RELATÓRIO ABEGÁS MERCADO E DISTRIBUIÇÃO Ano II - Nº 17 - Dezembro
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- Tomás Carmona Bergler
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1 RELATÓRIO ABEGÁS MERCADO E DISTRIBUIÇÃO Ano II - Nº 17 - Dezembro
2 Sumário Panorama Expediente Diretoria Executiva ABEGÁS - Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado Presidente: Armando Laudorio Diretor - Vice-Presidente: Davidson de Magalhães Santos Diretores: Aldo Guedes Alvaro; Carlos Eduardo de Freitas Brescia; José Carlos de Mattos; José Carlos de Salles Garcez; Luiz Carlos Meinert. Secretário Executivo Interino: Augusto S. Salomon Coordenador Jurídico: Antônio Luis de M. Ferreira Coordenador de Comunicação: Augusto S. Salomon Coordenador Técnico: Gustavo Galiazzi Coordenador Institucional: João Carlos de Carvalho Produção e Editoração Gás Brasil Mídia Editorial 02
3 A UNIÃO DO GÁS NATURAL MOVIMENTANDO O BRASIL 03
4 Panorama Por que não poderia ser assim? O ano de 2008 levou para a história do Gás Natural fatos bastante relevantes. Os mais importantes, certamente, foram o crescimento expressivo de volume e preço e a presença consolidada na matriz energética brasileira. O volume cresceu 20,25% em relação a 2007, enquanto os preços aumentaram, segundo dados do MME, perto dos 40% no mesmo período. A matriz energética que registrava 3,7% de participação do produto em 1998, contabilizou 9,3% em Como pode um produto ter seu preço majorado em 40% e simultaneamente também crescer seu volume comercializado de forma significativa em 20,25%? Excluindo as respostas acadêmicas e as empresariais de cunho mercadológico, resta o fato de ser este produto um energético com aplicações em várias finalidades: cocção, automotivo, aquecimento de caldeiras, climatização, geração de energia elétrica, etc. Para cada uma dessas finalidades o Gás Natural encontra um combustível concorrente, mas somente ele está presente em todas as aplicações finais. É nesse ponto que se encontra o centro da questão! A verticalização da Petrobras, que é uma empresa estatal com ações em bolsa, é tão acentuada que acaba por se confundir com o próprio governo. Mas a Petrobras não é governo, porém mostra essa ambigüidade diante do mercado, ora se apresenta como governo, ora como empresa privada. Mas o fato é que a Petrobras não é governo e, portanto, suas decisões visam, de forma acertada e prioritária, o lucro, o resultado, a excelência técnica e gerencial e a expansão de suas atividades. Nesse particular, e como toda empresa de primeira grandeza, procura gerir seus recursos e portfólios de produtos de forma a maximizar o resultado. Foi assim quando precisou encher o Gasbol para não pagar take-or-pay, criando o Plano de Massificação do uso do Gás Natural. Foi assim quando, ao se deparar com uma demanda atingindo os níveis da oferta, elevou o preço do Gás Natural no mercado para poder operar suas térmicas, em detrimento da demanda do mercado não térmico. A Petrobras não é simplesmente uma empresa de Petróleo e Gás, é uma empresa de Petróleo, Gás e Energia, como conseqüência disso, está também de forma acentuada no segmento de geração de energia elétrica através de suas termoelétricas. Com a crise internacional aportando na nossa economia real interna, nossas indústrias vêm reduzindo suas atividades, que somado ao aumento de preço do produto em 40%, vem resultando na queda do volume consumido nesse segmento, abrindo espaço para que as termoelétricas possam consumir mais e, conseqüentemente, despachar mais. Como empresa, todas as ações tomadas pela Petrobras estão seguramente corretas. Entretanto, sobrepõe qualquer política de governo, cujas ações deverão ser sempre voltadas à figura expansionista da indústria, da economia e da geração de empregos. A crise internacional se abate para compradores e também para vendedores de produtos, se quem compra, compra menos, então quem vende, também vai vender menos. E a crise chegou à Bolívia, e a Petrobras decidiu mais uma vez de forma acertada, do ponto de vista empresarial, reduzir suas compras do país vizinho até o limite contratual divulgado de 80%, o que resulta no volume de 24 milhões de m³/dia. Por que comprar somente 24 milhões de m³/dia em época de crise? Se ao invés de tomar decisões do ponto de vista empresarial tivéssemos uma política de Estado para o setor energético, não se poderia estudar a possibilidade de se manter os mesmos 30 milhões de m³/ dia com redução no preço de compra do Gás Natural boliviano? O que a Bolívia irá fazer com os 6 milhões de m³/dia que o Brasil não irá comprar? Há mercado alternativo para a Bolívia neste momento? Uma redução negociada nos preços do Gás Natural boliviano, poderia inclusive colaborar com uma redução nos preços também no Gás Nacional, de forma tal, que as distribuidoras ao repassarem essas reduções ao mercado consumidor poderiam estimular o aquecimento da produção interna, tão desejada pelo Governo Federal, e tantas vezes citada pelo Presidente da República. Por que não poderia ser assim? Participe e opine. Vamos em frente! Armando Laudorio Presidente 04
5 ESTATÍSTICAS E MERCADO 05
6 Consumo Dezembro Crise econômica impacta no mercado de gás natural Consumo de gás natural no mês de dezembro foi da ordem de 43 milhões de metros cúbicos, 7% menor do que o consumido em novembro O consumo diário de Gás Natural no mês de dezembro ficou abaixo da média registrada nos últimos meses. Dados estatísticos da ABEGÁS - Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado - mostram que o consumo de gás natural no Brasil atingiu pouco mais de 43 milhões de metros cúbicos, representando uma queda de 7,7% em relação ao mês de anterior. A redução acentuada de 4 milhões de metros cúbicos diários de um mês para o outro foi puxada, principalmente, pela crise econômica, o que fez com que a produção industrial recuasse em cerca de 14% e conseqüentemente, a demanda das indústrias por gás natural diminuísse em 20,88%. Além disso, o recesso de fim de ano somado ao desabastecimento de gás natural no Estado do Mato Grosso pela YPFB e ao rompimento do Gasoduto Bolívia-Brasil em Santa Catarina, bloqueando o envio de gás para os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, contribuíram também para a queda. À exceção dos segmentos industrial e de co-geração, também utilizado em algumas indústrias, todos os outros setores apresentaram crescimento com relação a novembro. O mais expressivo foi o mercado térmico que consumiu 14,4 milhões de metros cúbicos, o que representa crescimento de 21,42%. Na seqüência, estão os segmentos comercial, automotivo e residencial que apresentaram aumento de, respectivamente, 3,66%, 1,24% e 0,44%. A Região Sudeste continua liderando o consumo. Nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, que representam 80% da média nacional, o consumo foi de 34,9 milhões m³/dia. Seguido pelas Regiões Nordeste, Sul e Centro-Oeste, que consumiram, respectivamente, 5,1 milhões m³/dia, 3,3 milhões m³/dia e 820 mil m³/dia de gás natural. A Região Norte, com o posto experimental na cidade de Manaus, continua consumindo 2,5 mil metros cúbicos por dia. O Brasil conta atualmente com ,3 km de rede de distribuição. E mais de 1 milhão e 437 mil clientes usufruem dos benefícios do gás natural, seja no segmento industrial, comercial, residencial ou automotivo. 06
7 Comercialização de Gás Natural no Brasil Comercialização Histórica de Gás Natural no Brasil a 2007 e Comparativo de dezembro de 2008 em relação ao mesmo período de 2007 em milhões de m³/dia Fonte: Abegás 07
8 Comercialização de Gás por Região Acumulada por Região Dezembro em Mil de m³/dia Industrial - Dezembro em Mil de m³/dia Automotivo - Dezembro em Mil de m³/dia Residencial - Dezembro em Mil de m³/dia Comercial - Dezembro em Mil de m³/dia Geração Elétrica - Dezembro em Mil de m³/dia Cogeração - Dezembro em Mil de m³/dia GNC e Outros - Dezembro em Mil de m³/dia 08
9 Ano II - Nº 7 - Dez - 08 Competitividade Para a composição do Estudo de Competitividade do Gás Natural foram consideradas as seguintes premissas: Preços: Como fonte de consulta foram utilizadas as estruturas tarifárias das distribuidoras analisadas; Critérios: Foram utilizadas como base de levantamento duas distribuidoras, respeitando os maiores volumes comercializados nos seguintes segmentos: Residencial, Comercial, Automotivo e Industrial; Geração Térmica: Este segmento não foi analisado neste estudo, devido às diferentes condições comerciais de fornecimento dos energéticos; Apresentação: Os números utilizados como base de avaliação por região seguiram os seguintes critérios de análise: Gráficos em R$/MMBtu; Gráfico R$ preços médios. 09
10 Industrial - Preço s/ ICMS Industrial - Evolução dos Preços s/ ICMS Fontes: Gás Natural: Tarifas das Concessionárias Óleo Combustível A1: Preço Distribuidoras GLP: ANP e Preço Distribuidoras Preço Médios nas Refinarias + Frete Energia Elétrica: ANEEL Tarifas Médias por Classe de Consumo (Industrial) Lenha e Carvão: AMS - Associação Mineira de Silvicultura - Preços Médios Poder Calorífico GN: kcal/m³ OC A1: kcal/kg GLP: kcal/kg E.E.: kcal/mwh Lenha: kcal/kg Carvão kcal/kg Fonte: CTGÁS - Dados de Unidades de Conversão 10
11 Residencial - Preço s/ ICMS Residencial - Evolução dos Preços s/ ICMS Fontes: Gás Natural: Tarifas das Concessionárias GLP: ANP Preço Médios - Revenda P13 Energia Elétrica: ANEEL Tarifas Médias por Classe de Consumo (Residencial) Poder Calorífico: GN: kcal/m³ GLP: kcal/kg E.E.: kcal/mwh Fonte: CTGÁS - Dados de Unidades de Conversão 11
12 Comercial - Preço s/ ICMS Comercial - Evolução dos Preços s/ ICMS Fontes: Gás Natural: Tarifas das Concessionárias GLP: ANP Preço Médios nas Refinarias + Frete Energia Elétrica: ANEEL Tarifas Médias por Classe de Consumo (Comercial, Serviços e Outras) Poder Calorífico: GN: kcal/m³ GLP: kcal/kg E.E.: kcal/mwh Fonte: CTGÁS - Dados de Unidades de Conversão 12
13 Automotivo - Preço s/ ICMS Automotivo - Evolução dos Preços s/ ICMS Fontes: Gás Natural: ANP - Preço Revenda Álcool: ANP - Preço Revenda Diesel: ANP - Preço Revenda Gasolina: ANP - Preço Revenda Poder Calorífico: GNV: kcal/m³ Álcool: kcal/l Diesel: kcal/l Gasolina: kcal/l Fonte: CTGÁS - Dados de Unidades de Conversão 13
14 Energia Em dezembro de 2008 as térmicas movidas a gás natural se mantiveram ligadas. A partir de janeiro de 2009 serão desligadas devido aos elevados níveis de armazenamentos atuais dos reservatórios de cabeceiras das regiões SE/CO (FURNAS-90%, Nova Ponte-78% e NE (Três Marias 81%), o aumento dos níveis das chuvas nas regiões SE /CO, NE e N, em dezembro. Os níveis de precipitação ocorridos no mês de dezembro foram bastante superiores a média e a previsão de evolução de afluências, ainda superiores nos meses de janeiro e fevereiro, indicam condições favoráveis para elevação dos armazenamentos dos principais reservatórios do sistema. Mantidas as projeções atuais, ficam asseguradas as condições de segurança de suprimento ao SIN, sem necessidade de despachos térmicos complementares, devendo continuar-se acompanhando a evolução das condições hidroenergéticas. Geração de Energia: Térmica a Gás Geração de Energia: Hidráulica Fonte: ONS Fonte: ONS Comparativo Geração de Energia Térmica a Gás em Mwmed % Janeiro 1.615, ,17 190,71% Fevereiro 1.307, ,19 330,33% Março 1.410, ,64 262,39% Abril 1.415, ,86 192,15% Maio 936, ,71 322,61% Junho 1.523, ,03 184,11% Julho 2.179, ,70 65,59% Agosto 2.399, ,00 59,52% Setembro 2.771, ,48 32,71% Outubro 2.988, ,49 33,49% Novembro 3.283, ,10 5,66% Dezembro 3.682, ,72 4,36% Fonte: ONS Comparativo Geração de Energia Hidráulica em Mwmed % Janeiro , ,80-3,97% Fevereiro , ,21-6,61% Março , ,45-8,35% Abril , ,48 21,90% Maio , ,65-1,39% Junho , ,45 1,68% Julho , ,17 3,11% Agosto , ,08-0,19% Setembro , ,63 0,75% Outubro , ,37 1,00% Novembro , ,33 0,95% Dezembro , ,05-6,19% Fonte: ONS Níveis dos Reservatórios Energia Armazenada por Região em Dezembro/2008 REGIÃO DEZ N 34,88% NE 44,56% SE/CO 55,89% S 74,61% Fonte: ONS 14
15 Rua Sete de Setembro, 99-16º andar CEP: Centro - Rio de Janeiro - RJ Tel. (21) / Fax. (21) abegas@abegas.org.br
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