Mercado Único. Empresas e cidadãos na União Europeia. Mercado Único

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1 Preço: 6,50 H Empresas e cidadãos na União Europeia Dossier Combate às alterações climáticas é uma prioridade da UE Questões Novembro 2008 Directiva IVA foi alterada mais de 30 vezes Actualidade OMC avisa que a crise pode conduzir ao proteccionismo Revista Mensal Aumentam os receios para as seguradoras europeias Acórdãos Acordos de distribuição podem violar regras da concorrência Legislação Aquisição de instituições financeiras tem novas regras Novembro de 2008 Preço - 6,50 G 11 David Robertson fala das equipas multinacionais e como estas podem promover a mudança DIVERSIDADE EUROPEIA FAVORECE A INOVAÇÃO

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3 Novembro EDITORIAL FICHA TÉCNICA Capitalismo ferido DIRECTOR João Carlos Peixoto de Sousa COORDENADOR DE EDIÇÃO Virgílio Ferreira COLABORADORES Sandra Ribeiro Eurogabinete da CGD DIRECÇÃO COMERCIAL Madalena Campos Teresa Claro PAGINAÇÃO José Barbosa FOTOGRAFIA Antunes Amor/Rui Marinho IMPRESSÃO Uniarte Gráfica/Porto PROPRIETÁRIO Vida Económica - Editorial, SA NIPC REDACÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E ASSINATURAS SEDE PORTO Rua Gonçalo Cristóvão, 14, R/C Porto Telef.: Fax: DELEGAÇÃO DE LISBOA Campo Pequeno, 50, 4º Esq Lisboa Telef.: Fax: PERIODICIDADE: MENSAL TIRAGEM: 600 EXEMPLARES PREÇO: 6,50 G REGISTO Nº DA DIRECÇÃO- -GERAL DA COMUNICAÇÃO SOCIAL A capitalismo está em crise? Ou apenas tem uma ferida aberta que, depois de cicatrizada, o tornará ainda mais forte? A opção dos Estados, de injectarem dinheiro nos bancos privado aponta para uma nacionalização. Mas é pura aparência. Tal como Manuel Pinho, ministro da Economia português, e outros responsáveis já o afirmaram, esta crise poderá trazer um mundo melhor, no sentido de corrigir as ineficiências que o sistema do capitalismo, ou outro qualquer, comporta. Sejam quais forem as soluções encontradas, nada será como no passado. Os Estados, e mesmo o sector privado no seu todo, vão reconhecer que há necessidade de controlar o sistema, sobretudo no plano financeiro. Ou seja, terá de haver sempre alguém que supervisione a subsistência e a consistência das regras de funcionamento do mercado. E que estas não podem continuar a ser sempre moldadas por quem não tem o controlo do sistema. Vai ser preciso criar um género de torre de controlo de tráfego, em que o sistema económico funciona assente na liberdade, mas sempre controlada. E será que esta crise decorres do sistema político da Democracia? E que a culpa é dos desconhecidos eleitos, que, por sua vez, se descartaram da responsabildade de assegurar o bem-estar dos seus eleitores, isto é, contribuintes? Provavelmente. E se assim for, talvez esteja na hora de repensar também o Estado de Direito Democrático, no sentido de se construir, entenda-se, uma verdadeira democracia. Seja como for, esta crise dificilmente terá um rosto ou rostos. Ela certamente não começou com a falência do banco Lehman Brothers, no EUA. Os antecedentes estão no sistema do próprio capitalismo, na ideia de que o lucro gera lucro e isso traz mais riqueza e mais bem-estar. Isto é certo, até o sistema falir, como foi ou está a ser o caso. Winston Churchill disse um dia que a democracia pode tornar-se no pior dos sistemas quando se excluem as minorias. Este sistema político tem na sua base o capitalismo e, provavelmente, uma democracia levada ao extremo. Não devemos esquecer que, com um sistema democrático de governação suficientemente maduro, há sectores, tais como o financeiro e o da saúde, para já não falar do de previdência social, que suportam todo o sistema social. De repente, se o que aconteceu na banca resultar também com os hospitais e com as pensões de reforma, imagine-se que consequências sociais daqui poderiam resultar. A União Europeia tem aqui uma oportunidade para melhorar o seu sistema económico, político e social. Isso só será possível reforçando a coesão interna, e combater os malefícios da economia global. O sistema pode ser liberal, mas os agentes públicos e privados não podem descartar-se da sua responsabilidade, uns supervisionando, outros não violando o equilíbrio de mercado. Certamente, não é preciso mais Estado, mas melhor Estado. E, claro está, maior responsabilidade de cada um nas suas funções. Seja como for, a marca ficará para sempre na História da Civilização. O Estado, por força das circunstâncias, foi obrigado a salvar o mercado. E deixou de haver a lógica, ao assumir os riscos que, à partida, não lhe pertenciam. DEPÓSITO LEGAL Nº /92 3

4 Neste número de Novembro da fique a conhecer: Revista Mensal para Empresas e Cidadãos na Europa Comunitária P. 7 P. 13 A Europa não pode perder a batalha da inovação. O processo está em macha e, segundo David Robertson, professor no IDM International, é imparável. E a estratégia é pensar sempre em soluções globais. A protecção do ambiente e o desenvolvimento de políticas integradas ambientais são o futuro da Europa e do Mundo. Quem não pensar em ecologia está a autodestruir-se, disso não tenhamos dúvidas. E os Estados- -membros devem estar alertas para o risco. P. 25 A Directiva do IVA já foi alterada mais de 30 vezes. Isto é sinal de que os sistemas jurídicos intituídos na União Europeia podem ser continuamente aperfeiçoados, sobretudo ao nível da fiscalidade. P. 39 Há contratos e contratos. É certo que o regime contratual na União Europeia pressupõe a liberdade das partes para celebrarem acordos. Mas essa liberdade tem limites. Ela não pode pôr em causa a sã concorrência e muito menos potenciar situações de monopólio ou de concertação. P. 51 A crise financeira internacional dá um novo sentido à normalização do funcionamento do mercado. As instituições financeiras vão, no futuro, estar sujeitas a regras de controlo cada vez mais apertadas e vigiadas pelas instituições de supervisão. Pedidos para Rua Gonçalo Cristóvão, 111, 6º Esq Porto, Tel Fax Assinatura anual da Revista (IVA 5% incluído): 66 H Nome ou firma Morada Localidade CP Para pagamento anexo cheque nº s/ o B., de H Desejo que me debitem: H do meu cartão com o nº Válido até / /. Assinatura do Portador

5 SUMÁRIO Entrevista David Robertson fala das equipas multinacionais e como estas podem promover a mudança Diversidade europeia favorece a inovação Dossier Combate às alterações climáticas é uma prioridade da UE 13 Questões Directiva IVA foi alterada mais de 30 vezes 25 Breves 35 Actualidade OMC avisa que a crise pode conduzir ao proteccionismo 37 Aumentam os receios para as seguradoras europeias 38 7 Direito Comunitário Acordos de distribuição podem violar regras da concorrência 39 Jornal Oficial Aquisição de instituições financeiras tem novas regras 51 5

6 Os aspectos financeiros encontram-se subjacentes a toda a actividade empresarial. Por tal facto, conhecer a realidade económica e financeira da sua empresa a partir das Demonstrações financeiras, Compreender o Impacto Das Decisões Quotidianas sobre os resultados globais da empresa, e interpretar os principais Documentos financeiros duma empresa é de extrema importância. DestInatárIOs: empresários e Gestores de PMe Quadros sem formação contabilística. Chefias de diversas áreas operacionais responsáveis de determinados sectores. Quadros médios e superiores das diferentes áreas operacionais Porto 03 e 05 Dezembro 2008 e 10 e 12 Dezembro 2008 (só tarde) Horário 14 horas - 14h30/18h30 Lisboa 15 e 16 Dezembro 2008 Horário 14 horas - 09h30/18h30 OBJeCtIVOs: 1. Compreender os mecanismos contabilísticos e financeiros básicos 2. Proporcionar aos participantes, a aquisição duma cultura financeira indispensável a todos os elementos com responsabilidades numa empresa. 3. apreciar o Impacto das decisões quotidianas sobre os resultados globais da empresa 4. Permitir uma sensibilização aos problemas concretos do dia a dia. OBs: Oferta dum CD com,... Modelo de análise económica e Financeira. Modelo de simulação para preparar o Orçamento de exploração. Formação personalizada O Grupo Editorial Vida Económica tem condições para lhe proporcionar formação à medida dos objectivos e necessidades dos seus trabalhadores, colaboradores ou associados, em qualquer ponto do país, em horário laboral ou pós-laboral. Vida Económica Editorial, SA R. Gonçalo Cristóvão, 111-6º Esq Porto Inf: Lisbeth Ferreira Telf Fx dep.formacao@vidaeconomica.pt

7 entrevista A inovação: algo que se aplica, apenas, à produção? Para David Robertson, a resposta a esta questão é clara: a inovação tem que ser uma tocata a várias mãos, ou seja, tem que chegar a todo o lado dentro de uma empresa. Não basta inovar ao nível do produto. É preciso inovar, aqui, mas também na área do marketing, comercial, financeira e até onde chegar a criatividade. Quanto aos custos ligados à inovação, a visão de David Robertson é, de novo, optimista. Afinal, a inovação pode surgir de uma soma de pequenas ideias e pequenas ideias nem sempre implicam grandes investimentos. Será que a Europa está a perder a batalha da inovação? David Robertson, professor no IMD International uma escola de negócios suíça reconhecida a nível internacional, sem responder directamente à pergunta, diz-nos que a realidade europeia, as suas diferentes nacionalidades se, postas a trabalhar em conjunto, podem ser uma mais-valia importante no momento de inovar. Afinal, a criatividade nasce da diferença. David Robertson fala das equipas multinacionais e como estas podem promover a mudança Diversidade europeia favorece a inovação Por Sandra Ribeiro sandraribeiro@vidaeconomica.pt O desafio não está em termos de um produto mais inovador, mas sim sermos globalmente mais inovadores e fazê-lo de forma coordenada. Os pequenos países como Portugal não podem focar-se, apenas, no seu mercado se quiserem inovar. É preciso, veja-se o caso da Finlândia, olhar para além dos muros e ver o que é que os outros gostariam de consumir. Esta uma das muitas mensagens transmitidas, recentemente, por David Robertson, professor no IMD International, que se deslocou ao Porto a convite da Cotec afinal, esta foi responsável pela organização de um programa executivo para a Gestão da Inovação, para falar sobre inovação a alguns executivos portugueses. Sobre as empresas de sectores mais tradicionais e sobre a ideia que, por vezes, existe que estas são menos inovadoras, David Robertson considera que isto poderá acontecer porque o mercado

8 Entrevista A sua pergunta fala de inovação de produtos, de sistemas e acrescento inovação nos serviços, nas finanças, nas ligações aos fornecedores, aos parceiros, inovação ao nível da distribuição. De qualquer modo, não podemos ou não devemos falar de inovação nesta ou naquela área, mas sim dos diferentes tipos de inovação que podem ser implementados. exige menos do que, por exemplo, às empresas de TIC. De qualquer modo nada as impede de inovar e dar ao mercado a oportunidade de ter acesso a um melhor produto ou serviço. Nos dias que correm, ouve-se falar muito de inovação. Mas, se uma empresa não possui este tipo de práticas, quais deveriam ser as suas prioridades? Inovação de produtos, de sistemas? David Robertson A sua pergunta fala de inovação de produtos, de sistemas e acrescento inovação nos serviços, nas finanças, nas ligações aos fornecedores, aos parceiros, inovação ao nível da distribuição. De qualquer modo, não podemos ou não devemos falar de inovação nesta ou naquela área, mas sim dos diferentes tipos de inovação que podem ser implementados. Recorrendo a uma imagem que algumas pessoas da indústria utilizam, a do piano, lembro que, em vez de tocarmos, somente, a tecla do meio, a da inovação ao nível do produto, deveríamos tocar também as outras, as que estão ao lado. Afinal, algumas das maiores inovações da história nem sequer estão ligadas a este tipo de inovação. Devo até dizer que algumas das empresas que conseguiram grandes diferenças nem sequer eram, particularmente, inovadoras ao nível do produto, dos serviços. A sua distinção residia, antes, nos modelos de negócio que conseguiram introduzir. Posto isto, ao olharmos para as grandes inovações, o que vemos? Vemos que essas empresas não estão, apenas, a tocar a tecla do meio, mas, como já referi, muitas outras. Elas estão a inovar ao nível do modelo de negócio, do serviço, da distribuição, dos preços, das marcas. Temos um exemplo que toda a gente conhece: o Ipod. Este é um bom produto, mas o seu sucesso deve-se, essencialmente, às múltiplas inovações que estão à sua volta, que, todas coordenadas, permitiram a este equipamento adquirir o sucesso que tem hoje. Logo, o desafio não está em termos um produto mais inovador, mas sim sermos globalmente mais inovadores e fazê-lo de forma coordenada. MU Onde é que as empresas deveriam ir à procura de inovação? Às suas próprias estruturas ou às universidades, laboratórios? DR A minha resposta é, de novo, afirmativa. Ou seja, as duas coisas são importantes. Onde é que se podem ir buscar as melhores ideias para depois se proceder à tal coordenação de que já falei? Aos dois sítios. Penso que as empresas precisam, de facto, das duas coisas. MU Há certos empresários que dizem que é muito difícil dialogar com as universidades e estas dizem o mesmo da outra parte. Provavelmente, será o mesmo noutros países? DR Deixe-me dar-lhe, de novo, o exemplo da LEGO. A LEGO vende muito bem na Europa, nos Estados Unidos, mas não no Japão, que é um país que compra muitos brinquedos. Então, o que fizerem os seus responsáveis, na tentativa de resolver este problema? Ora, em vez de inventarem alguma coisa numa pequena cidade dinamarquesa, criaram, no Japão, uma rede de inventores, dando-lhes algumas coordenadas sobre o tipo de produto que pretendiam, cabendo-lhes, depois, o resto: a invenção do produto propriamente dita. MU A inovação é um processo arriscado, na medida em que, num minuto, alguém pode copiar a minha ideia. Como é que se reduz este risco? DR Há duas formas: uma, como já referi, é apostar na inovação que toca

9 entrevista Devo até dizer que algumas das empresas que conseguiram grandes diferenças nem sequer eram, particularmente, inovadoras ao nível do produto, dos serviços. A sua distinção residia, antes, nos modelos A maior parte das empresas deveriam recorrer aos advogados antes de lançarem as suas inovações. de negócio que conseguiram várias áreas, várias teclas. Será uma forma de as pessoas se protegerem. É fácil copiar um ipod, fazer um melhor, é mais difícil imitar o ipod, os Itunes, o sistema ligada à marca, a loja. A outra forma de as empresas se protegerem passa pelo investimento na propriedade intelectual. Não sou um perito no assunto, mas a maior parte das empresas deveriam recorrer aos advogados antes de lançarem as suas inovações. MU Mas esse é um processo muito longo e dispendioso? DR É um investimento como qualquer outro. Deve ser tratado dessa forma. MU A inovação não será um processo muito dispendioso, sobretudo para empresas de menor dimensão? DR Não estou de acordo com a assunção que está por detrás da sua pergunta. O que estou a dizer é que a inovação deveria ser vista e, isto não é um contra-senso, como algo ao mesmo tempo de grande e de pequena dimensão. Vasto pelas razões já apontadas, pequeno, porque quanto mais estudo sobre esta área, mais humilde é a minha postura perante o poder de uma pequena ideia. Há várias empresas que conseguem um aumento significativo das suas vendas com pequenas ideias, pequenas mudanças, muitas delas oriundas até dos colaboradores menos qualificados. Algo que aconteceu com uma cadeia de venda de electrodomésticos, nos Estados Unidos, que, através do simples realinhamento dos seus produtos e outras pequenas alterações, viu as suas vendas subirem 30%. Às vezes, a inovação não parte de uma grande ideia, mas sim de uma série de pequenas ideias. E isso não tem de ser dispendioso, basta muitas vezes perceber aquilo que interessa ao consumidor e, depois, criar uma forma de coordenar tudo isso. MU Onde é que as empresas que precisam de investir em inovação, introduzir. Posto isto, ao olharmos para as grandes inovações, o que vemos? Vemos que essas empresas não estão, apenas, a tocar a tecla do meio, mas, como já referi, muitas outras. Elas estão a inovar ao nível do modelo de negócio, do serviço, da distribuição, dos preços, das marcas.

10 Entrevista A LEGO vende muito bem na Europa, nos Estados Unidos, mas não no Japão, que é um país que compra muitos brinquedos. Então, o que fizerem os seus responsáveis na tentativa de resolver este problema? Ora, em vez de inventarem alguma coisa numa pequena cidade dinamarquesa, criaram, no Japão, uma rede de inventores, dando-lhes algumas coordenadas sobre o tipo de produto que pretendiam, cabendo-lhes, depois, o resto: a invenção do produto propriamente dita. 10 poderão obter financiamento? Junto dos bancos, das capitais de risco, através dos fundos públicos? DR Às vezes, é mais difícil às empresas obterem pequenos financiamentos do que os grandes. Imagine que um empresário precisa de renovar a sua linha de produção e que tal mudança implica um investimento de centenas de milhões de euros. Será isto difícil? Não, é muito fácil perceber como é que isto se processa. Mas, se este mesmo empresário necessitar, apenas, de algumas centenas de euros para explorar uma ideia que vai tornar mais fácil a compra de um dado produto, ele pode chegar à conclusão que está perante uma tarefa complicada. Por isso é que digo que as empresas são muito boas a lidar com grandes montantes de capital, mas más a lidar com pouco. Estamos a falar de algo que é um desafio das lideranças, um desafio dos presidentes, dos directores. MU Não é preciso ir ao exterior buscar dinheiro? DR Não. E não é preciso procurá-lo no orçamento da empresa, escondido algures. Os nossos maiores inimigos podem ser os nossos contabilistas. MU Já falámos sobre um conjunto de assuntos. Mas o que vai, em concreto, transmitir a estes executivos? DR O que eu digo a este tipo de públicos é o seguinte: pensem nas finanças e no dinheiro, pensem no vosso departamento de finanças e dirijam-no não para dar o aval a um determinado pedido de despesa ou de investimento, mas sim para dar uma resposta integrada às situações, por forma a que este passe a ser um departamento de governança financeira. Uma vez definido este sistema, o que acontece? A máquina continua a funcionar, mesmo, na ausência do director financeiro. Bem, o nosso director de inovação deverá fazer, exactamente, o mesmo: ou seja, criar um sistema capaz de difundir a inovação por toda a empresa ao ponto de se saber, claramente, onde é que esta se afigura mais necessária, quem são os responsáveis pelas diferentes áreas de inovação, os coordenadores de tudo isto. MU Faz sentido criar um departamento ligado à inovação, com responsáveis? DR Sim, mas não será alguém encarregue de algo, alguém que diz se, porventura, uma ideia é boa ou má, mas alguém que ajuda todos os outros responsáveis da empresa a compreenderem como é que tudo isto se processa. Muitas vezes, quem dirige as empresas é o principal obstáculo à difusão da inovação, acabam por ser a maior barreira a este tipo de mudanças. A maior barreira de uma equipa é a sua própria empresa. MU Os Governos deveriam interferir nestes processos da inovação, tentar incutir este conceito na sociedade? DR Sim, há muito que os Governos podem fazer, nomeadamente através do reconhecimento dos grandes exemplos ligados à inovação. Neste momento, conheço já empresas que trabalham com a inovação a três níveis diferentes: a um nível superior, intermédio e básico. MU A quem cabe a promoção da inovação? Aos líderes, aos empregados? DR Penso que aos líderes cabe, como já referi atrás, o empurrar das paredes, bem como a promoção daquilo que os outros venham a desenvolver. Algo que não será muito difícil, até porque as pessoas, julgo, têm apetência, gostam de fazer as coisas de um modo diferente.

11 entrevista Às vezes, é mais difícil às empresas obterem pequenos financiamentos do que os grandes. Imagine que um empresário precisa Às vezes, a inovação não parte de uma grande ideia, mas sim de uma série de pequenas ideias. de renovar a sua linha de produção e que tal mudança Nasci numa cidade fora de Detroit, onde estão as empresas do sector automóvel, e o que é se verificava? Que os empregados obedeciam, naturalmente, àquilo que lhes era dito dentro das suas unidades fabris, mas que, depois, chegavam a casa e faziam, nas suas casas, nos seus carros, as mudanças mais surpreendentes. O que se pode concluir? Que Detroit desperdiçou toda essa criatividade, porque não soube aproveitar os recursos da sua mão-de-obra. No Japão, pelo contrário, as lideranças deram aos colaboradores que estavam na linha de produção a oportunidade de apresentarem as suas ideias. O resultado está à vista: todos sabem quem ganhou esta batalha. MU A Europa está a perder, como acaba de afirmar, a batalha pela inovação, sobretudo em relação a outros blocos como os Estados Unidos ou a China? DR Os Estados Unidos orgulham-se da sua diversidade, de serem capazes de criar diferentes locais de trabalho, diferentes equipas e tirar o máximo proveito de todas estas premissas. Mas penso que, na Europa, uma equipa deste género, onde existe uma pessoa de Portugal, outra da Alemanha ou do Reino Unido, isso pode, igualmente, ser atingido. Não nos podemos esquecer que a Suécia é um país com um elevado índice quando se fala da inovação, de novas ideias. Nos Estados Unidos, por exemplo, poderá ser mais difícil criar um ambiente tão inovador como aquele que se pode obter, aqui, na Europa, com pessoas de nacionalidades tão diversas. MU Algo que, provavelmente, só vamos atingir no futuro? DR Veja o meu caso: sou um americano, a trabalhar, na Suíça, que vem a Portugal para falar sobre inovação a executivos portugueses. Isto com base em casos de empresas dinamarquesas, japonesas. O que é que acontece nos Estados Unidos? Nos Estados Unidos, ouvem-se histórias de empresas americanas, a fazer coisas interessantes na América. MU Há pouco falou da Suécia. Pode-se dizer que os países nórdicos estão mais avançados nesta área? Esta é uma das chaves do seu sucesso? implica um investimento de centenas de milhões de euros. Será isto difícil? Não, é muito fácil perceber como é que isto se processa. Mas, se este mesmo empresário necessitar, apenas, de algumas centenas de euros para explorar uma ideia que vai tornar mais fácil a compra de um dado produto, ele pode chegar à conclusão que está perante uma tarefa complicada. 11

12 Entrevista Penso que aos líderes cabe, como já referi atrás, o empurrar das paredes, bem como a promoção daquilo que os outros venham a desenvolver. Algo que não será muito difícil, até porque as pessoas, julgo, É fácil copiar um ipod, fazer um melhor, é mais difícil imitar o ipod, os Itunes, o sistema ligada à marca, a loja. têm apetência, gostam de fazer as coisas de um modo diferente. DR Penso que um país mais pequeno terá, naturalmente, de olhar mais para este tipo de questões. MU Temos, por exemplo, o caso da Nokia na Finlândia? DR Sim, mas eles nunca seriam tão bem sucedidos se apenas se focassem no seu mercado interno. É preciso olhar para outros mercados e perceber as diferenças que os mesmos comportam e transferi-las para os produtos que queremos oferecer. MU Quando se pensa em inovação, normalmente, pensa-se nas indústrias de novas tecnologias. Considera que os sectores tradicionais têm mais dificuldades em aceitar este conceito ou não será bem assim? DR Há empresas que, pela sua própria natureza, operam a uma velocidade muito rápida. É o caso daquelas que estão ligadas ao sector das TIC. Já outras, de outras áreas, são mais lentas, mas penso que se pode, digamos, transferir o conhecimento das primeiras para as segundas. Há empresas de sectores mais tradicionais que conseguem, de igual forma, digamos, furar as barreiras da inovação e introduzir mudanças que acabam por ser bastante disruptivas. Há muitas histórias como estas. De qualquer modo, estas últimas poderão ser, de facto, mais lentas, porque o mercado não lhes exige tantas mudanças. 12

13 Combate às alterações climáticas é uma prioridade da UE A política integrada em matéria de energia e alterações climáticas marca o início de uma nova revolução industrial, que visa mudar a forma como se produz e utiliza a energia, bem como os tipos de energia que utilizamos. Tem por objectivo a transição para uma economia respeitadora do clima, com base numa conjugação de tecnologias e de fontes de energia com baixas emissões de carbono. dossier Consumo A ameaça e o desafio As alterações climáticas são uma das maiores ameaças que o planeta enfrenta. Se o aumento das temperaturas na Terra for superior a 2 C em relação à era pré industrial, as alterações climáticas poderão ser irreversíveis e trazer graves consequências a longo prazo. A subida do nível das águas do mar poderá mesmo fazer desaparecer as zonas costeiras baixas do planeta, nas quais se incluem vastas áreas de muitos países europeus. Além disso, muitas regiões do mundo deixarão de ter suficientes recursos de água doce. Os fenómenos meteorológicos extremos e os prejuízos materiais e económicos deles decorrentes tornar se ão mais comuns. As economias poderão entrar em crise em virtude dos custos de adaptação a um clima diferente. Até à revolução industrial, as temperaturas médias da Terra mantiveram se, em grande medida, inalteráveis ao longo de anos. Desde 1850, ano a partir do qual as temperaturas começaram a ser medidas com exactidão de forma sistemática, registou se um aumento de 0,76 C. Se não tomarmos quaisquer medidas, prevê se que, neste século, a temperatura volte a aumentar entre 1,8 e 4 C, valor este que, de acordo com um painel internacional de cientistas reunido sob os auspícios das Nações Unidas, poderá mesmo alcançar 6,4 C. Actualmente, assiste se já a uma corrida para evitar que o planeta atinja um aumento de 2 C, valor que se crê constituir o ponto de viragem irreversível. Todavia, a corrida poderá redundar em fracasso se as emissões mundiais não estabilizarem até 2020, o mais tardar, ou não forem reduzidas em cerca de 50% em relação aos valores de 1990, até Por que razão está o clima a mudar? A atmosfera contém vapor de água, dióxido de carbono e outros gases naturais que permitem que a luz do sol chegue à Terra mas absorvem o calor irradiado pela superfície terrestre. É este processo natural, designado por «efeito de estufa», que mantém a temperatura do planeta a um nível que permite a existência de vida. Na sua ausência, a temperatura média do planeta rondaria os 18 C negativos, o que o tornaria inabitável. Porém, algumas actividades humanas, tais como a utilização de combustíveis fósseis e a destruição das florestas para obter terras agrícolas, têm vindo a aumentar os níveis de 13

14 dossier Consumo 14 Os países em desenvolvimento, como a China e a Índia, devem igualmente começar a limitar o aumento das suas emissões. dióxido de carbono e de outros gases que retêm o calor na atmosfera. A acumulação destes gases «com efeito de estufa» potencia o efeito de estufa natural, tornando a Terra mais quente e alterando o clima. A solução reside na diminuição das emissões mundiais de gases com efeito de estufa, em especial de dióxido de carbono. Para tal, há que utilizar de melhor forma os recursos naturais. Os combustíveis fósseis petróleo, gás e carvão necessários para a electricidade, o aquecimento, o arrefecimento e os transportes são as principais fontes de emissão de gases com efeito de estufa. Há que não só utilizar menos estes combustíveis como também tornar a sua combustão mais eficiente. Ao mesmo tempo, devem envidar se esforços para impedir que o dióxido de carbono se liberte na atmosfera, por exemplo por meio da sua «captação» na fase de produção e do seu posterior armazenamento subterrâneo em campos de gás exauridos ou cavidades salinas. A inversão do processo de desflorestação, em especial da destruição das florestas tropicais que, ao absorverem o dióxido de carbono, constituem verdadeiros sumidouros de carbono, é também fundamental para combater as alterações climáticas. O dióxido de carbono que as florestas absorvem durante o seu desenvolvimento é libertado quando são abatidas. Se bem que existam outros factores que contribuem para o aquecimento global, como o metano emitido pela deposição de resíduos em aterros ou as emissões decorrentes da utilização abusiva de fertilizantes, a utilização de combustíveis fósseis e a desflorestação são, sem dúvida, os principais responsáveis. O caminho a seguir: uma resposta integrada O caminho a seguir pela UE passa por uma política integrada em matéria de energia e alterações climáticas, porque a utilização de combustíveis fósseis contribui fortemente para estas alterações. Em Março de 2007, os líderes da UE subscreveram essa política, colocando assim a Europa na liderança do combate mundial às alterações climáticas e criando, deste modo, as condições necessárias para que a UE reforce a sua segurança de aprovisionamento e a sua competitividade. A política integrada em matéria de energia e alterações climáticas marca o início de uma nova revolução industrial, que visa mudar a forma como se produz e utiliza a energia, bem como os tipos de energia que utilizamos. Tem por objectivo a transição para uma economia respeitadora do clima, com base numa conjugação de tecnologias e de fontes de energia com baixas emissões de carbono. Para limitar o aumento da temperatura global a 2 C, as emissões globais de gases com efeito de estufa terão de estabilizar dentro de 10 a 15 anos, após o que, até 2050, terão de ser reduzidas em cerca de 50% em relação aos valores de A UE procura agora celebrar um novo acordo global que permita concretizar estes objectivos. Em seu entender, todos os países industrializados devem, em primeiro lugar, reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa em 30% até 2020, em relação aos níveis de Os países em desenvolvimento, como a China e a Índia, devem igualmente começar a limitar o aumento das suas emissões. A fim de sublinhar a sua determinação e constituir um exemplo para os seus parceiros, a UE acordou em reduzir as suas próprias emissões de gases com efeito de estufa em, pelo menos, 20% até 2020, independentemente das medidas que outros países adoptarem. Tenciona concretizar este objectivo através das acções previstas na nova política integrada em matéria de alterações climáticas e energia, em conjunto com outras medidas actualmente em vigor. Os líderes da UE decidiram: reduzir o consumo de energia em 20% em relação às projecções para 2020, melhorando para tal a eficiência energética; até 2020, aumentar para 20% a quota das energias renováveis no consumo energético global, o que representará quase o triplo dos níveis actuais;

15 dossier Consumo decuplicar para pelo menos 10% até 2020 a percentagem dos biocombustíveis no consumo total de gasolina e de gasóleo, desde que estejam comercialmente disponíveis biocombustíveis sustentáveis de segunda geração, obtidos a partir de culturas não alimentares; desenvolver e promover tecnologias com emissões baixas ou mesmo nulas de carbono, incluindo a captação e o armazenamento de carbono ou seja, impedir que o dióxido de carbono se liberte na atmosfera por meio da sua captação e do seu armazenamento subterrâneo em campos de gás exauridos ou cavidades salinas que possam dar um contributo significativo para a redução das emissões até 2020; melhorar a integração dos mercados de energia da UE, ou seja, evoluir em direcção a mercados da electricidade e do gás que possuam uma dimensão europeia e sejam mais competitivos; melhorar a integração da política energética da UE nas outras políticas comunitárias, como a política agrícola, a política comercial e a política de investigação, e não apenas na política do ambiente; reforçar a cooperação internacional: se a UE conseguir adoptar uma abordagem comum em relação à energia e exprimi la a uma só voz, poderá liderar o debate mundial. O ponto de partida consiste num plano de acção trienal para a Europa no domínio da energia para o período de 2007 a 2009, que visa colocar a UE e os seus cidadãos na via certa para conjugar o combate às alterações climáticas com uma maior segurança do aprovisionamento de energia e um crescimento económico contínuo. a opinião dos peritos Ao longo dos últimos 150 anos, a temperatura média aumentou quase 0,8º C em todo o mundo. A Europa tem vindo a registar um aquecimento superior à média: a temperatura aumentou cerca de 1º C. Onze dos doze anos mais quentes de que há memória desde 1850, data dos primeiros registos fidedignos tiveram lugar entre 1995 e O impacto do aumento das temperaturas é já evidente na fusão do gelo no Árctico e nos Alpes, nos padrões de pluviosidade (chuva e queda de neve), nas secas e ondas de calor e na intensidade dos ciclones tropicais. Muitos peritos entendem que, para evitarmos que as alterações climáticas tenham consequências irreversíveis, há que limitar o aumento da temperatura a 2º C acima do nível da era pré industrial. Não obstante, é consensual entre a comunidade científica que, na ausência de qualquer acção, a temperatura média global poderá aumentar até 6º C em relação aos níveis actuais, ao longo deste século. Em todo o mundo, as emissões de gases com efeito de estufa aumentaram 70% entre 1970 e 2004; no sector do aprovisionamento energético, esse Ao longo dos últimos 150 anos, a temperatura média aumentou quase 0,8 C em todo o mundo. aumento foi de 145%. No sector dos transportes, o aumento correspondeu a 120% e no sector industrial a 65%. A redução da capacidade de absorção de dióxido de carbono das florestas e as alterações na utilização do solo resultaram num aumento de 40%. O Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (Intergovernmental Panel on Climate Change IPCC), instituído em 1988, é o fórum internacional responsável pela avaliação dos indícios científicos que atestam as alterações climáticas. Este painel, que é uma iniciativa conjunta do Programa das Nações Unidas para o Ambiente e da Organização Meteorológica Mundial, avalia a informação científica, técnica e socioeconómica pertinente para compreender o risco das alterações climáticas causadas pelas actividades humanas. Centenas de peritos de alto nível de todo o mundo participam na elaboração destas avaliações. O IPCC elaborou quatro relatórios de avaliação desde 1990, o último dos quais em Cada relatório publicado atesta a sua convicção crescente de que os gases com efeito de estufa são responsáveis pelas alterações climáticas. 15

16 dossier Consumo Emissões de gases com efeito de estufa, por pessoa, nos países da UE, em 1990 e

17 dossier Consumo para bem das gerações futuras O combate às alterações climáticas virá muito provavelmente implicar uma adaptação significativa do nosso estilo de vida, mas não a expensas do nosso nível de vida. As adaptações necessárias são perfeitamente compatíveis com as prioridades da UE em matéria de emprego e crescimento e com o desenvolvimento sustentável. Os custos desta acção serão muito limitados e, em todo o caso, muito inferiores ao custo dos danos provocados pelas alterações climáticas, caso não se tomem quaisquer medidas. Se os países desenvolvidos acordarem na redução das suas emissões colectivas em 30% até 2020, o impacto no crescimento económico anual será inferior a 0,2%. É um pequeno preço a pagar para evitar os custos potenciais a longo prazo das alterações climáticas; além disso, não se tem em conta o valor de outros benefícios, tais como a redução da poluição atmosférica, a segurança do aprovisionamento energético a preços previsíveis e o reforço da competitividade através da inovação. Na prática, os custos económicos da redução das emissões serão mais do que compensados por estes benefícios. dar continuidade às nossas realizações A UE não parte do zero no que respeita ao combate às alterações climáticas. De facto, há já vários anos que a UE tem vindo a reforçar progressivamente as suas medidas, com vista a aumentar a eficiência energética, estabelecer limites para as emissões das fábricas e dos veículos automóveis e incentivar a poupança de energia. As regras aplicáveis à reciclagem e à restrição do uso dos aterros sanitários têm contribuído igualmente para reduzir a quantidade de carbono emitido pela UE, ou seja, a chamada pegada de carbono. O sétimo programa quadro de investigação e desenvolvimento tecnológico é o mais recente de uma série de programas de investigação da UE que têm vindo a dar uma ênfase crescente ao ambiente, à energia limpa e com baixas emissões de carbono e às alterações climáticas. Importa, sobretudo, assinalar que está já em adiantada fase de aplicação um programa da UE destinado a reduzir as emissões em 8% até A UE assumiu este compromisso no âmbito do chamado Protocolo de Quioto da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas. o protocolo de Quioto Acordado em 1997, o Protocolo de Quioto estabeleceu para o conjunto dos países desenvolvidos o objectivo de reduzir, em média, as emissões de gases com efeito de estufa em 5,2% entre 1990 e Os quinze países membros da UE naquela altura quiseram ir mais longe e comprometeram se colectivamente a reduzir as suas emissões em 8%. O protocolo estabeleceu Está já em adiantada fase de aplicação um programa da UE destinado a reduzir as emissões em 8% até também mecanismos de mercado flexíveis, como o comércio de licenças de emissão, no intuito de auxiliar os países industrializados a cumprir os seus compromissos de redução ao menor custo e incentivar o investimento em projectos de energia limpa em países em desenvolvimento e economias em transição. Embora nem os Estados Unidos da América nem a Austrália tenham ratificado o protocolo e, por conseguinte, não estejam a contribuir formalmente para o objectivo, a UE prosseguiu a aplicação de medidas concretas para atingir os seus objectivos em matéria de emissões, medidas essas que têm em conta o nível de desenvolvimento económico e industrial de cada Estado Membro. Na sua maioria, os países que aderiram à UE em 2004 negociaram objectivos individuais no quadro do Protocolo de Quioto quando ainda não faziam parte da União. Cumprimento dos objectivos O Programa Europeu para as Alterações Climáticas (European Climate Change Programme ECCP) tem por finalidade auxiliar a UE e os seus Estados Membros a cumprirem os objectivos em 17

18 dossier Consumo A UE já conseguiu dissociar o crescimento económico das emissões de gases com efeito de estufa. matéria de emissões assumidos no âmbito do Protocolo de Quioto. Gerido pela Comissão Europeia, o ECCP já deu azo ao desenvolvimento de cerca de 40 políticas e medidas a nível europeu, orientadas para a redução das emissões de gases com efeito de estufa, que vêm complementar as acções adoptadas pelos Estados Membros a nível nacional. As medidas da UE incluem normas de energia para os edifícios e disposições legislativas que visam limitar a utilização de determinados gases industriais cujo impacto A instalação de turbinas eólicas será cada vez mais comum no futuro. no aquecimento global é muito elevado. Até ao momento, o regime comunitário de transacção das licenças de emissão de gases com efeito de estufa é, de longe, a iniciativa política mais importante elaborada no quadro do ECCP. A UE já conseguiu dissociar o crescimento económico das emissões de gases com efeito de estufa. Embora a economia da UE tenha crescido entre 1990 e 2005, as emissões globais dos seus 27 membros diminuíram em 7,9%. A redução das emissões dos 15 Estados Membros mais antigos (UE 15) foi de 1,5%. Embora se trate de um valor animador, muito há ainda a fazer para que estes quinze países alcancem o seu objectivo de redução de 8% nas emissões até As projecções mais recentes sobre emissões futuras revelam que este objectivo poderá ser concretizado se os países da UE realizarem efectivamente todas as acções previstas. Um mecanismo inovador Lançado em 2005, o comércio europeu de licenças de emissão (CELE) constitui a pedra angular da estratégia da UE para combater as alterações climáticas. O CELE foi o primeiro regime internacional de comércio de emissões de CO2 e já se tornou o principal impulsionador da rápida expansão do comércio de carbono em todo o mundo. O comércio de emissões contribui para que a redução das emissões se faça ao menor custo possível. O CELE abrange, actualmente, cerca de instalações nos sectores energético e industrial que, no seu conjunto, são responsáveis por perto de metade das emissões de CO2 da UE. Ao aplicar um custo às emissões de carbono destas instalações, o regime incentiva constantemente as empresas participantes a minimizarem tanto quanto possível as suas emissões. No âmbito do regime, as autoridades nacionais de cada Estado Membro da UE concedem um número determinado de licenças de emissão de gases a cada instalação. Os limites impostos ao número total de licenças criam a escassez necessária para que o mercado funcione. As empresas que mantenham as suas emissões abaixo do montante da sua licença podem vender a parte remanescente excedentária. As empresas que tenham dificuldade em 18

19 dossier Consumo manter se dentro dos seus limites podem tomar medidas no sentido de reduzir as suas próprias emissões (por exemplo, investindo em tecnologia mais eficaz ou recorrendo a fontes de energia com baixas emissões de carbono) ou comprar no mercado as licenças suplementares de que necessitam isto é, pagando efectivamente a outras empresas para que reduzam as suas emissões. As empresas abrangidas pelo CELE podem também utilizar os créditos de emissão gerados por projectos de poupança de emissões de países terceiros. Este regime desenrola se no quadro do mecanismo de desenvolvimento limpo e dos projectos de execução conjunta ao abrigo do Protocolo de Quioto. A procura destes créditos constitui um forte incentivo ao investimento em ideias que reduzam as emissões noutros países. As instalações nos sectores energético e industrial não são as únicas responsáveis pelo aumento do nível de CO2 na atmosfera. Por isso, a Comissão Europeia propôs já que, a partir de 2011, o CELE seja alargado, a fim de incluir as emissões provenientes dos transportes aéreos, que têm vindo a aumentar de forma acelerada. Além disso, a revisão do CELE, actualmente em curso, poderá levar à inclusão de novos sectores e novos gases. O contributo da política energética As emissões de gases com efeito de estufa provêm em grande medida da utilização e produção de energia, pelo que a política energética se revela essencial para cumprir os objectivos em matéria de alterações climáticas. A acção conjunta no domínio da energia não é recente: há já muitos anos que a UE dispõe de um quadro de política energética único. Do mesmo modo, uma resposta conjunta da UE a uma crise energética também não é de agora. Por exemplo, na sequência da crise de aprovisionamento do início da década de setenta, a UE instituiu uma política coordenada em matéria de reservas estratégicas de petróleo bruto e produtos petrolíferos. Perante as advertências cada vez mais sérias e frequentes dos cientistas sobre as repercussões das alterações climáticas, a UE reconheceu a necessidade premente de agrupar diversas vertentes numa política única e integrada em matéria de clima e energia para a Europa. Esta política proporcionará um aprovisionamento energético competitivo, sustentável e seguro, articulado com boas práticas ambientais que reduzirão as emissões de CO2 e outros gases com efeito de estufa. Os elementos fundamentais da política energética da UE para concretizar estes objectivos são os seguintes: mercados da electricidade e do gás mais eficientes; diversificação; uma política ambiciosa em matéria de energias renováveis; um comportamento energético inteligente; cooperação internacional. Mercados da electricidade e do gás mais eficientes As escolhas que fazemos enquanto consumidores têm um impacto real nas emissões de gases com efeitos de estufa provenientes da utilização e produção de energia. Hoje em dia, praticamente todos os consumidores da UE podem optar por adquirir a sua energia eléctrica ou o seu gás junto de qualquer fornecedor, incluindo alguns fornecedores especializados em energias renováveis. Os mercados eficientes estão a tornar a energia mais acessível e a contribuir para eliminar os obstáculos à redução das emissões de gases com efeitos de estufa, contribuindo, ao mesmo tempo, para que a indústria da UE mantenha a sua vantagem competitiva. No entanto, ainda podem ser feitos mais progressos, a fim de garantir que todos desfrutem de condições equitativas e que não só as novas empresas neste domínio não fiquem em situação de desvantagem, como também a electricidade e o gás circulem livremente no território da UE. O comércio transfronteiriço é fundamental para que os mercados sejam o mais competitivos possível. Diversificação Uma maior segurança do aprovisionamento consiste em não depender exclusivamente de uma única forma de energia ou de uns quantos países terceiros fornecedores. Trata se de produzir mais energia na UE e, quando for necessário, garantir o aprovisionamento 19

20 dossier Consumo Cerca de 80% da energia que a União Europeia consome provêm de combustíveis fósseis. ConsUmo de EnErgia por tipo de ComBUstíVEL, Em 2005 proveniente de outras regiões estáveis do mundo. Trata se, além disso, de chegar a acordo quanto à partilha do aprovisionamento em tempos de crise, uma vez que o nível de dependência das importações varia consideravelmente entre os países da UE. Cerca de 80% da energia que a União Europeia consome provêm de combustíveis fósseis, isto é, petróleo, gás natural e carvão todos eles fontes principais de emissões de CO2. A tecnologia contribui para reduzir essas emissões; prevê se que aproximadamente dentro de uma década as tecnologias de carvão limpo estejam operacionais. Não obstante, os combustíveis fósseis são um recurso finito e, como tal, terão diminuído consideravelmente em meados do corrente século. Por conseguinte, reduzir a utilização de combustíveis fósseis contribui para melhorar a segurança do aprovisionamento energético da UE, bem como para limitar as alterações climáticas. Há que assinalar, por outro lado, que a exaustão dos recursos fósseis próprios da UE se tem processado a um ritmo superior ao do mundo no seu conjunto. Por este motivo, a UE está cada vez mais dependente das importações e, consequentemente, mais 20 Fonte: Eurostat vulnerável a choques de preços e de aprovisionamento. Até 2030, a dependência das suas importações de petróleo e de gás poderá ascender respectivamente a 93 e 84% se não for repensado o consumo de energia e o cabaz energético não se diversificar. Actualmente, a UE obtém cerca de 50% do gás que consome a partir apenas de três fontes a Rússia, a Noruega e a Argélia. Em 2005, o nível global de dependência das importações de energia na UE era de 52,3%. Diversificar através de um recurso acrescido à capacidade interna de produção de energia implicará uma maior utilização de tecnologias com emissões baixas ou mesmo nulas de carbono, baseadas em fontes de energia renovável, como a energia eólica, solar e hidroeléctrica, assim como a biomassa, porque a UE dispõe de escassos recursos fósseis próprios. Em última análise, poderemos mesmo incluir o hidrogénio neste cabaz energético. Alguns países da UE poderão igualmente recorrer à energia nuclear. Num futuro próximo, esta provirá da cisão nuclear, porque é pouco provável que a tecnologia de fusão nuclear esteja disponível antes da segunda metade do presente século.

21 dossier Consumo previsão de aumento da UtiLiZaÇÃo de fontes de EnErgia renovável na UE Os biocombustíveis provenientes das culturas agrícolas são os únicos substitutos de grande escala para a gasolina e o gasóleo nos transportes. Uma política ambiciosa em matéria de energias renováveis A UE tem vindo a desenvolver e a promover a utilização e produção de energias renováveis desde os anos noventa. A promoção de energias renováveis visa substituir o consumo de combustíveis fósseis, diversificar a utilização de fontes de energia e contribuir para a segurança do aprovisionamento energético, bem como para o desenvolvimento de novas indústrias e tecnologias. Os Estados Membros da UE acordaram inicialmente como objectivo indicativo que, até 2010, 12% do aprovisionamento proviria de energias renováveis. Para tal, foram adoptadas novas disposições legislativas que estabeleceram objectivos nacionais em matéria de electricidade renovável e de utilização de biocombustíveis nos transportes, no intuito de incrementar o nível das energias renováveis nos países da UE. Além disso, incentivou se o sector privado a realizar os investimentos necessários. Em 2007, os líderes da UE chegaram a acordo quanto à adopção de uma posição ainda mais dura, estabelecendo objectivos nacionais vinculativos de 20% para a energia produzida a partir de fontes renováveis até Neste contexto, estabeleceu se como novo objectivo vinculativo que, até 2020, os biocombustíveis representassem 10% do consumo total de combustíveis nos transportes. Estas medidas resultarão num aumento assinalável da utilização de energias renováveis. A utilização de biomassa (madeira), biogás e resíduos biológicos, por exemplo, aumentará nas centrais eléctricas. O mesmo ocorrerá com a co geração, em que o vapor gerado pela produção de electricidade não é desperdiçado, mas sim utilizado em, por exemplo, sistemas de aquecimento urbano. Também se recorrerá com maior intensidade a caldeiras de biomassa em edifícios, sobretudo em substituição de sistemas de aquecimento de água eléctricos ou a combustíveis líquidos. Prevê se também que o aproveitamento do calor proveniente de fontes geotérmicas venha a aumentar, o mesmo ocorrendo com a energia solar. No entanto, é muito provável que o crescimento mais acentuado se verifique na produção de electricidade a partir de energia eólica, graças a turbinas eólicas mais numerosas e mais eficazes. O aumento previsto da quota de biocombustíveis nos transportes propiciará a este sector em rápida expansão um meio de reduzir as suas emissões de CO2. Um novo papel para a agricultura Actualmente, os biocombustíveis provenientes das culturas agrícolas são os únicos substitutos de grande escala para a gasolina e o gasóleo nos transportes. Incentivar a utilização de biocombustíveis contribui para reduzir as emissões e implica uma escolha mais vasta em termos de aprovisionamento de combustíveis. Os biocombustíveis podem ser produzidos a partir de diversas culturas existentes na UE, incluindo o trigo e as plantas oleaginosas. É também possível produzir biocombustíveis a partir de outras culturas, como a cana de açúcar, e importá los de países terceiros. A UE dispõe de potencial agrícola suficiente para a produção de biocombustíveis. Num 21

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