Caracterização de materiais: uma abordagem das possibilidades de algumas técnicas instrumentais Pedro Barroso Gomes

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Caracterização de materiais: uma abordagem das possibilidades de algumas técnicas instrumentais Pedro Barroso Gomes"

Transcrição

1 Universidade Federal de São João del-rei Coordenadoria do Curso de Química Caracterização de materiais: uma abordagem das possibilidades de algumas técnicas instrumentais Pedro Barroso Gomes São João del-rei 2015

2 CARACTERIZAÇÃO DE MATERIAIS: UMA ABORDAGEM DAS POSSIBILIDADES DE ALGUMAS TÉCNICAS INSTRUMENTAIS Monografia de Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado no 1 o semestre do ano de 2015 ao Curso de Química, Grau Acadêmico Bacharelado, da Universidade Federal de São João del-rei, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Química. Autor: Pedro Barroso Gomes Docente Orientador: Arnaldo César Pereira Modalidade do Trabalho: Dissertação São João del-rei 2015

3 RESUMO O presente trabalho discorre sobre algumas das principais técnicas instrumentais de análise química, abordando de forma sucinta os seus princípios básicos, instrumentação, algumas aplicações e as limitações referentes a cada técnica. Inicialmente são abordados conceitos fundamentais, seguidos de uma discussão breve sobre cada técnica separadamente, onde estão inclusas a espectroscopia molecular nas regiões do ultravioleta/visível e infravermelho, espectrometria de massas, difração de raios-x, análises termogravimétrica e termodiferencial. Com o objetivo de demonstrar os fenômenos químicos e físicos que englobam as diferentes técnicas, visando esclarecer as possibilidades referentes a cada uma destas para aplicação em análises químicas, e sua utilização na caracterização de materiais.

4 SUMÁRIO 1. Introdução Objetivos Metodologia Conceitos Radiação eletromagnética Absorção de radiação Emissão de radiação Difração de radiação Espectroscopia na região do ultravioleta/visível (UV/Vis) Princípios básicos Instrumentação Possibilidades de análise e limitações Espectroscopia na região do infravermelho (IV) Princípios básicos Instrumentação Possibilidades de análise e limitações Difração de raios-x Princípios básicos Instrumentação Possibilidades de análise e limitações Espectrometria de massas Princípios básicos...18

5 8.2 Instrumentação Possibilidades de análise e limitações Análises térmicas TG e DTA Princípios básicos Instrumentação Instrumentação TG Instrumentação DTA Possibilidades de análise e limitações Conclusão Referências bibliográficas...29

6 1. INTRODUÇÃO A partir do momento em que a Química tornou-se uma área de estudos bem estabelecida, uma gama enorme de substâncias até então não identificadas passou a ser alvo de investigações com o intuito de estudar suas propriedades e classificar as substâncias distintas presentes na natureza, assim como novos materiais produzidos pelo Homem, tornando-se possível a determinação não somente dos átomos constituintes de cada composto, suas estruturas químicas e também outras propriedades características. A classificação de material é muito abrangente, estando ligada ao conceito de matéria, sendo assim qualquer tipo de substância líquida ou sólida pode ser considerada um material. Porém, uma classificação mais adequada define materiais como substâncias (ou mistura de substâncias) que possuam propriedades (mecânicas, catalíticas, ópticas, etc.) que possam ser úteis para aplicações tecnológicas, ambientais, entre outras. 1 O interesse na composição e estrutura dos materiais se elevou de tal maneira que nas últimas décadas foi estabelecido um novo ramo de estudos em química, denominado Química de Materiais. A Química de Materiais é definida como a área de estudos voltados à síntese, caracterização, avaliação de propriedades e estudo de aplicações dos compostos. O foco deste ramo do conhecimento é direcionado à utilização dos fundamentos químicos para criação, compreensão e desenvolvimento de compostos que possam levar a desenvolver novos materiais visando aplicações tecnológicas ou melhorias significativas em tecnologias já existentes. 1 A caracterização de materiais utiliza de técnicas instrumentais de análise visando à compreensão de diferentes aspectos relacionados à composição (massa molecular, número de oxidação, etc.) e estrutura (ligações químicas, fase cristalina, etc.) de materiais que estão diretamente ligadas as propriedades químicas e físicas dos mesmos, sendo que as propriedades físicas e químicas estão vinculadas a propriedades mecânicas, ópticas, catalíticas, entre outras. Desta forma a caracterização auxilia a determinação da possível aplicabilidade dos compostos estudados. 1 Os instrumentos de análise química convertem informações sobre características químicas e/ou físicas de um determinado analito em informações que possam ser manipuladas e interpretadas. Os princípios de funcionamento destes instrumentos são baseados em estimular a amostra, por diferentes meios, como incidência de energia eletromagnética, calor, entre outras, de forma a produzir uma resposta do sistema em estudo, e que corresponde a fenômenos cuja natureza e magnitudes são regidas pelas leis fundamentais da química e da física. Atualmente existem variados instrumentos capazes de 1

7 fornecer informações qualitativas e quantitativas sobre a composição e estrutura da matéria, sendo essencial a familiarização e compreensão dos princípios fundamentais de operação da instrumentação analítica moderna de modo a realizar escolhas apropriadas e empregar de forma eficiente essas ferramentas de análise OBJETIVOS O objetivo do trabalho consiste na dissertação de forma sucinta sobre os conceitos químicos e físicos, instrumentação, possibilidades e limitações de algumas das principais técnicas instrumentais utilizadas para caracterização de materiais, como a espectroscopia molecular na região do ultravioleta/visível, espectroscopia no infravermelho, espectrometria de massas, difração de raios-x, termogravimetria e análise termodiferencial, possibilitando um conhecimento básico sobre as técnicas instrumentais que são essenciais para o desenvolvimento da pesquisa na área de Química. 3. METODOLOGIA A metodologia envolveu a pesquisa literária, utilizando como recurso livros didáticos e artigos acadêmicos. 4. CONCEITOS Foram introduzidos inicialmente conceitos essenciais para o entendimento dos princípios fundamenteis de operação das técnicas instrumentais, de forma a facilitar a assimilação de cada técnica discutida posteriormente. 4.1 RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA É denominada radiação eletromagnética toda energia radiante composta por um campo eletromagnético como a luz solar, lasers, raios-x, entre outras. A propagação desse tipo de energia gera campos elétricos e magnéticos paralelos, e devido ao comportamento 2

8 dualístico da radiação eletromagnética essa se comporta como onda e como partícula (fóton). 3,4 Devido ao comportamento ondulatório da energia radiante, a mesma pode ser descrita em termos de propriedades ou parâmetros. A frequência (ʋ) identifica o número de oscilações por segundo descrita pela onda eletromagnética, enquanto o comprimento de onda (λ) descreve a distância entre as cristas adjacentes da onda em um feixe de radiação eletromagnética. A velocidade de propagação (c) desse tipo de energia no vácuo e em vários meios transparentes é estabelecida com valor de 2,998x10 8 m.s -1 e pode ser relacionada com a frequência e comprimento de onda, conforme Equação 1. 3,4 c = ʋλ (1) Analisando a energia radiante se comportando como partícula, Einstein definiu que a energia contida em um fóton (E fóton) é diretamente proporcional à frequência multiplicada por uma constate denominada constante de Planck (h) que possui valor de 6,626x10-34 Js (Equação 2). A energia pode ser obtida também em razão do comprimento de onda, sendo a energia inversamente proporcional ao comprimento de onda. Como a relação entre energia e comprimento de onda é inversamente proporcional outra propriedade foi definida de forma a facilitar os estudos, essa propriedade é o número de onda ( ), que corresponde ao inverso do comprimento de onda e consequentemente é diretamente proporcional a energia. 3,4 E fóton = hʋ = hc( ) (2) A partir de valores característicos para energias e frequência foram determinadas e nomeadas regiões que contemplam as chamadas regiões do espectro eletromagnético, das quais fazem parte a região de raios-x, ultravioleta, visível, infravermelho, microondas e rádio as quais possuem energias específicas. Cada tipo de energia eletromagnética irá interagir de maneira diferente com a matéria, podendo ser gerados fenômenos como absorção, emissão e espalhamento de energia. E para que cada fenômeno aconteça são necessárias energias bem definidas, em determinadas regiões, e que variam para cada substância. 2,4 4.2 ABSORÇÃO DE RADIAÇÃO Quando radiação eletromagnética atravessa uma amostra, frequências específicas podem ser absorvidas por átomos e moléculas desse material, de forma que haja uma transferência de energia para amostra. A absorção de energia promove essas partículas de um estado menos energético (geralmente o estado fundamental), para um estado mais energético (estado excitado). 5 3

9 Porém, para que isso ocorra, segundo a teoria quântica, as partículas devem ser estimuladas por fótons que contenham energias especificas exatamente iguais à diferença de energia entre os estados energéticos, já que os níveis energéticos de átomos, íons e moléculas são bem definidos e quantizados. 5 A absorção de radiação envolve então transições de níveis energéticos que podem ser relacionados a níveis eletrônicos, vibracionais e rotacionais, dependendo do tipo de radiação (diferentes regiões do espectro eletromagnético) introduzida na amostra, assim como o tipo de material exposto a radiação incidente. 4.3 EMISSÃO DE RADIAÇÃO A emissão de radiação pode surgir pela excitação da amostra por aquecimento ou por diferentes fenômenos, classificados como quimiluminescência e fotoluminescência, sendo que na quimiluminescência a energia necessária para que ocorra a excitação da amostra para consequente emissão parte de uma reação química, enquanto para fotoluminescência a excitação ocorre pela interação com radiação eletromagnética. 2 O fenômeno de emissão da radiação eletromagnética é produzido quando partículas excitadas perdem energia na forma de fótons durante o processo de decaimento de um nível energético de maior energia para um de menor energia (relaxação). 2,5 4.4 DIFRAÇÃO DE RADIAÇÃO Denomina-se difração o desvio sofrido por sistemas ondulatórios que envolvem as radiações eletromagnéticas. Isso ocorre quando a radiação passa por uma barreira bem definida ou por uma abertura estreita, e é desviada por esses obstáculos produzindo interferências construtivas (aumento na amplitude da onda) ou destrutivas (diminuição na amplitude da onda) ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO MOLECULAR NA REGIÃO ULTRAVIOLETA-VISÍVEL (UV-VIS) Uma das técnicas utilizadas para identificação e caracterização de compostos químicos, tanto orgânicos como inorgânicos, é a espectroscopia de absorção molecular na 4

10 região ultravioleta/visível, onde são medidas a absorbância (A), propriedade que representa a fração de luz absorvida pela amostra, ou transmitância (T) que é a fração de luz que atravessa a amostra. Tanto absorbância como transmitância estão relacionadas com a absorção de energia eletromagnética pelo composto a ser analisado. A região ultravioleta do espectro é geralmente considerada na faixa de 200 a 400 nm, e a região do visível entre 400 a 800 nm. As energias obtidas nessas regiões apresentam magnitudes que correspondem, muitas vezes, à diferença entre estados eletrônicos de muitas moléculas. 2,5 5.1 PRINCÍPIOS BÁSICOS Ambas, transmitância e absorbância são descritas pela Lei de Lambert-Beer, que relaciona a intensidade de luz incidente (I o) e a intensidade de luz transmitida (I) que atravessa a amostra. A intensidade de luz transmitida ou, consequentemente, a luz absorvida, está diretamente relacionada com a absortividade molar (ε), propriedade característica de cada substância, o caminho óptico percorrido pela luz através do recipiente da amostra (L) e a concentração do composto analisado (C). Pode-se obter, a partir da Lei de Lambert-Beer, a absorbância conforme a Equação 3, de onde pode ser extraída também a transmitância por meio do rearranjo da equação, sendo a transmitância a razão entre a intensidade incidente e a intensidade transmitida (I/I 0). 2,6 log (I 0/ I) = A = CL (3) O termo correspondente à absortividade molar é uma propriedade da molécula que passa por uma transição eletrônica e que considera as dimensões do sistema absorvente e a probabilidade para que a transição ocorra, tendo valores que variam da ordem de 0 a Valores acima de 10 4 são caracterizados por absorções de alta intensidade, enquanto valores inferiores a 10 3 são caracterizados por absorções de baixa intensidade. 6 A absorção de energia por moléculas na região visível e ultravioleta depende do número e do arranjo dos elétrons nas moléculas ou íons absorventes. Como consequência, o pico de absorção pode ser correlacionado com o tipo de ligação que existe na espécie que está sendo estudada. Os núcleos determinam a força com a qual os elétrons são ligados, influenciando a energia necessária para que ocorram transições entre o estado fundamental e excitado. Em consequência, a energia característica de uma transição eletrônica é uma propriedade dependente de um grupo de átomos e não dos elétrons individualmente, sendo o grupo de átomos que produz tal absorção de energia responsável pela transição chamado de cromóforo. 6,7 5

11 Os compostos inorgânicos absorvem radiação visível em pelo menos um dos seus estados de oxidação, quando apresentam metais de transição em sua composição. A absorção geralmente envolve transições entre orbitais d e devido à isso a região de absorção depende do metal envolvido, do número de grupos coordenados (estado de oxidação), da natureza dos ligantes e da geometria dos grupos coordenados. 2 As transições eletrônicas para compostos orgânicos na região do ultravioleta/visível envolvem transições entre orbitais moleculares não ligantes (n) ou pi ligantes (π) para orbitais pi antiligantes (π * ) ou sigma antiligantes (σ * ), sendo necessário para isso a presença de grupos funcionais insaturados para fornecer os orbitais π ou compostos saturados contendo heteroátomos como oxigênio, nitrogênio, enxofre ou halogênios que possuem elétrons não ligantes que podem ser excitados. Os compostos orgânicos que possuem dupla ligação absorvem fortemente no ultravioleta remoto (região próxima a 200 nm). Enquanto os compostos que possuem ligações simples e duplas alternadamente, chamadas de ligações conjugadas, produzem absorção em comprimentos de ondas maiores INSTRUMENTAÇÃO Existem vários instrumentos para medidas de absorção molecular nas regiões ultravioleta e visível. Entre estes estão instrumentos considerados mais simples, úteis apenas para análises quantitativas para avaliar a concentração de analito, operando em um único comprimento de onda, e equipamentos mais complexos, com capacidade de fornecer informações qualitativas e quantitativas com uma varredura por vários comprimentos de onda. Os tipos gerais de instrumentos espectroscópicos são classificados como de feixe único, de feixe duplo espacial, de feixe duplo temporal e de multicanal, sendo este último o de maior interesse por apresentar dados de absorbância e transmitância em uma ampla faixa do espectro eletromagnético em um curto tempo de análise. 2 O espectrofotômetro de multicanal é baseado em um detector de arranjo de diodos ou um dispositivo linear com acoplamento de carga (CCD). Esse instrumento fornece informações sobre a intensidade da radiação absorvida em função do comprimento de onda ou da frequência. Esse instrumento é composto basicamente de uma fonte de luz, o recipiente da amostra, um espectrógrafo e um detector. 2,6 As fontes de luz, que são responsáveis pela emissão da radiação a ser absorvida pela amostra, devem ser contínuas e possuir uma potência radiante que não sofra variações bruscas em uma faixa considerável de comprimentos de onda. Podem ser utilizadas 6

12 diferentes lâmpadas que emitem radiação em variadas regiões do espectro eletromagnético. Como exemplos estão lâmpadas de deutério e hidrogênio que emitem radiação na região do ultravioleta (intervalo entre 160 e 800 nm), e a lâmpada de filamento de tungstênio que emite na região visível (intervalo útil entre 350 e 2500 nm). 2 Os recipientes para amostra, chamados de células ou cubetas, contêm a amostra e o solvente e devem ser confeccionadas com um material que possibilite a passagem da radiação na região espectral de interesse. Para análises na região do ultravioleta são necessárias cubetas feitas de quartzo ou sílica fundida, por não absorverem radiação em comprimentos de onda abaixo de 350 nm, enquanto para região do visível deve-se utilizar de cubetas feitas de vidro ou plásticos, já que não absorvem radiação no intervalo entre 350 e 2000 nm. 2 O espectrógrafo tem como função separar o feixe de luz transmitido pela amostra em seus comprimentos de onda constituintes. Para isso são usados dispositivos similares a monocromadores que são compostos por uma rede de difração contendo lentes e espelhos ou prismas, porém a abertura final do dispositivo é mais longa que a fenda utilizada em monocromadores para que o detector inserido em sequência possa receber os diferentes comprimentos de onda emitidos. 2,6 Os detectores possibilitam uma leitura rápida referente à absorção da amostra em vários comprimentos de onda, sendo utilizados normalmente o arranjo de fotodiodos ou um dispositivo linear com acoplamento de carga. O arranjo de fotodiodos consiste de um conjunto disposto de forma linear de centenas de fotodiodos, que são formados ao longo de um chip de silício. Cada diodo é projetado para registrar uma faixa estreita do espectro, possibilitando o registro de todo o espectro de uma só vez. Já os arranjos lineares de carga acoplada (CCD) consistem geralmente de um arranjo de elementos detectores dispostos em um arranjo linear formado por miniaturas de tubos fotomultiplicadores que ampliam a intensidade da radiação recebida. Esses detectores podem ser conectados a um computador, que processa a informação e possibilita uma variedade de formatos úteis de registros, como absorbância ou transmitância em função do comprimento de onda, entre outros (usualmente chamados espectro UV/Vis) POSSIBILIDADES DE ANÁLISE E LIMITAÇÕES Análises espectrofotométricas na região UV/Vis são úteis para identificação e caracterização qualitativa de grupos cromóforos e a energia necessária para que transições eletrônicas ocorram em espécies inorgânicas e orgânicas. Para isso, geralmente os espectros 7

13 de absorção gerados são comparados com espectros de substâncias conhecidas que contenham grupos cromóforos característicos ou tabelas de correlação. 2 Porém, a identificação de grupos cromóforos pode algumas vezes tornar-se equivocada, devido à possível sobreposição de bandas, quando aplicada a misturas ou devido a alguma interação analito/solução. Contudo, conclusões qualitativas sobre os tipos de transições eletrônicas responsáveis pelas bandas de absorção podem ser, em alguns casos, obtidas a partir de considerações teóricas sobre os orbitais moleculares envolvidos. 2 Outra possibilidade referente a essa técnica são análises quantitativas de compostos contendo grupos cromóforos (conjunto de átomos responsáveis pela absorção), ou ainda, compostos não absorventes, que possam vir a absorver por meio de reações com outros compostos. Para essa finalidade é selecionado o comprimento de onda referente a um máximo de absorção para determinado analito, onde a concentração está diretamente relacionada com a absorbância por meio da Lei de Lambert-Beer. 2 A espectroscopia UV/Vis vem sendo empregada na caracterização de diversos materiais como nanopartículas, filmes finos, entre outros. Com objetivos de identificar grupos cromóforos e analisar propriedades como índice de refração, energia de band gap (energia relacionada a transições eletrônicas em materiais semicondutores), coeficiente de absorvidade molar, entre outras. Fornecendo informações variadas por meio da identificação de regiões de absorção específicas, características das transições eletrônicas envolvidas nas moléculas do material A Figura 1 ilustra uma análise por espectroscopia UV/Vis para um composto organometálico, o acetato de [5,10,15,20-tetrakis(4-butóxi-3-metóxifenilporfirina] manganês (III) identificado por Mn(TBMPP), visando sua aplicabilidade em processos catalíticos. Os autores da análise afirmam que as bandas em 537, 586 e 624 nm são características do processo de metalação de compostos porfirinicos, enquanto a banda em 486 nm corresponde a metalação proposta pela síntese, característica de porfirinas de manganês (III), e as bandas em 343, 382 e 408 nm podem ser relacionadas a transições eletrônicas metal-porfirina, confirmando a obtenção do material Mn(TBMPP) pela rota de síntese utilizada. 14 Figura 1. Espectro UV/Vis para o composto Mn(TBMPP). 14 8

14 Outra técnica espectroscópica utilizada na caracterização de materiais é a espectroscopia no infravermelho, que tem como base de funcionamento transições entre níveis vibracionais, ao invés dos eletrônicos. 6. ESPECTROSCOPIA NO INFRAVERMELHO (IV) Na espectroscopia no infravermelho, investigam-se as frequências relacionadas às vibrações dos átomos e moléculas, sendo geralmente usada a radiação na região do infravermelho devido à interação energética desse tipo de radiação com os modos vibracionais das moléculas PRINCÍPIOS BÁSICOS Os átomos presentes em todas as moléculas se encontram em constante movimento e essa movimentação constante pode ser relacionada a diferentes modos de movimentos como a rotação, translação e vibração das moléculas. Cada movimentação dos átomos relacionada a vibração molecular é independente e com frequência característica, onde as mudanças de coordenadas estão relacionadas aos chamados de modos de vibração ou modos normais de vibração. Os graus de liberdade dos átomos na molécula correspondem aos diferentes modos normais de vibração de uma molécula, onde um modo normal de vibração é aquele em que cada núcleo realiza uma oscilação harmônica simples em torno de sua posição de equilíbrio e todos os núcleos se movem com a mesma frequência e em fase e o centro de gravidade da molécula permanece inalterado. Uma abordagem matemática mostra que os possíveis movimentos dos átomos relacionados à vibração das moléculas podem ser classificados como 3N 5 (moléculas lineares) e 3N 6 (moléculas não lineares). Onde N é o número de átomos presentes na molécula e 3N o número de graus de liberdade de cada átomo (onde o número 3 é referente às coordenadas x, y e z do plano cartesiano), enquanto os valores 5 (moléculas lineares) e 6 (moléculas não lineares) está relacionado como a movimentação envolvendo translação e rotação. 2,5 A interação da energia eletromagnética com as moléculas de forma a afetar as vibrações moleculares (modos vibracionais) está diretamente relacionada à variação de magnitude do momento dipolar de ligação da molécula durante a vibração. O momento dipolar é definido como a diferença entre as cargas (deslocalização eletrônica entre átomos) em função da distância entre as mesmas, e à medida que a distância varia em função das 9

15 vibrações, um campo magnético oscilante é criado e pode interagir com o campo eletromagnético da radiação emitida numa região especifica. 2,5 A dependência de um momento dipolar se torna então a principal regra de seleção para espectroscopia no infravermelho: não havendo variação do momento dipolar não ocorrerá a formação de um campo oscilante para interagir com a radiação, e nenhuma forma de absorção ou emissão relacionada aos modos vibracionais será observada pela molécula. Uma consequência disso é observada em moléculas diatômicas. Apenas as heteronucleares apresentam absorção de energia por espectroscopia no infravermelho, devido à não formação de momento dipolar em moléculas diatômicas homonucleares. 5 Nem sempre o número de modos normais de vibração corresponde ao número de transições observadas. Isso ocorre devido à existência de vibrações de mesma energia (degenerescência), que apresentam a mesma frequência devido a fatores de simetria (conformação entre os átomos da molécula), enquanto em outros casos não ocorre a formação de momento dipolar variante, consequentemente limitando a quantidade de modos vibracionais que são ativos no infravermelho. Como por exemplo, a molécula de dióxido de carbono, que apresenta quatro modos vibracionais, sendo que um desses modos não apresenta momento dipolar variante durante a vibração e outros dois são degenerados, limitando a identificação de apenas dois modos vibracionais relacionados a excitação na região do infravermelho. 5 Um modo normal de vibração nem sempre envolver todos os átomos de uma molécula, as principais vibrações estudadas em espectroscopia na região do IV ocorrem por meio de movimentos simples entre dois ou três átomos em determinada parte da molécula. Esses movimentos normais podem ser descritos como, por exemplo, estiramentos de ligações C-H e O-H, que são variações na distância entre dois átomos, oscilações de átomos do tipo CH 2, que representa uma variação nas distâncias de ligação simultânea entre esses átomos, deformações de grupos como CH 3, onde os ângulos da ligação são modificados, entre outras. Regiões do espectro infravermelho que correspondem a tipos característicos de movimentos vibracionais das moléculas são chamadas de regiões de frequência de grupo ou regiões de impressão digital. Os gráficos gerados por equipamentos de espectroscopia no infravermelho, normalmente chamados de espectro infravermelho, geralmente apresentam bandas indicando a absorbância/transmitância em função das energias (geralmente representadas pela frequência) necessárias para que as transições ocorram. 5 10

16 6.2 INSTRUMENTAÇÃO Os instrumentos utilizados para obtenção do espectro de absorção na região do infravermelho de um composto são chamados de espectrômetros de infravermelho. Esses instrumentos são constituídos basicamente por uma fonte de radiação infravermelha, um recipiente para amostra, um seletor de comprimento de onda e um detector. Os espectrômetros de infravermelho de transformada de Fourier (IV-TF) são os mais empregados por produzirem o espectro rapidamente e com uma alta resolução em comparação a instrumentos outros instrumentos com a mesma finalidade. 2,6 As fontes de energia na região do infravermelho consistem de um sólido inerte que é aquecido eletricamente a uma temperatura entre 1500 e 2200 K, de forma a produzir radiação contínua semelhante a um corpo negro. Entre essas fontes estão a fonte de Nernst (composta por óxidos de terras raras), a fonte Globar (composta por uma barra de carbeto de silício), fonte de filamento incandescente (espiral de fio de níquel-crômio densamente enrolada), arco de mercúrio (composta por um bulbo de quartzo contendo vapor de mercúrio a sob alta pressão), lâmpada de tungstênio ou ainda laser de dióxido de carbono. Cada fonte opera em diferentes comprimentos de onda, sendo algumas limitadas a pequenas faixas do infravermelho e podem ser trocadas dependendo do instrumento e do composto a ser analisado. 2,6 Os instrumentos que operam por transformada de Fourier usam um interferômetro para manipular a energia enviada à amostra. O interferômetro faz com que a energia emitida pela fonte atravesse um divisor de feixes que separa a luz em dois feixes perpendiculares. Um dos feixes segue em direção a um espelho fixo e é reemitido para o divisor de feixes, enquanto o outro é direcionado a um espelho móvel, que também reenvia o feixe para o divisor de feixes. Com a movimentação do espelho móvel, ocorre a variação na trajetória do feixe reemitido, e quando ambos os feixes (o do espelho fixo e do móvel) se encontram, ocorrem interferências tanto construtivas quanto destrutivas. O feixe gerado pela combinação dos dois feixes produzidos pelo divisor de feixes contém toda energia emitida pela fonte, além de uma grande faixa de comprimentos de onda. Como consequência, a amostra absorve de forma simultânea todos os comprimentos de onda normalmente encontrados em um espectro infravermelho. Além disso, o interferômetro emite um feixe de laser que serve de referência para obter um padrão de comparação. 2,6 O recipiente da amostra na espectroscopia IV não pode ser composto por vidros ou plásticos, já que estes absorvem em quase toda região do espectro IV, o que impossibilitaria a observação da absorção da amostra. Devido a essa impossibilidade, diferentes recipientes 11

17 devem ser adotados para introdução de amostras na forma líquida e sólida. As células utilizadas para líquidos são desmontáveis e a amostra introduzida entre um par de placas polidas, que variam conforme a solubilidade das mesmas nos líquidos que serão introduzidos. Essas placas geralmente são feitas de cloreto de sódio ou brometo de potássio para amostras de compostos orgânicos, enquanto para soluções aquosas ou alcoólicas devem-se usar placas feitas com fluoreto de bário ou brometo de prata. Já para amostras sólidas, são formadas pastilhas, comprimindo a amostra moída com brometo de potássio em pó sob alta pressão. Essas pastilhas são chamadas de pastilhas de KBr. Outra possibilidade para amostras sólidas é a formação de uma suspensão, que envolve moer a amostra com óleo mineral, a amostra então fica dispersa no óleo e pode ser introduzida entre as placas de sal utilizadas para líquidos. 2,6 Os detectores/transdutores pra instrumentos IV-TF podem ser piroelétricos ou fotocondutivos. Os dispositivos piroelétricos são construídos a partir de camadas monocristalinas de materiais dielétricos e que mantém a polarização após a remoção de um campo elétrico. O cristal formado pelas camadas monocristalinas é colocado entre dois eletrodos, gerando um capacitor dependente da temperatura, que é controlada pela emissão da radiação IV. O aparato é conectado a um circuito elétrico e a medida é detectada pela corrente elétrica produzida. Os dispositivos detectores fotocondutivos consistem de um filme fino de material semicondutor depositado sobre uma superfície não condutora de vidro e selada em um invólucro sob vácuo. A absorção de radiação nos dispositivos fotocondutivos promove elétrons de valência não condutores a um estado condutor, diminuindo a resistência elétrica do semicondutor. O dispositivo é conectado em série com uma fonte de tensão e um resistor de carga, sendo a queda da tensão no resistor de carga equivalente à medida de potência do feixe de radiação incidido. 2 O computador conectado ao instrumento recebe dados relativos a um interferograma, que é essencialmente um gráfico de intensidade de absorção em função do tempo, gerado pelo interferômetro. Uma operação matemática conhecida como transformada de Fourier pode separar as frequências das absorções individuais contidas no interferograma, produzindo assim gráficos referentes à absorbância em função da frequência (espectro na região do infravermelho), que é composto por bandas e picos. 2,6 12

18 6.3 POSSIBILIDADES DE ANÁLISE E LIMITAÇÕES Os espectros na região do IV são amplamente utilizados para identificação e caracterização de moléculas tanto orgânicas como inorgânicas por meio da análise das regiões de frequência de grupos e impressão digital, o que possibilita a determinação da presença de ligações químicas características. Para isso, são utilizadas tabelas de correlação e comparação com outros espectros de bancos de dados presentes nos softwares utilizados. Normalmente esse tipo de análise envolve duas etapas: na primeira, são identificadas as regiões de frequência de grupos e na segunda, a comparação com espectros de substâncias puras que podem ser sobrepostas com a utilização dos softwares. 2 Uma gama enorme de materiais são caracterizados por espectroscopia IV de forma semelhante, por consequência de inúmeras moléculas terem seus modos vibracionais excitados por radiação na região do infravermelho, onde estão inclusos materiais como nanomateriais, polímeros, compósitos, entre outros. Essa técnica apresenta informações essenciais para caracterização de materiais, que envolvem tipos de ligações químicas, determinados por picos e bandas características, e dão indícios de como os determinados átomos se encontram ligados nas moléculas do material, quais as funções químicas presentes, prováveis impurezas e retenção de solventes. 8,16-21 Um exemplo da utilização da espectroscopia IV para elucidação da composição estrutural de um ponto quântico (visando sua aplicação em dispositivos fotovoltaicos) encontra-se na Figura 2, que faz referência a dois espectros, identificados pelo produto CdTe/MPA e um dos compostos precursores MPA (ácido mercaptopropiônico). As bandas identificadas por L, F, P, G e H são utilizadas para avaliação de como o material proposto se encontra ligado ao composto precursor (MPA). Os autores afirmam que a banda L (característica da ligação S-H) presente no material precursor e ausente no produto formado indica que o produto se encontra ligado ao MPA por meio de ligação coordenada entre o enxofre e cádmio. Já as bandas F (característica C=O) e P (característica de ligações C-O-H) presentes no material precursor se encontram ausentes no produto o qual apresenta novas bandas G e H (características de ligação COO), evidenciando a possível estrutura do produto formado. 8 Figura 2. Espectros IV-TF dos compostos CdTe/MPA e MPA. 8 13

19 O conceito de interações entre energia eletromagnética e a matéria também pode ser aplicado, de maneira distinta das espectroscopias, em outras técnicas com a difração de raios-x. 7. DIFRAÇÃO DE RAIOS-X Dentre as várias técnicas de análise química de materiais, a técnica de difração de raios-x é a mais indicada na determinação das fases cristalinas presentes em materiais sólidos cristalinos. A determinação das fases cristalinas é possível quando os átomos se encontram de forma ordenada. E essa configuração é formada por planos cristalinos separados entre si por distâncias da mesma ordem de grandeza dos comprimentos de onda dos raios-x. Quando um cristal é exposto a um feixe de raios-x, o mesmo interage com os átomos presentes na amostra, originando o fenômeno de difração. 7.1 PRINCÍPIOS BÁSICOS Um cristal pode ser definido como um arranjo ordenado e periódico de átomos, formando um sólido ou parte dele. Esta repetição periódica, denominada célula unitária, é devido à coordenação atômica no interior do material (rede cristalina), aparentemente na busca de minimizar a energia contida no cristal, e pode ser responsável também pela conformação externa do cristal. Desta forma, os sólidos cristalinos diferem fundamentalmente de sólidos amorfos (que não apresentam estrutura cristalina definida), dos gases e líquidos, por estes não possuírem uma exigência essencial que é a periodicidade do seu arranjo atômico. 28 Para facilitar o entendimento e o estudo de como os átomos se encontram em uma célula unitária, coordenadas são especificadas de acordo com as posições dos átomos em um plano tridimensional (x, y, z), e os ângulos formados entre os mesmos (α, β,ϒ). Essas configurações são denominadas parâmetros de rede, e a partir destas torna-se possível a classificação das células unitárias. Por meio da adoção de valores específicos associados às unidades de medidas nos eixos de referências, podem-se obter células unitárias de diversos tipos. O cientista francês A. Bravais propôs que o estudo das estruturas cristalinas poderia ser elaborado com a utilização de sete sistemas cristalinos básicos. A partir desses sete sistemas cristalinos, torna-se possível descrever 14 células unitárias, as quais englobariam qualquer tipo de estrutura cristalina conhecida (redes de Bravais)

20 Outro fato interessante em sólidos cristalinos corresponde à maneira como os átomos são empacotados (ou empilhados), de forma a conectar as células unitárias na formação dos sólidos. Tipos diferentes de células possuem fatores de empacotamento (volume ocupado dentro da célula) e números de coordenação (número de átomos vizinho a um dado átomo) que variam de acordo com o número de átomos presentes na célula unitária e da geometria das mesmas. Entretanto, como cada átomo presente na célula unitária possui configuração idêntica a um átomo de outra célula unitária subsequente para formação do sólido cristalino, átomos semelhantes em diferentes células podem estar posicionados de maneira laminar em planos paralelos, sendo a direção desses planos através do cristal determinadas por meio de uma notação indicada pelos índices de Miller (hkl). 29 Quando um feixe de raios-x monocromáticos incide sobre um material cristalino, ocorre o fenômeno da difração. Analisando a incidência em um único átomo isolado, os elétrons deste átomo ficarão excitados e vibrarão com a mesma frequência do feixe incidente e esses elétrons vibrando emitirão raios-x em certas direções com a mesma frequência do feixe incidente. O átomo pode ser visto como uma fonte de emissão esférica de radiação, e ao se incidir um feixe de raios-x sobre um cristal, onde os átomos estão regularmente espaçados, cada átomo será uma fonte de emissão esférica de radiação. Netas condições, poderá haver interferências construtivas ou destrutivas entre as ondas eletromagnéticas se estiverem em fase entre si ou defasadas, respectivamente. Interferências construtivas aumentam a intensidade da radiação incidente, enquanto interferências destrutivas diminuem a intensidade da radiação e podem caracterizar a maneira com os átomos de um solido cristalino se encontram no arranjo da célula unitária. Porém, para que isso ocorra, o comprimento de onda da radiação incidente deve ser da mesma ordem de grandeza da distância de ligação entre os átomos. 29 A Lei de Bragg estabelece as condições necessárias para que as interferências construtivas aconteçam (Equação 4). Os termos da Lei de Bragg são representados por n que é um número inteiro, λ o comprimento de onda do raio-x em angstrom, d a distância interplanar e ϴ é o ângulo de incidência ou reflexão do feixe incidente. 28,30 nλ = 2dsenϴ (4) A técnica de difração de raios-x atende as especificações da lei de Bragg, sendo a distância interplanar caracterizada pelos índices de Miller, que são identificados com a variação do ângulo de incidência

21 7.2 INSTRUMENTAÇÃO Existem diversos instrumentos utilizados em análises por difração de raios-x, sendo que um dos mais empregados atualmente é o difratômetro de raios-x de pó. Esse equipamento tem como componentes básicos uma fonte de raios-x, filtros de radiação, o compartimento da amostra e um detector. 2 As fontes mais utilizadas são tubos de raios-x. Esses dispositivos consistem em um tubo sob alto vácuo, onde um filamento de tungstênio funciona como um catodo que é excitado eletricamente e expele elétrons de alta energia sobre um anodo, constituído por um metal de interesse (Cr, Mo, Co, entre outros). A interação entre os elétrons e o catodo gera a emissão dos raios-x, que irão possuir diferentes comprimentos de onda dependendo do metal utilizado no catodo, e são selecionados de acordo com análises específicas. 2 Filtros, como o de zircônio, geralmente são utilizados com objetivo de limitar os comprimentos de onda gerados pela fonte de forma a tornar a radiação monocromática para que seja possível o fenômeno de difração pela interação com o analito alvo. 2 A amostra é triturada até que se obtenha um pó fino e acomodada em uma cavidade no porta-amostra, que é feito geralmente de alumínio, vidro ou outros materiais. 2 Um tipo de detector comum é um contador de cintilação, composto geralmente por um cristal de iodeto de sódio ativado com uma pequena porcentagem de iodeto de tálio e moldado na forma de um cilindro. Quando o cristal é atingido pela radiação difratada, produz flashes que são transmitidos para um dispositivo fotomultiplicador e convertidos em pulsos elétricos, que são amplificados e contados. 2,30 O equipamento apresenta um design que permite uma varredura de incidência da radiação da fonte e detecção de intensidade gerada em ângulos específicos, possibilitando a análise de diferentes planos de difração, gerando gráficos de intensidade em função dos ângulos de incidência (difratograma). 2, POSSIBILIDADES DE ANÁLISE E LIMITAÇÕES A técnica de análise estrutural por raios-x é aplicada somente a materiais que apresentem de alguma forma periodicidade do arranjo atômico (rede cristalina). Esta é a principal limitação da técnica, ou seja, não se aplica a materiais sólidos totalmente amorfos como os vidros ou alguns polímeros e nem a líquidos ou gases. 2 16

22 A difração de raios-x fornece informações sobre o arranjo estrutural dos átomos que constituem um sólido, indicando a princípio se a amostra possui características de um sólido cristalino ou amorfo a partir da presença ou ausência de picos no difratograma. Sólidos cristalinos apresentam picos relativos ao espaçamento interplanar, sendo possível determinar a distância interplanar, enquanto sólidos amorfos não apresentam tais picos, devido à ausência de planos característicos, ocasionada pela desordem estrutural dos mesmos. Porém, não é possível identificar diretamente qual plano é responsável pela difração em um sólido cristalino. A identificação dos planos é feita, quando possível, por meio da correlação empírica dos difratogramas obtidos com outros difratogramas contidos em um banco de dados, com auxilio de um software específico. Entretanto, se a amostra contém diferentes componentes cristalinos, a identificação torna-se complexa. 2,30 A caracterização de materiais sólidos geralmente utiliza a técnica de difração de raios- X visando à identificação da presença de fases cristalinas dos materiais. A caracterização é realizada, independentemente do tipo de materiais, desde que o mesmo se encontre em fase sólida, por meio da identificação de picos característicos, e envolve a comparação com difratogramas de materiais similares para elucidação de fases cristalinas características indicadas pelos índices de Miller. E podem comprovar alterações estruturais, como um aumento ou diminuição das distâncias interplanares com a modificação de materiais percussores, ou ainda alterações nas direções dos planos intermoleculares referentes, por exemplo, a diferentes rotas de sínteses e/ou exposição dos materiais a temperaturas variadas. 10,12,18,20,31,32 Um exemplo da utilização da difração de raios-x na caracterização de materiais é ilustrado na Figura 3. Os autores da análise fazem uma comparação dos padrões de difração entre um material de origem natural denominado vermiculita (VERM) e outro material obtido após tratamento químico da vermiculita, identificado como vermiculita sódica (VNa). Segundo os pesquisadores, a modificação do material gera uma diminuição do espaçamento interplanar pela troca de íons no material precursor que é responsável pela alteração dos padrões de difração. Esses materiais apresentam uma morfologia formada por poros, e podem ser utilizados em processos de adsorção e catálise, sendo a indicação do espaçamento intermolecular muito importante para esses processos. 32 Figura 3. Difratogramas correspondentes a diferentes amostras VERM e VNa

23 Uma técnica suplementar às espectroscopias, que auxilia na determinação e caracterização de materiais, é a espectrometria de massas, que fornece respostas como massa molecular, formula molecular, entre outras. 8. ESPECTROMETRIA DE MASSAS A espectrometria de massas é uma ferramenta importante para a análise estrutural, podendo ser usada para identificar ou caracterizar substâncias orgânicas e inorgânicas, incluindo as biologicamente ativas de estruturas complexas, por meio da determinação da razão massa/carga em função da abundância relativa das espécies analisadas. A técnica não é propriamente um método espectral no sentido usual, pois nenhuma radiação eletromagnética é absorvida, mas o espectro de massas lembra um espectro convencional, no qual uma série de picos de diferentes tamanhos são registrados ao longo de uma escala numérica PRINCÍPIOS BÁSICOS Quando átomos ou moléculas são excitados pode ocorrer a formação de íons, chamados íons atômicos ou moleculares, podendo ser obtidos de forma natural ou induzida, por meio de reações ou por excitação energética. Para tais espécies foi introduzido o termo razão massa/carga que define a razão entre a massa e o número de carga do íon em particular, sendo esse termo fundamental em espectrometria de massas. 6 Na espectrometria de massas, as moléculas de uma amostra são excitadas de forma a produzir íons (ionização), em um estado energético instável. Os íons formados são denominados íons moleculares (quando um elétron é retirado) ou quasi-moleculares (quando protonado ou desprotonado) e conservam quase integralmente a massa da molécula neutra. E devido a instabilidade dos íons esses tendem a provocar a ruptura de certas ligações químicas (fragmentação). Os íons formados pela ionização e subsequente fragmentação podem então ter a razão massa/carga determinada. 6,7 Existem diferentes métodos de ionização, como a ionização por elétrons (Electron Ionization - EI), ionização química (Chemical Ionization - CI), ionização por dessorção (Desorption Ionization - DI) ou ionização por eletrospray (Electrospray Ionization - ESI). O resultado direto dos distintos métodos de ionização é quase o mesmo, a retirada de um ou mais elétrons da molécula, a protonação ou desprotonação, resultando na formação de um cátion radicalar, um cátion protonado ou desprotonado, denominado íon molecular. Entretanto, os diferentes métodos de ionização podem ter limitações dependendo das 18

24 características do analito, como para amostras não voláteis e instáveis termicamente, além de fornecerem diferentes padrões de fragmentação. 2,6 O método mais comum de ionização é o EI, que consiste em atingir a amostra, que deve estar no estado gasoso, com um feixe de elétrons de alta energia. O feixe de elétrons pode ser produzido a partir do aquecimento de um filamento de tungstênio ou rênio e a aplicação de aproximadamente 70 ev entre o filamento (que atua como um catodo) e um anodo. As direções do feixe de elétrons produzido e de passagem das moléculas da amostra descrevem um ângulo reto ocorrendo então a colisão entre o feixe e as moléculas. Na colisão, elétrons da molécula são expelidos por repulsão eletrostática, produzindo assim o íon molecular. 2,6 A formação de íons por ionização química envolve a reação entre moléculas do analito e moléculas pré-ionizadas de um gás reagente (H 2, CH 4, NH 3, etc.), que se encontra em concentração muito superior à da amostra. Essa reação produz a ionização da amostra (estado gasoso) por diferentes mecanismos, como transferência de átomos de hidrogênio do reagente para amostra, transferência de elétrons (por meio da transferência de um hidreto) da amostra para o gás reagente e formação de adutos (aglomerados entre as moléculas da amostra e do gás reagente). A escolha do gás reagente é de suma importância para adequar a melhor afinidade protônica entre a amostra e o gás reagente, o que inibe uma fragmentação excessiva dos íons da amostra. Outra observação importante diz respeito à faixa de detecção da amostra, que deve estar contida em valores de m/z acima dos valores correspondentes das moléculas do gás, já que estes são introduzidos juntamente aos íons do analito no sistema de detecção. 2,6 Os métodos de ionização por ID são aplicados em amostras de alta massa molecular, não voláteis. Três desses métodos se destacam: o bombardeamento de átomos rápidos (Fast Atom Bombardment - FAB), a espectrometria por íon secundário (Secundary Ion Mass Spectrometry - SIMS) e ionização por dessorção a laser assistida por matriz (Matrix Assisted Laser Desorption Ionization - MALDI). Ambos os métodos envolvem a dispersão ou dissolução do analito em uma matriz, a qual é exposta a um feixe de átomos neutros (FAB), a um feixe de íons de alta energia (SIMS) ou a um feixe de fótons de alta intensidade (MALDI). Feixes frequentemente usados para FAB são compostos de átomos neutros de Ar e Xe, feixes de íons utilizados pra SIMS são formados por Ar + ou Cs +, enquanto o método MALDI utiliza um laser de nitrogênio (que emite em 337nm) ou outros, dependendo da aplicação. A excitação da matriz-amostra promove a ionização por meio da protonação ou desprotonação da molécula do analito formando, íons que podem ser positivos ou negativos, dependendo da matriz. 6 19

25 A ionização por eletrospray é utilizada para ionizar moléculas com alta massa molecular, compostos lábeis e não voláteis. Nesse método, uma solução contendo a amostra é bombeada através de um tubo capilar de aço inoxidável que possua um potencial de alta voltagem. As pequenas gotículas que atravessam o capilar são sujeitas a um contrafluxo de um gás de secagem (geralmente N 2) que auxilia na extração das moléculas do solvente e consequentemente formam íons carregados com cargas múltiplas devido à chamada explosão Coulumbica. Que ocorre quando as densidades de carga são aumentadas, como consequência da evaporação do solvente, até um ponto chamado limite Rayleigh, a partir desse ponto a tensão superficial da gotícula não suporta mais a carga e divide-se em gotículas menores e o processo é repetido até a extração total do solvente, resultando em moléculas do analito com carga múltipla. 2,6 Os íons formados pelos distintos métodos de ionização, por possuírem alta energia, se fragmentam dando origem a íons positivos e espécies radicalares ou moléculas neutras. Isso ocorre devido ao excesso de energia fornecida às moléculas durante a etapa de ionização, gerando por muitas vezes, íons instáveis. Vários mecanismos de fragmentação são descritos, sendo que todos atendem a Regra de Stevenson, que introduz a ideia de que a fragmentação deve ocorrer de modo preferencial para formação de íons mais estáveis. Devido a isso, a maioria das classes de compostos possuem padrões de fragmentação de alguma forma característicos. 6 Os íons positivos ou negativos (geralmente positivos) resultados da ionização e fragmentação são acelerados, usualmente por campos elétricos e magnéticos fortes, em uma câmara a vácuo, de acordo com sua relação massa/carga (m/z), para que possam ser determinados. Como a maioria dos fragmentos tem carga +1, a relação m/z é igual à massa do íon, ou em alguns casos, à metade desta massa, quando a carga dos fragmentos é +2, e assim por diante. Quanto mais estável for o íon positivo formado, mais abundante ele será e, consequentemente, maior será o pico registrado no espectro. Os íons mais estáveis são, por convenção, considerados com abundância de 100 % e as porcentagens dos demais íons são obtidas em relação à abundância destes. O pico correspondente aos íons mais estáveis, portanto, é o maior do espectro, sendo denominado pico base INSTRUMENTAÇÃO Existem vários tipos de equipamento para medidas espectrométricas de massas moleculares, sendo diferenciados geralmente pelo componente analisador de massas, o qual afeta diretamente a resolução do equipamento e conduz a diferentes categorias de 20

~1900 Max Planck e Albert Einstein E fóton = hυ h = constante de Planck = 6,63 x 10-34 Js. Comprimento de Onda (nm)

~1900 Max Planck e Albert Einstein E fóton = hυ h = constante de Planck = 6,63 x 10-34 Js. Comprimento de Onda (nm) Ultravioleta e Visível ~1900 Max Planck e Albert Einstein E fóton = hυ h = constante de Planck = 6,63 x 10-34 Js Se, c = λ υ, então: E fóton = h c λ Espectro Contínuo microwave Luz Visível Comprimento

Leia mais

3 Espectroscopia no Infravermelho 3.1. Princípios Básicos

3 Espectroscopia no Infravermelho 3.1. Princípios Básicos 3 Espectroscopia no Infravermelho 3.1. Princípios Básicos A espectroscopia estuda a interação da radiação eletromagnética com a matéria, sendo um dos seus principais objetivos o estudo dos níveis de energia

Leia mais

Espectometriade Fluorescência de Raios-X

Espectometriade Fluorescência de Raios-X FRX Espectometriade Fluorescência de Raios-X Prof. Márcio Antônio Fiori Prof. Jacir Dal Magro FEG Conceito A espectrometria de fluorescência de raios-x é uma técnica não destrutiva que permite identificar

Leia mais

ANÁLISE QUÍMICA INSTRUMENTAL

ANÁLISE QUÍMICA INSTRUMENTAL ANÁLISE QUÍMICA INSTRUMENTAL ESPECTROFOTÔMETRO - EQUIPAMENTO 6 Ed. Cap. 13 Pg.351-380 6 Ed. Cap. 1 Pg.1-28 6 Ed. Cap. 25 Pg.703-725 09/04/2015 2 1 Componentes dos instrumentos (1) uma fonte estável de

Leia mais

Espectroscopia Óptica Instrumentação e Aplicações. CQ122 Química Analítica Instrumental II 2º sem. 2014 Prof. Claudio Antonio Tonegutti

Espectroscopia Óptica Instrumentação e Aplicações. CQ122 Química Analítica Instrumental II 2º sem. 2014 Prof. Claudio Antonio Tonegutti Espectroscopia Óptica Instrumentação e Aplicações CQ122 Química Analítica Instrumental II 2º sem. 2014 Prof. Claudio Antonio Tonegutti Classificação dos métodos de análises quantitativas Determinação direta

Leia mais

DIFRAÇÃO DE RAIOS X DRX

DIFRAÇÃO DE RAIOS X DRX DIFRAÇÃO DE RAIOS X DRX O espectro eletromagnético luz visível raios-x microondas raios gama UV infravermelho ondas de rádio Comprimento de onda (nm) Raios Absorção, um fóton de energia é absorvido promovendo

Leia mais

Departamento de Zoologia da Universidade de Coimbra

Departamento de Zoologia da Universidade de Coimbra Departamento de Zoologia da Universidade de Coimbra Armando Cristóvão Adaptado de "The Tools of Biochemistry" de Terrance G. Cooper Como funciona um espectrofotómetro O espectrofotómetro é um aparelho

Leia mais

Formas regulares e simétricas assim como a ordenação das partículas que os formam. Cristalografia e Difração em Raio X - Michele Oliveira

Formas regulares e simétricas assim como a ordenação das partículas que os formam. Cristalografia e Difração em Raio X - Michele Oliveira Formas regulares e simétricas assim como a ordenação das partículas que os formam. Cristalografia e Difração em Raio X - Michele Oliveira 2 Cristais são arranjos atômicos ou moleculares cuja estrutura

Leia mais

LEI DE OHM. Professor João Luiz Cesarino Ferreira. Conceitos fundamentais

LEI DE OHM. Professor João Luiz Cesarino Ferreira. Conceitos fundamentais LEI DE OHM Conceitos fundamentais Ao adquirir energia cinética suficiente, um elétron se transforma em um elétron livre e se desloca até colidir com um átomo. Com a colisão, ele perde parte ou toda energia

Leia mais

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA TÉCNICAS DE ANÁLISE

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA TÉCNICAS DE ANÁLISE UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA TÉCNICAS DE ANÁLISE CMA CIÊNCIA DOS MATERIAIS 2º Semestre de 2014 Prof. Júlio César Giubilei

Leia mais

ESPECTROSCOPIA VISÍVEL E ULTRAVIOLETA

ESPECTROSCOPIA VISÍVEL E ULTRAVIOLETA ESPECTROSCOPIA VISÍVEL E ULTRAVIOLETA Princípios básicos A espectrofotometria visível e ultravioleta é um dos métodos analíticos mais usados nas determinações analíticas em diversas áreas. É aplicada para

Leia mais

Coerência temporal: Uma característica importante

Coerência temporal: Uma característica importante Coerência temporal: Uma característica importante A coerência temporal de uma fonte de luz é determinada pela sua largura de banda espectral e descreve a forma como os trens de ondas emitidas interfererem

Leia mais

Efeito estufa: como acontece, por que acontece e como influencia o clima do nosso planeta

Efeito estufa: como acontece, por que acontece e como influencia o clima do nosso planeta XXII Encontro Sergipano de Física Efeito estufa: como acontece, por que acontece e como influencia o clima do nosso planeta Prof. Dr. Milan Lalic Departamento de Física Universidade Federal de Sergipe

Leia mais

Instrumentação para Espectroscopia Óptica. CQ122 Química Analítica Instrumental II 2º sem. 2014 Prof. Claudio Antonio Tonegutti

Instrumentação para Espectroscopia Óptica. CQ122 Química Analítica Instrumental II 2º sem. 2014 Prof. Claudio Antonio Tonegutti Instrumentação para Espectroscopia Óptica CQ122 Química Analítica Instrumental II 2º sem. 2014 Prof. Claudio Antonio Tonegutti INTRODUÇÃO Os componentes básicos dos instrumentos analíticos para a espectroscopia

Leia mais

Centro Universitário Padre Anchieta

Centro Universitário Padre Anchieta Absorbância Centro Universitário Padre Anchieta 1) O berílio(ii) forma um complexo com a acetilacetona (166,2 g/mol). Calcular a absortividade molar do complexo, dado que uma solução 1,34 ppm apresenta

Leia mais

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE ANÁLISE LABORATORIAL

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE ANÁLISE LABORATORIAL DIREÇÃO GERAL DOS ESTABELECIMENTOS ESCOLARES DIREÇÃO DE SERVIÇOS DA REGIÃO CENTRO ANO LECTIVO 2015 2016 CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE ANÁLISE LABORATORIAL MÉTODOS OPTICOS ESPECTROFOTOMETRIA MOLECULAR (UV

Leia mais

INTERAÇÃO DOS RAIOS-X COM A MATÉRIA

INTERAÇÃO DOS RAIOS-X COM A MATÉRIA INTERAÇÃO DOS RAIOS-X COM A MATÉRIA RAIOS-X + MATÉRIA CONSEQUÊNCIAS BIOLÓGICAS EFEITOS DAZS RADIAÇÕES NA H2O A molécula da água é a mais abundante em um organismo biológico, a água participa praticamente

Leia mais

DRIFRAÇÃO DE RAIOS-X

DRIFRAÇÃO DE RAIOS-X DRIFRAÇÃO DE RAIOS-X Prof. Márcio Antônio Fiori Prof. Jacir Dal Magro O espectro eletromagnético luz visível raios-x microondas raios gama UV infravermelho ondas de rádio Comprimento de onda (nm) Absorção,

Leia mais

Fenómenos Ondulatórios. Reflexão, refracção, difracção

Fenómenos Ondulatórios. Reflexão, refracção, difracção Fenómenos Ondulatórios Reflexão, refracção, difracção Natureza dualística da radiação electromagnética A radiação electromagnética é um fenómeno ondulatório envolvendo a propagação de um campo magnético

Leia mais

grandeza do número de elétrons de condução que atravessam uma seção transversal do fio em segundos na forma, qual o valor de?

grandeza do número de elétrons de condução que atravessam uma seção transversal do fio em segundos na forma, qual o valor de? Física 01. Um fio metálico e cilíndrico é percorrido por uma corrente elétrica constante de. Considere o módulo da carga do elétron igual a. Expressando a ordem de grandeza do número de elétrons de condução

Leia mais

QUI346 ESPECTROFOTOMETRIA

QUI346 ESPECTROFOTOMETRIA QUI346 ESPECTROFOTOMETRIA ABSORÇÃO FOTOQUÍMICA 3ª Parte A INSTRUMENTAÇÃO 07/10/2013 Mauricio X. Coutrim ESPECTRO DE ABSORÇÃO A energia absorvida por um fóton é igual à diferença entre as energias do estado

Leia mais

Introdução aos métodos espectrométricos. Propriedades da radiação eletromagnética

Introdução aos métodos espectrométricos. Propriedades da radiação eletromagnética Introdução aos métodos espectrométricos A espectrometria compreende um grupo de métodos analíticos baseados nas propriedades dos átomos e moléculas de absorver ou emitir energia eletromagnética em uma

Leia mais

Introdução. Criar um sistema capaz de interagir com o ambiente. Um transdutor é um componente que transforma um tipo de energia em outro.

Introdução. Criar um sistema capaz de interagir com o ambiente. Um transdutor é um componente que transforma um tipo de energia em outro. SENSORES Introdução Criar um sistema capaz de interagir com o ambiente. Num circuito eletrônico o sensor é o componente que sente diretamente alguma característica física do meio em que esta inserido,

Leia mais

Difração. Espectrometria por Raios X 28/10/2009. Walmor Cardoso Godoi, M.Sc. http://ww.walmorgodoi.com

Difração. Espectrometria por Raios X 28/10/2009. Walmor Cardoso Godoi, M.Sc. http://ww.walmorgodoi.com Difração Espectrometria por Raios X Fenômeno encontrado enquanto ondas (sísmicas, acústicas, ondas de água, ondas eletromagnéticos, luz visível, ondas de rádio, raios X) encontram um obstáculo teia de

Leia mais

NOTAS DE AULAS DE FÍSICA MODERNA

NOTAS DE AULAS DE FÍSICA MODERNA NOTAS DE AULAS DE FÍSICA MODERNA Prof. Carlos R. A. Lima CAPÍTULO 5 PROPRIEDADES ONDULATÓRIAS DA MATÉRIA Primeira Edição junho de 2005 CAPÍTULO 5 PROPRIEDADES ONDULATÓRIAS DA MATÉRIA ÍNDICE 5.1- Postulados

Leia mais

Separação de Isótopos de Terras Raras usando Laser. Nicolau A.S.Rodrigues Instituto de Estudos Avançados

Separação de Isótopos de Terras Raras usando Laser. Nicolau A.S.Rodrigues Instituto de Estudos Avançados Separação de Isótopos de Terras Raras usando Laser Nicolau A.S.Rodrigues Instituto de Estudos Avançados Roteiro 1. Motivação: - Isótopos: o que são porque um determinado isótopo é mais interessantes que

Leia mais

DIODOS. Professor João Luiz Cesarino Ferreira

DIODOS. Professor João Luiz Cesarino Ferreira DIODOS A união de um cristal tipo p e um cristal tipo n, obtém-se uma junção pn, que é um dispositivo de estado sólido simples: o diodo semicondutor de junção. Figura 1 Devido a repulsão mútua os elétrons

Leia mais

Neste capítulo trataremos das propriedades gerais de um laser, bem como das características de um laser a fibra de cavidades acopladas.

Neste capítulo trataremos das propriedades gerais de um laser, bem como das características de um laser a fibra de cavidades acopladas. 3 Laser a Fibra Neste capítulo trataremos das propriedades gerais de um laser, bem como das características de um laser a fibra de cavidades acopladas. 3.1 Propriedades Gerais A palavra LASER é um acrônimo

Leia mais

ESPECTROMETRIA ATÔMICA. Prof. Marcelo da Rosa Alexandre

ESPECTROMETRIA ATÔMICA. Prof. Marcelo da Rosa Alexandre ESPECTROMETRIA ATÔMICA Prof. Marcelo da Rosa Alexandre Métodos para atomização de amostras para análises espectroscópicas Origen dos Espectros Óticos Para os átomos e íons na fase gasosa somente as transições

Leia mais

Como o material responde quando exposto à radiação eletromagnética, e em particular, a luz visível.

Como o material responde quando exposto à radiação eletromagnética, e em particular, a luz visível. Como o material responde quando exposto à radiação eletromagnética, e em particular, a luz visível. Radiação eletromagnética componentes de campo elétrico e de campo magnético, os quais são perpendiculares

Leia mais

ONDAS MECÂNICAS, ONDA ELETROMAGNETICA E ÓPTICA FÍSICA

ONDAS MECÂNICAS, ONDA ELETROMAGNETICA E ÓPTICA FÍSICA FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA, CAMPUS DE JI-PARANÁ, DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL DE JI-PARANÁ DEFIJI 1 SEMESTRE 2013-2 ONDAS MECÂNICAS, ONDA ELETROMAGNETICA E ÓPTICA FÍSICA Prof. Robinson

Leia mais

ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO

ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO COLÉGIO ESTADUAL RAINHA DA PAZ, ENSINO MÉDIO REPOSIÇÃO DAS AULAS DO DIA 02 e 03/07/2012 DAS 1 ª SÉRIES: A,B,C,D,E e F. Professor MSc. Elaine Sugauara Disciplina de Química ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO As ondas

Leia mais

Mary Santiago Silva 16/04/2010

Mary Santiago Silva 16/04/2010 Espectrometria de Massas Prof. Marcelo da Rosa Alexandre Departamento de Química - UFS Introdução Técnica analítica, utilizada para identificar e quantificar compostos conhecidos e elucidar a estrutura

Leia mais

Espectrofotometria Pro r fe f ssor H elber Barc r ellos

Espectrofotometria Pro r fe f ssor H elber Barc r ellos Espectrofotometria Professor Helber Barcellos Espectrofotometria A Espectrofotometria é um processo de medida que emprega as propriedades dos átomos e moléculas de absorver e/ou emitir energia eletromagnética

Leia mais

FUNDAMENTOS DE ONDAS, Prof. Emery Lins Curso Eng. Biomédica

FUNDAMENTOS DE ONDAS, Prof. Emery Lins Curso Eng. Biomédica FUNDAMENTOS DE ONDAS, RADIAÇÕES E PARTÍCULAS Prof. Emery Lins Curso Eng. Biomédica Questões... O que é uma onda? E uma radiação? E uma partícula? Como elas se propagam no espaço e nos meios materiais?

Leia mais

UNIDADE 4 - ESTRUTURA CRISTALINA

UNIDADE 4 - ESTRUTURA CRISTALINA UNIDADE 4 - ESTRUTURA CRISTALINA 4.1. INTRODUÇÃO Em geral, todos os metais, grande parte dos cerâmicos e certos polímeros cristalizam-se quando se solidificam. Os átomos se arranjam em uma estrutura tridimensional

Leia mais

O olho humano permite, com o ar limpo, perceber uma chama de vela em até 15 km e um objeto linear no mapa com dimensão de 0,2mm.

O olho humano permite, com o ar limpo, perceber uma chama de vela em até 15 km e um objeto linear no mapa com dimensão de 0,2mm. A Visão é o sentido predileto do ser humano. É tão natural que não percebemos a sua complexidade. Os olhos transmitem imagens deformadas e incompletas do mundo exterior que o córtex filtra e o cérebro

Leia mais

ESTRUTURAS CRISTALINAS - TEORIA

ESTRUTURAS CRISTALINAS - TEORIA ESTRUTURAS CRISTALINAS - TEORIA Introdução Sólidos são compostos que apresentam uma alta regularidade estrutural. Com exceção dos sólidos amorfos, nos quais essa regularidade só existe em um curto espaço,

Leia mais

CONCURSO DE ADMISSÃO AO CURSO DE FORMAÇÃO E GRADUAÇÃO FÍSICA CADERNO DE QUESTÕES

CONCURSO DE ADMISSÃO AO CURSO DE FORMAÇÃO E GRADUAÇÃO FÍSICA CADERNO DE QUESTÕES CONCURSO DE ADMISSÃO AO CURSO DE FORMAÇÃO E GRADUAÇÃO FÍSICA CADERNO DE QUESTÕES 1 a QUESTÃO Valor: 1,00 A L 0 H mola apoio sem atrito B A figura acima mostra um sistema composto por uma parede vertical

Leia mais

EXERCÍCIOS ESTRUTURA ELETRONICA

EXERCÍCIOS ESTRUTURA ELETRONICA EXERCÍCIOS ESTRUTURA ELETRONICA Questão 1 O molibdênio metálico tem de absorver radiação com frequência mínima de 1,09 x 10 15 s -1 antes que ele emita um elétron de sua superfície via efeito fotoelétrico.

Leia mais

CONTEÚDOS OBJETIVOS PERÍODO

CONTEÚDOS OBJETIVOS PERÍODO ESCOLA BÁSICA2,3 EUGÉNIO DOS SANTOS 2013 2014 página 1 ESCOLA BÁSICA DO 2.º E 3.º CICLOS EUGÉNIO DOS SANTOS PLANIFICAÇÃO E METAS DE APRENDIZAGEM DA DISCIPLINA DE CIÊNCIAS FÍSICO-QUÍMICAS 8.º ANO DE ESCOLARIDADE

Leia mais

-2014- CONTEÚDO SEPARADO POR TRIMESTRE E POR AVALIAÇÃO CIÊNCIAS 9º ANO 1º TRIMESTRE

-2014- CONTEÚDO SEPARADO POR TRIMESTRE E POR AVALIAÇÃO CIÊNCIAS 9º ANO 1º TRIMESTRE -2014- CONTEÚDO SEPARADO POR TRIMESTRE E POR AVALIAÇÃO CIÊNCIAS 9º ANO 1º TRIMESTRE DISCURSIVA OBJETIVA QUÍMICA FÍSICA QUÍMICA FÍSICA Matéria e energia Propriedades da matéria Mudanças de estado físico

Leia mais

História dos Raios X. 08 de novembro de 1895: Descoberta dos Raios X Pelo Professor de física teórica Wilhelm Conrad Röntgen.

História dos Raios X. 08 de novembro de 1895: Descoberta dos Raios X Pelo Professor de física teórica Wilhelm Conrad Röntgen. História dos Raios X 08 de novembro de 1895: Descoberta dos Raios X Pelo Professor de física teórica Wilhelm Conrad Röntgen. História dos Raios X 22 de dezembro de 1895, Röntgen fez a primeira radiografia

Leia mais

DETERMINAÇÃO DA ESTRUTURA TRIDIMENSIONAL DE PROTEÍNAS POR DIFRAÇÃO DE RAIOS-X

DETERMINAÇÃO DA ESTRUTURA TRIDIMENSIONAL DE PROTEÍNAS POR DIFRAÇÃO DE RAIOS-X DETERMINAÇÃO DA ESTRUTURA TRIDIMENSIONAL DE PROTEÍNAS POR DIFRAÇÃO DE RAIOS-X Disciplina: Engenharia de Proteínas Ma. Flávia Campos Freitas Vieira NÍVEIS ESTRUTURAIS DAS PROTEÍNAS Fonte: Lehninger, 2010.

Leia mais

OBJETIVO Verificar as leis da Reflexão Verificar qualitativamente e quantitativamente a lei de Snell. Observar a dispersão da luz em um prisma.

OBJETIVO Verificar as leis da Reflexão Verificar qualitativamente e quantitativamente a lei de Snell. Observar a dispersão da luz em um prisma. UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA CURSO DE FÍSICA LABORATÓRIO ÓPTICA REFLEXÃO E REFRAÇÃO OBJETIVO Verificar as leis da Reflexão Verificar qualitativamente e quantitativamente a lei de Snell. Observar a

Leia mais

Detectores de Partículas. Thiago Tomei IFT-UNESP Março 2009

Detectores de Partículas. Thiago Tomei IFT-UNESP Março 2009 Detectores de Partículas Thiago Tomei IFT-UNESP Março 2009 Sumário Modelo geral de um detector. Medidas destrutivas e não-destrutivas. Exemplos de detectores. Tempo de vôo. Detectores a gás. Câmara de

Leia mais

c) A corrente induzida na bobina imediatamente após a chave S ser fechada terá o mesmo sentido da corrente no circuito? Justifique sua resposta.

c) A corrente induzida na bobina imediatamente após a chave S ser fechada terá o mesmo sentido da corrente no circuito? Justifique sua resposta. Questão 1 Um estudante de física, com o intuito de testar algumas teorias sobre circuitos e indução eletromagnética, montou o circuito elétrico indicado na figura ao lado. O circuito é composto de quatro

Leia mais

Título ONDULATÓRIA Extensivo Aula 29. Professor Edson Osni Ramos (Cebola) Disciplina. Física B

Título ONDULATÓRIA Extensivo Aula 29. Professor Edson Osni Ramos (Cebola) Disciplina. Física B Título ONDULATÓRIA Extensivo Aula 29 Professor Edson Osni Ramos (Cebola) Disciplina Física B RADIAÇÕES ELETROMAGNÉTICAS ONDA ELETROMAGNÉTICA Sempre que uma carga elétrica é acelerada ela emite campos elétricos

Leia mais

Prof. Rogério Eletrônica Geral 1

Prof. Rogério Eletrônica Geral 1 Prof. Rogério Eletrônica Geral 1 Apostila 2 Diodos 2 COMPONENTES SEMICONDUTORES 1-Diodos Um diodo semicondutor é uma estrutura P-N que, dentro de seus limites de tensão e de corrente, permite a passagem

Leia mais

Experiência 06 Resistores e Propriedades dos Semicondutores

Experiência 06 Resistores e Propriedades dos Semicondutores Universidade Federal de Santa Catarina Departamento de Engenharia Elétrica Laboratório de Materiais Elétricos EEL 7051 Professor Clóvis Antônio Petry Experiência 06 Resistores e Propriedades dos Semicondutores

Leia mais

Aula 8 Fótons e ondas de matéria II. Física Geral F-428

Aula 8 Fótons e ondas de matéria II. Física Geral F-428 Aula 8 Fótons e ondas de matéria II Física Geral F-428 1 Resumo da aula anterior: Planck e o espectro da radiação de um corpo negro: introdução do conceito de estados quantizados de energia para os osciladores

Leia mais

Prof. Eduardo Loureiro, DSc.

Prof. Eduardo Loureiro, DSc. Prof. Eduardo Loureiro, DSc. Transmissão de Calor é a disciplina que estuda a transferência de energia entre dois corpos materiais que ocorre devido a uma diferença de temperatura. Quanta energia é transferida

Leia mais

1 Fibra Óptica e Sistemas de transmissão ópticos

1 Fibra Óptica e Sistemas de transmissão ópticos 1 Fibra Óptica e Sistemas de transmissão ópticos 1.1 Introdução Consiste em um guia de onda cilíndrico, conforme ilustra a Figura 1, formado por núcleo de material dielétrico (em geral vidro de alta pureza),

Leia mais

DIODO SEMICONDUTOR. Conceitos Básicos. Prof. Marcelo Wendling Ago/2011

DIODO SEMICONDUTOR. Conceitos Básicos. Prof. Marcelo Wendling Ago/2011 DIODO SEMICONDUTOR Prof. Marcelo Wendling Ago/2011 Conceitos Básicos O diodo semicondutor é um componente que pode comportar-se como condutor ou isolante elétrico, dependendo da forma como a tensão é aplicada

Leia mais

ELETRODO OU SEMIPILHA:

ELETRODO OU SEMIPILHA: ELETROQUÍMICA A eletroquímica estuda a corrente elétrica fornecida por reações espontâneas de oxirredução (pilhas) e as reações não espontâneas que ocorrem quando submetidas a uma corrente elétrica (eletrólise).

Leia mais

Corrente elétrica corrente elétrica.

Corrente elétrica corrente elétrica. Corrente elétrica Vimos que os elétrons se deslocam com facilidade em corpos condutores. O deslocamento dessas cargas elétricas é chamado de corrente elétrica. A corrente elétrica é responsável pelo funcionamento

Leia mais

Teste de Avaliação 3 A - 06/02/2013

Teste de Avaliação 3 A - 06/02/2013 E s c o l a S e c u n d á r i a d e A l c á c e r d o S a l Ano letivo 201 2/2013 Física e Química A Bloco II (11ºano) Teste de Avaliação 3 A - 06/02/2013 1. Suponha que um balão de observação está em

Leia mais

QUÍMICA QUESTÃO 41 QUESTÃO 42

QUÍMICA QUESTÃO 41 QUESTÃO 42 Processo Seletivo/UNIFAL- janeiro 2008-1ª Prova Comum TIPO 1 QUÍMICA QUESTÃO 41 Diferentes modelos foram propostos ao longo da história para explicar o mundo invisível da matéria. A respeito desses modelos

Leia mais

Apostila de Química Geral

Apostila de Química Geral Cursinho Vitoriano UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" Câmpus de São José do Rio Preto Apostila de Química Geral Período noturno Ligações químicas interatômicas Vanessa R.

Leia mais

Estabilizada de. PdP. Autor: Luís Fernando Patsko Nível: Intermediário Criação: 22/02/2006 Última versão: 18/12/2006

Estabilizada de. PdP. Autor: Luís Fernando Patsko Nível: Intermediário Criação: 22/02/2006 Última versão: 18/12/2006 TUTORIAL Fonte Estabilizada de 5 Volts Autor: Luís Fernando Patsko Nível: Intermediário Criação: 22/02/2006 Última versão: 18/12/2006 PdP Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos http://www.maxwellbohr.com.br

Leia mais

Professor Felipe Técnico de Operações P-25 Petrobras

Professor Felipe Técnico de Operações P-25 Petrobras Professor Felipe Técnico de Operações P-25 Petrobras Contatos : Felipe da Silva Cardoso professorpetrobras@gmail.com www.professorfelipecardoso.blogspot.com skype para aula particular online: felipedasilvacardoso

Leia mais

Quanto à origem uma onda pode ser classificada em onda mecânica e onda eletromagnética.

Quanto à origem uma onda pode ser classificada em onda mecânica e onda eletromagnética. CLASSIFICAÇÃO DAS ONDAS Podemos classificar as ondas quanto à: sua origem direção de oscilação tipo de energia transportada. ONDAS QUANTO À ORIGEM Quanto à origem uma onda pode ser classificada em onda

Leia mais

EFEITO FOTOELÉTRICO. J.R. Kaschny

EFEITO FOTOELÉTRICO. J.R. Kaschny EFEITO FOTOELÉTRICO J.R. Kaschny Histórico 1886-1887 Heinrich Hertz realizou experimentos que pela primeira vez confirmaram a existência de ondas eletromagnéticas e a teoria de Maxwell sobre a propagação

Leia mais

Física. Resolução. Q uestão 01 - A

Física. Resolução. Q uestão 01 - A Q uestão 01 - A Uma forma de observarmos a velocidade de um móvel em um gráfico d t é analisarmos a inclinação da curva como no exemplo abaixo: A inclinação do gráfico do móvel A é maior do que a inclinação

Leia mais

Análise Estrutural. José Carlos Marques Departamento de Química Universidade da Madeira

Análise Estrutural. José Carlos Marques Departamento de Química Universidade da Madeira Análise Estrutural José Carlos Marques Departamento de Química Universidade da Madeira Objectivos Usar a espectroscopia na identificação de substâncias puras ou compostos orgânicos compreender a interacção

Leia mais

Estrutura de Sólidos Cristalinos. Profa. Dra Daniela Becker

Estrutura de Sólidos Cristalinos. Profa. Dra Daniela Becker Estrutura de Sólidos Cristalinos Profa. Dra Daniela Becker Bibliografia Callister Jr., W. D. Ciência e engenharia de materiais: Uma introdução. LTC, 5ed., cap 3, 2002. Shackelford, J.F. Ciências dos Materiais,

Leia mais

Lista de Revisão Óptica na UECE e na Unifor Professor Vasco Vasconcelos

Lista de Revisão Óptica na UECE e na Unifor Professor Vasco Vasconcelos Lista de Revisão Óptica na UECE e na Unifor Professor Vasco Vasconcelos 0. (Unifor-998. CE) Um objeto luminoso está inicialmente parado a uma distância d de um espelho plano fixo. O objeto inicia um movimento

Leia mais

UFMG - 2003 2º DIA FÍSICA BERNOULLI COLÉGIO E PRÉ-VESTIBULAR

UFMG - 2003 2º DIA FÍSICA BERNOULLI COLÉGIO E PRÉ-VESTIBULAR UFMG - 2003 2º DIA FÍSICA BERNOULLI COLÉGIO E PRÉ-VESTIBULAR Física Questão 01 Durante uma brincadeira, Rafael utiliza o dispositivo mostrado nesta figura para lançar uma bolinha horizontalmente. Nesse

Leia mais

Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Departamento de Informática

Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Departamento de Informática Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Departamento de Informática Francisco Erberto de Sousa 11111971 Saulo Bezerra Alves - 11111958 Relatório: Capacitor, Resistor, Diodo

Leia mais

Física IV. Difração. Sears capítulo 36. Prof. Nelson Luiz Reyes Marques. Capítulo 36 Difração

Física IV. Difração. Sears capítulo 36. Prof. Nelson Luiz Reyes Marques. Capítulo 36 Difração Física IV Difração Sears capítulo 36 Prof. Nelson Luiz Reyes Marques Difração e a Teoria Ondulatória da Luz Difração e a Teoria Ondulatória da Luz A difração é um fenômeno essencialmente ondulatório, ou

Leia mais

04. Com base na lei da ação e reação e considerando uma colisão entre dois corpos A e B, de massas m A. , sendo m A. e m B. < m B.

04. Com base na lei da ação e reação e considerando uma colisão entre dois corpos A e B, de massas m A. , sendo m A. e m B. < m B. 04. Com base na lei da ação e reação e considerando uma colisão entre dois corpos A e B, de massas m A e m B, sendo m A < m B, afirma-se que 01. Um patrulheiro, viajando em um carro dotado de radar a uma

Leia mais

FCVA/ UNESP JABOTICABAL ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA. Prof a. Dr a. Luciana Maria Saran

FCVA/ UNESP JABOTICABAL ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA. Prof a. Dr a. Luciana Maria Saran FCVA/ UNESP JABOTICABAL ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA Prof a. Dr a. Luciana Maria Saran 1. INTRODUÇÃO Átomos ou Íons: têm estados de energia característicos, nos quais os elétrons podem permanecer.

Leia mais

O Polarímetro na determinação de concentrações de soluções

O Polarímetro na determinação de concentrações de soluções O Polarímetro na determinação de concentrações de soluções 1. O polarímetro Polarímetros são aparelhos que medem directamente a rotação de polarização, através da medição do ângulo de rotação de um analisador.

Leia mais

Ligações Químicas Ligação Iônica Ligação Metálica

Ligações Químicas Ligação Iônica Ligação Metálica Química Geral e Inorgânica QGI0001 Eng a. de Produção e Sistemas Prof a. Dr a. Carla Dalmolin Ligações Químicas Ligação Iônica Ligação Metálica Periodicidade O átomo é visto como uma esfera, onde só as

Leia mais

Descobertas do electromagnetismo e a comunicação

Descobertas do electromagnetismo e a comunicação Descobertas do electromagnetismo e a comunicação Porque é importante comunicar? - Desde o «início dos tempos» que o progresso e o bem estar das sociedades depende da sua capacidade de comunicar e aceder

Leia mais

Física IV. Interferência

Física IV. Interferência Física IV Interferência Sears capítulo 35 Prof. Nelson Luiz Reyes Marques Interferência Arco-íris = Bolha de sabão refração interferência Princípio da superposição Quando duas ou mais ondas se superpõem,

Leia mais

Introdução aos Sistemas de Informação Geográfica

Introdução aos Sistemas de Informação Geográfica Introdução aos Sistemas de Informação Geográfica Mestrado Profissionalizante 2015 Karla Donato Fook karladf@ifma.edu.br IFMA / DAI Motivação Alguns princípios físicos dão suporte ao Sensoriamento Remoto...

Leia mais

Antena Escrito por André

Antena Escrito por André Antena Escrito por André Antenas A antena é um dispositivo passivo que emite ou recebe energia eletromagnéticas irradiada. Em comunicações radioelétricas é um dispositivo fundamental. Alcance de uma Antena

Leia mais

Diodos. TE214 Fundamentos da Eletrônica Engenharia Elétrica

Diodos. TE214 Fundamentos da Eletrônica Engenharia Elétrica Diodos TE214 Fundamentos da Eletrônica Engenharia Elétrica Sumário Circuitos Retificadores Circuitos Limitadores e Grampeadores Operação Física dos Diodos Circuitos Retificadores O diodo retificador converte

Leia mais

Transmissão das Ondas Eletromagnéticas. Prof. Luiz Claudio

Transmissão das Ondas Eletromagnéticas. Prof. Luiz Claudio Transmissão das Ondas Eletromagnéticas Prof. Luiz Claudio Transmissão/Recebimento das ondas As antenas são dispositivos destinados a transmitir ou receber ondas de rádio. Quando ligadas a um transmissor

Leia mais

LIGAÇÃO COVALENTE APOLAR ELEMENTOS COM MESMA ELETRONEGATIVIDADE

LIGAÇÃO COVALENTE APOLAR ELEMENTOS COM MESMA ELETRONEGATIVIDADE LIGAÇÃO COVALENTE APOLAR ELEMENTOS COM MESMA ELETRONEGATIVIDADE LIGAÇÃO COVALENTE POLAR ELEMENTOS COM ELETRONEGATIVIDADES DIFERENTES MOLÉCULA APOLAR VETORES SE ANULAM ///// µ R = 0 MOLÉCULA APOLAR VETORES

Leia mais

Identificação de materiais radioativos pelo método de espectrometria de fótons com detector cintilador

Identificação de materiais radioativos pelo método de espectrometria de fótons com detector cintilador Identificação de materiais radioativos pelo método de espectrometria de fótons com detector cintilador 1. Introdução Identificar um material ou agente radiológico é de grande importância para as diversas

Leia mais

Ivan Guilhon Mitoso Rocha. As grandezas fundamentais que serão adotadas por nós daqui em frente:

Ivan Guilhon Mitoso Rocha. As grandezas fundamentais que serão adotadas por nós daqui em frente: Rumo ao ITA Física Análise Dimensional Ivan Guilhon Mitoso Rocha A análise dimensional é um assunto básico que estuda as grandezas físicas em geral, com respeito a suas unidades de medida. Como as grandezas

Leia mais

22/Abr/2015 Aula 15. 17/Abr/2015 Aula 14

22/Abr/2015 Aula 15. 17/Abr/2015 Aula 14 17/Abr/2015 Aula 14 Introdução à Física Quântica Radiação do corpo negro; níveis discretos de energia. Efeito foto-eléctrico: - descrições clássica e quântica - experimental. Efeito de Compton. 22/Abr/2015

Leia mais

Lei dos transformadores e seu princípio de funcionamento

Lei dos transformadores e seu princípio de funcionamento Lei dos transformadores e seu princípio de funcionamento Os transformadores operam segundo a lei de Faraday ou primeira lei do eletromagnetismo. Primeira lei do eletromagnetismo Uma corrente elétrica é

Leia mais

Água e Solução Tampão

Água e Solução Tampão União de Ensino Superior de Campina Grande Faculdade de Campina Grande FAC-CG Curso de Fisioterapia Água e Solução Tampão Prof. Dra. Narlize Silva Lira Cavalcante Fevereiro /2015 Água A água é a substância

Leia mais

Cor e frequência. Frequência ( ) Comprimento de onda ( )

Cor e frequência. Frequência ( ) Comprimento de onda ( ) Aula Óptica Luz visível A luz que percebemos tem como característica sua freqüência que vai da faixa de 4.10 14 Hz ( vermelho) até 8.10 14 Hz (violeta). Esta faixa é a de maior emissão do Sol, por isso

Leia mais

MÓDULO 4 Meios físicos de transmissão

MÓDULO 4 Meios físicos de transmissão MÓDULO 4 Meios físicos de transmissão Os meios físicos de transmissão são compostos pelos cabos coaxiais, par trançado, fibra óptica, transmissão a rádio, transmissão via satélite e são divididos em duas

Leia mais

PROVA DE QUÍMICA - 1998 Segunda Etapa

PROVA DE QUÍMICA - 1998 Segunda Etapa PROVA DE QUÍMICA - 1998 Segunda Etapa QUESTÃO 01 Num laboratório químico, havia três frascos que continham, respectivamente, um alcano, um álcool e um alqueno. Foram realizados experimentos que envolviam

Leia mais

4 MÉTODO ANALÍTICO EMPREGADO NA DETERMINAÇÃO DE MERCÚRIO TOTAL

4 MÉTODO ANALÍTICO EMPREGADO NA DETERMINAÇÃO DE MERCÚRIO TOTAL 39 4 MÉTODO ANALÍTICO EMPREGADO NA DETERMINAÇÃO DE MERCÚRIO TOTAL 4.1 O Processo de absorção atômica A absorção de energia por átomos livres, gasosos, no estado fundamental, é a base da espectrometria

Leia mais

Técnico em Eletrotécnica

Técnico em Eletrotécnica Técnico em Eletrotécnica Caderno de Questões Prova Objetiva 2015 01 Em uma corrente elétrica, o deslocamento dos elétrons para produzir a corrente se deve ao seguinte fator: a) fluxo dos elétrons b) forças

Leia mais

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO QUÍMICA APLICADA - MESTRADO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO QUÍMICA APLICADA - MESTRADO strado em Química Aplicada Seleção 2007 1/6 1 a etapa do Processo de Seleção 2007 - Parte 1 Questão 01: (A) Arranje, em ordem crescente de comprimento de onda, os seguintes tipos de fótons de radiação

Leia mais

Nosso objetivo será mostrar como obter informações qualitativas sobre a refração da luz em um sistema óptico cilíndrico.

Nosso objetivo será mostrar como obter informações qualitativas sobre a refração da luz em um sistema óptico cilíndrico. Introdução Nosso objetivo será mostrar como obter informações qualitativas sobre a refração da luz em um sistema óptico cilíndrico. A confecção do experimento permitirá também a observação da dispersão

Leia mais

RESOLUÇÃO COMENTADA DA PROVA DA UNESP DE 2014

RESOLUÇÃO COMENTADA DA PROVA DA UNESP DE 2014 RESOLUÇÃO COMENTADA DA PROVA DA UNESP DE 2014 1-Alguns historiadores da Ciência atribuem ao filósofo pré-socrático Empédocles a Teoria dos Quatro Elementos. Segundo essa teoria, a constituição de tudo

Leia mais

RESUMOS TEÓRICOS de QUÍMICA GERAL e EXPERIMENTAL

RESUMOS TEÓRICOS de QUÍMICA GERAL e EXPERIMENTAL RESUMOS TEÓRICOS de QUÍMICA GERAL e EXPERIMENTAL 5 ESTUDO DA MATÉRIA 1 DEFINIÇÕES Matéria é tudo que ocupa lugar no espaço e tem massa. Nem tudo que existe no universo e matéria. Por exemplo, o calor e

Leia mais

UNIDADE 3 - COORDENAÇÃO ATÔMICA

UNIDADE 3 - COORDENAÇÃO ATÔMICA A força de repulsão entre os elétrons de dois átomos, quando estão suficientemente próximos, é responsável, em conjunto com as forças de atração, pela posição de equilíbrio dos átomos na ligação química

Leia mais

SUBÁREA DE FÍSICA E QUÍMICA PLANEJAMENTO ANUAL PARA A DISCIPLINA DE FÍSICA 2ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO 2014. Identificação e Conteúdo Programático

SUBÁREA DE FÍSICA E QUÍMICA PLANEJAMENTO ANUAL PARA A DISCIPLINA DE FÍSICA 2ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO 2014. Identificação e Conteúdo Programático UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO CENTRO DE ENSINO E PESQUISA APLICADA À EDUCAÇÃO - CEPAE ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA E MATEMÁTICA SUBÁREA DE FÍSICA E QUÍMICA PLANEJAMENTO ANUAL

Leia mais

Lista de Exercício de Química - N o 6

Lista de Exercício de Química - N o 6 Lista de Exercício de Química - N o 6 Profa. Marcia Margarete Meier 1) Arranje em ordem crescente de energia, os seguintes tipos de fótons de radiação eletromagnética: raios X, luz visível, radiação ultravioleta,

Leia mais

Aula de Véspera - Inv-2009 Professor Leonardo

Aula de Véspera - Inv-2009 Professor Leonardo 01. Dois astronautas, A e B, encontram-se livres na parte externa de uma estação espacial, sendo desprezíveis as forças de atração gravitacional sobre eles. Os astronautas com seus trajes espaciais têm

Leia mais