CORRELAÇÃO ENTRE CARACTERES DE MILHO EM DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO CORRELATION BETWEEN TRAITS OF MAIZE IN DIFFERENT DOSES OF NITROGEN

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1 80 CORRELAÇÃO ENTRE CARACTERES DE MILHO EM DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO CORRELATION BETWEEN TRAITS OF MAIZE IN DIFFERENT DOSES OF NITROGEN Abstract Lucas Tadeu Mazza Revolti (1) Rodolfo Buzinaro (2) Kauê Charnai (3) Gustavo Vitti Môro (4) In a breeding program is essential to understand the correlation between traits. Thus, the objective was study the correlation between some traits of height and yield in maize, in two doses of nitrogen. The experiment was conducted at Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - UNESP, using four maize genotypes. The trial was set for second season 2013 in a randomized blocks design with three replications. In the experiment two bands were allocated corresponding to the different nitrogen doses (0% and 100%). The traits plant height, ear height, lodging and grain yield were evaluated. For the analysis of variance where no nitrogen topdressing was applied, the traits plant height and grain yield showed differences at 1% probability. At a dose of 100% nitrogen, all traits showed significant at 1% probability except for lodging. It is Observed correlation between the traits plant height x grain yield for both nitrogen levels, indicating that the higher the plant height is, the greater the grain yield is. It is concluded that most of the correlations were high for pairs of traits. Keywords: Genetic breeding. Grain yield. Zea mays. 1 Introdução O milho (Zea mays L.) é uma das principais culturas utilizadas na alimentação humana e animal (STORCK et al., 2014). O Brasil é um dos grandes produtores mundias desta cultura, ocupando a terceira posição (FIESP, 2014). De acordo com Cruz et al. (2003), aproximadamente 50% da produtividade final depende do cultivar utilizado. Entretanto, a produtividade de grãos é um caráter quantitativo, sendo assim, é gorvernado por muitos genes e consequentemente possui baixa herdabilidade (ALLARD, 1971). O estudo das correlações é a medida da intensidade de associação entre duas variáveis, ou uma medida do grau de variação conjunta de duas variáveis, podendo ser positiva, quando 1,3 Mestrandos em Genética e Melhoramento de Plantas pela Universidade Estadual Paulista UNESP /FCAV Jaboticabal. 2 Doutorando em Genética e Melhoramento de Plantas pela Universidade Estadual Paulista UNESP/FCAV Jaboticabal. 4 Professor Assistente Doutor da Universidade Estadual Paulista UNESP/FCAV Jaboticabal. contato: lucasrevolti@yahoo.com.br 1, kaue_shera@hotmail.com 2, rodolfobuzinaro@hotmail.com 3, gvmoro@fcav.unesp.br 4.

2 81 ocorre aumento nas duas variáveis, ou negativa quando ocorre o acréscimo de uma e decréscimo de outra (PINTO, 1995). Em um programa de melhoramento é fundamental conhecer a correlação existentes entre os caracteres estudados, assim, o melhorista pode ter conhecimento se a seleção de um determinado caráter irá causar alterações em outros (JOHNSON et al., 1995; VENCOVSKY, 1992). Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivo o estudo da correlação entre alguns caracteres de estatura e produção em milho, com e sem aplicação de nitrogênio em cobertura. 2 Material e Métodos O experimento foi conduzido na Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão (FEPE) da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias UNESP. Foram utilizados quatro genótipos de milho, sendo 2 variedades sintéticas experimentais (DSS-0402 e DSS-0404) e 2 híbridos simples comerciais (2B707 PowerCore e AG7098). O ensaio foi instalado na safrinha 2013, no delineamento de blocos ao acaso com três repetições. Cada parcela foi constituída de 4 linhas de 5 metros de comprimento, com espaçamento de 0,50 m entre linhas e 0,33 m entre plantas, representando uma população de plantas/ha. Como parcela útil foram utilizadas as duas linhas centrais. No experimento foram alocados duas faixas correspondendo as diferentes doses de nitrogênio (N) aplicado em cobertura (0% e 100%). A semeadura foi realizada utilizando semeadora de parcelas, aplicando-se no sulco de plantio 350 kg ha -1 do formulado comercial e para adubação de cobertura utilizou-se uréia na faixa de dose de 100% de N. Foram avaliados os caracteres: altura de planta (AP): distância do colo da planta até a inserção da folha bandeira, altura de espiga (AE): distância do colo da planta até o ponto de inserção do colmo da primeira espiga formada, acamamento (AC): contagem do número de plantas com inclinação superior a 45 em relação à vertical ou deitadas no solo na época da colheita, e produtividade de grãos (PG): obtida por meio da pesagem dos grãos de cada parcela, corrigindo-se a umidade para 13%. Utilizou-se o Software Genes (CRUZ, 2009) para as análises de variância. Com relação aos caracteres, as análises foram realizadas com base na média das avaliações feitas nos genótipos de milho. sendo estimados os coeficientes de correlação fenotípica de Pearson.

3 82 3 Resultados e Discussão Para a análise de variância onde não foi utilizado nitrogênio em cobertura (0%), para a fonte de variação tratamento, os caracteres AP e PG apresentaram diferenças altamente significativas (a 1% de probabilidade), o caráter AE apresentou diferença significativa ao nível de 5% de probabilidade e o caráter AC não apresentou diferença significativa (Tabela 1). Ainda na mesma tabela, para a dose de 100% de N, nesta mesma fonte de variação, todos os caracteres apresentaram diferenças significativas ao nível de 1% de probabilidade com exceção do caráter AC que não demonstrou diferença significativa. Com relação aos coeficientes de variação experimentais (CV%), este situaram-se entre 2,56 à 104,72 para 0% de N e 3,60 à 44,72 para 100% de N em cobertura, para os caracteres AP e AC, respectivamente (Tabela 1). Os CV de todos os caracteres encontram-se dentro dos limites aceitáveis preconizados por Hallauer & Miranda Filho (1988), Scapim et al. (1995), Buzinaro (2013). Tabela 1. Resumo da análise de variância para os caracteres Altura de planta (AP), Altura de espiga (AE), Acamamento (AC) e Produtividade de grãos (PG), para as doses de 0% e 100% de Nitrogênio (N) em cobertura. DOSE 0% FV GL AP (cm) AE (cm) AC PG Bloco 2 14,25 5,56 0,12 4,00 Tratamento 3 374,23 ** 180,21 * 0,06 ns 229,33 ** Resíduo 6 28,80 18,81 0,16 5,18 Média 209,87 116,68 0, ,34 CV% 2,56 3,72 44,08 11,01 DOSE 100% FV GL AP (cm) AE (cm) AC PG Bloco 2 171,64 153,32 0,02 19,32 Tratamento 3 607,19 ** 536,71 ** 0,02 ns 306,69 ** Resíduo 6 56,42 22,78 0,02 11,88 Média 208,82 114,04 0, ,41 CV% 3,60 4,18 19,56 15,77 Altura de planta em cm (AP), altura de espiga em cm (AE), acamamento (AC), Produtividade de grãos em kg/ha (PG). ns, ** e * - não significativo, significativo a 1% e 5% pelo teste F, respectivamente. O valor do caráter produtividade de grãos foi transformado, dividindo-se por Observa-se correlação significativa entre os caracteres AP x PG, para a dose de 0% e de 100% de N, indicando que quanto maior o valor da altura da planta, maior é o valor da produtividade de grãos (Tabela 2). Carvalho et al. (2010) também encontraram altos valores de correlação para AP x PG. Para a dose de 100% de N, AP também apresenta correlação

4 83 significativa com o acamamento, mostrando que plantas muito altas possuem uma maior tendência ao acamamento. Seguindo a classificação de correlação proposta por Callegari-Jacques (2003), todos os pares de caracteres que apresentaram significância, tanto na dose de 0% quanto na dose de 100% de N, apresentam correlação linear muito forte. Com relação aos pares de caracteres que não foram significativos, AP x AE existe correlação linear forte e muito forte para as doses 0% e 100% de N, respectivamente, indicando que com a adubação nitrogenada a correlação entre esses caracteres é maior e para os caracteres AE x PG, novamente encontrase correlação linear forte e muito forte para as doses 0% e 100% de N, respectivamente. Com relação aos caracteres AC x PG, houve correlação negativa para as duas doses de nitrogênio, mostrando que quanto menor for o acamamento maior será a produção de grãos, corroborando com os resultados encontrados por Souza et al. (2013) em soja. As correlações encontradas para ambas as doses, levando-se em consideração os pares de caracteres, foram semelhantes. De modo geral os resultados obtidos com e sem a adubação nitrogenada são próximos. Tabela 2. Coeficiente de correlação de Pearson entre os caracteres, considerando suas respectivas médias para as doses de 0% e 100% de Nitrogênio (N). DOSE 0% AE AC PG AP 0,88-0,64 0,99** AE -0,22 0,89 AC -0,59 DOSE 100% AE AC PG AP 0,93 0,99** 0,99** AE -0,20 0,93 AC -0,54 Altura de planta em cm (AP), altura de espiga em cm (AE), acamamento (AC), Produtividade de grãos em kg/ha (PG). ** - significativo a 1% pelo teste F. 4 Conclusão A maioria dos coeficientes de correlação entre os pares de caracteres para as duas doses, obtidos através da análise de correlação de Pearson, foram altos e não diferem entre si.

5 84 5 Referências ALLARD, R.W. Princípios do melhoramento genético das plantas. São Paulo: Edgard Blucher, p. BUZINARO, R. Interação de genótipos de milho vs locais, anos e épocas de semeadura f. Dissertação (Mestrado) Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Jaboticabal. CALLEGARI-JACQUES, S. M. Bioestatística: princípios e aplicações. Porto Alegre: Artmed; CARVALHO, A. M.; MENDES, A. N. G.; CARVALHO, G. R.; BOTELHO, C. E.; GONÇALVES, F. M. A.; FERREIRA, A. D. Correlação entre crescimento e produtividade de cultivares de café em diferentes regiões de Minas Gerais, Brasil. Pesquisa agropecuária brasileira. v.45, p , CRUZ, J.C.; VERSIANI, R. P.; FERREIRA, M. T. R. Cultivo do milho - cultivares. Sete Lagoas: Embrapa, p. (Sistema de Produção, 1). CRUZ, C.D. Programa Genes Versão Windows Aplicativo computacional em genética estatística. Viçosa: Ed UFV, p. FIESP Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Informativo deagro safra mundial de milho: 12 o levantamento do USDA. São Paulo: Fiesp, p. Disponível em: Acesso em: 15 abr HALLAUER, A. R.; MIRANDA FILHO, J. B. Quantitative genetics in maize breeding. Ames: Iowa State University Press, p. JOHNSON, H.W.; ROBINSON, H.F.; COMSTOCK, R.E. Genotypic and phenotypic correlations in soybeans and their implications in selection. Agronomy Journal, v.47, p , PINTO, R.J.B. Introdução ao Melhoramento Genético de Plantas. Maringá: Universidade Estadual de Maringá, p. SCAPIM, C. A. S.; CARVALHO, C. G. P. de; CRUZ, C. D. Uma proposta de classificação dos coeficientes de variação para a cultura do milho. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.30, p , SOUZA, C. A.; FIGUEIREDO, B. P.; COELHO, C. M. M.; CASA, R. T.; SANGOI, L. Arquitetura de plantas e produtividade da soja decorrente do uso de redutores de crescimento. Biosci. J. v.29, p , STORCK, L.; FILHO, A. C.; GUADAGNIN, J. P. Análise conjunta de ensaios de cultivares de milho por classes de interação genótipo x ambiente. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.49, p , 2014.

6 85 VENCOVSKY, R. Associação entre caracteres. In: VENCOVSKY, R.; BARRIGA, P. Genética biométrica no fitomelhoramento. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Genética, p