Formação e Parcerias Público-Privadas
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- Rosa Amorim Veiga
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1 Formação e Parcerias Público-Privadas Aspectos Essenciais do Diálogo entre o Poder Público e a Iniciativa Privada Entendendo o setor público e o seu papel de conformação do mercado Conceitos básicos Francisco Anuatti Neto Departamento de Economia - FEARP/USP 5/11/2013
2 Os conceitos essenciais O que é Parceria Público-Privada? Qual a lógica dos contratos de longo prazo? Ponto de vista do poder público Ponto de vista dos investidores privados Qual a vocação de cada modalidade de concessão? Como gerir os contratos de longo prazo? Identificação dos ganhos de eficiência em execução de projetos com o uso de PPPs Identificação das diferentes competências necessárias para licitar e gerir um contrato de longo prazo
3 O que é Parceria Público-Privada? Sentido amplo Qualquer acordo firmado entre a administração pública e provedores de bens e serviços é uma parceria No sentido estrito São as modalidades de contratação instituicas pela Lei /2004 Concessão Patrocinada Concessão Administrativa
4 Qual a vocação de cada modalidade? Concessão Patrocinada É concessão de serviço público em que a tarifa cobrada dos usuários não é suficiente para cobrir os custo de prestação do serviço A contraprestação é limitada 70% da remuneração. Acima do valor há necessicade de autorização legislativa específica Concessão Administrativa É contrato de prestação de serviço em que a Administração Pública é usuária direta ou indireta Pode envolver a execução de obras e e fornecimento de bens Concessionário recebe contraprestação direta do contratante
5 As PPP e a Disciplina Fiscal Elaboração de estimativa do impacto orçamentário-financeiro nos exercícios em que deva vigorar o contrato de PPP Art. 10,I -B) A despesas criadas ou aumentadas não afetarão as metas de resultados fiscais previstas no Anexo referido no 1 o do art. 4 o da Lei Complementar n o 101, de 4 de maio de 2000, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados pelo aumento permanente de receita ou pela redução permanente de despesa; e Art. 10,I-C).. Para observância dos limites e condições decorrentes da aplicação dos arts. 29, 30 e 32 da Lei Complementar n o 101, de 4 de maio de 2000, pelas obrigações contraídas pela Administração Pública relativas ao objeto do contrato;
6 PPPs e a Responsabilidade Fiscal A aprovação da Lei de PPP no Brasil foi precedida de provisões quanto à suas consequências fiscais Sujeição aos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal - monitorados pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN): Endividamento Limite 200% da Receita Corrente Líquida Garantias Limite 32% da RCL Despesas Correntes de Caráter Continuado (DCC) Se atingido o limite de despesa corrente de natureza continuada se requer a demonstração da redução de outra despesa ou elevação de receita
7 Controle Político da União sobre PPPs de Estados e Municípios Artigo 28 da Lei Federal nº11.079/04: A União não poderá conceder garantia ou realizar transferência voluntária aos Estados, Distrito Federal e Municípios se: n PPP RCL DCC t 1 t 1 x ou DCC RCL DCC = Despesas de Caráter Continuado RCL = Receita Corrente Líquida t 1 t 1 Em 2004 : x = 1% Em Lei Federal n /09: x = 3% Em Lei nº /12 : x = 5% n ppp t t x
8 Levantamento
9
10 Escopo de Objetos de Contratação em Rodovias Estudos, Serviços e Obras Obras 1. Terraplenagem; 2. Drenagem; 3. Obras-de-arte (correntes e especiais); 4. Pavimentação; 5. Relocação de serviços públicos locais; 6. Elementos de proteção e segurança: 1. Sinalização 2. Iluminação 3. Contenção 4. Defensas e dispositivos de segurança; 7. Balanças 8. Obras complementares; 9. Paisagismo e urbanização; 10. Obras temporárias para a manutenção do tráfego durante a construção. Outros Investimentos Necessários 1. Desapropriação da faixa de domínio e compra de direitos de acesso; 2. Medidas de proteção ambiental e recuperação do Passivo Ambiental; 3. Reassentamento de população afetada pelo empreendimento; 4. Outros. Estudos 1. Estudos de Viabilidade Técnica e Econômica de Rodovias; 2. Estudos para adequação da capacidade e segurança de rodovias existentes; 3. Projeto básico para reabilitação de rodovia; 4. Projeto de engenharia para construção ou duplicação de rodovias; 5. Projeto de engenharia para reabilitação do pavimento de rodovia incluindo melhoramentos físicos e operacionais; 6. Estudos para exploração de concessões rodoviárias. Serviços 1. Conservação da rodovia: ações rotineiras e permanentes que garantem as condições operacionais. 2. Manutenção da rodovia: ações periódicas para manter padrão de segurança, conforto e economia oferecido ao usuário. 3. Monitoração da rodovia: ações permanentes voltadas a qualidade dos serviços prestados ao usuário.
11 As Alternativas Contratuais Modalidade Objeto Prazos Até 60 meses, prorrogável, Regime de Remuneração Por preço unitário Serviços em caráter excepcional, por Empreita mais 12 meses Por preço global Obras Prazo da obra Por preço unitário Por preço global Concessão Tradicional PPP - Concessão Patrocinada PPP - Concessão Administrativa Obras ou Serviços Obras e Serviço Obras e Serviços Definido no contrato + EEF (até a amortização) Definido no contrato + EEF De 5 a 35 anos De 5 a 35 anos Tarifa do usuário Tarifa do usuário Tarifa mais contraprestação (complementação) Contraprestação (unidades de uso e desempenho)
12 Qual a lógica dos contratos de longo prazo? As concessões seguem a lógica financeira de projetos privados de longo prazo de maturação O investidor busca alcançar a maior taxa de retorno possível, empregando para isso capital de terceiros em maior proporção e de menor custo possível Em projetos públicos o objetivo é viabilizar o projeto ao menor custo para os usuários e/ou para o estado Para garantir a participação dos investidores privados é necessário atender a restrição de retorno mínimo A taxa de retorno será menor quanto menor forem os riscos assumidos pelos investidores privados no projeto
13 Riscos e Incentivos 1. Todo contrato distribui riscos entre as partes 2. Alocação adequada de riscos diminui os custos, pois o desempenho do executor do projeto é afetado pelos incentivos contratuais 3. O comportamento do governo na fiscalização e regulação dos contratos é um fator de risco em si 4. A regulação e fiscalização adequada incentiva o prestador privado a cumprir o contrato 5. O processo de licitação determina a qualidade e a quantidade de licitantes: Deve atrair licitantes com competência técnica e baixo custo de execução Deve promover a concorrência
14 Análise e Gerenciamento de Riscos IDENTIFICAÇÃO Identificação e análise dos riscos MITIGAÇÃO Adoção de medidas que reduzam os efeitos indesejados ALOCAÇÃO Atribuição dos riscos às partes mais habilitadas a assumi-los, através de mecanismos contratuais.
15 Identificação e análise de Riscos 1. Operacionais 1. técnico 2. custo 3. gerenciamento 2. Executor 3. Atraso de Obra 4. Fornecimento 5. Mercado 6. Infraestrutura 7. Ambiental 8. Político 9. Força-maior 10. Câmbio 11. Engenharia 12. Funding 13. Legal 14. Etc.
16 A análise de riscos deve considerar as diferentes fases da vida de um projeto FASE 1 FASE 2 FASE 3 FASE 4 Engenharia e construção; Compra de equipamentos, obras civis, etc. Start-up do projeto; Produção dentro dos padrões de custo e qualidade especificados Operação Operação dentro dos parâmetros de preço, mercado e competição esperados Desmobilização Reversão dos ativos, valor residual esperado dos bens
17 Mitigação de riscos Mitigação é o processo pelo qual os riscos são: Controlados, Reduzidos, ou Evitados.
18 Mitigação de Riscos Reduzir a probabilidade de ocorrência ou o efeito de sua materialização : 0 (-) (+) VPL
19 Alocação dos riscos Visa a atribuição dos riscos à(s) parte(s) que tem(êm) melhores condições de geri-los ou de mitigá-los. O contrato precisa ser: claro: deve permitir a identificação de uma matriz explícita; e coerente: deve propiciar que o serviço seja prestado de modo mais eficiente para que as tarifas sejam módicas. Deve-se evitar que o prêmio de risco demandado comprometa a viabilidade do projeto.
20 Alocação dos riscos Em regra (art. 2º da Lei Federal nº 8.987/1995), a concessionária presta os serviços concedidos por sua conta e risco. As legislações de PPP, mobilidade urbana e saneamento permitem alocações mais elaboradas dos riscos. Quando o risco puder ser melhor gerido pelo Poder público ou de forma compartilhada, deverá ser por este assumido ou compartilhado com a concessionária, por meio de algum mecanismo de compartilhamento dos riscos explicitamente definido no contrato.
21 Linha 4 do Metrô
22 Linha 4 do Metrô- Concessão Patrocinada Projeto: 13 km de linha 11 estações Investimento Total: US$ 1,262 bilhão Estado: US$ 922 milhões - obras civis. Iniciativa privada: US$ 340 milhões - material rodante e operação do sistema. Fase I Estações: Butantã, Pinheiros, Faria Lima, Paulista, República e Luz Frota: 14 trens. Início de operação: Prevista em Efetiva (2011 Parcial) Fase II Estações: Vila Sônia, Morumbi, Fradique Coutinho, Oscar Freire e Higienópolis; Frota (total): 29 trens Início de operação Prevista em 2012 Efetiva ( 2014)
23 Remuneração da Concessionária Tarifa Pública = paga pelo usuário e definida pelo GE de São Paulo Tarifa de Remuneração = definida no edital de concessão (Na data base 01/02/2005, em R$2,08) Passageiros exclusivos à Linha 4 = R$ 2,08 Passageiros integrados ao sistema Metrô/CPTM = 50% Reajuste anual = Média 50%(IPC) e 50%(IGP) Controle do desempenho por indicadores operacionais, de manutenção e qualidade do serviço As gratuidades totalmente custeadas pelo GE
24 Variáveis de risco consideradas na Simulação de Monte Carlo Objetivo: Estimar o Valor Presente da Arrecadação Tarifária Líquida dos Custos da Concessão - VPATLCC Se o VPATLCC for positivo indica que o projeto não gerará dispêndios líquidos no orçamento do ESP, ao longo do ciclo de vida do contrato, mesmo com o pagamento de contraprestações (R$ 75 milhões). Risco Considerados Erro sistemático na projeção da demanda da fase I Erro sistemático na projeção da demanda da fase II Variações na taxa de inflação Erro na estimativa do custo de passageiros adicionais para o sistema Metrô/CPTM Atraso na conclusão das obras da fase I Atraso na conclusão das obras da fase II Defasagem entre o reajuste anual na tarifa contratada e o reajuste da tarifa ao usuário
25 Estrutura do modelo para avaliação de riscos para o Estado associados ao contrato da linha 4 do METRÔ
26 Distribuição do erro de estimativa do custo de passageiros adicionais para o sistema Metrô/CPTM.
27 Distribuições de erro sistemático na projeção da demanda da fase I
28 Riscos decorrentes de variações na taxa de inflação
29 Risco de atraso na conclusão das obras da fase I e fase II - Esperada Atrasos superiores a 18 meses foram considerados extremamente improváveis Atrasos superiores a 3 meses foram considerados razoavelmente prováveis A função de distribuição de probabilidades: Atribui uma probabilidade de apenas 5% à ocorrência de um atraso superior a 18 meses Atribui 61% a ocorrência de atrasos superiores a 3 meses
30 Risco de defasagem no reajuste da tarifa ao usuário O risco de não ocorrência de reajustes das tarifas ao usuário em periodicidade anual Supôs-se que o prazo entre dois reajustes na tarifa será de 12 meses ou de 24 meses com iguais probabilidades Modelou-se também a probabilidade de haver um descompasso entre as datas de reajuste da tarifa da concessionária e a tarifa ao usuário Supôs-se que esse descompasso pode assumir com igual probabilidade qualquer valor inteiro entre 1 e 8 trimestres.
31 Cenário de Referência A avaliação do impacto dos mecanismos de mitigação de risco foi feita através de 5000 experimentos de Monte Carlo Os valores das variáveis aleatórias foram sorteados de acordo com as distribuições de probabilidades a elas atribuídas Após cada reajuste de tarifa a tarifa de remuneração da concessionária é de R$ 2,08 a tarifa ao usuário é de R$ 2,2 O custo de cada passageiro adicional para o metrô é de R$ 0,2777 A fase II tem início no décimo terceiro trimestre Não há atraso na conclusão das obras de infraestrutura de fase I e tampouco na conclusão das obras de infraestrutura da fase II A demanda observada corresponde à demanda projetada Todos os valores são expressos em reais de fevereiro de 2005
32 Distribuição do VPATLCC todas as variáveis de risco são alteradas simultaneamente No experimento de Monte Carlo a distribuição dos valores obtidos para o VPATLCC médio foi de R$ 825,2 milhões O desvio padrão dos valores obtidos (379,67 milhões) corresponde a 46% dessa média Em apenas 1,42% dos casos obteve-se um VPATLCC negativo Concluiu-se que a probabilidade de que o valor presente do impacto sobre o caixa público decorrente dos mecanismos de mitigação de risco do contrato de concessão seja negativo é muito pequena
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