa menor pela rusticidade e adaptabilidade do milho crioulo em condições de baixa fertilidade de solos. Em trabalho realizado por SANGOI, (2000), a severidade de Puccinia sorghi em híbridos de milho foi maior em relação às severidades determinadas nas variedades crioulas. Contudo, todas as variedades apresentaram-se com menor severidade a Cercospora sorghi em relação às demais doenças, mostrando que no período em estudo, as condições ambientais talvez não foram as ideais para um maior desenvolvimento da doença. O conhecimento sobre quanto há maior ou menor incidência de doenças, dá possibilidade aos agricultores de planejar melhor as variedades a serem utilizadas na propriedade e, assim, obter maior possibilidade de ter êxito na produção agrícola. Em se tratando de cultivo agrícola, onde o clima é variável de controle, existe a necessidade de repetição do experimento na próxima safra agrícola, com a finalidade de obter resultados mais confiáveis para os fatores em questão.
5 9. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 5 Conclusões As variedades Composto, Sol da Manhã e BRS Missões obtiveram menor severidade à ferrugem do milho (Puccinia sorghi) em relação às variedades Caiano e MPA. Para as doenças Cercospora sorghi, Diplodia macrospora e Exserohilum turcicum, não houve diferença para as cultivares. Para a variável população de plantas não houve diferença em relação à severidade de doenças.
6 9. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 6 Referências Bibliográficas AZEVEDO, L.A.S. Manual de quantificação de doenças de plantas. São Paulo: Ciba Agro, 114p BALMER, E., et al. Manual de fitopatologia. São Paulo: Ceres, v. 2, Cap. 27. p , COSER, E. Avaliação da incidência de pragas e moléstias na cultura do milho (Zea mays L.) crioulo e convencional no município de Xaxim SC. Chapecó, Monografia Universidade Comunitária da Região de Chapecó UNOCHAPECÓ, p. 67, FANCELLI, A.L. Plantas Alimentícias: guia para aula, estudo e discussão. Piracicaba, GARDINGO, D. A. Potencial de resistência de variedades crioulas de milho à infecção artificial por Colletotrichum graminicola (Ces.) Wils. Ponta Grossa, Monografia Universidade Estadual de Ponta Grossa UEPG, p. 36, IAPAR- Instituto Agronômico do Paraná. disponível em: < acesso em: 3 mai PINTO, N. F. J. A. Controle químico de doenças foliares em milho. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, Sete Lagoas, v. 3, n. 1, p , SANGOI, L.; ENDER, M.; GUIDOLIN, A. F.; BOGO, A.; KOTHE, D. M. Incidência e severidade de doenças de quatro híbridos de milho cultivados com diferentes densidades de plantas. Revista Ciência Rural. Santa Maria, v. 30, n. 1, p.17-21, 2000.
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