GESTÃO DE CUSTOS EM PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS PARA NÃO CONTADORES

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "GESTÃO DE CUSTOS EM PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS PARA NÃO CONTADORES"

Transcrição

1 1 GESTÃO DE CUSTOS EM PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS PARA NÃO CONTADORES Ana Amélia M. Botelho * Roberto Vatan dos Santos ** Resumo: O objetivo deste estudo é buscar meios de facilitar o uso da contabilidade de custos nas pequenas empresas, auxiliando seus gestores no controle e nas tomadas de decisões e ampliando a visão dos mesmos sobre o negócio. A abrangência do uso da contabilidade de custos por empreendedores que não possuem conhecimento aprofundado sobre tal assunto pode ser facilitada por meio de uma linguagem mais acessível sobre gestão de custos, aproximando a teoria da prática, e tornando visíveis os resultados que esse controle poderá oferecer ao empresário, principalmente em relação à rápida reação às oscilações do mercado. Para tanto, foi realizada uma pesquisa exploratória aprofundada por meio de revisão bibliográfica sobre a Contabilidade de Custos, seguida de um estudo exploratório sobre as micro e pequenas empresas no Brasil e sua importância no cenário econômico nacional e, finalmente, foi realizado um estudo de caso em uma microempresa de fabricação e venda de sorvetes, com a elaboração de um modelo simplificado de custos baseado no Custeio Variável e aplicação de algumas ferramentas de análise de custos em dados relativos ao mês de fevereiro de INTRODUÇÃO De acordo com Kassai (1997), as empresas de pequeno porte têm desempenhado um papel importante no cenário econômico mundial. Elas representam o início de grandes empresas, geram muitos empregos, e movimentam uma significativa parte da economia mundial. Conforme estudo realizado pelo INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE (2001), as micro e pequenas empresas contribuem para o * Graduada em Contabilidade pela FEA/USP. * * Doutor em Contabilidade e Controladoria pela FEA/USP e Pós-Doutor em Contabilidade e Controladoria pela University of Illinois, EUA. (vatan@usp.br)

2 2 desenvolvimento e crescimento do país ao servirem de colchão amortecedor do desemprego. A partir daí, surge a preocupação com a qualidade da administração aplicada a essas empresas por seus proprietários, conforme Kassai (1997), normalmente empreendedores sem conhecimento técnico de gestão para tal cargo. Nesse contexto, surge a questão de como facilitar a utilização da contabilidade gerencial de custos pelos administradores de micro e pequenas empresas sem conhecimento contábil, contribuindo para a gestão dos recursos das mesmas de forma a otimizar o seu uso. O desafio apresentado por este trabalho é o de moldar um sistema de custos ideal em uma empresa de pequeno porte que produz sorvetes, a qual funciona com dois proprietários e mais seis funcionários e localiza-se em uma cidade do interior de São Paulo chamada Mogi- Mirim. Sendo assim, a escolha desse tema justifica-se pela intenção de apoio a essas pequenas organizações, no sentido de suprir suas necessidades administrativas, e estimular nossos economistas e governantes a atentarem para o mesmo, criando maiores incentivos e apoiando a geração de empregos por parte das micro e pequenas empresas do país. A abrangência do uso da contabilidade de custos por empreendedores que não possuam conhecimento aprofundado sobre tal assunto pode ser facilitada por meio de uma linguagem mais acessível sobre gestão de custos, aproximando a teoria da prática, e tornando visíveis os resultados que esse controle poderá oferecer ao empresário, principalmente em relação à rápida reação às oscilações do mercado. 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A Contabilidade de Custos possui duas importantes funções como ferramenta da Contabilidade Gerencial: auxílio à tomada de decisão, ao fornecer informações que mostram conseqüências de curto e longo prazo sobre medidas de corte de produtos, redução de custos, formulação de preço de venda, terceirização de serviços etc; e melhoria do controle da empresa, colaborando com a elaboração de orçamentos e subseqüente comparação entre orçado e realizado. No estudo de caso realizado, para análise gerencial dos custos, optou-se por utilizar o método do custeio variável direto, o qual apropria aos produtos somente os custos variáveis e

3 3 identificáveis à sua fabricação. O custeio variável é considerado superior gerencialmente por não utilizar rateios arbitrários na distribuição dos custos fixos, com esse método o gestor pode mensurar, de maneira mais simplificada, o custo variável de seus produtos e a margem de contribuição, obter dados mais precisos sobre o retorno que cada produto oferece à empresa, e tomar decisões com base em informações mais confiáveis, como poderá ser visto nos exemplos demonstrados ao longo deste trabalho. 2.1 TERMINOLOGIAS EM CUSTOS Quando se fala em gastos de uma determinada empresa o termo se confunde com custos, despesas ou desembolsos na mente das pessoas. Segundo Martins (2000, p. 25), gasto significa sacrifício financeiro com que a entidade arca para a obtenção de um produto ou serviço qualquer, [...] representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). Já em relação aos custos pode-se dizer que são gastos relativos à produção de bens e serviços da entidade, como exemplo claro pode-se citar o custo da matéria-prima ou de energia elétrica para produção. Diferentemente, as despesas podem ser classificadas como gastos realizados direta ou indiretamente para a obtenção de receitas Os custos podem ser divididos em diretos e indiretos. Os custos diretos são aqueles apropriados diretamente ao produto, que possuem alguma medida de consumo, por exemplo: matéria-prima, embalagens, mão de obra utilizada na produção, entre outros. Já os custos indiretos não possuem medida objetiva e só podem ser alocados aos produtos por meio de rateios estimados e até arbitrários, tais como: aluguel, salários administrativos etc. Uma segunda classificação bastante utilizada e importante é em relação à variação do volume de produção, levando os custos a serem divididos em variáveis e fixos. Os primeiros referem-se aos custos como matérias-primas, materiais diretos, entre outros, os quais se alteram de acordo com o volume de produção. Em contrapartida, os últimos podem ser exemplificados pelo aluguel da fábrica, depreciação dos equipamentos, ou seja, custos que terão determinado valor independentemente da variação da produção naquele período.

4 4 2.2 CUSTEIO VARIÁVEL O Custeio Variável surgiu como uma maneira alternativa de custeio, que põe em questionamento a necessidade de alocação dos custos fixos aos produtos. Os principais problemas ligados à distribuição dos custos fixos aos produtos são: os custos fixos existem independentemente do volume da produção, ou seja, são gastos que a empresa precisa ter para possuir condições de produção, independente da fabricação ou não desta ou daquela unidade; o critério de distribuição desses custos é quase sempre o rateio, o qual ocasiona grande grau de arbitrariedade; o custo indireto dos produtos será sempre reduzido quando houver aumento da produção de qualquer um dos produtos fabricados, fazendo com que o custo de um produto não varie somente de acordo com o volume de sua produção, mas da produção de outros bens. Portanto, no Custeio Variável só são alocados aos produtos os custos variáveis, deixando de lado os fixos que serão computados diretamente na apuração do Resultado. A diferença entre as Vendas do período e o Custo Variável dos Produtos Vendidos é chamada de Margem de Contribuição (MC), e dela são deduzidos os Custos Fixos para chegar-se ao Resultado. Os custos indiretos, principalmente os fixos, são os responsáveis pelas distorções na análise do lucro por produto dependendo da escolha do critério de rateio. Em vista disso, os produtos passam a ser analisados pela sua margem de contribuição, já que os custos indiretos fixos existirão independente da fabricação deste ou daquele produto. A partir daí, será mais vantajoso o produto que gerar maior margem de contribuição por unidade. Sob essa ótica, muitos negócios que poderiam parecer desvantajosos se analisados de acordo com o custo total por produto passam a ser interessantes por aumentarem a margem de contribuição da empresa e conseqüentemente seu lucro. De acordo com Martins (2000, p. 203), a MC torna mais facilmente visível a potencialidade de cada produto e sua capacidade para amortizar os custos fixos e gerar lucro. Um modelo de decisão que utiliza como base a margem de contribuição deve conter elementos como quantidade de venda por produto, preço, custos e despesas variáveis unitários por produto, margem de contribuição unitária, vendas totais por produto, margem de contribuição percentual etc. Padoveze (2004, p. 332) afirma que alterações em qualquer uma das variáveis do modelo provocarão mudanças no resultado, e que a decisão será por aquela opção que gerar resultado maior. Cabe ressaltar que existem outras variáveis que influenciam na tomada de decisão como participação no mercado, concorrência, qualidade, entre outras, e

5 5 que o modelo da margem de contribuição deverá ser utilizado em casos de decisões ligadas ao aspecto econômico do negócio, já que ele visa apenas resultados econômicos. 2.3 ANÁLISE CUSTO/VOLUME/LUCRO A Análise Custo/Volume/Lucro abrange os conceitos de Margem de Contribuição, Ponto de Equilíbrio e Margem de Segurança. O conceito de Margem de Contribuição já foi explorado anteriormente. Analisaremos a seguir o Ponto de Equilíbrio e a Margem de Segurança. Pode-se dizer que quando os custos totais de uma empresa se igualam às suas receitas temos o Ponto de Equilíbrio. A fórmula que melhor representa essa igualdade é a seguinte: Ponto de Equilíbrio = Custos + Despesas Fixas (Preço de Venda Custos + Despesas Variáveis) ou seja, Ponto de Equilíbrio (PE) = Custos + Despesas Fixas Margem de Contribuição Unitária É importante ressaltar que existem vários tipos de pontos de equilíbrio. O Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) é aquele já estudado, ocorre quando a soma das margens de contribuição totaliza um montante igual à soma de todos os custos e despesas fixos. Por outro lado, o Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) se diferencia do PEC por representar valores que realmente serão desembolsados, por exemplo, se houver depreciação somada aos custos fixos ela será deduzida para cálculo do PEF. Já o Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE), está relacionado ao Custo de Oportunidade, pois seu cálculo inclui na soma dos custos e despesas fixos o retorno esperado do investimento (o custo de oportunidade). Há ainda o Ponto de Equilíbrio Operacional (PEO), que, segundo Padoveze (2004, p. 326), é a quantidade de

6 6 vendas que cobre os custos e despesas fixos sem incluir as despesas financeiras e não operacionais. Em casos de múltiplos produtos há maior dificuldade para o cálculo do ponto de equilíbrio em quantidade de cada produto, pois a unidade de medida de produção deve ser a mesma e os produtos devem ser relativamente homogêneos. O melhor método a seguir, explica Padoveze (2004, p. 330), é montar inicialmente um mix de produtos em quantidades percentuais, aplicar esses percentuais à margem de contribuição unitária de cada produto e somar os resultados, obtendo assim a uma margem de contribuição unitária média, a qual será utilizada para o cálculo do PE. Relacionados ao ponto de equilíbrio existem os conceitos de Margem de Segurança, a qual representa a porcentagem que a empresa tem de receitas acima do seu ponto de equilíbrio, ou seja, quanto ela pode reduzir em porcentagem nas Receitas antes de chegar no prejuízo; e Alavancagem Operacional, que é a proporção entre o aumento no volume de atividade de uma empresa e seu conseqüente acréscimo no lucro. Esses dois conceitos são assim representados: Margem de Segurança = Receitas Atuais Receitas no PE Receitas Atuais Alavancagem Operacional = Porcentagem de acréscimo no lucro Porcentagem de acréscimo no volume A relação Custo/Volume/Lucro também pode ser bastante utilizada em análises da concorrência. Empresas com estruturas de custos (fixos e variáveis) diferenciadas reagem de maneira diferente a variações de preço e volume de vendas. Aquelas que possuem menor MC unitária também apresentam menores riscos e em casos de prejuízo perdem menos. Já as empresas com MC unitária grande terão maiores resultados em caso de lucro, mas também trabalharão com maiores riscos, sendo mais prejudicadas em caso de prejuízo. Outros aspectos a serem observados na concorrência são a variação do retorno sobre o investimento e do caixa de cada empresa de acordo com alterações em sua estrutura de custos.

7 7 3 ESTUDO DE CASO A empresa estudada é uma micro-empresa de produção de sorvetes que se situa em Mogi Mirim, interior do estado de São Paulo. A sorveteria possui 78 anos de atividade e tradição na região, é uma empresa familiar, que já passou por três gerações, e hoje é uma sociedade formada por mãe e filho. Além dos sócios-proprietários, a sorveteria possui mais seis funcionários, sendo que um deles trabalha exclusivamente na elaboração dos sorvetes, outro é gerente de vendas e os outros se dividem entre a finalização da produção e o atendimento aos clientes. A sócia-proprietária, que também atua na fabricação dos sorvetes, reside no prédio onde funciona o estabelecimento e as despesas residenciais e comerciais muitas vezes se confundem. Já o sócio-proprietário é responsável por compras e por todo o processo administrativo da empresa (financeiro, RH, marketing, vendas para outros estabelecimentos, entre outros). A contabilidade é realizada por um escritório de contabilidade. A maioria das compras de matéria prima é realizada na cidade de Campinas, que fica a 50km de Mogi Mirim. Essas viagens para compras são feitas pelo sócio-proprietário em seu veículo particular, de duas a três vezes por semana, de acordo com o pedido de compras feito pelos funcionários. A principal matéria-prima, o leite, é entregue diariamente por um fornecedor local no período da manhã. Não há quantidades padrões de matérias-primas que devem ficar em estoque, ou seja, dificilmente há estocagem de produtos. Os pedidos de compra são feitos normalmente com dois dias de antecedência da produção ou no caso de materiais indiretos, como embalagens, pouco antes de acabarem. Porém sempre ocorre a falta de produtos de última hora que precisam ser providenciados com urgência na própria cidade, normalmente a preços superiores. As compras são feitas sempre à vista pelo proprietário que apenas armazena as notas fiscais de compra, para uma possível necessidade de consulta de preços posterior. Os pagamentos de outras despesas, como energia elétrica, água, telefone etc. também têm seus comprovantes armazenados. Porém não há um controle efetivo dos gastos. A folha de pagamento e os impostos são controlados pelo escritório de contabilidade terceirizado. As vendas da sorveteria são controladas por dois fechamentos de caixa manuais feitos pelos funcionários responsáveis no período da tarde (que envolve manhã e tarde) e da noite e identificados em guias padronizadas que informam: o responsável pelo fechamento, o valor em dinheiro e em cheque (sempre à vista) existente no caixa, e outras informações referentes

8 8 à quantidade vendida de alguns produtos específicos como doces (trufas e tortas) e pão de queijo. Todos os dias essas guias são conferidas com o montante de vendas pelo proprietário. Não são identificadas diariamente as quantidades vendidas de cada produto oferecido pela sorveteria, além daquelas já citados, o controle é feito somente pelo montante de dinheiro recebido em caixa. 3.1 MODELO DE CUSTOS IDEAL Para facilitar o controle dos estoques de matéria-prima e reconhecer o real custo dos produtos vendidos, as compras podem ser feitas uma vez por semana para suprir a produção da semana seguinte. Dessa forma, os gastos com transporte de mercadorias serão reduzidos, serão evitadas compras de última hora a custos mais altos, e conseqüentemente a rentabilidade dos produtos será acrescida. Cabe ressaltar que deve ser analisado, ao mesmo tempo, o retorno do investimento, que é representado pela seguinte fórmula: Retorno Investimento = Lucro Operacional Investimento Nota-se que com o aumento do investimento em estoques, o retorno do investimento será reduzido. Portanto, deve ser verificado se o aumento na rentabilidade dos produtos, gerado pela redução dos gastos com transporte, compensará a diminuição no retorno do investimento, gerada com o aumento do valor investido em compra de estoques. O controle das vendas deve ser aprimorado, para que se tenham dados sobre o volume de vendas de todos os produtos existentes na sorveteria. Para facilitar esse controle em relação aos sabores de sorvetes vendidos (tanto de massa quanto de palito), não sendo necessário o controle do sabor vendido no ato da venda, pode ser feita a anotação diária da quantidade de cada sabor produzido, e no final do mês ser elaborada uma planilha com as quantidades produzidas de cada sabor. Deve-se considerar também o estoque inicial e final de produtos acabados no mês, os sorvetes de massa existentes nos depósitos e os sorvetes de palito embalados, utilizando a seguinte fórmula para o cálculo das vendas:

9 9 Vendas = Estoque Inicial + Produção Estoque Final Para um controle mais efetivo seria interessante a aquisição de uma máquina registradora, ou até mesmo um computador para o caixa, estabelecendo um esquema de vendas por meio de fichas compradas no caixa. Esse sistema computadorizado proporcionará maior segurança física das vendas (controle do numerário) e maior fluxo de informações sobre as vendas, como quantidade vendida de cada produto, para análises financeiras; e hábitos de compra do cliente (quais produtos o consumidor adquire ao mesmo tempo, horários de maior demanda de cada produto, sazonalidade na venda de cada produto ao longo do ano etc) para análises do mercado consumidor, explorando a área de propaganda e marketing. Para organização dos dados, o primeiro passo a ser seguido é o controle efetivo de todas as receitas e despesas, ou seja: 1) anotar diariamente todas as receitas e despesas ocorridas, mesmo que não tenha havido desembolso ou recebimento de dinheiro (respeitando o princípio contábil da Competência), por exemplo, uma entrega de sorvetes que não foi paga no mesmo dia representa uma receita naquele dia, ou uma compra de matéria-prima que será paga dali a um mês, representa uma despesa no dia da compra, o fato das compras e vendas ocorrerem sempre à vista facilita bastante a questão de alocação das receitas e despesas aos meses em que elas realmente ocorrem; 2) separar receitas e despesas referentes à empresa e às pessoas físicas dos sócios (respeitando o princípio contábil da Entidade), as receitas pertencentes aos sócios (aposentadoria, por exemplo, que neste caso é aplicada na empresa) menos as despesas pessoais dos sócios serão consideradas os honorários dos mesmos naquele período; 3) identificar qual(is) período(s) as receitas e despesas estarão beneficiando ou onerando, e manter um controle desses valores, por exemplo, a compra de gás para o fogão industrial que será utilizado por dois meses representa um gasto que deverá ser amortizado em dois meses, portanto, se o gás custa R$ 120,00 representará uma despesa de R$ 60,00 por mês.

10 10 4) classificar todos os gastos da empresa em custos e despesas, fixos e variáveis, conforme mostra a Tabela 1: Tabela 1 Classificação dos gastos da sorveteria Grupo Subgrupo Classificação Exemplos Custo dos Produtos - Variáveis Refrigerantes, água, balas, chicletes etc. Vendidos Custos de Produção Materiais Diretos Variáveis Matéria-prima como leite, açúcar, ovos, chocolate etc. Materiais Embalagens, pazinhas, colheres descartáveis, Variáveis Indiretos Guardanapos etc. Custos Indiretos Fixos Mão de obra indireta, manutenção máquinas etc. Variáveis Energia elétrica, gás etc. Despesas Vendas Desp. Pessoal Fixas Salário funcionários vendas, FGTS, INSS, lanches e refeições etc. Desp. Utilidades Fixas e Serviços Energia elétrica, água, transporte funcionários etc. Desp. Propaganda e Fixas Propaganda, decoração etc. Publicidade Desp. Gerais Fixas Material de limpeza etc. Despesas Administrativas Desp. Utilidades Fixas e Serviços Energia elétrica, telefone etc. Desp. Honorários Fixas Honorários sócio A, honorários sócio B. Materiais escritório, estacionamento, serviços Desp. Gerais Fixas contabilidade, legais e judiciais etc. Impostos e Taxas Fixas Simples, Sindicato, Associação Comercial etc. Receitas/Despesa s Financeiras Despesas Fixas Despesas juros, despesas bancárias etc. Receitas Fixas Receitas de descontos bancários etc. Fonte: Elaboração dos autores com base no Plano de Contas sugerido pelo Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações.

11 ANÁLISE CUSTO/VOLUME/LUCRO UM EXEMPLO PRÁTICO Os dados apresentados a seguir foram coletados no mês de fevereiro de Optouse por analisar somente os dados relativos à fabricação e comercialização dos sorvetes de massa, os quais representam a maior parte das vendas da sorveteria. Como já dito, o controle das vendas da sorveteria é feito somente pelo montante em dinheiro recebido diariamente, portanto, não há como identificar as quantidades dos sabores que foram produzidas e vendidas no período analisado, o que limita em grande escala a análise custo/volume/lucro, ao impossibilitar o cálculo da margem de contribuição mensal de cada sabor de acordo com seu volume de vendas, o ponto de equilíbrio e a margem de segurança. Porém, para mostrar a aplicabilidade da análise, adotaram-se números fictícios para o cálculo paralelo desses conceitos. O intuito desses cálculos foi dar uma pequena amostra da grande utilidade da contabilidade de custos na gestão dos negócios, como para a formação de preços, decisões relacionadas ao mix de produtos, estabelecimento de metas de volume de vendas etc Cálculo da Margem de Contribuição Foram coletados todos os dados relativos a ingredientes e quantidades necessários à fabricação de todos os sabores de sorvete de massa produzidos pela sorveteria. Foram coletados também as notas fiscais de compra do período e os gastos com transporte das mercadorias, os quais serviram de fonte para obtenção dos preços para cálculo da margem de contribuição unitária de cada sabor dentro de cada mês estudado, a unidade do produto considerada é a bola de sorvete, servida em embalagem de plástico com pazinha de madeira. Vale ressaltar que os preços de compra utilizados para efeito de cálculo foram os últimos praticados em cada mês, para efeito de simplificação. A produção da sorveteria é por depósito de sorvete, ou seja, a receita padrão para fabricação de cada sabor rende uma quantidade diferente de bolas devido aos diferentes ingredientes que a compõem, e a quantidade obtida em cada receita é armazenada em um depósito que fica dentro do balcão refrigerado para ser vendida aos clientes.

12 12 equipamentos: O processo produtivo é o mesmo para todos os sabores de massa e utiliza os seguintes Tabela 2 Cálculo do custo de energia elétrica direto e variável para fabricação de sorvetes de massa Horas consumidas /depósito produzido KW Consumidos Tarifa Custo/depósito Equipamento Watts/Hora Máquina bater sorvete ,25 0,559 R$ 0,3251 R$ 0,1818 Liquidificador industrial 249 0,25 0,062 R$ 0,3251 R$ 0,0202 Liquidificador 180 0,25 0,045 R$ 0,3251 R$ 0,0146 Total R$ 0,2167 Fonte: Elaboração dos autores. Dados obtidos na fatura de energia elétrica e por informação verbal com alguns funcionários da sorveteria. Calculou-se assim o custo de energia elétrica para fabricação de um depósito de sorvete e dividiu-se então pelo rendimento em bolas de cada sabor. Com base nesses dados calculou-se a margem de contribuição unitária mensal de cada sabor de sorvete e obteve-se o seguinte resultado: Tabela 3 Margem de contribuição unitária por sabor de sorvete - Fevereiro/2004 MC Unitária (e = a-b-c-d) Rentabi_ lidade (e / a) Sabores Preço (a) Matéria- Prima (b) Embalagem (c) Energia Elétrica (d) Nata R$1,00 R$0,1049 R$ 0,0409 R$0,0033 R$0, % Flocos R$1,00 R$0,1350 R$ 0,0409 R$0,0031 R$0, % Chocolate R$1,00 R$0,1646 R$ 0,0409 R$0,0031 R$0, % Brigadeiro R$1,00 R$0,1837 R$ 0,0409 R$0,0029 R$0, % Ameixa R$1,00 R$0,1695 R$ 0,0409 R$0,0031 R$0, % Creme de Ovos R$1,00 R$0,1758 R$ 0,0409 R$0,0025 R$0, % Nozes R$1,00 R$0,1988 R$ 0,0409 R$0,0031 R$0, % Mamão Papaya R$1,00 R$0,1391 R$ 0,0409 R$0,0033 R$0, % Coco R$1,00 R$0,1220 R$ 0,0409 R$0,0031 R$0, % Morango R$1,00 R$0,1460 R$ 0,0409 R$0,0029 R$0, % Pistache R$1,00 R$0,1172 R$ 0,0409 R$0,0029 R$0, % Queijo R$1,00 R$0,1563 R$ 0,0409 R$0,0031 R$0, % Amendoim R$1,00 R$0,1461 R$ 0,0409 R$0,0027 R$0, % Passas ao Rum R$1,00 R$0,1545 R$ 0,0409 R$0,0029 R$0, % Banana R$1,00 R$0,1902 R$ 0,0409 R$0,0029 R$0, %

13 13 Maracujá R$1,00 R$0,1425 R$ 0,0409 R$0,0029 R$0, % Abacaxi R$1,00 R$0,1410 R$ 0,0409 R$0,0029 R$0, % MC Média R$0,8039 Fonte: Elaboração dos autores. Para visualização da contribuição por unidade (bola de sorvete) vendida que cada sabor gera para o resultado da empresa, foi elaborado o gráfico abaixo: R$0,8700 R$0,8500 R$0,8300 R$0,8100 R$0,7900 R$0,7700 R$0,7500 Fevereiro Março Abril Maio Nata Flócos Chocolate Brigadeiro Ameixa Creme de Ovos Nozes Mamão Papaya Coco Morango Pistache Queijo Amendoim Passas ao Rum Banana Maracujá Abacaxi Figura 1 - Margem de Contribuição Unitária por Sabor de Sorvete. Fonte: Elaboração dos autores. De acordo com essas informações o gestor da sorveteria tem a oportunidade de investir na publicidade e propaganda dos produtos que trazem maior margem de contribuição unitária visando o aumento do volume de vendas desses sabores. Ele pode também fixar seus preços de venda utilizando o custo unitário de cada produto, e até mesmo decidir pela não produção de alguns sabores de menor contribuição em favor de um aumento do volume na produção dos sabores de maior contribuição. Para uma análise mais aprofundada da margem de contribuição seria necessário o conhecimento do volume de vendas de cada sabor. Consideremos como exemplo o mês de fevereiro e volumes supostos de vendas de cada sabor:

14 14 Tabela 4 Exemplo hipotético de volume de vendas por bolas Quantidade Depósitos (a) Quantidade Bolas/Dep. (b) Totais Bolas Sabor (a x b) Nata % Flocos % Chocolate % Brigadeiro % Ameixa % Creme de Ovos % Nozes % Mamão Papaya % Coco % Morango % Pistache % Queijo % Amendoim % Passas ao Rum % Banana % Maracujá % Abacaxi % TOTAL % Percentual das Vendas Fonte: Elaboração dos autores. Dados obtidos em estimativas fornecidas pelo gestor da sorveteria. abaixo: A partir daí será possível calcular a margem de contribuição mensal, conforme tabela Tabela 5 Cálculo hipotético da margem de contribuição mensal Fevereiro/2004 Sabores Preço Total Produção Mensal (em bolas) Vendas Matéria- Prima Embalagem Energia Elétrica MC Unitária MC Mensal Nata R$ 1, R$ 1.690,00 R$ 0,1049 R$ 0,0409 R$ 0,0033 R$ 0,8509 R$ 1.437,96 Flocos R$ 1, R$ 700,00 R$ 0,1350 R$ 0,0409 R$ 0,0031 R$ 0,8210 R$ 574,68 Chocolate R$ 1, R$ 1.540,00 R$ 0,1646 R$ 0,0409 R$ 0,0031 R$ 0,7914 R$ 1.218,78 Brigadeiro R$ 1, R$ 375,00 R$ 0,1837 R$ 0,0409 R$ 0,0029 R$ 0,7725 R$ 289,69 Ameixa R$ 1, R$ 1.400,00 R$ 0,1695 R$ 0,0409 R$ 0,0031 R$ 0,7865 R$ 1.101,14 Creme de Ovos R$ 1, R$ 340,00 R$ 0,1758 R$ 0,0409 R$ 0,0025 R$ 0,7807 R$ 265,44 Nozes R$ 1, R$ 560,00 R$ 0,1988 R$ 0,0409 R$ 0,0031 R$ 0,7572 R$ 424,03 Mamão Papaya R$ 1, R$ 325,00 R$ 0,1391 R$ 0,0409 R$ 0,0033 R$ 0,8166 R$ 265,40 Coco R$ 1, R$ 770,00 R$ 0,1220 R$ 0,0409 R$ 0,0031 R$ 0,8340 R$ 642,16 Morango R$ 1, R$ 750,00 R$ 0,1460 R$ 0,0409 R$ 0,0029 R$ 0,8102 R$ 607,62 Pistache R$ 1, R$ 450,00 R$ 0,1172 R$ 0,0409 R$ 0,0029 R$ 0,8390 R$ 377,53 Queijo R$ 1, R$ 910,00 R$ 0,1563 R$ 0,0409 R$ 0,0031 R$ 0,7997 R$ 727,70 Amendoim R$ 1, R$ 400,00 R$ 0,1461 R$ 0,0409 R$ 0,0027 R$ 0,8103 R$ 324,10 Passas ao R$ 1, R$ 300,00 R$ 0,1545 R$ 0,0409 R$ 0,0029 R$ 0,8017 R$ 240,51

15 15 Rum Banana R$ 1, R$ 225,00 R$ 0,1902 R$ 0,0409 R$ 0,0029 R$ 0,7660 R$ 172,35 Maracujá R$ 1, R$ 450,00 R$ 0,1425 R$ 0,0409 R$ 0,0029 R$ 0,8137 R$ 366,18 Abacaxi R$ 1, R$ 150,00 R$ 0,1410 R$ 0,0409 R$ 0,0029 R$ 0,8152 R$ 122,27 TOTAL $11.335,00 R$ 9.157,55 Fonte: Elaboração dos autores. A margem de contribuição mensal mostra de maneira bastante clara a real participação de cada sabor no resultado global da empresa. Se fizermos uma comparação entre os sabores de maior contribuição unitária e mensal verificaremos que há uma sensível mudança nas colocações dos mais rentáveis: Tabela 6 Comparação entre MC mensal e unitária Sabores MC Mensal Sabores MC Unitária 1 Nata R$ 1.437,96 1 Nata R$ 0, Chocolate R$ 1.218,78 2 Pistache R$ 0, Ameixa R$ 1.101,14 3 Coco R$ 0, Queijo R$ 727,70 4 Flocos R$ 0, Coco R$ 642,16 5 Mamão Papaya R$ 0, Morango R$ 607,62 6 Abacaxi R$ 0, Flocos R$ 574,68 7 Maracujá R$ 0, Nozes R$ 424,03 8 Amendoim R$ 0, Pistache R$ 377,53 9 Morango R$ 0, Maracujá R$ 366,18 10 Passas ao Rum R$ 0, Amendoim R$ 324,10 11 Queijo R$ 0, Brigadeiro R$ 289,69 12 Chocolate R$ 0, Creme de Ovos R$ 265,44 13 Ameixa R$ 0, Mamão Papaya R$ 265,40 14 Creme de Ovos R$ 0, Passas ao Rum R$ 240,51 15 Brigadeiro R$ 0, Banana R$ 172,35 16 Banana R$ 0, Abacaxi R$ 122,27 17 Nozes R$ 0,7572 Fonte: Elaboração dos autores. Com base na margem de contribuição unitária o gestor poderá decidir por parar a produção dos sabores brigadeiro, banana e nozes, por exemplo, enquanto que se ele utilizar por base a margem de contribuição mensal (hipotética) ele optará por não produzir os sabores passas ao rum, banana e abacaxi. Essas variações mostram a importância do cálculo da MC mensal, ou seja, o produto precisa ter uma boa margem de contribuição unitária e também um

16 16 grande volume de vendas, gerando assim uma alta margem de contribuição mensal para estar realmente contribuindo com o resultado da empresa. Segue abaixo um modelo de decisão econômico completo com base na margem de contribuição: Tabela 7 Modelo de decisão com base na margem de contribuição Produto 1 Produto 2 Produto N Quantidade Vendida A... N - Preço Unitário de Venda B... N - Custos Unitários Variáveis C... N - Despesas Unitárias Variáveis D... N - Margem de Contribuição Unitária E = B-C-D... N - Total Vendas Totais F = A x B M N T = F + M + N Custos Totais Variáveis G = A x C O N U = G +N + N Despesas Totais Variáveis H = A x D P N V = H + O + N Margem de Contribuição Total I =F-G-H Q = M-O-P N = I + Q + N Margem de Contribuição R = Q / M x Y = / T x Percentual (%) J = I / F x 100 Participação do Produto na MC Total L = I / x N S = Q / x 100 N (-) Custos e Despesas Fixos - - Z 100 W = / x 100 Lucro Operacional Total - - K = Z Margem Operacional Percentual (%) - - β = K / T x 100 Fonte: Adaptação de Padoveze (2004, p. 332). Com esse modelo o gestor pode simular modificações nas variáveis preços, custos e despesas variáveis e fixos, volume de vendas etc, verificando quais os reflexos dessas alterações nas margens de contribuição total e dos produtos, no seu lucro operacional e na margem operacional gerada por suas atividades. Cabe ressaltar que esse modelo não abrange outras variáveis que influenciam na tomada de decisão como participação no mercado, concorrência, qualidade, entre outras, já que ele visa apenas resultados econômicos, a análise dessas variáveis deve ser utilizada em conjunto com as análises de custos para a tomada de decisão do gestor estar bem fundamentada.

17 Cálculo do Ponto de Equilíbrio Para o cálculo do ponto de equilíbrio por produto é necessário o conhecimento do volume de vendas de cada um deles, pois, segundo Padoveze (2004, p.330), a fórmula utilizada para o cálculo do ponto de equilíbrio com mix de produtos é a seguinte: Ponto de Equilíbrio (PE) = Custos + Despesas Fixas Margem de Contribuição Total/Volume Total Para encontrar o ponto de equilíbrio por sabor será necessário encontrar quanto percentualmente cada sabor representa do total das vendas e então aplicar esse percentual sobre o ponto de equilíbrio calculado. Além disso, foram obtidas informações referentes aos gastos do período em análise para distinguirem-se custos e despesas fixos e variáveis. Esses dados foram obtidos em notas fiscais de compras, comprovantes e guias de pagamentos. Dentro dos custos e despesas variáveis encontram-se as matérias-primas, as embalagens, e as despesas variáveis com energia elétrica e gás. A mão-de-obra da produção não é variável uma vez que os funcionários são os mesmos, independente do volume de produção, e não pode ser considerada direta, pois não há como mensurar, nesse caso, o tempo despendido na fabricação de cada produto. Os custos e despesas fixos incluem, portanto mão-de-obra e encargos de pessoal, material de limpeza, despesas publicidade e propaganda, despesas administrativas gerais, honorários dos sócios, impostos e taxas. Vale ressaltar que as despesas de água e energia elétrica tiverem que ser divididas entre despesas variáveis (produção), despesas fixas (administrativa e vendas) e despesas da residência da sócia proprietária que funciona no mesmo prédio da sorveteria. Após todos esses cálculos chegou-se aos seguintes valores de custos e despesas fixos:

18 18 Tabela 8 Custos fixos da sorveteria Fevereiro/2004 Custos de Produção Custos Indiretos Mão de Obra Indireta R$ 438,59 FGTS R$ 12,45 INSS R$ 16,27 Manutenção Máquinas R$ 100,00 Despesas Operacionais A.Vendas 1. Desp. Pessoal Salário Funcionários Vendas R$ 1.327,89 FGTS R$ 62,89 INSS R$ 82,17 Lanches R$ 28,50 2. Desp. Utilidades e Serviços Energia Elétrica R$ 375,32 Água R$ 111,65 Transporte Funcionários R$ 394,00 3. Desp. Propaganda e Publicidade Propaganda R$ - Decoração R$ - 4. Desp. Gerais Material Limpeza R$ 16,17 B.Administrativas 1. Desp. Utilidades e Serviços Energia Elétrica R$ 5,62 Telefone R$ 144,18 2. Desp. Honorários Sócios R$ 1.656,00 3. Desp. Gerais Materiais Escritório R$ 22,68 Estacionamento R$ 80,00 Serviços Contabilidade R$ 225,00 Legais e Judiciais R$ - 4. Impostos e Taxas Simples R$ 157,23 Sindicato R$ 89,00 Associação Comercial R$ 25,00 C.Financeiras 1. Despesas R$ - Juros R$ - Despesa Bancárias R$ - 2. Receitas Descontos obtidos R$ - TOTAL R$ 5.370,60 Fonte: Elaboração dos autores com base no Plano de Contas sugerido pelo Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações. Os valores de despesas financeiras não nos foram disponibilizados, principalmente devido ao fato de não haver um controle efetivo desses saldos. O proprietário possui várias renegociações de empréstimos em bancos e outras instituições financeiras, e apenas conhece

19 19 os valores mensais a serem pagos para quitá-las, não diferenciando principal, juros e despesas bancárias. Com o controle desses saldos o gestor terá o conhecimento do que efetivamente estará sendo pago de despesas financeiras (juros e despesas bancárias) e o que estará sendo baixado do seu passivo, ou seja, de suas obrigações perante um direito que ele obteve no passado, no caso o direito ao uso do numerário proveniente do empréstimo. Com isso será possível calcular do lucro líquido da empresa assim como acompanhar seus índices de endividamento ao longo do tempo, fornecendo ao empresário uma gama de informações ainda mais completa para decisões ligadas à novos empréstimos, por exemplo. Portanto, com os dados obtidos é possível calcular-se o ponto de equilíbrio operacional (PEO), o qual não considera as despesas financeiras em seu cálculo. A margem de contribuição total e a quantidade de vendas do período foram mostradas na tabela 26 (valores supostos): MC = R$ 9.157,55 Quantidade Vendas = bolas de sorvete A partir daí calcula-se o Ponto de Equilíbrio Operacional (PEO): PEO = Custos e Despesas Fixos / (MC Total / Quantidade Vendas) PEO = 5.370,60 / (9.157,55 / ) PEO = bolas de sorvete De acordo com as porcentagens de venda pode-se distribuir esta quantidade da seguinte maneira: Tabela 9 Ponto de equilíbrio operacional por sabor de sorvete Quantidade Percentual Sabores Bolas das Vendas Nata % Flocos 399 6% Chocolate % Brigadeiro 199 3% Ameixa % Creme de Ovos 199 3% Nozes 332 5%

20 20 Mamão Papaya 199 3% Coco 465 7% Morango 465 7% Pistache 266 4% Queijo 532 8% Amendoim 199 3% Passas ao Rum 199 3% Banana 133 2% Maracujá 266 4% Abacaxi 66 1% TOTAL % Fonte: Elaboração dos autores. Pode-se também calcular o Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE), o qual acrescenta aos custos e despesas fixos o custo de oportunidade do negócio, que representa o quanto os gestores da empresa sacrificaram em termos de remuneração para estar em funcionamento ao invés de ter optado por outra forma de investimento. Nesse caso, o prédio onde a sorveteria está localizada fica na praça central da cidade, possui 220 m 2, três andares, e seu aluguel foi avaliado por um corretor de imóveis da cidade em R$ 3.000,00 mensais (foi utilizada aqui a maneira mais simples para a avaliação do ativo). Se considerarmos esse valor do aluguel como o custo de oportunidade do negócio, sem considerarmos o risco, o PEE (sem a inclusão das despesas financeiras) será calculado da seguinte maneira: PEE = Custo e Despesas Fixos + Custo de Oportunidade (MC Total / Quantidade Vendas) PEE = 5.370, ,00 / (9.157,55 / ) PEE = bolas de sorvete De acordo com essa quantidade será possível calcular novamente o ponto de equilíbrio por sabor de sorvete, segundo as porcentagens de venda:

21 21 Tabela 10 Ponto de Equilíbrio Econômico por sabor de sorvete Quantidade Percentual Sabores Bolas das Vendas Nata % Flocos 622 6% Chocolate % Brigadeiro 311 3% Ameixa % Creme de Ovos 311 3% Nozes 518 5% Mamão Papaya 311 3% Coco 725 7% Morango 725 7% Pistache 414 4% Queijo 829 8% Amendoim 311 3% Passas ao Rum 311 3% Banana 207 2% Maracujá 414 4% Abacaxi 104 1% TOTAL % Fonte: Elaboração dos autores Cálculo da Margem de Segurança e Alavancagem Operacional A margem de segurança representa o percentual de receitas que a empresa possui acima de seu ponto de equilíbrio, ou seja, quanto percentualmente a empresa pode reduzir de suas receitas antes de entrar na faixa de prejuízo. Para simplificação dos cálculos continuaremos considerando o sorvete de massa como o único produto comercializado pela sorveteria, porém utilizaremos o faturamento bruto do mês de fevereiro (o qual inclui a venda de todos os produtos oferecidos pelo estabelecimento) fornecido pelo gestor para o cálculo da margem de segurança. Receitas Fevereiro = R$ ,00 Receitas no PEE = R$ ,00 ( bolas x R$1,00) Margem de Segurança = Receitas Fevereiro Receitas PEE Receitas Fevereiro Margem de Segurança = / = 15,8%

22 22 Portanto, a sorveteria poderá ter suas receitas reduzidas em até 15,8% antes de entrar na faixa de prejuízo (deve-se novamente ressaltar que não estão sendo consideradas as despesas financeiras). O conceito de alavancagem operacional, como já explicitado, representa, percentualmente, o aumento gerado no resultado mensal devido a um aumento no volume de vendas. Se considerarmos que a venda do mês de fevereiro foi de bolas de sorvete e que a margem de contribuição gerada com essa venda foi de R$ 9.157,55, teremos uma margem de contribuição média de R$ 0,8079. Com base no PEE anteriormente calculado, temos a quantidade de bolas de sorvete para que a sorveteria recupere todos os seus gastos, inclusive seu custo de oportunidade. Sendo assim, pode-se dizer que o lucro gerado no mês de fevereiro advém somente das unidades vendidas além do PEE, ou seja, 974 bolas de sorvete ( ) multiplicadas pela margem de contribuição média de R$ 0,8079, o que resulta em R$ 786,89. Para exemplificação do cálculo da alavancagem operacional, vamos supor que o gestor queira aumentar sua quantidade de vendas em bolas, ou seja, de bolas para bolas de sorvete. Nesse caso, o lucro seria acrescido em R$ 2.960,95 (3.665 x R$ 0,8079). Com esse acréscimo a alavancagem ficaria assim representada: Alavancagem Operacional = Porcentagem de acréscimo no lucro Porcentagem de acréscimo no volume Acréscimo no lucro: R$ 2.174,06, ou seja, 276,31% ( R$ 2960,95/ R$ 786,89 1 ); 100 Acréscimo no volume: bolas de sorvete, ou seja, 32,33% ( / ). 100 Alavancagem Operacional = 276,31% = 8,55 vezes 32,33% Esse resultado de alavancagem mostra que a cada 1% de aumento no volume de vendas haverá 8,55% de aumento no resultado do mês.

23 23 A alavancagem operacional deve ser calculada a partir do volume atual de vendas, portanto ela irá sempre variar. 4 CONCLUSÃO A importância econômica das pequenas empresas e o estudo da contabilidade aplicada a essas empresas é um assunto a ser amplamente explorado. O incentivo a essas organizações, tanto por parte do governo quanto por estudiosos, poderá garantir a continuação e consolidação de sua existência e o desenvolvimento econômico do país com a geração de empregos e renda. O estudo de caso realizado tornou clara a deficiência de informações para controle e tomada de decisão na micro e pequena empresa, mais especificamente na área de custos. O proprietário da empresa estudada não possuía conhecimento do custo de seus produtos e suas margens de contribuição, e como citado pelo SEBRAE (2002) vinha operando às escuras. Portanto, o modelo proposto visa estabelecer passos simples para a organização dos gastos e receitas da empresa, tomando por base o método de custeio variável. São apenas passos iniciais para um maior embasamento nas tomadas de decisão, principalmente com a utilização da análise da margem de contribuição. Para atender o intuito real do trabalho, que é o de facilitar o uso da contabilidade de custos pelos gestores de micro e pequenas empresas, foram feitas adaptações da teoria no sentido de mostrar aos gestores a contabilidade de custos como uma ferramenta de fácil entendimento e utilização que traz informações bastante relevantes para seus controles e decisões. Com o decorrer do trabalho ficou explícito que a maneira mais fácil de mostrar a aplicabilidade dos conceitos de gestão de custos a pequenos administradores, leigos em contabilidade na maioria das vezes, e fazer com que eles os utilize, é aproximando os conceitos à realidade da empresa de maneira bastante simplificada, tentando ao máximo facilitar o trabalho dos gestores na implantação de um modelo de custos. Outro aspecto importante é apresentar os conceitos de maneira gradativa e implantar modificações de controle e organização por etapas, para que tanto o gestor quanto seus funcionários se adaptem às mudanças e as aceitem como algo positivo que irá beneficiá-los num futuro breve. Se os micro e pequenos empresários unirem seus espíritos empreendedores, de amor e dedicação ao próprio negócio, às ferramentas de apoio à gestão empresarial como a

24 24 contabilidade de custos, certamente essas pequenas organizações irão prosperar com maior intensidade, gerando somente benefícios a todos que a rodeiam e ao desenvolvimento econômico do país.

25 25 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 6023: Informação e documentação: referências: apresentação. Rio de Janeiro, CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro A. Metodologia Científica. 5.ed. São Paulo: Prentice Hall, FIPECAFI. Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações. 5ª ed. São Paulo: Atlas, IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (2003). As Micro e Pequenas Empresas Comerciais e de Serviços no Brasil Rio de Janeiro. Disponível em: < Acesso em: 16 ago KASSAI, Silvia. As Empresas de Pequeno Porte e a Contabilidade. São Paulo, FIPECAFI, v.9, n.15, p.60-74, janeiro / junho Caderno de Estudos. LEONE, George Sebastião Guerra. Custos: um enfoque administrativo. 13ª ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, LIMA, Adriana de. Diretrizes para Elaboração de Monografias da FEA-USP/RP. Ribeirão Preto, 71 p., Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 8ª Edição. São Paulo: Atlas S.A., MARTINS, Gilberto de Andrade. Manual para elaboração de monografias e dissertações. São Paulo: Atlas, PADOVEZE, Clóvis Luís. Controladoria básica. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, SEBRAE Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Disponível em: < Acesso em: 26 jul SEBRAE-SP Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Disponível em: < BAmeros/>. Acesso em: 27 jul

1 - Por que a empresa precisa organizar e manter sua contabilidade?

1 - Por que a empresa precisa organizar e manter sua contabilidade? Nas atividades empresariais, a área financeira assume, a cada dia, funções mais amplas de coordenação entre o operacional e as expectativas dos acionistas na busca de resultados com os menores riscos.

Leia mais

Esquema Básico da Contabilidade de Custos

Esquema Básico da Contabilidade de Custos Tema Esquema Básico da Contabilidade De Custos Projeto Curso Disciplina Tema Professor Engenharia de Produção Custos Industriais Esquema Básico da Contabilidade de Custos Luizete Aparecida Fabbris Kenedy

Leia mais

APURAÇÃO DO RESULTADO (1)

APURAÇÃO DO RESULTADO (1) APURAÇÃO DO RESULTADO (1) Isnard Martins - UNESA Rodrigo de Souza Freitas http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/rodrigosfreitas/conhecendocontabilidade012.asp 1 Apuração do Resultado A maioria das

Leia mais

CUSTOS NA PEQUENA INDÚSTRIA

CUSTOS NA PEQUENA INDÚSTRIA 1 CUSTOS NA PEQUENA INDÚSTRIA O Sr. Roberval, proprietário de uma pequena indústria, sempre conseguiu manter sua empresa com um bom volume de vendas. O Sr. Roberval acredita que uma empresa, para ter sucesso,

Leia mais

Resumo Aula-tema 07: Gestão de Custos

Resumo Aula-tema 07: Gestão de Custos Resumo Aula-tema 07: Gestão de Custos Vimos até então que a gestão contábil e a gestão financeira são de extrema importância para decisões gerenciais, pois possibilitam ao pequeno gestor compreender as

Leia mais

COMO ANALISAR E TOMAR DECISÕES ESTRATÉGICAS COM BASE NA ALAVANCAGEM FINANCEIRA E OPERACIONAL DAS EMPRESAS

COMO ANALISAR E TOMAR DECISÕES ESTRATÉGICAS COM BASE NA ALAVANCAGEM FINANCEIRA E OPERACIONAL DAS EMPRESAS COMO ANALISAR E TOMAR DECISÕES ESTRATÉGICAS COM BASE NA ALAVANCAGEM FINANCEIRA E OPERACIONAL DAS EMPRESAS! O que é alavacagem?! Qual a diferença entre a alavancagem financeira e operacional?! É possível

Leia mais

INSTRUMENTO DE APOIO GERENCIAL

INSTRUMENTO DE APOIO GERENCIAL INSTRUMENTO DE APOIO GERENCIAL 0401 01 IDENTIFICAÇÃO Título: CONTABILIDADE E EFICIÊNCIA NA ADMINISTRAÇÃO DO NEGÓCIO Atributo: ADMINISTRAÇÃO EFICIENTE Processo: ACOMPANHAMENTO CONTÁBIL O QUE É : Este é

Leia mais

RELATÓRIOS GERENCIAIS

RELATÓRIOS GERENCIAIS RELATÓRIOS GERENCIAIS Neste treinamento vamos abordar o funcionamento dos seguintes relatórios gerenciais do SisMoura: Curva ABC Fluxo de Caixa Semanal Análise de Lucratividade Análise Financeira o Ponto

Leia mais

Disciplina: Constituição de Novos Empreendimentos AULA 9

Disciplina: Constituição de Novos Empreendimentos AULA 9 Disciplina: Constituição de Novos Empreendimentos Disciplina: Constituição de Novos Empreendimentos AULA 9 AULA 9 Assunto: Plano Financeiro (V parte) Prof Ms Keilla Lopes Mestre em Administração pela UFBA

Leia mais

FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA

FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA Unidade II FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA Prof. Jean Cavaleiro Objetivos Ampliar a visão sobre os conceitos de Gestão Financeira; Conhecer modelos de estrutura financeira e seus resultados; Conhecer

Leia mais

ABERTURA DAS CONTAS DA PLANILHA DE RECLASSIFICAÇÃO DIGITAR TODOS OS VALORES POSITIVOS.

ABERTURA DAS CONTAS DA PLANILHA DE RECLASSIFICAÇÃO DIGITAR TODOS OS VALORES POSITIVOS. ABERTURA DAS CONTAS DA PLANILHA DE RECLASSIFICAÇÃO DIGITAR TODOS OS VALORES POSITIVOS. I. BALANÇO ATIVO 111 Clientes: duplicatas a receber provenientes das vendas a prazo da empresa no curso de suas operações

Leia mais

Unidade IV. A necessidade de capital de giro é a chave para a administração financeira de uma empresa (Matarazzo, 2008).

Unidade IV. A necessidade de capital de giro é a chave para a administração financeira de uma empresa (Matarazzo, 2008). AVALIAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Unidade IV 7 ANÁLISE DO CAPITAL DE GIRO A necessidade de capital de giro é a chave para a administração financeira de uma empresa (Matarazzo, 2008). A administração

Leia mais

UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PRIAD ADMINISTRAÇÃO DE CUSTOS. Nome: RA: Turma: Assinatura:

UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PRIAD ADMINISTRAÇÃO DE CUSTOS. Nome: RA: Turma: Assinatura: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PRIAD ADMINISTRAÇÃO DE CUSTOS Nome: RA: Turma: Assinatura: EXERCÍCIO 1 Classifique os itens abaixo em: Custos, Despesas ou Investimentos a) Compra de Matéria Prima b) Mão de

Leia mais

DESPESAS FIXAS. O que são Despesas Fixas?

DESPESAS FIXAS. O que são Despesas Fixas? Conceitos de Gestão O intuito desse treinamento, é apresentar aos usuários do software Profit, conceitos de gestão que possam ser utilizados em conjunto com as informações disponibilizadas pelo sistema.

Leia mais

Resumo Aula-tema 04: Dinâmica Funcional

Resumo Aula-tema 04: Dinâmica Funcional Resumo Aula-tema 04: Dinâmica Funcional O tamanho que a micro ou pequena empresa assumirá, dentro, é claro, dos limites legais de faturamento estipulados pela legislação para um ME ou EPP, dependerá do

Leia mais

COMPONENTES DA ESTRUTURA DO PLANO DE NEGÓCIO

COMPONENTES DA ESTRUTURA DO PLANO DE NEGÓCIO COMPONENTES DA ESTRUTURA DO PLANO DE NEGÓCIO No Modelo de Plano de Negócio, disponível no seu ambiente do Concurso você terá um passo a passo para elaborar o seu Plano, bem como todo o conteúdo necessário

Leia mais

EXERCÍCIO 01. Classificar em: Custos de Fabricação Despesas Administrativas Despesas Comerciais ou de Vendas Lucro

EXERCÍCIO 01. Classificar em: Custos de Fabricação Despesas Administrativas Despesas Comerciais ou de Vendas Lucro EXERCÍCIO 01 Classificar em: Custos de Fabricação Despesas Administrativas Despesas Comerciais ou de Vendas Lucro - Despesas de viagens 1.000 - Material direto 35.000 - Salário da administração 14.000

Leia mais

Engenharia de Produção Custos Industriais Fundamentação Conceitual de Custos Luizete Aparecida Fabbris

Engenharia de Produção Custos Industriais Fundamentação Conceitual de Custos Luizete Aparecida Fabbris Tema Fundamentação Conceitual de Custos Projeto Curso Disciplina Tema Professor Pós-graduação Engenharia de Produção Custos Industriais Fundamentação Conceitual de Custos Luizete Aparecida Fabbris Introdução

Leia mais

Prof. Cleber Oliveira Gestão Financeira

Prof. Cleber Oliveira Gestão Financeira Aula 2 Gestão de Fluxo de Caixa Introdução Ao estudarmos este capítulo, teremos que nos transportar aos conceitos de contabilidade geral sobre as principais contas contábeis, tais como: contas do ativo

Leia mais

Custeio Variável e Margem de Contribuição

Custeio Variável e Margem de Contribuição Tema Custeio Variável e Margem de Contribuição Projeto Curso Disciplina Tema Professora Pós-graduação MBA em Engenharia da Produção Custos Industriais Custeio Variável e Margem de Contribuição Luizete

Leia mais

PLANEJAMENTO DE DESPESAS- CUSTOS INDIRETOS DE PRODUÇÃO,DESPESAS DE VENDAS E ADMINISTRATIVAS VALDIANA SILVEIRA RAFAEL MESQUITA

PLANEJAMENTO DE DESPESAS- CUSTOS INDIRETOS DE PRODUÇÃO,DESPESAS DE VENDAS E ADMINISTRATIVAS VALDIANA SILVEIRA RAFAEL MESQUITA PLANEJAMENTO DE DESPESAS- CUSTOS INDIRETOS DE PRODUÇÃO,DESPESAS DE VENDAS E ADMINISTRATIVAS VALDIANA SILVEIRA RAFAEL MESQUITA PLANEJAMENTO E DESPESAS O controle de custos deve estar associado a programas

Leia mais

O Plano Financeiro no Plano de Negócios Fabiano Marques

O Plano Financeiro no Plano de Negócios Fabiano Marques O Plano Financeiro no Plano de Negócios Fabiano Marques Seguindo a estrutura proposta em Dornelas (2005), apresentada a seguir, podemos montar um plano de negócios de forma eficaz. É importante frisar

Leia mais

APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE CUSTEIO: VARIÁVEL E POR ABSORÇÃO, PARA O PROCESSO DECISÓRIO GERENCIAL DOS CUSTOS

APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE CUSTEIO: VARIÁVEL E POR ABSORÇÃO, PARA O PROCESSO DECISÓRIO GERENCIAL DOS CUSTOS APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE CUSTEIO: VARIÁVEL E POR ABSORÇÃO, PARA O PROCESSO DECISÓRIO GERENCIAL DOS CUSTOS ANACLETO G. 1 1. INTRODUÇÃO Este estudo tem a finalidade de apuração dos resultados aplicados pelos

Leia mais

7. Viabilidade Financeira de um Negócio

7. Viabilidade Financeira de um Negócio 7. Viabilidade Financeira de um Negócio Conteúdo 1. Viabilidade de um Negócios 2. Viabilidade Financeira de um Negócio: Pesquisa Inicial 3. Plano de Viabilidade Financeira de um Negócio Bibliografia Obrigatória

Leia mais

INTRODUÇÃO A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA. Prof. Eric Duarte Campos

INTRODUÇÃO A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA. Prof. Eric Duarte Campos INTRODUÇÃO A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Prof. Eric Duarte Campos Objetivos da aula: O objetivo dessa aula é apresentar Noções de tipos básicos de tomadas de decisões; Objetivos da Administração Financeira.

Leia mais

No concurso de São Paulo, o assunto aparece no item 27 do programa de Contabilidade:

No concurso de São Paulo, o assunto aparece no item 27 do programa de Contabilidade: Olá, pessoal! Como já devem ter visto, dois bons concursos estão na praça: Fiscal do ISS de São Paulo e Auditor Fiscal do Ceará. As bancas são, respectivamente, a Fundação Carlos Chagas (FCC) e a Escola

Leia mais

www.analise-grafica.com SIMULAÇÃO DE VIABILIDADE DE NEGÓCIOS INTRODUÇÃO

www.analise-grafica.com SIMULAÇÃO DE VIABILIDADE DE NEGÓCIOS INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO 1 INTRODUÇÃO 2 Olá! Tudo Bem? JOSÉ CARLOS GONÇALVES falando! Muito Obrigado por ter comprado este infoproduto! Espero que você tenha lido o e-book GERIR CUSTOS & FORMAR PREÇOS que disponibilizei

Leia mais

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS NA ELABORAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS NA ELABORAÇÃO DO PREÇO DE VENDA 553 A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS NA ELABORAÇÃO DO PREÇO DE VENDA Irene Caires da Silva 1, Tamires Fernanda Costa de Jesus, Tiago Pinheiro 1 Docente da Universidade do Oeste Paulista UNOESTE. 2 Discente

Leia mais

MESTRE MARCENEIRO Conceitos básicos para Formação de preço na marcenaria

MESTRE MARCENEIRO Conceitos básicos para Formação de preço na marcenaria Importância da formação do preço. A intensificação da concorrência entre as marcenarias, indústria de móveis em série e lojas de móveis modulares exige, por parte dos Marceneiros, a apuração eficaz das

Leia mais

CONTABILIDADE DE CUSTOS. A necessidade da análise e do controle dos gastos empresariais acentua-se à medida que cresce a competição entre as empresas.

CONTABILIDADE DE CUSTOS. A necessidade da análise e do controle dos gastos empresariais acentua-se à medida que cresce a competição entre as empresas. CONTABILIDADE DE CUSTOS A necessidade da análise e do controle dos gastos empresariais acentua-se à medida que cresce a competição entre as empresas. A Contabilidade de Custos que atende essa necessidade

Leia mais

O Método de Custeio por Absorção e o Método de Custeio Variável

O Método de Custeio por Absorção e o Método de Custeio Variável O Método de Custeio por Absorção e o Método de Custeio Variável por Carlos Alexandre Sá Existem três métodos de apuração dos Custos das Vendas 1 : o método de custeio por absorção, o método de custeio

Leia mais

Q u al i f i c a ç ã o f o r m al d o s r e s p o n s á v e i s P ó s g r a d u a d o s

Q u al i f i c a ç ã o f o r m al d o s r e s p o n s á v e i s P ó s g r a d u a d o s Justificativa do trabalho As Empresas, com fim lucrativo ou não, enfrentam dificuldades para determinar o preço de seus produtos ou serviços, visto que o preço sofre grande influência do mercado, levando

Leia mais

Profa. Ma. Divane A. Silva. Unidade II CONTABILIDADE

Profa. Ma. Divane A. Silva. Unidade II CONTABILIDADE Profa. Ma. Divane A. Silva Unidade II CONTABILIDADE Contabilidade A disciplina está dividida em quatro unidades. Unidade I 1. Contabilidade Unidade II 2. Balanços sucessivos com operações que envolvem

Leia mais

APURAÇÃO DO LUCRO LÍQUIDO NO COMÉRCIO

APURAÇÃO DO LUCRO LÍQUIDO NO COMÉRCIO APURAÇÃO DO LUCRO LÍQUIDO NO COMÉRCIO O Sr. Fúlvio Oliveira, empresário de uma loja de confecções, está seriamente preocupado com seu negócio. As dívidas não param de crescer. Vamos entender sua situação.

Leia mais

UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO. Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014.

UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO. Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014. UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014. Tanto as pessoas físicas quanto as jurídicas têm patrimônio, que nada mais é do que o conjunto

Leia mais

PASSO 8 IMPLANTANDO OS CONTROLES

PASSO 8 IMPLANTANDO OS CONTROLES PASSO 8 IMPLANTANDO OS CONTROLES Ter o controle da situação é dominar ou ter o poder sobre o que está acontecendo. WWW.SIGNIFICADOS.COM.BR Controle é uma das funções que compõem o processo administrativo.

Leia mais

GASTAR MAIS COM A LOGÍSTICA PODE SIGNIFICAR, TAMBÉM, AUMENTO DE LUCRO

GASTAR MAIS COM A LOGÍSTICA PODE SIGNIFICAR, TAMBÉM, AUMENTO DE LUCRO GASTAR MAIS COM A LOGÍSTICA PODE SIGNIFICAR, TAMBÉM, AUMENTO DE LUCRO PAULO ROBERTO GUEDES (Maio de 2015) É comum o entendimento de que os gastos logísticos vêm aumentando em todo o mundo. Estatísticas

Leia mais

A Projeção de Investimento em Capital de Giro na Estimação do Fluxo de Caixa

A Projeção de Investimento em Capital de Giro na Estimação do Fluxo de Caixa A Projeção de Investimento em Capital de Giro! Dimensionamento dos Estoques! Outras Contas do Capital de Giro Francisco Cavalcante (francisco@fcavalcante.com.br) Sócio-Diretor da Cavalcante Associados,

Leia mais

08 Capital de giro e fluxo de caixa

08 Capital de giro e fluxo de caixa 08 Capital de giro e fluxo de caixa Qual o capital que sua empresa precisa para funcionar antes de receber o pagamento dos clientes? Como calcular os gastos, as entradas de dinheiro, e as variações de

Leia mais

Prof. Cleber Oliveira Gestão Financeira

Prof. Cleber Oliveira Gestão Financeira Aula 3 Gestão de capital de giro Introdução Entre as aplicações de fundos por uma empresa, uma parcela ponderável destina-se ao que, alternativamente, podemos chamar de ativos correntes, ativos circulantes,

Leia mais

Taxa de Aplicação de CIP (Custos Indiretos de Produção)

Taxa de Aplicação de CIP (Custos Indiretos de Produção) Projeto Curso Disciplina Tema Professor Pós-graduação MBA em Engenharia de Produção Custos Industriais Aplicação de Custos Diretos e Indiretos Luizete Fabris Introdução tema. Assista à videoaula do professor

Leia mais

Gestão de Custos. Aula 6. Contextualização. Instrumentalização. Profa. Me. Marinei Abreu Mattos. Vantagens do custeio variável

Gestão de Custos. Aula 6. Contextualização. Instrumentalização. Profa. Me. Marinei Abreu Mattos. Vantagens do custeio variável Gestão de Custos Aula 6 Contextualização Profa. Me. Marinei Abreu Mattos Instrumentalização Tomar decisões não é algo fácil, por isso a grande maioria dos gestores procuram utilizar as mais variadas técnicas

Leia mais

UWU CONSULTING - SABE QUAL A MARGEM DE LUCRO DA SUA EMPRESA? 2

UWU CONSULTING - SABE QUAL A MARGEM DE LUCRO DA SUA EMPRESA? 2 UWU CONSULTING - SABE QUAL A MARGEM DE LUCRO DA SUA EMPRESA? 2 Introdução SABE COM EXATIDÃO QUAL A MARGEM DE LUCRO DO SEU NEGÓCIO? Seja na fase de lançamento de um novo negócio, seja numa empresa já em

Leia mais

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária Alcance 1. Uma entidade que prepara e apresenta Demonstrações Contábeis sob o regime de competência deve aplicar esta Norma

Leia mais

Plano de Negócios. Passo a passo sobre como iniciar um Plano de Negócios para sua empresa. Modelo de Planejamento prévio

Plano de Negócios. Passo a passo sobre como iniciar um Plano de Negócios para sua empresa. Modelo de Planejamento prévio Plano de Negócios Passo a passo sobre como iniciar um Plano de Negócios para sua empresa Modelo de Planejamento prévio Fraiburgo, 2015 Plano de Negócios Um plano de negócios é uma descrição do negócio

Leia mais

Profa. Ma. Divane A. Silva. Unidade II ANÁLISE DE CUSTOS

Profa. Ma. Divane A. Silva. Unidade II ANÁLISE DE CUSTOS Profa. Ma. Divane A. Silva Unidade II ANÁLISE DE CUSTOS A disciplina está dividida em 02 unidades. Unidade I 1. Custos para Controle 2. Departamentalização 3. Custo Padrão Unidade II 4. Custeio Baseado

Leia mais

ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE NEGÓCIOS PARA UMA EMPRESA DE TRANSPORTE COLETIVO DE PASSAGEIROS 1

ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE NEGÓCIOS PARA UMA EMPRESA DE TRANSPORTE COLETIVO DE PASSAGEIROS 1 ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE NEGÓCIOS PARA UMA EMPRESA DE TRANSPORTE COLETIVO DE PASSAGEIROS 1 Jéssica Schreiber Boniati 2, Eusélia Pavéglio Vieira 3. 1 Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso

Leia mais

Guia do uso consciente do crédito. O crédito está aí para melhorar sua vida, é só se planejar que ele não vai faltar.

Guia do uso consciente do crédito. O crédito está aí para melhorar sua vida, é só se planejar que ele não vai faltar. Guia do uso consciente do crédito O crédito está aí para melhorar sua vida, é só se planejar que ele não vai faltar. Afinal, o que é crédito? O crédito é o meio que permite a compra de mercadorias, serviços

Leia mais

SEBRAEtec Diferenciação

SEBRAEtec Diferenciação SEBRAEtec Diferenciação REGULAMENTO Investir em inovação tecnológica é fundamental para a competitividade das micro e pequenas empresas gaúchas. 2 2014 Mais recursos para as MPEs representam mais desenvolvimento

Leia mais

Plano de Negócios Faculdade Castro Alves Cursos de Administração.

Plano de Negócios Faculdade Castro Alves Cursos de Administração. TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PLANO DE NEGÓCIIOS Prroff.. Carrllos Mellllo Saal lvvaaddoorr JJANEI IRO/ /22000066 Introdução Preparar um Plano de Negócios é uma das coisas mais úteis que um empresário

Leia mais

KA-dicas. Dicas que todo empreendedor deveria saber e seguir!

KA-dicas. Dicas que todo empreendedor deveria saber e seguir! KA-dicas Dicas que todo empreendedor deveria saber e seguir! Os KA-dicas são mini e-books com dicas rápidas e práticas para que você e sua equipe possam aplicar no seu dia a dia. Para mais, acesse nosso

Leia mais

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO Olá, pessoal! Hoje trago uma aula sobre a Demonstração do Valor Adicionado DVA, que foi recentemente tornada obrigatória para as companhias abertas pela Lei 11.638/07, que incluiu o inciso V ao art. 176

Leia mais

PDV: DE OLHO NA RENTABILIDADE

PDV: DE OLHO NA RENTABILIDADE PDV: DE OLHO NA RENTABILIDADE Muitas vezes o desconhecimento sobre políticas de estoque, finanças e parcerias comerciais é a principal explicação das dificuldades que muitas empresas têm em progredir ou

Leia mais

Unidade IV PLANEJAMENTO E CONTROLE. Profa. Marinalva Barboza

Unidade IV PLANEJAMENTO E CONTROLE. Profa. Marinalva Barboza Unidade IV PLANEJAMENTO E CONTROLE DE ESTOQUES Profa. Marinalva Barboza Introdução Esta unidade tem como foco os custos de estoque. Abordará os vários custos e exercícios de fixação. Custos dos estoques

Leia mais

ANÁLISE DOS CUSTOS DE COMERCIALIZAÇÃO

ANÁLISE DOS CUSTOS DE COMERCIALIZAÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS - UNICAMP INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS - IFCH DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E PLANEJAMENTO ECONÔMICO - DEPE CENTRO TÉCNICO ECONÔMICO DE ASSESSORIA EMPRESARIAL

Leia mais

Bacharelado CIÊNCIAS CONTÁBEIS. Parte 6

Bacharelado CIÊNCIAS CONTÁBEIS. Parte 6 Bacharelado em CIÊNCIAS CONTÁBEIS Parte 6 1 NBC TG 16 - ESTOQUES 6.1 Objetivo da NBC TG 16 (Estoques) O objetivo da NBC TG 16 é estabelecer o tratamento contábil para os estoques, tendo como questão fundamental

Leia mais

FINANÇAS A B C D A R$ 24.000,00. B R$ 12.000,00. C R$ 2.000,00. D R$ 0,00.

FINANÇAS A B C D A R$ 24.000,00. B R$ 12.000,00. C R$ 2.000,00. D R$ 0,00. ESPE/Un SERE 2013 Nas questões a seguir, marque, para cada uma, a única opção correta, de acordo com o respectivo comando. Para as devidas marcações, use a Folha de Respostas, único documento válido para

Leia mais

CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL

CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL Renara Tavares da Silva* RESUMO: Trata-se de maneira ampla da vitalidade da empresa fazer referência ao Capital de Giro, pois é através deste que a mesma pode

Leia mais

Curso de Engenharia de Produção. Noções de Engenharia de Produção

Curso de Engenharia de Produção. Noções de Engenharia de Produção Curso de Engenharia de Produção Noções de Engenharia de Produção - Era mercantilista: Receita (-) Custo das mercadorias vendidas (comprada de artesãos) = Lucro Bruto (-) Despesas = Lucro Líquido - Empresas

Leia mais

CAP. 4b INFLUÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA

CAP. 4b INFLUÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA CAP. b INFLUÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA A influência do Imposto de renda Do ponto de vista de um indivíduo ou de uma empresa, o que realmente importa, quando de uma Análise de investimentos, é o que se ganha

Leia mais

Potencial Econômico dos Clientes dos Corretores de Seguros Independentes do Estado de São Paulo Francisco Galiza www.ratingdeseguros.com.

Potencial Econômico dos Clientes dos Corretores de Seguros Independentes do Estado de São Paulo Francisco Galiza www.ratingdeseguros.com. Potencial Econômico dos Clientes dos Corretores de Seguros Independentes do Estado de São Paulo Francisco Galiza www.ratingdeseguros.com.br Julho/2005 1) Introdução O objetivo deste estudo foi avaliar

Leia mais

QUANTO CUSTA MANTER UM ESTOQUE

QUANTO CUSTA MANTER UM ESTOQUE QUANTO CUSTA MANTER UM ESTOQUE! Qual o valor de um estoque?! Quanto de material vale a pena manter em estoque?! Como computar o valor da obsolescência no valor do estoque?! Qual o custo de um pedido?!

Leia mais

Contabilidade Básica Prof. Jackson Luis Oshiro joshiro@ibest.com.br Conceito Conta Nome dado aos componentes patrimoniais (bens, direitos, obrigações e Patrimônio Líquido) e aos elementos de resultado

Leia mais

A Análise dos Custos Logísticos: Fatores complementares na composição dos custos de uma empresa

A Análise dos Custos Logísticos: Fatores complementares na composição dos custos de uma empresa Instituto de Educação Tecnológica Pós-graduação Engenharia de Custos e Orçamentos Turma 01 10 de outubro de 2012 A Análise dos Custos Logísticos: Fatores complementares na composição dos custos de uma

Leia mais

Princípios de Finanças

Princípios de Finanças Princípios de Finanças Apostila 02 A função da Administração Financeira Professora: Djessica Karoline Matte 1 SUMÁRIO A função da Administração Financeira... 3 1. A Administração Financeira... 3 2. A função

Leia mais

Contabilidade Básica

Contabilidade Básica Contabilidade Básica 2. Por Humberto Lucena 2.1 Conceito O Patrimônio, sendo o objeto da Contabilidade, define-se como o conjunto formado pelos bens, pelos direitos e pelas obrigações pertencentes a uma

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO SÓCIO ECONÔMICO FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS ANA RUTH MESQUITA DOS SANTOS - 05010004901

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO SÓCIO ECONÔMICO FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS ANA RUTH MESQUITA DOS SANTOS - 05010004901 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO SÓCIO ECONÔMICO FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS ANA RUTH MESQUITA DOS SANTOS - 05010004901 SIDNEY SOARES DE LIMA 05010004401 TURMA: 01030 TURNO: NOITE PLANO DE NEGÓCIOS

Leia mais

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO - DVA

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO - DVA DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO - DVA Sumário 1. Considerações Iniciais 2. Estrutura da Demonstração do Valor Adicionado 2.1 - Grupo de Receita Bruta - Outras Receitas 2.2 - Grupo de Insumos Adquiridos

Leia mais

Plano de Negócio. (Projeto de Viabilidade Econômica) Escritório de Contabilidade na Cidade de Marialva

Plano de Negócio. (Projeto de Viabilidade Econômica) Escritório de Contabilidade na Cidade de Marialva Plano de Negócio (Projeto de Viabilidade Econômica) Escritório de Contabilidade na Cidade de Marialva Caracterização do Empreendimento Trata o presente de análise de viabilidade de mercado e de viabilidade

Leia mais

ANÁLISE CUSTO - VOLUME - LUCRO COMO FERRAMENTA DE GESTÃO NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS.

ANÁLISE CUSTO - VOLUME - LUCRO COMO FERRAMENTA DE GESTÃO NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. ANÁLISE CUSTO - VOLUME - LUCRO COMO FERRAMENTA DE GESTÃO NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. Thaisa Rodrigues Marcondes 1, Maria Auxiliadora Antunes 2 ¹ Universidade do Vale do Paraíba/Faculdade de Ciências

Leia mais

Controle Financeiro. 7 dicas poderosas para um controle financeiro eficaz. Emerson Machado Salvalagio. www.guiadomicroempreendedor.com.

Controle Financeiro. 7 dicas poderosas para um controle financeiro eficaz. Emerson Machado Salvalagio. www.guiadomicroempreendedor.com. Controle Financeiro 7 dicas poderosas para um controle financeiro eficaz Emerson Machado Salvalagio Quando abrimos uma empresa e montamos nosso próprio negócio ou quando nos formalizamos, após algum tempo

Leia mais

BONIFICAÇÃO EM MERCADORIAS - EMBALAGENS E CONJUNTOS PROMOCIONAIS

BONIFICAÇÃO EM MERCADORIAS - EMBALAGENS E CONJUNTOS PROMOCIONAIS MATÉRIA - CONTABILIDADE BONIFICAÇÃO EM MERCADORIAS - EMBALAGENS E CONJUNTOS PROMOCIONAIS SUMÁRIO 1. Considerações Iniciais 2. Bonificação em Mercadorias 2.1. Tratamento da venda bonificada 2.2. Baixa do

Leia mais

CONTABILIDADE E GESTÃO DE CONTROLE DE ESTOQUE NA EMPRESA

CONTABILIDADE E GESTÃO DE CONTROLE DE ESTOQUE NA EMPRESA MARCIO REIS - R.A MICHELE CRISTINE RODRIGUES DE OLIVEIRA R.A 1039074 RENATA COSTA DA SILVA SIMIÃO R.A 1039444 Ciências Contábeis CONTABILIDADE E GESTÃO DE CONTROLE DE ESTOQUE NA EMPRESA Orientador: Prof.

Leia mais

Gestão Financeira. Prof. Eduardo Pozzi

Gestão Financeira. Prof. Eduardo Pozzi Gestão Financeira Prof. Eduardo Pozzi Finanças Corporativas Questões centrais na gestão financeira de uma empresa: Quais investimentos de longo prazo precisam ser feitos? Que tipo de instalações, maquinário

Leia mais

REALINHAMENTO DE EMPRESAS

REALINHAMENTO DE EMPRESAS REALINHAMENTO DE EMPRESAS REALINHAMENTO DE EMPRESAS FATORES QUE AFETAM SUA PERFORMANCE GERENCIAMENTO MARGEM DE LUCRO CAPITAL DE GIRO ESCALA DO NEGÓCIO FLUXO DE CAIXA GERENCIAMENTO Objetivo e comando do

Leia mais

Modelagem Financeira Tutorial

Modelagem Financeira Tutorial Modelagem Financeira Tutorial Um dos grandes desafios para os empreendedores de uma startup é transformar o modelo de negócios em números, ou seja, estimar as receitas e custos da criação e operação da

Leia mais

renda fixa Certificado de Depósito Bancário

renda fixa Certificado de Depósito Bancário renda fixa Certificado de Depósito Bancário Certificado de Depósito Bancário Rentabilidade e proteção em um único investimento O produto Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um título de renda fixa,

Leia mais

5 Plano Financeiro. Investimento total. investimentos fixos; capital de giro; investimentos pré-operacionais. 5.1 Estimativa dos investimentos fixos

5 Plano Financeiro. Investimento total. investimentos fixos; capital de giro; investimentos pré-operacionais. 5.1 Estimativa dos investimentos fixos 5 Plano Financeiro Investimento total Nessa etapa, você irá determinar o total de recursos a ser investido para que a empresa comece a funcionar. O investimento total é formado pelos: investimentos fixos;

Leia mais

CUSTO FIXO, LUCRO E MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO. Atividades Práticas

CUSTO FIXO, LUCRO E MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO. Atividades Práticas CUSTO FIXO, LUCRO E MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 1 Assinalar Falso (F) ou Verdadeiro (V): Atividades Práticas ( ) Os custos fixos são totalmente dependentes dos produtos e volumes de produção executados no período.

Leia mais

INTRODUÇÃO À MATEMÁTICA FINANCEIRA

INTRODUÇÃO À MATEMÁTICA FINANCEIRA INTRODUÇÃO À MATEMÁTICA FINANCEIRA SISTEMA MONETÁRIO É o conjunto de moedas que circulam num país e cuja aceitação no pagamento de mercadorias, débitos ou serviços é obrigatória por lei. Ele é constituído

Leia mais

Curso superior de Tecnologia em Gastronomia

Curso superior de Tecnologia em Gastronomia Curso superior de Tecnologia em Gastronomia Suprimentos na Gastronomia COMPREENDENDO A CADEIA DE SUPRIMENTOS 1- DEFINIÇÃO Engloba todos os estágios envolvidos, direta ou indiretamente, no atendimento de

Leia mais

OS EFEITOS DOS CUSTOS NA INDÚSTRIA

OS EFEITOS DOS CUSTOS NA INDÚSTRIA 3 OS EFEITOS DOS CUSTOS NA INDÚSTRIA O Sr. Silva é proprietário de uma pequena indústria que atua no setor de confecções de roupas femininas. Já há algum tempo, o Sr. Silva vem observando a tendência de

Leia mais

4 passos para uma Gestão Financeira Eficiente

4 passos para uma Gestão Financeira Eficiente 4 passos para uma Gestão Financeira Eficiente Saiba como melhorar a gestão financeira da sua empresa e manter o fluxo de caixa sob controle Ciclo Financeiro Introdução Uma boa gestão financeira é um dos

Leia mais

Como tirar proveito de um balanço na administração financeira...

Como tirar proveito de um balanço na administração financeira... Como tirar proveito de um balanço na administração financeira... José Alberto Bonassoli* Muitos contadores ficam frustrados quando entregam um balancete ou um balanço para administração. São poucos empresários

Leia mais

Outros Tópicos Importantes na Elaboração do Fluxo de Caixa

Outros Tópicos Importantes na Elaboração do Fluxo de Caixa Outros Tópicos Importantes na Elaboração do! O Tratamento da Remuneração do Trabalho dos Dirigentes! Outras Contas Econômicas que não geram efeito sobre o caixa! A Projeção dos investimentos em ativo imobilizado

Leia mais

Administração Financeira: princípios,

Administração Financeira: princípios, Administração Financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras Ana Paula Mussi Szabo Cherobim Antônio Barbosa Lemes Jr. Claudio Miessa Rigo Material de apoio para aulas Administração Financeira:

Leia mais

Contas. Osni Moura Ribeiro ; Contabilidade Fundamental 1, Editora Saraiva- ISBN 9788502065901

Contas. Osni Moura Ribeiro ; Contabilidade Fundamental 1, Editora Saraiva- ISBN 9788502065901 Contas 2.1. Conceito Na sua linguagem cotidiana, o que representa a palavra conta? Você poderá responder: Uma operação aritmética de soma, subtração, multiplicação ou divisão; A conta de água e esgoto,

Leia mais

DIGA ADEUS AOS PROBLEMAS FINANCEIROS DE SUA EMPRESA.

DIGA ADEUS AOS PROBLEMAS FINANCEIROS DE SUA EMPRESA. DIGA ADEUS AOS PROBLEMAS FINANCEIROS DE SUA EMPRESA. Ter uma boa gestão financeira em seu negócio garante a saúde de sua empresa e a tranquilidade do empresário. Mantendo dinheiro em caixa, os compromissos

Leia mais

Aula 2 Contextualização

Aula 2 Contextualização Gestão de Custos Aula 2 Contextualização Profa. Me. Marinei A. Mattos Além de compreender os mecanismos e a evolução da contabilidade, existe a necessidade de compreender como a contabilidade pode contribuir

Leia mais

GESTÃO FINANCEIRA para FICAR NO Azul

GESTÃO FINANCEIRA para FICAR NO Azul GESTÃO FINANCEIRA para ficar no azul índice 03 Introdução 04 Capítulo 1 O que é gestão financeira? 06 Capítulo 2 Gestão financeira e tomada de decisões 11 13 18 Capítulo 3 Como projetar seu fluxo financeiro

Leia mais

Excel Planilhas Eletrônicas

Excel Planilhas Eletrônicas Excel Planilhas Eletrônicas Capitulo 1 O Excel é um programa de cálculos muito utilizado em empresas para controle administrativo, será utilizado também por pessoas que gostam de organizar suas contas

Leia mais

Oito em cada dez brasileiros não sabem como controlar as próprias despesas, mostra estudo do SPC Brasil

Oito em cada dez brasileiros não sabem como controlar as próprias despesas, mostra estudo do SPC Brasil Oito em cada dez brasileiros não sabem como controlar as próprias despesas, mostra estudo do SPC Brasil Mais de um terço dos brasileiros desconhecem o valor das contas que vencem no próximo mês. Falta

Leia mais

ANÁLISE ECONÔMICO FINANCEIRA DA EMPRESA BOMBRIL S.A.

ANÁLISE ECONÔMICO FINANCEIRA DA EMPRESA BOMBRIL S.A. Universidade Federal do Pará Centro: Sócio Econômico Curso: Ciências Contábeis Disciplina: Análise de Demonstrativos Contábeis II Professor: Héber Lavor Moreira Aluno: Roberto Lima Matrícula:05010001601

Leia mais

COMO CALCULAR E PROJETAR A DEPRECIAÇÃO PELO MÉTODO DA LINHA RETA COM O AUXÍLIO DO EXCEL

COMO CALCULAR E PROJETAR A DEPRECIAÇÃO PELO MÉTODO DA LINHA RETA COM O AUXÍLIO DO EXCEL COMO CALCULAR E PROJETAR A DEPRECIAÇÃO PELO! O que é Depreciação?! Quais os problemas da Depreciação?! O problema da Vida Útil?! Como calcular o valor da depreciação pelo Método da Linha Reta no Excel?

Leia mais

CARTILHA EDUCAÇÃO FINANCEIRA

CARTILHA EDUCAÇÃO FINANCEIRA CARTILHA EDUCAÇÃO FINANCEIRA ÍNDICE PLANEJANDO SEU ORÇAMENTO Página 2 CRÉDITO Página 12 CRÉDITO RESPONSÁVEL Página 16 A EDUCAÇÃO FINANCEIRA E SEUS FILHOS Página 18 PLANEJANDO SEU ORÇAMENTO O planejamento

Leia mais

Guia do uso consciente do crédito. Dicas e informações para você usar o crédito sem perder o sono.

Guia do uso consciente do crédito. Dicas e informações para você usar o crédito sem perder o sono. Guia do uso consciente do crédito Dicas e informações para você usar o crédito sem perder o sono. Afinal, o que é crédito? O crédito é o meio que permite a compra de mercadorias, serviços ou obtenção e

Leia mais

ANÁLISE FINANCEIRA VISÃO ESTRATÉGICA DA EMPRESA

ANÁLISE FINANCEIRA VISÃO ESTRATÉGICA DA EMPRESA ANÁLISE FINANCEIRA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA NAS EMPRESAS INTEGRAÇÃO DOS CONCEITOS CONTÁBEIS COM OS CONCEITOS FINANCEIROS FLUXO DE OPERAÇÕES E DE FUNDOS VISÃO ESTRATÉGICA DA EMPRESA Possibilita um diagnóstico

Leia mais

SIMULAÇÃO DE GESTÃO EMPRESARIAL

SIMULAÇÃO DE GESTÃO EMPRESARIAL SIMULAÇÃO DE GESTÃO EMPRESARIAL I INTRODUÇÃO O JOGO DE GESTÃO EMPRESARIAL é uma competição que simula a concorrência entre empresas dentro de um mercado. O jogo se baseia num modelo que abrange ao mesmo

Leia mais

04/08/2013. Custo. são os gastos com a obtenção de bens e serviços aplicados na produção ou na comercialização. Despesa

04/08/2013. Custo. são os gastos com a obtenção de bens e serviços aplicados na produção ou na comercialização. Despesa DECISÕES DE INVESTIMENTOS E ORÇAMENTO DE CAPITAL Orçamento de capital Métodos e técnicas de avaliação de investimentos Análise de investimentos Leia o Capítulo 8 do livro HOJI, Masakazu. Administração

Leia mais