Grupo de Pesquisa: Desenvolvimento rural, territorial e regional.

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1 A IMPORTÂNCIA DOS PROGRAMAS FEDERAIS DE TRANSFERÊNCIA DE RENDA NA REDUÇÃO DA POBREZA E DESIGUALDADE DE RENDA NA REGIÃO NORDESTE E NO ESTADO DE ALAGOAS anderson_moreira_aristides@hotmail.com Apresentação Oral-Desenvolvimento Rural, Territorial e regional ANDERSON MOREIRA ARISTIDES DOS SANTOS 1 ; CÉSAR AUGUSTO OVIEDO TEJADA 2 ; KARLA KAROLYNE BARBOSA ROCHA 3 ; PAULO DE ANDRADE JACINTO 4. 1,2.UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS, MACEIO - AL - BRASIL; 3.UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, RECIFE - PE - BRASIL; 4.PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL, PORTO ALEGRE - RS - BRASIL. A IMPORTÂNCIA DOS PROGRAMAS FEDERAIS DE TRANSFERÊNCIA DE RENDA NA REDUÇÃO DA POBREZA E DESIGUALDADE DE RENDA NA REGIÃO NORDESTE E NO ESTADO DE ALAGOAS Resumo Grupo de Pesquisa: Desenvolvimento rural, territorial e regional. Este trabalho busca analisar a importância dos programas federais de transferência de renda para redução da pobreza e desigualdade de renda, na região Nordeste e no estado de Alagoas. Os principais resultados mostram, que principalmente nos últimos anos do período de , tanto na região Nordeste como no estado de Alagoas tem havido reduções na proporção de pobres e na desigualdade de renda. E grande parte dessas recentes reduções está relacionada aos aumentos nos gastos reais e na cobertura de programas como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e principalmente o Programa Bolsa Família (PBF). No estado de Alagoas, em 2005, aproximadamente metade da população era beneficiada pelo PBF. E que pouco menos da metade das famílias beneficiadas por esse programa pertenciam à região mais pobre do Brasil, o Nordeste. Assim, pelo menos no curto prazo, esses programas constituem uma importante fonte de renda para as famílias pobres. Palavras-chaves: pobreza, desigualdade de renda, programas de transferência de renda. Abstract This paper aims to analyze the importance of the federal cash transfer programmes on reduction of the poverty and inequality income, in the Northeast region and in the state of Alagoas. The results show a reductions tendency in headcount ratio and inequality income, 1

2 mainly in last years of the period of It significant recent reduction of poverty and inequality income is associated with increases of expenditure and coverage of cash transfer programmes, Bolsa Família and BPC. In the state of Alagoas, in 2005, approximately half of the all population received the benefit from Bolsa Família, and around 50% of all Brazilian families covered by Bolsa Família is from region more poor, the Northeast. Therefore, at least in short-term, those programs are an important source of income for the poor families. Key Words: poverty, inequality income, cash transfer programmes. 1. INTRODUÇÃO Redução da pobreza e da desigualdade de renda está ligada a ganhos de bem estar, e constitui grandes desafios de políticas públicas no Brasil, principalmente na região Nordeste. Como mostra Barros et. al. (2007) o Brasil ainda apresenta desigualdade de renda muito alta, situação pior do que em cerca de 90% de outros países. Se for feita a análise das disparidades existentes no Brasil essa situação é ainda pior. Em 2005, das nove maiores concentrações de renda do país seis se encontravam em estados pertencentes à região nordestina. De forma semelhante encontram-se essas disparidades se comparamos a pobreza. Segundo números do IPEADATA, a proporção de pobres nessa região em 2005 era de 53,67%, onde o estado mais pobre era Alagoas e os outros seis estados, das sete piores situações de pobreza do país, pertencem a essa região. Contudo, cabe ressaltar a melhora das condições de vida nos anos recentes. A proporção de pobres, no Nordeste, teve uma redução de 22,34% entre os anos de 1993 e Enquanto, considerando esse mesmo período, também houve uma redução na concentração de renda, essa região apresentou uma queda no índice de Gini de 9,37%. Nesse mesmo período, Alagoas também apresentou melhoras nos indicadores de pobreza e desigualdade de renda respectivas reduções de 16,11% e 10,58%. Melhoras na pobreza e desigualdade de renda exigem que a população tenha acesso à educação, habitação e saneamento básico 1 que permitem ingresso a emprego e conseqüentemente geração de renda, porém, os investimentos em capital humano são vistas como soluções de longo prazo. Com isso programas de transferência de renda têm sido cada vez mais empregados pelos governos, principalmente nos últimos anos. Dois dos principais programas implantados no Brasil são: O Benefício de Prestação Continuada (BPC) e Programa Bolsa Família (PBF). O primeiro um programas sem condicionalidades 2 e constitucional que beneficia famílias pobres com idosos ou pessoas incapacitadas, e o segundo não garantido pela Constituição Federal exigindo condicionalidades e que 1 Com relação a uma crítica de transferência de renda sem promoção de educação, saneamento e habitação, ver Lavina (2005). 2 As condicionalidades se referem a alguns compromissos que a família assume para receber o benefício de determinado programa de transferência de renda. 2

3 beneficia famílias em duas faixas de renda classificadas pelo programa como situações pobreza e extrema pobreza. Entretanto, existem críticas a programas federais de transferências de renda baseadas em alguns argumentos, dentre eles: que esses programas não resultam na eficácia necessária em reduzir pobreza e desigualdade de renda; dificuldade do benefício atingir a população-alvo; restrições fiscais e relação negativa com a oferta de mão-de-obra. Contudo, diversos trabalhos têm ressaltado que esses dois programas, o BPC e o PBF, contribuem potencialmente para redução da pobreza e desigualdade de renda, garantindo inclusão social e condições básicas de vida, numa visão de curto prazo; e acesso à educação podendo ajudar a aumentar estoque de capital humano. E ainda que há evidências de que são programas bem focalizados e de que não afetam a oferta de mão-deobra. 3 Com base nessas considerações o objetivo principal do presente trabalho é fazer uma análise da importância dos programas federais de transferência de renda na redução da pobreza e desigualdade de renda no estado de Alagoas e na região Nordeste, irá ser destacado dois programas o BPC e o Bolsa Família, fazendo relação deste com redução da pobreza e desigualdade de renda presenciada principalmente nos últimos anos do período de 1981 a Para tanto essa análise será feita de uma maneira bem descritiva com estatísticas simples e revisão da literatura no assunto. Nesse sentido, este trabalho tenta contribuir ao debate do quão as políticas públicas de transferência de renda são importantes para melhorar as condições de vida da população em regiões de alta pobreza e desigualdade de renda. Para tanto, além dessa introdução, o trabalho está estruturado em cinco seções: na seção 2 são apresentados aspectos conceituais dos principais programas federais de transferência de renda implantados no Brasil na segunda metade dos anos 90; na seção 3 são apresentadas algumas das principais evidências empíricas no assunto; na seção 4 é examinada a evolução da proporção de pobres e da desigualdade de renda em Alagoas e no Nordeste no período 1981 a 2005, destacando os últimos anos. Na seção 5 é apresentada a evolução dos gastos e cobertura do BPC e do Bolsa Família. Na seção 6 são feitas as considerações finais. 2. OS PRINCIPAIS PROGRAMAS FEDERAIS DE TRASFERÊNCIA DE RENDA NO BRASIL Com o objetivo de reduzir os elevados índices de pobreza e desigualdade de renda, principalmente a partir da segunda metade dos anos 90, foram implantados alguns programas de transferência de renda no Brasil. Essa seção apresenta uma síntese desses programas. 2.1 Benefício de Prestação Continuada O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é um programa federal de transferência de renda sem condicionalidades, efetivamente implantado em janeiro de Este programa é um direito garantido pela Constituição Federal de 1988 regulamentado pela Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS). 3 Ver por exemplo, Soares et. al. (2007). 3

4 Os beneficiados desse programa correspondem aos idosos de 65 anos ou mais, e as pessoas portadoras de deficiência incapacitadas para o trabalho e para vida independente. Para tanto a renda familiar per capita deve ser inferior a um quarto (1/4) do salário mínimo. A incapacidade para o trabalho e vida independente tem que ser diagnosticada por perícia médica, além disso, a renda familiar deve ser comprovada. O beneficio do BPC é um salário mínimo mensal. Caso a família passe a não fazer mais parte da faixa de renda inferior a um quarto do salário mínimo o benefício deve ser cancelado. Para tanto a lei obriga atualização dos beneficiários de dois em dois anos, feita junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que é o responsável pela operacionalização do programa e o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) esse último que é o responsável pela gestão. 2.2 Programa de Erradicação do Trabalho Infantil O Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) é um programa federal de transferência de renda com condicionalidades. Esse programa foi criado em 1996, e tem o objetivo de erradicar o trabalho infantil, assim os beneficiados são famílias com crianças menores de 16 anos em situação de trabalho.o programa exige que a família retire as crianças da força de trabalho e as leve para as atividades de ensino regular e das ações socioeducativas. Dentre outras ações o programa inclui apoio aos Fóruns de erradicação do trabalho infantil e fiscalização do trabalho infantil. Os benefícios do programa variam de R$ 40,00 mensais por criança, para famílias residentes na área urbana sendo incluídas neste caso as capitais e municípios com mais de 250 mil habitantes, e os demais casos área rural uma bolsa de R$ 25,00. A partir dezembro de 2005, iniciou-se um processo de integração entre o Programa Bolsa Família e o PETI, dentre outros objetivos essa ação visou melhorar a fiscalização, o gerenciamento de recursos e o cadastramento dos beneficiários. As famílias com renda familiar per capita inferior a R$ 120,00 com criança em situação de trabalho infantil passam a fazer parte do Programa Bolsa Família (com obrigação de ter informações no Cadastro Único), e com renda familiar per capita superior a R$ 120,00 fazer parte apenas do PETI. 2.3 Bolsa Escola Os programas condicionais de transferência de renda visam reduzir a pobreza no curto prazo, mas também elevar os níveis de educação e saúde da população, reduzindo assim a pobreza também no longo prazo. Um exemplo de um programa que tinha essas características era o programa Bolsa Escola. O Bolsa Escola foi inicialmente implantado, em 1995, em nível municipal, primeiro em Campinas e posteriormente em outros municípios; mas Rocha (2005) e Resende e Oliveira (2006) demonstram que essa primeira fase do programa passou por uma incapacidade financeira e operacional por parte dos municípios. Assim, em 2001, o Bolsa Escola foi implantado como um programa do Governo Federal, beneficiando famílias consideradas de baixa renda per capita ( renda familiar per capita abaixo de R$ 90,00), e que tinham crianças de 6 a 15 anos. Os benefícios desse programa variavam de R$ 15,00 por uma criança, chegando a R$ 45,00 valor referente a três crianças, para tanto um requisito do programa era o comprometimento de no mínimo 4

5 85% de freqüência escolar por parte das crianças, sendo de responsabilidade das escolas e municípios esse monitoramento. Como será visto posteriormente esse programa e alguns outros são unificados passando a fazer parte do Programa Bolsa Família. Bolsa Alimentação Assim como o Bolsa Escola, o programa de transferência de renda com condicionalidades Bolsa Alimentação tinha o objetivo de combater a pobreza no curto prazo, mas também uma visão de longo prazo, neste caso melhorar a saúde da população. Esse programa foi criado em 2001 sendo uma iniciativa do Ministério da Saúde, e um dos objetivos do programa Bolsa Alimentação era reduzir a mortalidade infantil. O programa Bolsa Alimentação beneficiava famílias com renda per capita mensal de meio salário mínimo, e em semelhança ao Bolsa Escola, os benefícios eram de R$ 15,00 por criança nesse caso de 0 a 6 anos, podendo uma família receber no máximo R$ 45,00 valor associado a três crianças. Um dos comprometimentos que a família tinha que ter era a vacinação das crianças, e visitas a postos médicos para cuidados de seus filhos. Esse programa é outro que posteriormente passa a fazer parte do Programa Bolsa Família. 2.5 Auxílio-Gás O Auxílio-Gás era programa federal de transferência de renda sem condicionalidades, criado no final de 2001, que concedia um benefício de R$ 7,5 por mês a cada família, pago bimestralmente. As famílias a qual tinham direitos a esses benefícios eram as que tinham uma renda per capita de no máximo R$ 90,00, esse valor da renda não incluía benefícios de outros programas de transferência de renda nem do seguro desemprego. Esse programa podia ser visto como medida de compensação ao fim do subsídio do gás de cozinha. O programa Auxílio-Gás tinha número de famílias superiores ao do Bolsa Escola e Bolsa Alimentação, já que não tinha maiores restrições a família, como por exemplo a existência de crianças. Assim como o Bolsa Escola e o Bolsa Alimentação esse programa é outro que posteriormente passa a fazer parte do Programa Bolsa Família. 2.6 Cartão Alimentação do Fome Zero O programa federal de transferência de renda, Cartão de Alimentação do Fome Zero, criado no final de janeiro de 2003, concedia benefícios para famílias que tinham uma renda per capita mensal inferior a meio salário mínimo, concedendo uma transferência de R$ 50,00 para cada família, durante um período de 6 meses podendo ser prorrogado até 18 meses. O benefício era dado através de um cartão que tinha o objetivo de aumentar a aquisição de alimentos. Esse programa teve uma espécie de relançamento com o Programa Bolsa Família. 2.7 Programa Bolsa Família 5

6 O Programa Bolsa Família é um programa condicional de transferência de renda. Criado pelo governo federal em outubro de Esse programa corresponde a algumas mudanças quanto ao Programa Fome Zero, e ainda unifica os programas Bolsa Escola, Bolsa Alimentação e Auxílio-Gás. O Programa Bolsa Família visa combater a pobreza e a desigualdade de renda, seguindo as idéias (apresentadas pelo próprio administrador do programa o MDS) de a transferência de renda ser um alívio imediato a pobreza, e ainda acabar com o ciclo da pobreza entre gerações através da garantia de direitos básicos como educação e saúde. Quanto aos critérios para os benefícios, ao contrário do Cartão Alimentação do Fome Zero, o Bolsa Família separa famílias pobres em duas faixas: famílias com renda per capita até R$ 60,00, e famílias com renda per capita de R$ 60,01 a R$120,00 que possuem crianças de 0 a 15 anos. Assim se uma família possuir uma renda per capita mensal de até 60,00 (classificada pelos critérios do programa como situação de extrema pobreza) recebe um benefício de R$ 58,00, e mais R$ 18,00 por filho de 0 a 15 anos, ou gestante, ou ainda nutriz, num máximo de R$ 54,00 correspondente a três filhos, conforme também previam os antigos programas Bolsa Escola e Bolsa Alimentação; logo os benefícios para essa faixa de renda variam conforme a composição familiar podendo chegar a um valor máximo R$ 112,00 4 ( R$ 58,00 mais 3 vezes 18,00). Existe ainda um benefício de caráter extraordinário (BVCE) concedido a famílias que tiveram perdas financeiras ao migrarem dos antigos programas Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Cartão Alimentação e Auxílo- Gás para o Bolsa Família. Já se uma família possuir renda per capita de R$ 60,01 a R$ 120,00 seus benefícios dependerá da ocorrência de crianças de 0 a 15 anos, gestantes e nutrizes, assim para cada membro da família que se enquadre nessa classificação a família recebe R$18,00 também num máximo de R$ 54,00 correspondente a três membros. Pode ser observado que uma parte do programa não tem condicionalidades que corresponde ao valor fixo de R$ 58,00 concedido a famílias na situação de extrema pobreza, esse é um dos fatos que explica a grande cobertura do programa. Já as condicionalidades do Programa Bolsa Família estão ligadas as mesmas do Bolsa Alimentação e Bolsa Escola 5 são elas: a matrícula e freqüência escolar das crianças de 6 a 15 anos; a vacinação das crianças de 0 a 6 anos e cuidados básicos de saúde; e ainda a questão de cuidados pré e pós-natal. Deve-se ser ressaltado que as famílias devem ser cadastradas no Cadastro Único dos Programas Sociais do Governo Federal, e o responsável pela operacionalização do Programa é o município. 2.8 Uma análise comparativa entre o Programa Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada 6 4 Esses são os valores vigentes em dezembro de 2007, data referente ao último ano dos dados do PBF que serão apresentados neste trabalho. 5 No caso da integração do Programa Bolsa Família e PETI as condicionalidades estão ligadas ao combate ao trabalho infantil. 6 Esta seção está baseada em parte a algumas discussões presentes no trabalho de Medeiros, Britto e Soares (2008). 6

7 Observa-se pela explicação anterior, que o Benefício de Prestação Continuada e o Programa Bolsa Família, ambos possuem alguma semelhança, por exemplo, por serem transferências de renda a indivíduos considerados pobres, e assim fazer parte de um sistema de proteção social do Brasil. Porém, há substanciais diferenças entre esses dois programas, incluindo as estruturas legais, o processo de escolha dos objetivos, a quantidade de recursos repassados, a administração e as condicionalidades. Para começar os dois programas apresentam bases legais distintas, o Benefício de Prestação Continuada é um direito social definido pela Constituição Federal, logo pode ser exigido por base de vias legais. Já o Programa Bolsa Família por sua vez não tem exigibilidade judicial fortemente assegurada às famílias pobres que se sentirem no direito de garantir o benefício. Logo, por ser garantido pela Constituição Federal o Benefício de Prestação Continuada tem caráter mais permanente sendo um pouco menos vulnerável a ciclos políticos, no sentido em que caso algum político queira modificar o desenho e operação do programa depende de emendas constitucionais que precisam ser aprovadas no congresso. Já o Programa Bolsa Família fica mais vulnerável a decisões políticas tais como: aumento ou ajuste nos gastos fiscais; cortes orçamentários, etc. Logo, devido às diferenças nas bases legais do Benefício de Prestação Continuada e do Programa Bolsa Família, surge outra questão, os créditos políticos, enquanto o BPC não tem muita ligação a algum partido, ou mesmo a um governante, o contrário acontece com o Bolsa Família. As últimas eleições presidências do Brasil foi um exemplo desta idéia, na qual candidatos defendiam a paternidade de programas como o antigo Bolsa Escola e o atual Bolsa Família. Além do mais Abensur, Cribari-Neto e Menezes (2007) defendem que existe uma relação significativa entre Programa Bolsa Família e os resultados da eleição presidencial de Também existem diferenças quanto à questão de critérios de inclusão e público atendido, ou seja, os programas obtêm público alvo diferente, o BPC direcionado a famílias pobres com idosos e incapazes, seu critério de inclusão é a família possuir uma renda per capita menor que ¼ do salário mínimo (R$95,00 em 2007); já o Bolsa família beneficia as famílias pobres de renda até R$120,00, dividindo em duas faixas de renda, e esse programa tem como objetivo também aumentar a demanda (principalmente das crianças) por serviços de educação e saúde. Além disso, esses dois programas possuem mecanismos administrativos próprios identificação e seleção de beneficiários. No BPC a própria pessoa que deseja o benefício ou um responsável deve solicitar um requerimento junto ao INSS efetuando seu preenchimento, no caso do idoso será preciso a comprovação de idade mínima, no caso dos incapazes é necessário a perícia médica; já no Bolsa Família a pessoa deve fazer um registro no Cadastro Único que contém dados de identificação das famílias de baixa renda, para tanto esse mecanismo funciona de forma descentralizada sendo de responsabilidades do município. Outra característica de distinção entre o Bolsa família e o BPC se refere às condicionalidades. Enquanto Bolsa Família devido as suas condicionalidades visa estimular a demanda dos mais pobres por serviços de saúde e educação, tendo assim um caráter de redução da pobreza intergeracional, o BPC não tem condicionalidades e assim não tem os mesmos objetivos, assim como também não tem o mesmo público alvo. Contudo ressalta-se que mesmo sem estimular diretamente, o benefício do BPC pode vir a estimular indiretamente uma família a demandar educação e saúde para as crianças. 7

8 Nota-se também que o custo por beneficiário do Bolsa Família é menor do que o do BPC, aumentando assim a capacidade do segundo de elevar uma família acima da linha de pobreza, mas devido as diferenças (já discutidas) em relação ao público alvo e os objetivos desses programas, não podemos defender de forma arbitrária um aumento no benefício do BPC ou redução no do Bolsa Família. Em resumo, o BPC e o Bolsa Família apesar de serem programas de transferência de renda apresentam diferenças. 3. Evidências Empíricas Nesta seção apresenta-se uma síntese das principais evidências empíricas da importância dos programas federais de transferência de renda, apesar de este trabalho analisar a importância dos programas em relação à pobreza e à desigualdade de renda, de forma adicional serão mostrados resultados em relação a alguns outros aspectos tais como: oferta de trabalho, educação, entre outros. Utilizando dados da POF, no período de , Resende e Oliveira (2006) analisam o impacto do Bolsa-Escola sobre os gastos das famílias brasileiras. Este trabalho conclui que as transferências de renda aumentam o bem-estar das famílias, chamado pelos autores de alívio imediato da pobreza, onde as pessoas passam a consumir mais alimentos, vestuário, educação entre outros bens e serviços de qualidade, em detrimento de cigarros e bebidas. Tendo como amostra 838 famílias de agricultores familiares de 32 municípios de Pernambuco, Ceará e Sergipe; Duarte, Sampaio, Sampaio (2007) analisam o impacto do Programa Bolsa Família sobre os gastos das famílias rurais. E os principais resultados mostram que o Bolsa Família tem um impacto positivo e importante sobre o consumo das famílias, resultados semelhantes a estudos do Ministério da Saúde sobre antigo programa Bolsa Alimentação. Tendo como fonte de dados a PNAD, Hoffmann (2006) mostra que o aumento na renda, no Brasil, considerando o período de , foi muito favorável para os pobres. O autor ainda analisa a importância dos programas de transferência de renda sobre a redução da desigualdade de renda, para as cinco regiões do Brasil. Considerando o período de , o trabalho conclui que os programas de transferência de renda foram responsáveis por uma queda no índice de Gini de 28% e 66% respectivamente para o Brasil e Nordeste. E essa porcentagem sobe para 31% Brasil e 87% Nordeste, se considerarmos apenas os anos de 2002 a Já Soares et al. (2006) analisam o impacto dos programas de transferência de renda sobre a pobreza, e a contribuição desses programas para redução da desigualdade de renda no Brasil, entre 1995 e Os autores propõem um método para desagregar o item outros rendimentos da PNAD 2004, criticando as estimativas feitas por Hoffman (2005). Os principais resultados desse trabalho mostram que o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o Bolsa-Família são bem focalizados, onde 74% da renda do BPC e 80% do Bolsa-Família vão para as famílias na situação de pobreza, e ainda que esses programas juntos foram responsáveis por uma queda de 28% do índice de GINI, sendo a maior parte referente ao Bolsa-Família 21%. 8

9 Rocha (2006) analisa o efeito dos programas de transferência de renda sobre a pobreza, através de simulações que consistem no impacto desses programas caso eles atendessem a população-alvo total. A análise é feita através dos dados da PNAD para o Brasil, separando dois períodos, um antes de 2003, referente ao governo FHC, e outro a partir de 2003 correspondendo ao governo Lula. Os resultados mostram que os programas federais de transferência de renda do governo FHC - Bolsa-Escola, Bolsa-Alimentação e Auxílio Gás - não tiveram grandes efeitos sobre a pobreza, dado também a magnitude desses benefícios. Já no governo Lula, tendo como principais programas o Fome Zero e Bolsa-Família, houve um aumento das transferências, assim como no número de beneficiados, onde esses programas tiveram grandes impactos na redução da pobreza. Contudo a autora ressalta a dificuldade do foco e financiamento dos programas federais. Soares et al. (2007) resumem os resultados de algumas pesquisas sobre alguns Programas de Transferência Condicionada de Renda (PTRCs), comparando o Bolsa Família a alguns outros programas de outros países. As principais conclusões são que programas como o Bolsa Família, o Oportunidades do México e o Chile Solidário tem boa cobertura, e que principalmente os dois primeiros foram responsáveis por significativas reduções no índice de Gini, e ainda que tem ajudado a diminuir também a pobreza, principalmente se considerados os extremos pobres. E ainda os autores defendem que o Bolsa Família tem um impacto positivo na freqüência escolar, resultado similar ao apresentado pelo PTRC mexicano. Outro fato se refere às críticas de que esses programas desestimulam a oferta de trabalho, contudo o trabalho mostra que a participação na força de trabalho foi maior entre os adultos beneficiários do Bolsa Família do que entre adultos em condições semelhantes, mas que não recebiam o benefício, resultados semelhantes de relação de aumento na participação de trabalho, nesse caso nas áreas rurais foi encontrado para o Chile Solidario, enquanto nos programas do México e da Colômbia (Famílias em Acción) os PTRC não afetaram a oferta de trabalho. Com relação ao BPC Guedes e Araújo (2007) utilizando informações da PNAD 2005, simulam e avaliam o impacto da eliminação da demanda de idosos a descoberto pelo BPC sobre indicadores da pobreza e desigualdade. Verificou-se impacto significante e eficiência do programa BPC quanto à retirada dos idosos nessa situação e sobre a extrema pobreza. Mostram que essas reduções podem ser mais acentuadas quando analisadas a nível regional, diante disso os nordestinos apresentam maiores impactos, sendo que as reduções mais profundas ocorreram no Centro-Oeste. Concluem que o BPC pode ser importante instrumento de minoração das assimetrias socioeconômicas principalmente na população de idosos. Medeiros, Britto, e Soares (2008) analisam os programas de transferência de renda BPC e Programa Bolsa Família em diversos aspectos, tais como: impacto na desigualdade e pobreza, condicionalidades dos programas, seu público atendido e grau de focalização. Concluem que embora os programas sejam alvos de criticas vem se expandindo e gerando efeitos importantes sobre índice de desigualdade e pobreza. Avaliam que a probabilidade de faltas e abandono escolar é muito menor em crianças cujas famílias são beneficiárias do Programa Bolsa Família e, que o programa BPC mesmo sem condicionalidades afeta positivamente o nível de escolarização dos jovens das famílias beneficiárias. Afirmam que apesar de ocorrer erros, os custos para manter os programas não constituem um problema, pois, são erros de baixa intensidade e que os programas brasileiros conseguem atingir seu público-alvo tão bem quanto os dos países vizinhos. 9

10 4. Evolução temporal da pobreza e da desigualdade de renda no Nordeste e em Alagoas Como destacado na seção anterior, diversos trabalhos mostram que no Brasil, os últimos anos têm sido marcados por melhoras nos indicadores de pobreza e desigualdade de renda. Nesta seção apresenta-se a evolução temporal da proporção de pobres (P0) e da desigualdade de renda (mesurada pelo índice de Gini) para Alagoas, comparando aos demais estados nordestinos, à região como um todo e ao Brasil, análise que contempla o período de destacando os últimos anos. Todos os dados desta seção têm como fonte o IPEADATA Evolução temporal da pobreza Na tabela 1, apresentam-se variações na porcentagem de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza para os estados do Nordeste, a região como um todo e para o Brasil, de 1981 a 2005, destacando-se alguns períodos específicos. Tabela 1- Variações percentuais da pobreza nos estados nordestinos, Nordeste e Brasil, período de % % a.a % a.a % a.a % a.a ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Alagoas -6,36-0,27-1,45-1,75-5,40 Bahia -15,32-0,69-2,34-3,48-7,67 Ceará -28,58-1,39-2,22-2,62-4,58 Maranhão -22,10-1,04-1,92-1,80-4,62 Paraíba -30,18-1,49-2,40-4,81-5,52 Pernambuco -11,80-0,52-1,65-1,97-5,52 Piauí -31,47-1,56-1,93-1,69-3,92 Rio Grande do Norte -27,89-1,35-2,68-2,89-7,74 Sergipe -29,48-1,44-2,22-3,83-5,91 Nordeste -20,89-0,97-2,09-2,74-5,86 Brasil -24,85-1,18-2,78-3,31-7,27 Fonte: elaboração própria a partir de dados do Ipeadata Notas: De variação percentual total, para os demais períodos considera-se uma taxa média composta pegando o primeiro e último ano de cada período. Observa-se que no período de 1981 a 2005 houve uma queda na pobreza (P0) para todos os estados do Nordeste, a região como um todo, assim como para o Brasil. Nesse período os estados do Piauí e da Paraíba obtiveram as maiores reduções na proporção de 7 A pobreza neste trabalho está sendo considerada do ponto de vista de renda e será analisado apenas o indicador proporção de pobres (P0). Chama-se a atenção que a linha de pobreza adotada difere da utilizada na seleção dos beneficiários dos programas federais de transferência de renda como o BPC e o Bolsa Família. Para mais detalhes metodológicos sobre os indicadores de pobreza desigualdade de renda aqui utilizados ver Chama-se a atenção que os dados têm origem a PNAD que não esteve em campo nos anos de 1991, 1994 e

11 pobres respectivamente de 31,47% e 30,18%. Percebe-se que esses dois estados mais o Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte e Sergipe obtiveram reduções acima das observadas na região Nordeste e no Brasil. Contudo, destaca-se que para o mesmo período, o estado de Alagoas obteve uma redução na pobreza de apenas 6,36%, número muito abaixo dos demais estados nordestinos, seguido de Pernambuco que apresentou também não apresentou uma grande redução, sendo essa de 11,80%. Assim essas reduções refletem as posições que os estados do Nordeste passaram a possuir em 2005, por exemplo, os três estados menos pobres do Nordeste em 1981 eram Bahia, Pernambuco e Alagoas, enquanto os mais pobres eram o Piauí, Maranhão e Paraíba; em 2005 esse cenário mudou, devido a importantes reduções na pobreza os estados da Paraíba e Sergipe ficam entre os três menos pobres do Nordeste, já Alagoas que teve uma pequena redução na pobreza passa a ocupar a última posição do Nordeste e do Brasil. É importante ser analisado o período de 1981 a 2005, mas o objetivo nesta seção deste trabalho não se relacionada a este, e sim destacar a queda na pobreza presenciada a partir da década de 90, que vem se intensificando nos últimos anos. Assim, pode ser notado claramente na tabela 1que quando considerado o período de , a proporção de pobres apresentou uma forte redução para todos os estados do Nordeste, e também no Brasil. Importantes reduções podem ser vista no Rio Grande do Norte uma média de 2,68% ao ano, Bahia de 2,34%, já Alagoas apesar de ter tido a menor redução dos estados do Nordeste (1,45%), essa variação pode ser considerada relativamente de boa magnitude, principalmente quando comparada ao período todo onde esse estado obteve uma redução de apenas 0,27% ao ano. O gráfico 1 mostra a trajetória da pobreza para Alagoas, Nordeste e Brasil para o período de Gráfico 1- Evolução temporal da pobreza, Alagoas, Nordeste e Brasil, período Fonte:elaboração própria a partir dos dados do Ipeadata. Como pode ser notado no gráfico 1, 1995 foi um ano de forte redução na pobreza, em grande parte a implantação do Plano Real, que apresentou grande êxito na redução e estabilização da inflação, logo a taxa do período de está sendo influenciado por este ano. Observa-se que após 1995 até 2003, em Alagoas, no Nordeste e Brasil não há 11

12 nenhum ano que apresenta forte queda na pobreza, tendo nesse estado havido até uma certa tendência ascendente de 1999 a Contudo também devem ser destacadas as fortes reduções na proporção de pobres ocorrida nos últimos anos, período de Considerando esse último período o estado de Alagoas obteve uma redução na proporção de pobres de 5,40% ao ano, superior as reduções presenciadas nos estados Ceará (4,58%), Maranhão (4,62%) e Piauí (3,92%). Esses números de todos os estados do Nordeste são expressivos principalmente que estamos levando em conta apenas dois anos, por exemplo, Alagoas em 2003 possuía 67,55% das pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, em 2005 esse número caiu para 60,45%, o que levou esse estado possuir o segundo número menor desse índice nesses 25 anos; apesar de ainda ser o estado mais pobre do Brasil. Portanto, os últimos anos têm ocorrido importantes reduções na pobreza, período ligado a estabilização da inflação (Plano Real) e intensificação dos programas federais de transferência de renda. Porém, o Nordeste ainda se encontra com grandes desafios quanto à redução da pobreza, dado que tem os seis estados mais pobres do Brasil, e se considerarmos os doze mais pobres todos os nove estados dessa região estão na lista. 4.2 Evolução temporal da desigualdade de renda Na tabela 2, apresentam-se variações na desigualdade de renda mensurada pelo índice de Gini para os estados do Nordeste, a região como um todo, e para o Brasil, considerando o período de 1981 a 2005, e destacando alguns subperíodos. Tabela 2- Variações percentuais do índice de Gini nos estados nordestinos, Nordeste e Brasil, período de % % a.a % a.a % a.a % a.a ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Alagoas 5,01 0,20-0,93-1,73-3,52 Bahia -1,78-0,07-1,24-1,77-3,19 Ceará -2,20-0,09-0,67-1,42 0,87 Maranhão -2,98-0,13-1,27-2,39-5,06 Paraíba 1,57 0,07-0,92-0,68 1,14 Pernambuco 5,01 0,20-0,47-1,24-0,25 Piauí 5,72 0,23-0,37-0,29-0,92 Rio Grande do Norte 6,60 0,27 0,28 0,68 3,06 Sergipe 3,75 0,15-0,80-0,75-2,10 Nordeste 0,00 0,00-0,82-1,23-1,20 Brasil -2,57-0,11-0,50-1,15-1,21 Fonte: elaboração própria a partir de dados do Ipeadata Notas: De variação percentual total, para os demais períodos considera-se uma taxa média composta pegando o primeiro e último ano de cada período. Nota-se que grande parte dos estados apresentou um aumento na desigualdade de renda no período de 1981 a Alagoas, por exemplo, apresentou um aumento de 5,01% o que correspondeu a 0,027 pontos no índice de Gini. No Nordeste apenas os estados Bahia, Ceará, Maranhão tiveram reduções na desigualdade de renda nesse período. Desses 12

13 estados o que apresentou a maior redução no índice de Gini foi Maranhão, sendo essa de 2,98%, que pode ser considerada expressiva comparada à queda de 2,04% do Brasil. Contudo, assim como para a pobreza, o objetivo desta seção neste trabalho está relacionado a destacar a queda na desigualdade de renda presenciada nos últimos anos. Logo, exceto no Rio Grande do Norte todos os demais estados da região Nordeste, a região como um todo e o Brasil obtiveram reduções no índice de Gini no período de Alagoas, por exemplo, nesse período apresentou em média, uma queda na desigualdade de renda de 0,93% ao ano correspondente a uma redução de 0,067 pontos no índice de Gini, essa redução foi maior do que as presenciadas no Nordeste e no Brasil que foram respectivamente de 0,82% e 0,50%. E como para pobreza, essa queda no índice de Gini vai se intensificando nos últimos anos períodos de e Pode ser observado no gráfico 2 que para ser mais específico Alagoas inicia sua redução a partir de Como destacada, por exemplo, em Barros et al. (2007) no Brasil as reduções no índice de Gini iniciam-se de forma acentuada e contínua de 2001 a 2005, chegando a possuir o nível mais baixo de desigualdade de renda entre 1981 a Contudo, em Alagoas entre 2001 e 2003 a desigualdade de renda aumentou, e só em 2004 e 2005 volta a haver reduções. Assim considerando apenas o período o estado tem uma redução de 3,50% ao ano, muito acima das apresentadas nos outros períodos, esse ganho correspondeu a uma queda de 0,04 pontos no índice de Gini, sendo novamente uma taxa de redução acima das do Brasil (1,15%) e do Nordeste (1,23%). Considerando esse mesmo período os estados do Maranhão, Bahia e Rio Grande do Norte tiveram importantes reduções no índice de Gini respectivamente as taxas de 5,06%, 3,19% e 3,06% ao ano. Gráfico 2- Evolução da desigualdade de renda, Alagoas, Nordeste e Brasil, período Fonte:elaboração própria a partir dos dados do Ipeadata. 8 Analisando um período mais amplo Soares (2006) e Barros et al. (2006) mostram que é a menor desigualdade de renda dos últimos 30 anos. 13

14 Logo a desigualdade de renda tem sido reduzida tanto no Brasil, como no Nordeste e em Alagoas. Contudo chama-se a atenção de o Brasil segundo Barros (2007), ainda possuir uma das piores distribuições de renda do mundo. Outro fato a se destacar, que apesar de apresentarmos a evolução temporal da pobreza e desigualdade de renda de forma separada, existe uma ligação entre estas, já que pode haver redução da pobreza através de crescimento da renda ou redução da desigualdade. 5 Evolução de alguns programas de transferência de renda no Nordeste e em Alagoas Como foi visto nas seções anteriores os últimos anos têm sido marcados por reduções na pobreza e na desigualdade de renda em Alagoas no Nordeste, e também no Brasil. E como visto na seção de revisão da literatura, diversos trabalhos ressaltam que os programas federais de transferência de renda têm contribuído potencialmente para essas melhoras. Nesta seção apresenta-se a evolução de dois programas do BPC e o Programa Bolsa Família. 9 Na tabela 3 apresentam-se os gastos e a concessão de benefícios para o programa BPC, nos estados do Nordeste, na região como um todo e no Brasil. Lembrando que Soares et al. (2006) defende que esse programa é bem focalizado e que foi responsável por 7% da queda do índice de Gini no Brasil de Tabela 3- Evolução da concessão de benefício e gastos com o BPC (em mil R$ constantes de 2005), estados do Nordeste, a região como um todo e o Brasil, período de Gastos Benefícios Gastos Benefícios Gastos Benefícios Gastos Benefícios AL BA CE MA PB PE PI RN SE Nordeste Brasil Fonte: MDS. Notas: Valores deflacionados com INPC médio em R$ constantes de O número de benefícios se refere a dezembro de cada período. 9 A maior parte dos dados desta seção tem como fonte o MDS, quando não for esse o caso será chamada a atenção. Todos os gastos aqui mencionados estão se referindo valores reais todos deflacionados pelo INPC (este retirado do Ipeadata) médio e utilizando o ano 2005 como base, mantendo-se assim uma padronização para fins de comparação. 14

15 Observa-se que no período de 1996 a 2005 houve um forte aumento real nos gastos e nas concessões de benefícios do programa Benefício de Prestação Continuada para todos os estados do Nordeste, a região como um todo, assim como para o Brasil. Em 1996 gastava-se em Alagoas cerca de 6,407 milhões de reais com o BPC tendo 7312 benefícios, em 2005 o total de gastos chegou à cerca 153,508 milhões de reais com uma concessão de benefícios de No Nordeste o total de gastos em 1996 era de aproximadamente 159,106 milhões de reais, passando em 2005 para 2,7247 bilhões. E esse aumento foi presenciado em todos os anos, só entre 2001 e 2005, como visto anteriormente, foi um período de redução da pobreza e desigualdade de renda, os gastos com o BPC em Alagoas mais do que duplicaram passando de aproximadamente R$ 74,97 milhões para R$ 153,508 milhões, e a quantidade de benefícios aumentou em 81,85%, podendo o restante da porcentagem do aumento nos gastos ser atribuído ao aumento do salário mínimo, que se refere ao valor do benefício. Enfim, também considerando esse mesmo período Nordeste e Brasil apresentaram aumentos nos gastos com o BPC de respectivamente 76,81% e 97,78%, e aumentos nos benefícios de 53,12% e 70,06%. Portanto, o forte aumento real nos gastos com o BPC tem ligação em parte ao aumento real do salário mínimo, contudo o principal fator mesmo é o aumento da população beneficiada. Em síntese houve um forte aumento nos gastos e nas concessões de benefícios do BPC, programa este garantido pela Constituição. Contudo houve aumento também nos programas federais de transferência de renda não constitucional como o Programa Bolsa Família. Este está se tornando o principal programa de transferência de renda do governo federal de combate à pobreza e a desigualdade de renda, como visto anteriormente Soares et al. (2006) defendem que apesar de sua pequena participação na renda total este programa é bem focalizado e foi responsável por 21% da queda no índice de Gini, no Brasil, de 1995 a Na tabela 4 apresentam-se os gastos e a quantidade de famílias beneficiadas pelo programa Bolsa Família, nos estados do Nordeste, na região como um todo e no Brasil. Tabela 4- Evolução de famílias beneficiadas e dos gastos com o Programa Bolsa Família (em mil R$ constantes de 2005), estados do Nordeste, a região como um todo e o Brasil, período de Famílias Gastos Famílias Gastos Famílias Gastos AL , , ,12 BA , , ,51 CE , , ,49 MA , , ,91 PB , , ,75 PE , , ,22 PI , , ,47 RN , , ,25 SE , , ,16 NE , , ,87 BR , , ,98 Fonte: MDS. Gastos restirado do Portal de Transparência de Renda. 15

16 Notas: Valores deflacionados com INPC médio em R$ constantes de O número famílias beneficiadas se refere a dezembro de cada período, exceto para 2004 que é outubro. O Programa Bolsa Família foi criado em outubro de 2003, na tabela 5 podem ser observados que tanto o número de famílias beneficiadas como os gastos estão aumentando com o passar dos anos. No Brasil, em outubro de 2004 havia aproximadamente 5,38 milhões de famílias beneficiadas por esse programa, em 2005 esse número chegou a 7,75 milhões. Assim em 2004 houve aproximadamente um gasto total com o Bolsa Família de 5,8125 bilhões de reais, em 2005 esse valor passou para 6,8980 bilhões de reais, um aumento real de 18,67% em apenas um ano. Como visto na seção 2, antes da criação do Programa Bolsa Família existiam outros programas que posteriormente passam a integrálo, por exemplo, em 2002 o Auxílio-Gás, o Bolsa Escola e o Bolsa Alimentação, segundo o Ministério da Fazenda 10, o governo gastava nesses três programas cerca de R$ 2,96 bilhões de reais, valor inferior ao gasto em 2004, logo o Bolsa Família não só corresponde a uma unificação destes outros programas, mas também a um aumento de benefícios. Observa-se que na região Nordeste entre 2004 e 2005 houve um aumento de 11,08% nos gastos com o Programa Bolsa Família. Alagoas também obteve um importante aumento nos gastos, 11,14%, sendo que em 2005, esse estado recebeu um total de 221,410 milhões de reais, tendo 239,44 mil famílias beneficiadas pelo programa, esse número corresponde à metade da população recebendo o benefício deste programa. Ou seja, esse programa tem grande importante para a população alagoana, e um valor de benefício importante para os mais pobres consumir bens básicos 11. Lembrando que os anos de 2004 e 2005 foram anos de fortes reduções na pobreza e na desigualdade de renda em Alagoas. Apesar de este trabalho estar analisando todos indicadores até o ano de 2005, de forma adicional será analisado o ano 2007 com relação ao Programa Bolsa Família. Notase na tabela 4, que em 2007 continuou a aumentar a quantidade de famílias beneficiadas e os gastos com o programa. Alagoas em 2007 recebeu 272,10 milhões de reais, beneficiando mais 350 mil famílias, um aumento nos gastos no período de 37,13%. Nesse mesmo período Nordeste e Brasil também tiveram os respectivos aumentos nos gastos de 38,30% e 46,74%. Um fato importante que deve ser destacado com relação à região Nordeste é a quantidade das famílias beneficiadas dessa região em relação ao país, como mostra o gráfico 3, em 2005 cerca de 50% da famílias que receberam os benefícios moravam nessa região, isso se deve ao fato de o Nordeste possuir um número elevado de famílias pobres. Outro ponto a se destacar se refere à tabela 5 que mostra a quantidade de famílias beneficiadas 12 tanto para parte rural como urbana, dos estados do Nordeste, a região como 10 Esses dados foram retirados do Ministério da Fazenda em Orçamento Social do Governo Federal disponível 11 Carvalho (2007) defende que esse volume de dinheiro dinamiza a economia local, estimulando a demanda por bens e serviços consumidos pelos pobres aumentando o consumo no varejo. E que esse valor dos gastos do programa em 2005 é expressivo correspondente a mais de três vezes o valor dos salários totais recebidos com o corte de cana-de-açúcar. Esse autor ainda defende que em 2007 esse valor chegou a se mais de 4 vezes maior que os salários totais gerados no corte de cana-de-açúcar. 12 Esses dados diferem ligeiramente dos da tabela 5 apesar de terem a mesma fonte. Isso se deve ao mês de referência. Os dados da tabela 6 foram retirados de Perfil das Famílias Beneficiárias do Programa Bolsa Família 16

17 um todo e o Brasil, no período entre setembro de 2005 e março de Podemos constatar que a maioria das famílias beneficiárias do programa encontra-se na região urbana, tanto para o ano 2005 como 2007, representando respectivamente 65,82% e 69,19% das famílias do Brasil. A região Nordeste possui uma maior proporção de beneficiários na área rural, se comparada com o Brasil, sendo 40,85% em 2005 e 40,41% em 2007 das famílias beneficiárias nessa área. Já Alagoas apresenta as famílias que vivem na área rural correspondem em 2005 a 40,14% e em ,82%. Observa-se também que entre 2005 e 2007 houve aumento nas famílias beneficiadas tanto para área rural e urbana. Contudo, exceto no estado do Maranhão, nos demais estados do Nordeste, a região como um todo e no Brasil, cresceu proporcionalmente mais as famílias beneficiadas da área urbana, no Nordeste esse crescimento foi de 56,52% área urbana e 45,00% área rural, e em Alagoas respectivamente de 60,17% e 38,18%. Gráfico 3- Participação da quantidade de famílias beneficiadas pelo BPF de cada região do Brasil sobre o total do país, ano de Fonte: cálculos do autor a partir de dados do MDS. Tabela 5- Evolução de famílias beneficiadas pelo Programa Bolsa Família, área rural e urbana estados do Nordeste, a região como um todo e o Brasil, período de Urbana Rural S.I Urbana Rural S.I AL BA CE MA PB PE PI RN SE , NE BR Fonte: MDS. Notas: S.I sem informação. Logo o Programa Bolsa Família apresentou aumento nos gastos e na quantidade de famílias beneficiadas. A tabela 6 mostra a taxa de cobertura (taxa de inclusão) que é a 17

18 razão entre as famílias pobres 13 que recebem o benefício sobre o total da população de famílias pobres. Observa-se que o programa Bolsa Família tem uma boa cobertura, principalmente os estados do Nordeste. Exceto a Bahia todos acima de 60%, Alagoas apresenta uma cobertura de 62,1%, já o Nordeste de 63,1%, e o Brasil, de 58,4%. As estimativas da quantidade de famílias pobres são feitas pelo IPEA através da PNAD, contudo a estimativa das famílias pobres que recebem o benefício é do MDS 14 que é o órgão responsável pelo programa, o que pode tornar essas estimativas alvo de críticas. Contudo Soares et. al. (2007) apresentando resultados de dados da PNAD estima que o erro de exclusão, nesse caso a razão entre o total de famílias pobres que não recebem o benefício e o total de pobres, no Brasil é de 59% um tanto mais alto do que se calculássemos com base nos dados dessa tabela, de qualquer forma o autor defende que este programa tem um bom grau de cobertura comparado a programas de outros países. Tabela 6- Taxa de cobertura (inclusão dos pobres) do Programa Bolsa Família, estados do Nordeste, a região como um todo e Brasil, Cobertura% Alagoas 62,1 Bahia 57,7 Ceará 69,5 Maranhão 60,3 Paraíba 70,9 Pernambuco 61,8 Piauí 67,4 Rio Grande do Norte 69,9 Sergipe 61 Nordeste 63,1 Brasil 58,4 Fonte: MDS. Em síntese estas últimas duas seções mostraram que da mesma forma que vem ocorrendo quedas na pobreza e desigualdade de renda, também tem havido aumentos nos gastos dos programas federais de transferência de renda e assim como em sua cobertura. Sugerindo uma estreita relação entre esses fatos, resultados também sugeridos por Hoffman (2006) e Neto e Gonçalves (2007) que defendem que a principal causa da recente redução da desigualdade de renda no Nordeste são os programas de transferência de renda. 6 Considerações Finais De uma maneira bem descritiva este trabalho buscou analisar a importância dos programas federais de transferência de renda (com destaque para o BPC e o Bolsa Família) na redução da pobreza e desigualdade no estado de Alagoas e na região Nordeste. 13 Em 2005 o programa considerava famílias em situação de pobreza aquelas com renda per capita menor que R$100, Dados retirados de Catálogo de Indicadores de Monitoramento dos Programas do MDS disponível em 18

19 Observou-se que a proporção de pobres apresentou reduções de 1981 a 2005 no Brasil, e em todos os estados do Nordeste, contudo Alagoas não obteve uma redução tão significativa, o que acarretou em esse estado ser o mais pobre do Brasil em Contudo os períodos , e foram de intensificação de reduções na pobreza no Nordeste e em Alagoas. Sendo esse último período o de maior benefício, tendo esse estado e a essa região apresentado reduções de mais de 5% ao ano, que são muito expressivas comparas aos demais períodos. Da mesma maneira a desigualdade de renda apresentou importantes reduções nos últimos anos do período de Contudo enquanto o padrão no Nordeste de redução da desigualdade ocorre de maneira contínua entre e no Brasil , em Alagoas apesar de nesses dois períodos ter havido melhoras, os anos de houve um aumento na concentração de renda, ocorrendo as maiores reduções apenas no período de Esse padrão de reduções na pobreza e desigualdade de renda que vem se intensificando nos últimos anos, no Nordeste e em Alagoas, estão ligadas em grande parte aos programas federais de transferência de renda que têm sido implantados principalmente a partir de Observa-se a importância do BPC que apresentou fortes aumentos reais nos gastos e na quantidade de famílias beneficiadas, no Nordeste, e em Alagoas. Outro programa que tem recebido ainda maior destaque é o Programa Bolsa Família implantado em Em Alagoas e no Nordeste ocorreu um importante aumento nos gastos na quantidade de famílias beneficiadas, tanto para famílias que vivem na área urbana como para área rural. Em 2005, esse estado tinha 239,44 mil famílias beneficiadas, o que corresponde quase metade da população recebendo o benefício, um número bastante expressivo. E ainda, aproximadamente 50% das famílias beneficiadas são da região mais pobre do país o Nordeste. Assim, há evidências desses programas serem bem focalizados e apresentarem boa cobertura. E com isso mostra-se que programas desse tipo são de grande importância na elevação do padrão de vida das famílias pobres beneficiadas, o que garante uma vida mais digna e se constitui em uma importante fonte de renda, pelo menos no curto prazo. Porém, a região Nordeste e o estado de Alagoas ainda continuam com alta desigualdade de renda e pobreza. Assim, se constitui em grandes desafios a continuação dessas melhoras. Logo não pretende aqui esgotar o assunto, é de suma importância desenvolvimentos de técnicas de mensuração do impacto desses programas na pobreza e na desigualdade de renda, principalmente no estado de Alagoas visto a relativa escassez de trabalhos no assunto para esse estado. E também de maneira geral analisar se os gastos e benefícios em programas como o Bolsa Famíla e o BPC estão seguidos de reduções da pobreza e desigualdade de renda no longo prazo, como a questão da melhora na qualidade da educação (não apenas na freqüência escolar) e saúde das crianças, ou seja, a acumulação de capital humano, que garantam o objetivo da redução da pobreza intergeracional. Referências Bibliográficas 1. BARROS, R. P.; CARVALHO, M.; FRANCO, MENDONÇA, R. Determinantes imediatos da queda da desigualdade de renda brasileira. Texto para discussão, n. 1253, Ipea,

20 2. CARVALHO, C. P. O. Economia popular: uma via de modernização para Alagoas. Maceió: Edufal DUARTE, G., SAMPAIO, B. e SAMPAIO, Y. A Bolsa Família: Impactos do programa sobre os gastos com alimentos de famílias. Fórum BNB de Desenvolvimento, Fortaleza, GUEDES, G.R. e ARAÚJO, T.F. Avaliação do impacto do aumento da cobertura do programa Benefício de Prestação Continuada (BPC) sobre a pobreza e a desigualdade entre o grupo de idosos e os elegíveis não atendidos. Anais do XXXV Encontro Nacional de Economia, Anpec, Transferências de renda e a redução da desigualdade no Brasil e cinco regiões entre 1997 e Econômica, v.8, n.1, p.55-81, julho, LAVINA, L. Transferência de renda: o quase tudo do sistema de proteção social brasileiro. Anais do XXXIV Encontro Nacional de Economia, Anpec, MEDEIROS, M.; BRITTO, T. E SOARES, F.V. Targeted cash transfer programmes in Brazil: BPC and the Bolsa Família. International Poverty Centre Working Paper, n.46, RESENDE, A.C.C. Avaliando resultados de um programa de transferência de renda: O impacto do Bolsa-Família sobre os gastos das famílias brasileiras. Dissertação de Mestrado. CEDEPLAR/UFMG, ROCHA S. Impacto sobre a pobreza dos novos programas federais de transferência de renda. Revista Economia Contemporânea, v.9, n.1, p jan/abr SILVEIRA NETO, R. M.; GONÇALVES, M. Mercado de trabalho, transferência de renda e evolução da desigualdade de renda no Nordeste do Brasil entre 1995 e Fórum BNB de Desenvolvimento, Fortaleza, SOARES, F.; SOARES, S., MEDEIROS, M.; OSÓRIO, R. Programas de transferência de renda no Brasil: Impactos sobre a desigualdade. Texto para discussão, n.1228, Ipea, SOARES, F.; RIBAS, R. OSÓRIO, R. Evaluating the impact of Brazil s Bolsa Família cash transfer programmes in comparative perspective. IPC evaluation note, Dezembro, International Poverty Centre, Brasília. 20

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