Newsletter n. 71 Junho/2015
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- Maria de Fátima Andrade Balsemão
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1 Newsletter n. 71 Junho/2015 Destaques desta edição Mercado de Capitais CVM divulga novas regras sobre operações de fusão, cisão, incorporação e incorporação de ações, envolvendo emissores de valores mobiliários registrados na categoria A... 1 Previdenciário As submassas nos planos de benefícios das Entidades Fechadas de Previdência Complementar... 2 As alterações no Regime Geral de Previdência Social e seus reflexos nos planos de benefícios complementares... 4 Contencioso A Presidente da República sancionou a Lei nº , de , que dispõe sobre a mediação entre particulares como meio de solução de controvérsias e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da administração pública... 5 Notícias O Conselho Nacional de Previdência Complementar - CNPC edita duas novas Resoluções... 6
2 Mercado de Capitais CVM divulga novas regras sobre operações de fusão, cisão, incorporação e incorporação de ações, envolvendo emissores de valores mobiliários registrados na categoria A Fábio Lemos de Oliveira* No dia , a Comissão de Valores Mobiliários ( CVM ) divulgou a Instrução CVM 565 que traz novas regras para operações de fusão, cisão, incorporação e incorporação de ações envolvendo emissores de valores mobiliários registrados na categoria A. A referida norma tem como objetivo aumentar o grau de transparência e informações a serem disponibilizadas pelos administradores aos acionistas, de forma a permitir uma análise da operação, ressaltando os deveres fiduciários do administrador em relação não apenas à companhia, como também com respeito às sociedades que devem prestar as informações. A norma aperfeiçoa o conteúdo das informações a serem prestadas, envolvendo aspectos estratégico, econômico e mais: i) informações financeiras das sociedades envolvidas; ii) descrição dos termos e condições da operação; iii) critérios e conteúdo mínimo dos laudos de avaliação; iv) consequências de sua não concretização; v) vantagens estratégicas, vi) fatores de riscos relacionados à operação; vii) benefícios esperados; etc. A norma exige, ainda, que sejam preparadas informações financeiras pro forma, contemplando a operação almejada das sociedades resultantes da operação, como se estas já existissem, com a mesma data base da utilizada para a realização da operação. Por fim, a Instrução CVM 565 altera, ainda, parte da Instrução CVM 481, no que versa sobre os documentos necessários ao exercício do direito de voto, para compatibilizá-la com a nova norma, bem como regulamenta as condições de liquidez necessárias para a exclusão do direito de recesso, na forma do art. 137, inciso II, alínea a, da Lei das Sociedades Anônimas. * Fábio Lemos de Oliveira é advogado de BCCS (foliveira@bocater.com.br). 1
3 Previdenciário As submassas nos planos de benefícios das Entidades Fechadas de Previdência Complementar Flavio Martins Rodrigues* Lygia Avena** O tratamento das submassas nos planos de previdência complementar tem sido assunto instigante e desafiador para todos que atuam nesse Regime Previdenciário. Tivemos a oportunidade de participar de recente evento organizado pelo CEJUPREV - Centro de Estudos Jurídicos da Previdência Complementar da ABRAPP, que tratou da matéria sob a ótica jurídica, atuarial e institucional da supervisão. Entende-se por submassas um ou mais grupos de participantes, que possuem direitos e deveres homogêneos entre si, mas distintos em relação a outros participantes ou grupos de participantes do mesmo plano de benefícios. A independência patrimonial dos planos de benefícios, prevista na Lei Complementar nº 109, de ( LC 109/2001 ) e com a atribuição de uma identificação no Cadastro Nacional de Planos de Benefícios-CNPB, ainda gera resistência, sobretudo no âmbito do Poder Judiciário. De fato, somente as EFPC possuem personalidade jurídica e o plano de benefícios não está claramente identificado como um patrimônio de afetação (com direitos e obrigações específicas). Assim, a submassa, como um novo conjunto autônomo, traz ainda maiores dificuldades de compreensão. Ao tempo da vigência da Lei n 6.435, de , o foco da legislação era a entidade e o seu respectivo patrimônio. Com o desenvolvimento do Regime de Previdência Complementar e das EFPC, que passaram a ser também de multiplano e multipatrocínio, os planos de benefícios passaram a ter um disciplinamento e ênfase maior na legislação, sobretudo a partir da LC 109/2001 e das sucessivas Resoluções do órgão normativo do Regime até os dias de hoje. 2
4 O plano de benefícios é visto considerando de forma homogênea direitos e obrigações dos participantes, sem levar em conta as especificidades e distinções jurídicas atribuídas às submassas. A existência de submassas em um plano de benefícios é comum e muitas vezes inevitável, uma vez que pode decorrer de várias situações, tais como: (i) a alteração de regras do regulamento, preservando-se o direito adquirido e o direito acumulado dos participantes, como impõe o art. 17 da LC 109/2001; (ii) a migração de participantes entre planos; (iii) a existência de direitos distintos decorrentes de diversas legislações (ex. planos de benefícios com grupos de participantes antes e depois do Decreto n /1978, que estabeleceu limite etário para a concessão de benefícios); (iv) a transferência de participantes; (v) a cisão de plano; (vi) a incorporação de plano; (vii) a fusão de planos, dentre outros fatores. Considerando essa realidade, uma primeira medida preventiva de riscos jurídicos a ser adotada é a redação clara e precisa dos direitos e obrigações estabelecidos para cada massa de participantes, conforme os fatos geradores que originaram essas distinções. Na medida em que o regulamento do plano de benefícios representa o contrato entre as partes, quanto mais claras forem as regras contratadas, menores serão os riscos jurídicos envolvidos. A segunda medida preventiva é o esclarecimento ao Poder Judiciário sobre a matéria em todos os fóruns possíveis, i.e., de forma institucional e nos processos judiciais em que o assunto se coloque. O entendimento jurídico dessa segmentação de grupos (a partir da diferenciação de regras) dentro de um mesmo plano é essencial para a segurança jurídica e financeira do contrato previdenciário. Já no que tange à legislação, o representante da PREVIC no evento pode antecipar que uma norma está sendo examinada para enfrentar situações hoje controvertidas ou não previstas em razão das submassas e os seus respectivos subpatrimônios dentro de um mesmo plano previdenciário. 3
5 Poderíamos citar, como exemplo de controvérsia, a situação em que há uma submassa em um plano (portanto, um subplano ), em situação de déficit e outro subplano, que apresenta superávit. Embora a legislação apenas trate do equacionamento do déficit e distribuição do superávit do plano como um todo, seria recomendável que tal situação fosse contemplada no ordenamento jurídico das EFPC. As submassas existem e existirão sempre a partir de dois pressupostos legais: (i) o respeito ao direito adquirido e ao direito acumulado; e (ii) a possibilidade jurídica de alteração dos regulamentos dos planos de benefícios complementares, bem como por conta dos movimentos nos planos a que antes nos referimos. Portanto, a adequada normatização a tratar das submassas certamente deverá ser objeto de priorização institucional no âmbito do Regime de Previdência Complementar, contribuindo para uma maior segurança jurídica do contrato previdenciário, suas entidades, participantes e patrocinadores. * Flavio Martins Rodrigues é sócio de BCCS (frodrigues@bocater.com.br). ** Lygia Avena é advogada de BCCS (lavena@bocater.com.br). As alterações no Regime Geral de Previdência Social e seus reflexos nos planos de benefícios complementares Andrea Corrêa Neubarth* Gabriel Leite** Nos últimos meses, temos assistido um grande debate sobre alterações nas regras de aposentadorias e pensões do Regime Geral de Previdência Social ( RGPS ), administrado pelo Instituto do Seguro Social ( INSS ). Como instrumentos desse processo de alterações destacam-se: a Medida Provisória n 664, de , convertida na Lei n , de , e, mais recentemente, a MP n 676, de , que introduz uma regra opcional à aplicação do fator previdenciário. 4
6 Estão sendo alteradas regras de elegibilidade e de cálculo dos benefícios de aposentadoria, pensão e auxílio doença. Para ter a dimensão do impacto nos planos de benefícios complementares será necessário esperar a efetiva aprovação das leis, o tratamento a ser dado durante o período em que a Medida Provisória gerou efeitos, o período de vacatio legis após a sanção presidencial da Lei n /2015. A nova MP 676/2015, editada após o veto presidencial à alternativa aprovada pelo Congresso, introduz uma alternativa à aplicação do fator previdenciário, introduzindo a denominada fórmula 90/100. Com essa regra, haverá um impacto positivo no valor das aposentadorias em comparação com o fator previdenciário, mesmo que se trate de proposta menos drástica do que a apresentada pelo Congresso (fórmula 85/95). Nesse novo contexto, em que se somam alterações dia a dia, como uma reforma diluída da previdência, os planos de benefícios na modalidade de benefício definido que têm benefícios atrelados aos valores pagos pelo INSS, terão grandes desafios. O primeiro deles é entender quais as consequências efetivas dessa cumulação de normas, depois quantificar em termos financeiros e atuariais os impactos que tais alterações possam provocar nas reservas garantidoras de benefícios. De qualquer forma, o que se vislumbra é a complexidade cada vez maior nos cálculos das premissas advindas dos benefícios concedidos pelo INSS, o que pode gerar um risco e um custo administrativo significativos. * Andrea Corrêa Neubarth é advogada de BCCS (acorrea@bocater.com.br). ** Gabriel Leite é estagiário de BCCS (gleite@bocater.com.br). Contencioso Regulamentação das atividades de mediação de conflitos entre particulares e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da administração pública José Luiz Braga* O DOU que circulou no dia 29 de junho último publicou a Lei nº , de , que regulamentou as atividades de mediação de conflitos entre 5
7 particulares, bem como a chamada autocomposição de conflitos no âmbito da administração pública. Traçando regras processuais específicas para cada caso conflitos entre particulares e a autocomposição -, a nova lei cria a possibilidade de mediação para a solução de controvérsias, ainda que extrajudicialmente, o que pode resultar de previsão em contratos entre particulares ou através de proposta por qualquer das partes. * José Luiz Braga é advogado de BCCS (jbraga@bocater.com.br). Notícia O Conselho Nacional de Previdência Complementar - CNPC edita duas novas Resoluções Sem prejuízos dos comentários a serem feitos na próxima edição da Newsletter, informamos que o Conselho Nacional de Previdência Complementar-CNPC editou duas novas Resoluções (DOU de ). A saber: Resolução n 20, de : Altera a Resolução n 8, de , para fazer constar que está autorizado que a PREVIC adeque as Demonstrações Contábeis à planificação contábil padrão e discipline a forma, o meio e a periodicidade para o envio destas; Na realidade, esta Resolução vem ratificar o conteúdo da Instrução PREVIC n 21, de , que prevê prazos diferenciados de envio das Demonstrações Contábeis, conforme o perfil de risco da EFPC; Resolução n 21, de : Altera a Resolução n 19, de , para estabelecer que entidades acessíveis aos empregados de empresas privadas ou a associados a instituidores deverão exigir que a maioria dos membros dos conselhos deliberativos e fiscal sejam certificados; 6
8 Para efeito de aferição da maioria, os titulares e os suplentes serão considerados dois grupos distintos. Essa Resolução expressamente prevê que o Administrador Estatutário Tecnicamente Qualificado-AETQ e os empregados diretamente responsáveis pela aplicação dos recursos garantidores deverão ser certificados previamente ao exercício dos respectivos cargos. Endereços Av. Rio Branco, º e 40º Andar Centro Rio de Janeiro - RJ CEP: Tel.: (21) Fax: (21) /62 Rua Joaquim Floriano, º Andar Itaim Bibi São Paulo - SP CEP: Tel.: (11) Fax: (11) SHIS Quadra 01, Casa 06 - Lago Sul Brasília-DF CEP: Tel.: (61) / / / O conteúdo desta Newsletter é simplesmente informativo, não devendo ser entendido como opinião legal, sugestão ou orientação de conduta. Quaisquer solicitações sobre a forma de proceder ou esclarecimentos sobre as matérias aqui expostas devem ser solicitados formalmente aos advogados de BCCS. 7
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