A ATUAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO FAZENDÁRIA APÓS A LEI Nº / ACESSO ÀS INFORMAÇÕES FISCAIS
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- Juan Raminhos Castelhano
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1 A ATUAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO FAZENDÁRIA APÓS A LEI Nº / ACESSO ÀS INFORMAÇÕES FISCAIS DENISE LUCENA CAVALCANTE Pós-Doutora pela Universidade de Lisboa. Doutora pela PUC/SP Mestre pela UFC. Procuradora da Fazenda Nacional.
2 ALEGORIA DE UMBERTO ECO O pensamento dominante, que queria continuar dominante, impedia que o conhecimento fosse acessível a quem quer que seja, salvo os escolhidos. No livro, a biblioteca era um labirinto e quem conseguia chegar no final era morto. Só alguns tinham acesso. É uma alegoria do Umberto Eco, que tem a ver com o pensamento dominante da Idade Média, dominado pela igreja. A informação restrita a alguns poucos representava dominação e poder. Era a idade das trevas, em que se deixava na ignorância todos os outros.
3 CULTURA DO SEGREDO E qual é a Chave do sucesso hoje?
4 INFORMAÇÃO = PODER
5 A REVOLUÇÃO DO OLHAR: NOVAS CONDUTAS NOVOS DESAFIOS: atuação no ecossistema digital VULNERABILIDADE: perante o olhar dos outros visão imediata dos erros CONTRA-REVOLUÇÃO: como se expor? QUEM PEDE TRANSPARÊNCIA TEM DE OFERECER
6 O PROBLEMA DA CULTURA POLÍTICA E O PAPEL DO ESTADO CONTEMPORÂNEO A HOSTILIDADE AO ESTADO É UM ELEMENTO IMPORTANTE DA CULTURA POLÍTICA CONTEMPORÂNEA: BUROCRACIA INSENSÍVEL; CORRUPÇÃO, INEFICIÊNCIA NA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
7 O ESTADO APÓS 2008 ESTADO FORTE ESTADO DE DIREITO E GOVERNO RESPONSÁVEL: REGRAS PÚBLICAS E TRANSPARENTES INSTITUIÇÕES POLÍTICAS EFICAZES E PODEROSAS, LIMITADAS POR REGRAS E RESPONSABILIDADE
8 ERA DA TRANSIÇÃO Portaria RFB n , de 07/10/2011. Lei n , de 18/11/ 2011.
9 Lei n \11: Regulamenta o Direito Fundamental de Acesso à Informação: CRFB/88 Art. 5º, XXXIII: todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. Art. 37, II, 3º: A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXII. Art. 216, 2º : Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.
10 LEI N /11: ERA DA TRANSIÇÃO DO SIGILO À INFORMAÇÃO: Art. 3º, II: Observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção.
11 ATUAÇÃO ESTATAL CONJUNTA A transparência prevista na Lei n /11 alcança todos os órgãos: União, Estados, Distrito Federal, Municípios, Cortes de Contas, Judiciário, Ministério Público, empresas estatais...
12 DEFINIÇÃO DE CONCEITOS (Art. 4º) Informação sigilosa: restrita ao público em razão da imprescindibilidade da segurança da sociedade e do Estado Informação pessoal: pessoa natural identificada ou indentificável Tratamento da informação: conjunto de ações em prol da produção, destinação da informação Disponibilidade: qualidade da transmissão da informação
13 CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO ULTRASSECRETA: situações imprescindíveis à segurança da sociedade e do Estado (25 anos) SECRETA: (15 anos) RESERVADA: (5 anos)
14 Situações relevantes em matéria tributária Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as informações cuja divulgação ou acesso possam: IV oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou monetária do País; VIII comprometer atividades de inteligência, bem como de investigação ou fiscalização na prevenção e repressão de infrações.
15 GESTÃO DA TRANSPARÊNCIA DA INFORMAÇÃO (ART. 6º) Propiciar amplo acesso e sua divulgação Proteção da informação garantindo disponibilidade, autenticidade e integridade Proteção da informação sigilosa e da informação pessoal
16 Procedimento: acesso à informação Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso a informações aos órgãos públicos (Art. 10). Se não for possível o acesso imediato,a autoridade tem no máximo 20 dias para viabilizar a informação ou justificar a recusa (Art. 11). No caso de recusa deverá ser dado o direito de recurso, com a disponibilização do inteiro teor da decisão negativa (Art. 14). As cópias poderão ser as expensas do interessado (Art. 13). Executivo Federal: Controladoria-Geral da União será a última instância (art. 16).
17 SIGILO FISCAL LINHA TÊNUE ENTRE......TRANSPARÊNCIA E PROTEÇÃO DA INFORMAÇÃO DO CIDADÃO- CONTRIBUINTE.
18 SIGILO FISCAL: ZONA CINZENTA! Não há definição clara e diretemante voltada para a Administração Fazendária. O Sigilo Fiscal está revogado?
19 RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses legais de sigilo e de segredo de justiça (...). Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação de informações sigilosas produzidas por seus órgãos. Art. 198, CTN: permanece o sigilo fiscal.
20 SIGILO FISCAL Art Sem prejuízo no disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades. (Código Tributário Nacional).
21 Portaria n , de 24/03/2011 Art. 6º O servidor que divulgar ou revelar informação protegida por sigilo fiscal, constante de sistemas informatizados, com infração ao disposto no art. 198 da Lei n , de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional), fica sujeito à penalidade de demissão prevista no art. 132, inciso IX, da Lei n , de 1990.
22 CASO DO ITCMD EM BRASÍLIA O governo do Distrito Federal publicou doações feitas por contribuintes. O objetivo da medida era fazer um cruzamento de dados entre as doações registradas nas declarações de imposto de renda com os dados da Secretaria da Fazenda do Distrito Federal, para viabilizar a cobrança do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), um dos impostos mais sonegados no País. Inúmeras ações de reparação de danos morais já foram ajuizadas pelos contribuintes que estavam na lista e o servidor público que determinou esta medida foi afastado do cargo e responde processo perante o Ministério Público. Notícia disponível em:
23 Decreto n , 16/05/2012 O Decreto n , de 16/05/2012, regulamenta a Lei no /2011, porém, excetua expressamente o sigilo fiscal, quando assim dispõe: Art. 6º O acesso à informação disciplinado neste Decreto não se aplica: I - às hipóteses de sigilo previstas na legislação, como fiscal, bancário, de operações e serviços no mercado de capitais, comercial, profissional, industrial e segredo de justiça; [...].
24 REGRAS ESPECÍFICAS Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, em legislação própria, obedecidas as normas gerais estabelecidas em Lei, definir regras específicas. Administração Pública Federal: Comissão Mista de Reavaliação de Informações.
25 PARECER / RS Vê-se que há clara indicação de que o sigilo, em sentido amplo, deve ser preservado. Especificamente quanto ao sigilo fiscal, está amparado pelo artigo 22. Trata-se de hipótese prevista em lei (Lei 5.172, de 25 de outubro de 1966), que foi denominado Código Tributário Nacional pelo Ato Complementar 36, de 13 de março de 1967).
26 PORTARIA MF n. 233, de 26/06/2012 Institui o Serviço de Informações ao Cidadão (SIC-MF) Transparência ativa e passiva Art. 21. Os órgãos do MF classificarão como sigilosos os processos administrativos ou expedientes que se destinem a embasar decisões de política econômica.
27 Decreto nº 7.724, de 16/05/12 Art. 7º. É dever dos órgãos e entidades promover, independente de requerimento, a divulgação em seus sítios na Internet de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas, observado o disposto nos arts. 7º e 8º da Lei nº , de º Os órgãos e entidades deverão implementar em seus sítios na Internet seção específica para a divulgação das informações de que trata o caput.
28 PARECERES E DECISÕES Art. 7º, 3º. Deverão ser divulgadas, na seção específica de que trata o 1º, informações sobre: VII - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.
29 ABUSO DO DIREITO DE ACESSO Ponderação no caso concreto Limites de acordo com as concepções éticas e jurídicas dominantes Exercício equilibrado e racional dos direitos EXEMPLO DA FRANÇA: pedidos abusivos pela número, caráter repetitivo ou sistemático
30 FIM. Obrigada. CONHECIMENTO EM SI É PODER! (Francis Bacon) 30
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