Mulher e AIDS. Espiritualidade HIV. Women & Health 2/4/2012
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- Juan Barros Amorim
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1 Associação Médico-Espírita do Estado do Espírito Santo Departamento Acadêmico Estudo de Artigo Científico Bem-estar Espiritual, Sintomas Depressivos, e Status Imune entre Mulheres vivendo com HIV/AIDS DST Doenças transmitidas, principalmente, por contato sexual sem proteção com uma pessoa que esteja infectada Luiz Guilherme Schmidt Castellani HIV HIV - Transmissão Vírus da Imunodeficiência Humana HIV / AIDS ( 2012) Ter o HIV ter a AIDS Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas, podem transmitir o vírus a outros pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação. 1
2 Mulher e AIDS As mulheres são ainda mais vulneráveis ao comprometimento da qualidade de vida de indivíduos que vivem com HIV/aids. Entre outros fatores, às diferenças marcantes nos aspectos culturais, sociais e econômicos, que conferem às mulheres oportunidades desiguais na proteção, promoção e manutenção à saúde Reis RK. Qualidade de vida de portadores do HIV/aids: influência dos fatores demográficos, clínicos e psicossociais [tese doutorado]. Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; HIV (BVS, 2012) Associação Médico-Espírita do Estado do Espírito Santo Departamento Acadêmico Estudo de Artigo Científico Women & Health Women & Health 49(2-3): , 2009 A1 A2 B1 B2 B3 B4 B5 - C 2
3 Introdução O processo de Humanizar o cuidado com a saúde consideração os recursos psicossociais de cada indivíduo (espiritualidade) abrange sentimentos de conexão com outras pessoas e encontrar significado na vida (Barnum, 1996; Como, 2007, Friedmann, Mouch, & Racey, 2002; O Brien, 2003; Sessanna, Finnell, & Jezewski, 2007; Simoni, Martone, & Kerwin, 2002). Pesquisas Associada com desfechos positivos na saúde de indivíduos (Hill, 2005; Hill & Pargament, 2003; Koenig, McCullough, & Larson, 2001; Miller & Thoresen, 2003; Oman & Thoresen, 2005); Incluindo uma melhora na percepção pessoal da condição de saúde (Phillips, Mock, Bopp, Dudgeon, & Hand, 2006), Especialmente entre mulheres que estão passando por desafios a sua saúde e bem-estar (Musgrave, Allen, & Allen, 2002). 85% dos pacientes infectados pelo HIV nos EUA afirmam a importância da espiritualidade em suas vidas e no lidar com a família, colegas de trabalho, ou questões pessoais (Lorenz et al., 2005). Pesquisas Para muitas mulheres soropositivas, espiritualidade é um importante recurso usado no lidar com estressores e demandas associadas com o HIV (Bosworth, 2006; McCormick, Holder, Wetsel, & Cawthon, 2001; Powell, Shahabi, & Thoresen, 2003; Sowell et al., 2000). pode complementar a ajuda recebida pela psicoterapia, grupos de apoio, e família e amigos (Dalmida, 2006). e Saúde Relacionada de perto com a saúde psicológica ou psicossocial de uma pessoa (Ellison, 1983; Relf, 1997). Deve manter a conexão cérebro-mente-corpo em equilíbrio, especialmente durante tempos de estresse, por facilitar a adaptação a estilos de enfrentamento e emoções positivas (Koenig & Cohen, 2002). Achados de pesquisas sobre a conexão entre religiosidade/espiritualidade e saúde mental ou física são frequentemente mais fortes em pacientes com doenças severas ou crônicas (HIV) (Koenig, 2004). e Saúde Mental ( ) Relação: espiritualidade e vários fatores psicológicos ( ) Relação: espiritualidade e depressão, entre pessoas com HIV/AIDS (Braxton, Lang, Sales, Wingood, & DiClemente, 2007; Coleman & Holzemer, 1999; Nannis, Patterson, & Semple, 1997; Nelson, Rosenfeld, Breitbart, & Galietta, 2002; Pace & Stables, 1997; Simoni et al., 2002; Simoni & Ortiz, 2003; Somlai, Heckman, Hackl, Morgan, & Welsh, 1996; Yi et al., 2004). HIV/Doenças terminais: relação inversa entre espiritualidade e depressão (Coleman & Holzemer, 1999; Nelson et al., 2002; Simoni & Ortiz, 2003). 3
4 e Saúde Mental Yi et al. (2004): maioria da amostra de homens e mulheres com HIV/AIDS relataram sintomas depressivos significantes mais pobre bem-estar espiritual foi relacionado com sintomatologia depressiva significante. Phillips et al. (2006): status de saúde mental teve uma correlação positiva significativa com o bem-estar espiritual entre soropositivos. Saúde Mental e Status Imune Psiconeuroimunologia: entendimento do papel de fatores psicológicos em doenças físicas e na função imune. Relação negativa entre depressão e contagem de linfócitos T CD4+ (Cohen and Herbert, 1996; Ickovics et al., 2001; Yi et al., 2006) e positiva com carga viral (Yi et al., 2006). e Status Imune Várias ligações positivas foram identificadas (Koenig et al., 1997; Ironson et al., 2002; Sephton, Koopman, Schaal, Thoresen, & Spiegel, 2001; Woods, Antoni, Ironson, & Kling, 1999). Comportamentos espirituais ou religiosos, como rezar e participação em obras de caridade, estão associados com uma maior contagem de células CD4 + (Woods et al., 1999). Em um estudo longitudinal, Ironson et al. (2006) encontraram que aqueles que reportaram um aumento na espiritualidade tiveram significativamente uma melhor manutenção das células CD4 + e significativamente melhor controle do vírus HIV durante 4 anos. Justificativa Saúde Mental nº /HIV (EUA) representa um importante papel Status Imune Objetivo Métodos Examinar a relação entre: Bem-estar Espiritual X Depressão X Status Imune de mulheres com HIV 4
5 Design Observacional Descritivo tipo Corte Transversal Estudo de Prevalência Análise secundária de informações: The Get Busy Living (GBL) Study KHARMA (Keeping Healthy and Active with Medication and risk reduction Adherence) Project The Get Busy Living (GBL) Study Estudo de adesão ao tratamento do HIV Determinar se uma intervenção de aconselhamento pelo(a) enfermeiro(a), baseada em técnicas de entrevista motivacionais, melhora adesão entre homens e mulheres com HIV que estavam tomando medicação antiretroviral (DiIorio et al., 2008). KHARMA Project Estudo de intervenção comportamental Testar os efeitos de uma intervenção motivacional por um grupo na adesão a medicação antiretroviral e redução nos comportamentos de risco entre mulheres com HIV (Holstad, DiIorio, & Magowe, 2006). Medidas Dados demográficos básicos; Bem-estar espiritual; Sintomas depressivos Contagem e porcentagem de células CD4 + Adesão à medicação antiretroviral Bem-estar Espiritual (SWB) Spiritual Well-Being scale (Ellison, 1983; Paloutzian & Ellison, 1982) 20 itens sub-escalas / SBW em 2 dimensões Bem-estar existencial (EWB) pares = mede o grau no qual a pessoa está ajustada a si mesma, a comunidade, aos arredores, e a vida no geral e se pode identificar um propósito na sua vida Bem-estar Religioso (RWB) ímpares = mede o grau no qual a pessoa percebe seu SWB expressada em relação a Deus Pontuação: 1 a 6 ( / 10-60) α de Cronbach Estima a confiabilidade Valor de α α.9.9 > α.8 Bom Excelente.8 > α.7 Aceitável Confiabilidade.7 > α.6 Questionável.6 > α.5 Pobre.5 > α Inaceitável Original: SWB=.93, RWB=.96, EWB=.86 Esse estudo: variou entre
6 Sintomas depressivos Center for Epidemiological Studies Depression scale (CES-D) 20 itens e avalia sintomas de depressão nos últimos 7 dias (Radloff & Locke, 1986). Pontuação: 0 a 3 (0-60) Score 16 = maior sintoma depressivo (Radloff, 1977). Cronbach s alpha =.88 (GBL) e.89 (KHARMA). Linfócitos T CD4 + Avaliados através de revisão em registros eletrônicos de laboratório. Número absoluto de Linfócitos T CD cells/ml Porcentagem de Linfócitos T CD % Adesão ao Tratamento Resultados The Antiretroviral General Adherence Survey (AGAS) (Holstad, Pace, De, & Ura, 2006) 5 itens que focam na facilidade e habilidade de tomar a medicação antiretroviral prescrita Cronbach s alphas =.75 (GBL) e.84 (KHARMA). Amostra Total: 129 mulheres soropositivas 72 GBL study 57 KHARMA Project 6
7 Apesar da variação nas práticas espirituais ou religiosas achada, a maioria da amostra relatou que suas crenças religiosas ou espirituais foram bastante importante ou muito importante para eles. Apenas poucos relataram não foi importante Auto-avaliação: alto SWB. Média SWB/EWB/RWB: moderado a alto SWB Associação entre SWB, Depressão e Imunidade Depressão e Práticas Religiosas/Espirituais 1ª Hipótese: relação inversa SWB x Depressão (sustentada) 2ª Hipótese: relação positiva SWB x Imunidade (parcialmente sustentada) 3ª Hipótese: relação inversa Depressão x Imunidade (não foi sustentada) Discussão Na média, amostra: altamente espiritualizada / espiritualidade = moderadamente, bastante ou muito importante (86.8%) Lorenz et al. (2005): 85% de pacientes com HIV espiritualidade = de alguma forma ou muito importante 7
8 Grande proporção: práticas espirituais ou religiosas (rezar, meditar, ou ler material espiritual ou religioso) diariamente ou semanalmente. Apenas uma pequena porção: serviços religiosos (missa) Isso sugere que para algumas mulheres com HIV práticas espirituais/religiosas privadas (orações e leituras) podem ser mais relevantes e, possivelmente, mais acessíveis do que práticas públicas (ir à missa) Hall (1998): estigmatização religião organizacional = barreira na tentativa de desenvolver a espiritualidade entre HIV. Tarakeshwar et al. (2006): indivíduos com HIV religião organizacional Cotton et al. (2006): apenas 23% de pacientes com HIV/AIDS = religião organizacional No geral, esses achados sugerem que religião organizacional pode não ser tão importante quanto outros métodos de espiritualidade para mulheres com HIV. Para algumas dessas mulheres, aspectos existenciais da espiritualidade, como significado e propósito na vida, podem ser mais relevantes. Depressão Pobre bem-estar psicológico Mulheres com HIV tem um aumento na prevalência de depressão (Hackl, Somlai & Kalichman, 1997; Moneyham et al., 2005) Identificação de recursos que facilitam o enfrentamento dentro desta população é tão essencial Imunidade Baixas contagens e porcentagens Esses achados sugerem que, na média, a amostra consiste de mulheres em estágios mais avançados da doença, que também pode contribuir para mais sintomas depressivos X Depressão SWB e seus componentes (EWB e RWB) = Sintomas depressivos Relação inversa entre grupos mistos de pessoas com HIV (Coleman & Holzemer, 1999; Nelson et al., 2002; Yi et al., 2004) Relação inversa entre mulheres com HIV (Braxton et al., 2007; Simoni et al., 2002; Simoni & Ortiz, 2003). Tuck et al. (2000): relação inversa entre EWB e estresse entre pessoas com HIV Depressão X Imunidade Falhou em mostrar relação entre Depressão e Imunidade Ickovics et al., 2001: depressão alteração na função imune, especificamente contagem de células CD4 + Evans et al., 2002: linfócitos T CD8 + entre mulheres com HIV Questões metodológicas e erros de medidas 8
9 e Imunidade Um dos primeiros estudos a identificar uma associação significativa entre mulheres com HIV Grupos mistos de pessoas com HIV (Bower et al., 1998; Woods et al., 1999) ou pessoas com câncer. Woods et al. (1999): comportamento espiritual/religioso contagem e porcentagem de linfócitos T CD4+ (pessoas HIV+) Sephton et al. (2001): relação positiva entre espiritualidade e contagem de CD4 e CD8 (mulheres com câncer de mama) Bower et al. (1998): relação positiva entre encontrar significado na vida e contagem de CD4 (homens gays HIV +) Ironson et al. (2006) relação positiva entre espiritualidade/religiosidade e contagem de CD4 (pessoas com HIV). Achados sugerem: espiritualidade e EWB podem ter um papel em ajudar a manter um estado que favoreça a função dos linfócitos T CD4+ Limitações Inabilidade de fazer inferências causais ou temporais (corte transversal) Amostra pequena (poder estatístico insuficiente para detectar associações) Outras populações Conclusão Apesar das limitações, este estudo fornece informações sobre a interconexão entre SWB, sintomas depressivos, e contagem e porcentagem de CD4 entre mulheres vivendo com HIV/AIDS. Medidas usadas identificaram aspectos religiosos (RWB e práticas) e não religiosos (significado e propósito na vida) da espiritualidade. está associada com saúde e cura, e está associada com menos sintomas depressivos e melhor status imune. e a habilidade de encontrar significado e propósito na vida podem fornecer um pouco do suporte necessário para ajudar mulheres com HIV a lidar com os desafios do HIV e da vida, em geral. 9
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