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- Paulo Figueiroa Igrejas
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2 Informações diversas Quais os limites do planejamento tributário? Nenhum contribuinte é obrigado a usar os meios mais onerosos se há alternativas legais mais brandas. Quando um empresário opta por sair de um estado ou município e migrar para outro que ofereça melhores condições fiscais ele lança mão dos mecanismos da elisão. A decisão de um contribuinte de formar duas empresas, uma tributada pelo Lucro Real, para sua linha de produtos menos lucrativa, e outra pelo Lucro Presumido, para a linha mais lucrativa, é consequência de um planejamento tributário. As empresas, independentemente do porte, usam esse instrumento. É uma questão de sobrevivência, especialmente em um país caro como o nosso. Mas para evitar questionamentos do fisco, o planejamento tributário deve ser feito seguindo algumas regras básicas. A primeira é que os resultados da elisão devem ter efeito sempre antes da ocorrência do fato gerador do tributo. O fato gerador do ICMS, por exemplo, é a efetiva saída da mercadoria do estabelecimento do contribuinte. Além disso, o planejamento tributário deve sempre ter o intuito de otimizar os negócios da empresa. No linguajar Jurídico, ele deve ter um propósito negocial. E nunca visar exclusivamente a redução de impostos, porque é isso que o fisco irá questionar. Ampliando um dos exemplos citados acima, o empresário muda a sede da sua empresa para um município cuja alíquota do ISS é menor. Entretanto, continua a exercer a atividade no município que deixou, já que a maioria dos seus clientes está lá. Aos olhos do fisco municipal, isso é uma irregularidade, uma vez que o objetivo maior dessa empresa seria recolher menos imposto e não, por exemplo, buscar novos clientes na cidade vizinha, ou ter economia com logística em um município menor. A cidade de São Paulo tenta barrar essa prática faz um bom tempo. A capital perde muitas empresas para municípios como Barueri, Santana do Parnaíba e Poá, cujas alíquotas do ISS são menores, o que levou o governo paulistano a reter o ISS de prestadores que não estejam listados no chamado Cadastro de Empresas de Fora do Município (Cpom). A medida é questionável Em âmbito maior, a Receita Federal editou a chamada norma antielisão, trazida pelo artigo 116 do Código Tributário Nacional (CTN). Interpretando a norma de maneira sintética, ela diz que o fisco poderá exigir o tributo do contribuinte que o evitou por meio de planejamento tributário. Mas a norma é vaga. Criada em 2001, até hoje ela espera regulamentações. Sem tipificar os casos de elisão ilícita, a norma tem eficácia limitada, diz Everardo Maciel, ex-secretário da Receita Federal. Em 2002, Maciel, então no posto maior do fisco, tentou tipificar as elisões consideradas ilícitas por meio da Medida Provisória 66, que não foi aprovada. O tema é complexo. Para alguns especialistas, evitar impostos (por meio de elisão) não pode estar dissociado do propósito negocial. Em média, 34% do faturamento de uma empresa são destinados ao pagamento de impostos. Assim, para o tributarista Kiyoshi Harada, reduzir o ônus tributário é também uma forma de otimizar os negócios. 2
3 Além disso, o próprio Código Civil traz que ao administrador cabe zelar pela saúde financeira da empresa. Pois bem, o que mais corrói a saúde financeira das empresas se não os impostos?, questiona Wilson Gimenez, vicepresidente administrativo do Sescon-SP Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis do Estado de São Paulo. Portanto, ainda que seja fundamental que o planejamento tributário tenha objetivos mais amplos que a simples redução de impostos, a ilegalidade na busca por essa economia encontra questionamento no campo das análises e ensaios. O próprio fisco, por vezes, induz as empresas a economizarem com impostos. É o caso de abatimentos concedidos pela Lei Rouanet, por exemplo. A opção do empresário por apoiar o setor cultural é uma forma de elisão induzida por legislação. Eu mesmo criei um mecanismo de elisão ao dar a opção para o contribuinte optar pela declaração completa ou simplificada no Imposto de Renda, diz Everardo Maciel. A elisão pode ser lícita, como nesse caso, abusiva ou ilícita, enfatiza o ex-secretário da Receita. Causa da confusão A escolha pelo regime tributário Simples Nacional, Lucro Real ou Lucro Presumido é uma forma clara de planejamento tributário. Mas há outras mais delicadas, como as utilizadas pelas instituições financeiras em Luxemburgo, que consistem em encontrar brechas na legislação para reduzir despesas com impostos. No entendimento do tributarista Harada, só é proibido aquilo que está expressamente vetado por lei. Nas suas palavras exatas, não cabe ao fisco decidir o que é planejamento ou não, mas sim, fechar as brechas na legislação. E brechas para serem fechadas não faltam. Consequência de um sistema tributário extremamente complexo. As empresas precisam seguir, em média, 3,5 mil normas tributárias para ficarem em dia com a legislação. E a clareza dessas normas é contestável. Parece que leis claras não emplacam no Congresso. A impressão é que elas precisam dar espaço para várias interpretações para serem aprovadas, diz Harada. [...] Como planejar dentro da Lei O início do ano é o período de maior corrida, por parte das empresas, aos escritórios de contabilidade. Segundo Welinton Mota, diretor tributário da consultoria Confirp, cerca de 10% dos seus clientes aparecem nessa época pedindo a elaboração de um planejamento tributário mais adequado às novas pretensões das suas empresas. 3
4 Usar do instrumento da elisão não é simples. Na ânsia de aumentar o faturamento via redução de tributos o empresário pode ser levado para algumas ciladas. Embora tenham definições bastante distintas, na prática, a busca pela elisão fiscal pode levar a ilícitos como a evasão, a simulação e a sonegação. Portanto, o empresário deve buscar profissionais contábeis experientes nessa área. E ao procurar o seu profissional contábil de confiança o empresário deve ter algumas informações coletadas previamente. Elas são listadas aqui por Mota: Com essas informações em mãos elas podem ser mais detalhadas de acordo com o perfil da empresa o profissional contábil terá condições de estudar os cenários e inserir a empresa àquele ao qual ela melhor se adapta. Algo que em alguns casos pode demorar mais de um ano para sua completa implementação, diz o diretor da Confirp. Fonte: Diário do Comércio - SP Receita obriga profissional liberal a identificar clientes com o CPF Com o objetivo de reduzir o número de contribuintes pessoa física que têm sua declaração anual de Imposto de Renda retida na malha fina, a Receita Federal determinou que, a partir deste mês, profissionais liberais estarão obrigados a informar no programa do Recolhimento Mensal Obrigatório, o carnê-leão, o CPF de cada um de seus clientes. A medida, que entrou em vigor no dia 1º e vale para a declaração de IR pessoa física de 2016, ano-base 2015, permitirá à Receita cruzar as informações fornecidas no ajuste de contas pelo contribuinte pessoa física com a de médicos, dentistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e afins, explicou Genilmar Rodrigues, chefe da Divisão de Cobrança do Imposto de Renda Pessoa Física da Receita. "Em 2014, dos 27 milhões de declarações recebidas pela Receita, 937 mil caíram na malha fina e dessas 368 ficaram retidas pelo motivo gastos médicos elevados", diz Rodrigues. A Receita faz um trabalho de verificação da idade do contribuinte com o valor gasto com aqueles profissionais, diz Rodrigues. "Valores de gastos elevados são analisados com maior rigor, podendo levar a declaração para a malha fina se observadas inconsistências. Com a inclusão do CPF no programa do carnê-leão pelos profissionais liberais, muitos contribuintes pessoa física poderão ter suas declarações liberadas com apenas um trabalho de cruzamento de informações, explicou Rodrigues. Fonte: Agência Estado 4
5 Calendário Fiscal 5
6 Dicas Trabalhistas Confira algumas mudanças nas Medidas Provisórias 664 e 665 No dia 30 de dezembro a Presidente da República, Dilma Rousseff, editou as Medidas Provisórias nº 664 e 665, que, entre outros assuntos, determinam novas regras para acesso a benefícios previdenciários como, por exemplo, Abono Salarial, Seguro Desemprego e Auxílio Doença. Confira abaixo alguns pontos e a íntegra das duas MPs: Abono salarial Antes Quem trabalhava um mês durante o ano e recebia até dois salários mínimos tinha direito a um salário mínimo como abono; Agora Carência de seis meses de trabalho ininterruptos e o pagamento passa a ser proporcional ao tempo trabalhado; Seguro Desemprego Antes Carência de seis meses de trabalho; Agora Carência de 18 meses na primeira solicitação; 12 meses na segunda e seis meses a partir da terceira; Auxílio Doença Antes O benefício era de 91% do salário do segurado, limitado ao teto do INSS. Além disso, as empresas arcavam com o custo de 15 dias de salário antes do INSS; Agora O teto é a média das últimas 12 contribuições e as empresas arcam com o custo de 30 dias de salário antes do INSS. Fonte: Fenacon 6
7 Dicas de Gestão Como desmotivar um colaborador sem fazer esforço por Adriano Pedro em Administradores.com Dizem (com estatísticas e tudo mais) que pedimos demissões de nossos líderes mais do que das empresas em que trabalhamos. Penso às vezes que uma oferta de trabalho devesse ter um descritivo mais ou menos assim: Você trabalhará com um líder centralizador, de elevado conhecimento técnico, com pouca experiência na condução de equipes, e que exigirá de você uma dedicação e automotivação como nunca teve antes, e que, por vezes, cobrará resultados que não ficaram claros, deixará de prover alguns recursos essenciais à sua meta, e raramente lhe dará feedback. Para ter essa oportunidade você ocupará a vaga de Gerente X, pelo salário Y, com o pacote de benefícios tal e tal. Certamente a procura pela vaga iria diminuir E como os chefes conseguem provocar tantos pedidos de demissão? Não consigo pensar em tudo o que poderiam fazer, mas quero comentar três iniciativas muito eficazes nesse sentido: 1 Atribua mesma posição hierárquica e mesmo salário a dois profissionais que tenham responsabilidades de grande diferença de complexidade e/ou dificuldade de realização. Um carregará o piano enquanto o outro carregará o banquinho. Isso acontece normalmente quando um profissional é notadamente superior ao outro na solução de problemas complexos ou realização trabalhos mais árduos. Na prática, o que ocorre é: aquele com maior capacidade recebe como pena um trabalho mais árduo; o de menor capacidade recebe como prêmio trabalhos mais fáceis. E, no fim das contas, salário e cargos são equivalentes. Muito desmotivador. 2 Deixe de promover o excelente profissional porque não há ninguém que possa substituí-lo. É uma forma interessante de penalizar alguém por ser tão bom. Conhece alguma história assim? 3 Não dê feedback ao colaborador experiente e de excelente desempenho. Afinal, ele sabe que é bom. Entretanto, quando houver algum desvio de resultados, deixe isso claro a ele o quanto antes. O resultado será mais ou menos o seguinte: Quer dizer que dou o melhor de mim todos os dias alcanço excelentes resultados e não ouço sequer um parabéns? Entretanto, no momento do primeiro resultado desfavorável meu chefe está logo na minha frente para chamar a minha atenção. Certamente a lista pode continuar Mas acredito que a combinação dessas três formas de interagir com a equipe já possa trazer prejuízo suficiente. 7
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