Estudante roda Nordeste em busca de aventura

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1 Ano III - Número a 25 de março/ milhões de internautas criam segunda vida Jogo virtual, Second Life, atrai pessoas do mundo todo, cria moeda, movimenta mercado de trabalho, marketing de empresas consolidadas e de universidades famosas internacionalmente Alunos Caio Bulgarelli (à dir.) e Raphael Gomes assumem personagens de dançarino e promoter, respectivamente Ministra lota auditórios Second Life, jogo virtual criado pelo físico americano Philip Rosendale e administrado pela empresa Linden Lab, congrega cerca de 4 milhões de internautas seduzidos pela proposta de terem uma vida paralela. Nessa imensa comunidade virtual, algumas ações extrapolam a tela do computador e alcançam a vida real, como é o caso de uma jogadora chinesa que ficou milionária, abriu um escritório e emprega 25 pessoas. O sucesso da comunidade abre espaço também para o marketing de empresas consolidadas e até de universidades renomadas. Alunos da PUC-Campinas participam do jogo, considerado pela psicóloga Miriam Schifferli Hoff atraente por provocar a sensação de anonimato. Página 05 Pé na estrada Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, agregou, no dia 1º de março, uma platéia - composta por autoridades, membros da Reitoria, empresários, representantes da sociedade civil e da Igreja Católica, além de professores, funcionários, alunos e ex-alunos - cujo interesse maior era o debate sobre o meio ambiente, principalmente a Floresta Amazônica. Marina foi a palestrante oficial da aula magna de 2007 da PUC-Campinas. Página 04 MURAL OS IMPERDÍVEIS - A coluna traz nesta edição dicas de literatura, música, sites e DVD assinadas pela comunidade universitária. A diretora da Faculdade de Jornalismo e integrante do Conselho Editorial do Jornal da PUC-Campinas, Denise Tavares, garante que ainda é preciso caminhar para realmente comemorarmos o Dia Internacional da Mulher e sugere como proposta de reflexão o documentário Meninas, da diretora carioca Sandra Werneck. Página 07 HOMENAGEM - Raro exemplo Aluna da Faculdade de RP Fernanda Dias trouxe na bagagem artesanato e muitas histórias Estudante roda Nordeste em busca de aventura Marina Silva no Campus I da Universidade A aluna da Faculdade de Relações Públicas Fernanda Dias realizou nessas férias de verão, um sonho que acalentava por muitos anos: desbravar o Litoral do Nordeste. Ciceroneada por um amigo residente daquela região, Fernanda percorreu cerca de mil quilômetros pelas praias dos Estados de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte e traça um roteiro para quem curte sol, mar, aventura e muita paz. Página 08 de integração harmoniosa; grande companheiro na permanente construção da nossa Universidade; fiel companheirismo e sabedoria; envolvia seus amigos numa rede de amizade, confiança e carinho. Essas declarações integram os depoimentos de pessoas da comunidade da PUC-Campinas que tiveram o privilégio de conviver com o cônego Haroldo Niero, que nos deixou no último dia 24 de fevereiro. Página 06

2 12 a 25 de março/2007 Jornal da PUC-Campinas 02 Editorial Brilho cristão na Igreja da Amazônia Em sua aula magna, no Auditório Dom Gilberto, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, chamou a atenção para a importância decisiva das organizações da sociedade civil, como mecanismo indispensável de pressão/ação conjunta junto ao Estado. Procurou mostrar como a atuação, aparentemente frágil de personagens como Chico Mendes, somada à de pequenos grupos, cada vez mais unidos e organizados entre si, levou à criação da consciência que temos sobre a questão amazônica. A politização, ampliação e aprofundamento da questão obrigaram o Estado a elaborar e pôr em prática, ações cuja relevância têm, hoje, alcance decisivo para o próprio futuro da humanidade. E no momento em que o mundo todo aplaude o documentário de Al Gore sobre a questão ambiental, a ministra lembrou sua presença no lançamento do movimento de Chico Mendes. Figura quase escondida no meio do pequeno grupo que então se reunia, Al Gore, único senador presente, como fez questão de frisar, o fato nos dá a chance de inserir o significado que tem para a vivência cristã da Quaresma, a Campanha da Fraternidade com o tema Amazônia. A primeira razão é o fato de nos lembrar que os problemas que atingem a humanidade têm para o cristão, como exigência central de sua fé, o amor solidário. O mistério da Encarnação Jesus viveu em tudo a condição humana menos no pecado nos lembra que qualquer problema humano tem a dimensão do infinito. A visão de um cristianismo burguês amoldado à forma histórica do ocidente produziu o que Metz denomina de religião burguesa, preocupada apenas com o bem-estar cotidiano e individual. Esse estado de espírito que leva muitos a se eximirem das tarefas históricas que o amor cristão exige. Essa religião se contenta com o cumprimento de atos rituais, uma vez que tenham à disposição os bens indispensáveis a seu conforto, ainda que mínimo. Fazia eco, claro, às posturas da Escola de Frankfurt, na figura de Herbert Marcuse, crítico acerbo dessa ideologia própria à sociedade industrial. A segunda razão está na crença do pequeno grupo que aposta nas grandes causas. Aposta no sentido que lhe dá Lucien Goldmann, comentando Pascal. Apostar é viver o sentido radical que se dá à existência no mundo e que nos salva ou nos faz perecer. Confere plenitude (para Pascal, Deus e a salvação eterna) ou insignificância ao existir histórico. Aqui, a figura do Ressuscitado aparece com sua luz própria. E ela brilha na Igreja da Amazônia na figura das pequenas comunidades urbanas, rurais, ribeirinhas que mantêm viva sua cultura. E, para a Igreja Católica, nas figuras exemplares que dão a vida em sua defesa. Lembrar os permanentemente ameaçados e os que morreram. Fiquemos com Dorothy Stang, a frágil missionária americana que deixou seu país e morreu assassinada por pistoleiros. Como não lembrar Neruda: tudo é minha noite / tudo é meu dia / tudo é meu ar / tudo é o que vivo, sofro, levanto e agonizo. (...) O meu sonho não é sonho, mas terra. Reitor da PUC-Campinas Padre Wilson Denadai Comitê conhece projeto de TV PUC-Campinas Interna No dia 28 de fevereiro, o Departamento de Comunicação (Dcom), por meio da TV PUC- Campinas, apresentou ao Comitê Gestor de Tecnologias de Suporte ao Desenvolvimento Institucional, que tem entre suas atribuições a emissão de parecer para a implantação de novas tecnologias, o projeto da TV PUC Interna. Batizado como Exibe, o projeto permitirá à comunidade acadêmica acesso à programação da TV PUC-Campinas por meio de televisores a serem instalados em locais ainda em definição. Outra possibilidade é acompanhar os programas via computador pela intranet. A TV PUC Interna usará a tecnologia de Internet Protocol Television (IPTV na sigla em inglês), ou TV via internet. Para tornar isso possível foi utilizada uma rede de fibras óticas, já instalada na Universidade e que interliga os três campi, o Colégio Pio XII, além do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), parceiro da PUC- Campinas na pesquisa de conteúdo para TV Digital. Pelo sistema de canal interno, uma central de televisão, instalada no Laboratório de TV Digital, Prédio H-0, será responsável pelo gerenciamento e distribuição do conteúdo. Um exemplo da aplicação do canal Exibe, foi a aula magna proferida pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva no Auditório Dom Gilberto e transmitida simultaneamente para sete pontos diferentes da Universidade. A fala da ministra era captada por câmeras de dentro do auditório, as imagens eram enviadas para a central de TV, que as distribuía para os pontos de transmissão e para a web. "Esse é um sistema pioneiro e inovador entre as universidades brasileiras", Coordenador da TV PUC-Campinas, Paschoal Neto Ricardo Lima garantiu o coordenador da TV PUC-Campinas, Paschoal Neto. O Exibe, para a comunidade acadêmica, significa ter um canal de TV voltado para os seus anseios e necessidades, segundo Paschoal Neto. Durante a apresentação, ele salientou a necessidade de alunos e professores participarem da composição da grade de programação interna, que abrirá mais espaço para produções internas, a começar por vídeos produzidos pelos alunos do Centro de Linguagem e Comunicação (CLC), que já produzem para a programação externa. Para a presidente do Comitê de Tecnologia e vice-reitora, Angela de Mendonça Engelbrecht, o projeto Exibe será de grande utilidade para a Universidade, uma vez que oferece "potencialidade de trabalhos na graduação, pesquisa e extensão." O projeto envolve, além da TV PUC, responsável pelo conteúdo, a Gerência de Informática e outras áreas tecnológicas da Universidade. Agenda 12, 15 e 19/03 Dia 12 - Projeto Inter Arte, das 12h às 13h, na Praça de Alimentação do Campus I. Dia 15 - Projeto Inter Arte, das 18h às 19h, na Praça de Alimentação do Campus I. Dia 19 - Projeto Inter Arte, das 12h às 13h, no palco abaixo do Prédio Administrativo do Campus II. Notas Trote Solidário 13 a 28/03 2ª Mostra de Cinema do Projeto Inter Arte, das 17h30 às 19h20, na sala 900, Prédio H-02, Campus I. 14/03 Aula inaugural da Faculdade de Ciências Sociais proferida por Bárbara Freitag Rouanet, às 19h30, no Auditório Dom Gilberto, Campus I. Cerca de 50 alunos, calouros e veteranos, da Faculdade de Engenharia da Computação, doaram sangue no dia 1º de março, na Hemoclínica do Centro, dentro das atividades do Trote Solidário, que marcaram o início das aulas na Universidade. O estudante do 3º ano Luiz Eduardo Gabien demonstrou entusiasmo com a ação e afirmou: "Vale muito mais do que qualquer cara pintada". Imprensa mulher A ex-aluna da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas Marisa Abel é vencedora do 3º Troféu Imprensa Mulher na Categoria Repórter de Jornal ou Revista. O prêmio concedido pela Revista Imprensa, em parceria com a Associação Brasileira de Jornalismo Empresarial e com o portal de comunicação Maxpress, visa homenagear as mulheres do jornalismo brasileiro incentivando o público a votar, via internet, em sua jornalista preferida em 13 categorias. Formada em 2002, Marisa trabalha na editora Profashional, localizada em São Paulo, onde atua como repórter da Infogente, especializada em tecnologia, Minimagazine Gol, que é produzida para o público infantil da Gol Linhas Aéreas, e a Triplik, que também é infantil, revistas que lhe renderam votos on-line, 50% do total. Na mesma empresa, ela edita as revistas Feetness, especializada em esportes, e Profashional, especializada em moda e varejo. Como editora, ela alcançou o segundo lugar no prêmio na Categoria Diretora ou Editora com 33% dos votos. Expediente Reitor- Padre Wilson Denadai; Vice-reitora - Angela de Mendonça Engelbrecht; Conselho Editorial - Denise Tavares, Wagner José de Mello e Sílvia Regina Machado de Campos; Coordenador de Departamento de Comunicação - Wagner José de Mello; Editora - Eunice Gomes (MTB ); Repórteres - Adriana Furtado, Crislaine Gava, Du Paulino, Eunice Gomes e Renata Rondini; Revisão - Marly Teresa G. de Paiva; Fotografia - Ricardo Lima; Tratamento de Fotos - Marcelo Adorno; Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica - Neo Arte Gráfica Digital; Impressão - Grafcorp; Redação - Campus I da PUC-Campinas, Rodovia D. Pedro I, km 136, Parque das Universidades. Telefones: (19) e jornaldapuc@puc-campinas.edu.br

3 Jornal da PUC-Campinas Opinião a 25 de março/2007 Second Life e a redução do poder do superego Marcelo Marzola Em seu belíssimo ensaio O Mal-Estar na Civilização, Sigmund Freud, dá continuidade ao trabalho iniciado com O Futuro de Uma Ilusão, de 1927, e explica o que ele acredita ser uma das grandes fontes da infelicidade humana. Sinteticamente, Freud argumenta que para viver em sociedade o ser humano precisa tolher os instintos de sexualidade e agressividade e com isto perde a capacidade de ser plenamente fiel à sua natureza e vive sob uma condição de insatisfação permanente. Um dos temas centrais do ensaio diz respeito ao indivíduo e à civilização, e como o desenvolvimento do indivíduo e a evolução da civilização estão intrinsecamente ligados e quando/onde esta ligação ocorre. Basicamente estamos falando de formação de caráter, sublimação (ou a canalização da energia para outras atividades físicas e psicológicas), e não-satisfação/renúncia dos instintos que ocorre quando...o Second Life é uma forma moderna de minimizar desejos não atendidos. do virtual, tratavam de histórias fantásticas com gnomos, trolls, e castelos, mas o que mais causa espanto é o surgimento de jogos de RPG 'normais' que possibilitam ao usuário ter uma segunda vida na internet - este é, aliás, o título do jogo mais famoso desse gênero nos últimos tempos Second Life. No Second Life os jogadores criam 'avatares' (este é o termo técnico dado pela indústria para os personagens) que são homens, mulheres, travestis, etc, com características ditas normais, e o único objetivo do jogo é viver uma segunda vida. É impossível não pensar em Freud quando se pensa em Second Life. Se começarmos pelo termo técnico citado acima 'avatar' - vem do sânscrito que significa 'descida' e era usado pelos Hindus para descrever a manifestação corporal de um Ser Supremo (um Deus) - sim, no Second Life você cria um 'Deus'. Caindo no detalhe do dia-a-dia do jogo, podemos entender que o Second Life é uma forma moderna de minimizar desejos não atendidos. Quando Freud em seu ensaio fala sobre as formas que o ser humano encon- enterramos nossos instintos em troca por viver em sociedade. Pensando no mundo moderno, nos últimos anos assistimos ao sucesso fantástico do desenvolvimento de mundos virtuais que se tornaram possíveis graças à internet. Esses mundos, chamados de Massive Multi-Player On-line Role Playing Games (MMORPG) ou jogos multi-jogador massivos on-line de role playing, agregam cada vez mais pessoas (alguns títulos contam com dezenas de milhões de jogadores). Os primeiros que surgiram, à luz dos jogos de RPG fora do muntra para dissipar esta energia ele fala de "substituições satisfatórias", o que está diretamente ligado à fantasia. Segundo Freud, a fantasia é uma forma de dissipação da energia acumulada por desejos não-atendidos. Os jogos MMORPG são claras manifestações modernas disto, são uma rica fonte de minimização de sofrimento oriundos da nossa insatisfação. As primeiras sociedades defendiam as artes como uma ferramenta de catarse - este ritual era a forma mais explícita de se minimizar o acúmulo de desejos - isto posto, cabe perguntar: serão os jogos on-line os mais modernos mecanismos de catarse? Marcelo Marzola, administrador e diretor-geral da Predicta, empresa especializada em serviços de inteligência em marketing on-line Espaço leitor Galeria QUAL SUA SUGESTÃO PARA GARANTIR A PRESERVAÇÃO E A SOBERANIA POLÍTICA DA Qual sua opinião sobre o Jornal da PUC-Campinas? Quer sugerir uma pauta? Divulgar o que você está fazendo? Participe! Mande uma mensagem para a redação. jornaldapuc@puc-campinas.edu.br ADEUS A UM AMIGO A emoção é um instante e é nela que se funda o respeito e a amizade. Assim foi meu encontro com o cônego Haroldo, que conheci há um ano, quando comecei a conviver na PUC-Campinas. No dia 26 de fevereiro de 2007, assustei-me ao chegar ao trabalho e receber a notícia de sua morte. Há poucos dias, ele me visitava para conversarmos sobre a beleza do pensar, da filosofia, da teologia...algumas vezes me honrou com suas visitas. Ultimamente, vinha elaborar sobre as teses do Futuro da Metrópole, cuja presença no encontro que realizamos em setembro do ano passado, era insistentemente notada por todos. Claro que, nessas visitas, ele falava e eu aprendia com seu conhecimento, sua sagacidade encantadora e discreta, sua sabedoria, sua generosidade e sua afetividade. Publicamente eu o vi pela última vez, nos ensinando, no lançamento do livro comemorativo dos 65 anos da PUC-Campinas. Discurso curto, denso e sábio. Fala de professor e intelectual instigante. Fala de um homem da academia. E lá se foi para o céu mais um amigo, um anjo ilustre... O céu está em festa! Certamente ele refundará o famoso Clube do Pastel, agora no céu... Até um dia padre Haroldo! Maria Adélia de Souza, consultora da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (ProExt). "Acho que toda a sociedade deveria divulgar mais e discutir muito mais sobre os valores e sentidos da natureza em nossas vidas. Temos de recuperar o respeito à terra, à natureza, ao ar, ao vento e à água". Irineu Machado, funcionário do Centro de Ciências Humanas (CCH) "Eu acredito que os problemas envolvendo a Amazônia poderiam ser minimizados se o governo federal adotasse políticas mais eficazes, principalmente, referentes às fiscalizações". Natália Camargo, estudante da Faculdade de Administração "Uma das ações que já vejo acontecendo é o desenvolvimento do ecoturismo. Acredito que esse segmento pode atuar em algumas áreas da Amazônia, trabalhando tanto com a conscientização dos turistas como com as comunidades locais". Karina Toledo Solha, professora da Faculdade de Turismo Imagem INTERAÇÃO- Um mergulho no passado, promovido pelo programa Debate Bola da TV Record, trouxe o atacante da Ponte Preta Alexandre Finazzi de volta à PUC-Campinas para relembrar os velhos tempos de aluno da Faculdade de Engenharia Civil. O jogador, que interrompeu os estudos no 4º ano para se dedicar aos lances entre as quatro linhas e a briga pela artilharia dos campeonatos, não escondeu a emoção em reencontrar os professores e pisar novamente no campo da Faculdade de Educação Física (Faefi), onde disputou a Puccíada. Enquanto Finazzi reviveu sua fase universitária, os alunos do 2º ano da Faefi interagiram com o meio numa aula prática da disciplina de Esportes na Natureza. Durante a atividade, os estudantes receberam instruções de planejamento e desenvolvimento de acampamentos. Ato público E ENTERRO numeroso NÃO salvarão A AMAZÔNIA. Quero VIVER. Francisco Alves Mendes Filho, o Chico Mendes, ( ), brasileiro, sindicalista e seringueiro. Tornou-se símbolo mundial da luta pela preservação da Amazônia. Morto a tiros em sua casa no Acre.

4 12 a 25 de março/ Jornal da PUC-Campinas Entrevista Adriana Furtado afurtado@puc-campinas.edu.br NNo dia 1º de março, a PUC-Campinas abriu oficialmente o calendário letivo de 2007 com a aula magna proferida pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Cerca de 1,2 mil pessoas em todos os campi da Universidade puderam assistir à aula em seis diferentes locais por meio de telões com transmissão simultânea, além da transmissão pelo Portal PUC- Campinas ( Entre os temas abordados estão questões relacionadas ao desmatamento da Amazônia, a importância da continuidade de políticas públicas e o desenvolvimento sustentável. Ministra do Meio Ambiente visita Universidade e profere aula magna; evento tem transmissão também pela internet MARINA SILVA reúne 1,2 mil pessoas Jornal da PUC-Campinas - Os ambientalistas alegam que o desmatamento da Floresta Amazônica está contribuindo para o aquecimento global. Qual a real responsabilidade da região? Marina Silva - Se nós pegarmos a questão específica do desmatamento no mundo inteiro, indo além, que são as emissões de gases que provocam o efeito estufa pelo uso da terra, você vai ter uma contribuição de emissões de gás carbônico (CO2) de 20%, e mais 80% oriundos das emissões principalmente do uso de combustíveis fósseis. Então, é claro que o desmatamento tem uma contribuição, mas é uma contribuição que não se encerra em si mesmo. Os países detentores de florestas precisam diminuir o desmatamento, só que mesmo se eles fizerem 100% do dever de casa e se os países ricos não diminuírem os 80%, nós vamos ser afetados e as nossas florestas e nossa biodiversidade vão perecer igualmente. JP - O presidente Lula disse que os ambientalistas estão atrasando o desenvolvimento do Brasil. Como é, para a senhora, lidar com essa situação? Marina - Eu não vi o contexto da fala do presidente. O que eu sei é que o presidente Lula tem feito um esforço para que tivesse um processo de crescimento econômico no País e equilíbrio fiscal sem que isso significasse diminuição nos investimentos sociais. Nesse momento, a questão do crescimento econômico não pode ser entendida como algo em oposição. Tanto isso é verdade, que no conjunto de medidas que foi encaminhado ao congresso só uma dizia respeito ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) e em termos de legislação. Que é a questão da regulamentação do artigo 23, cuja proposta é de resolver o problema das competências em relação à implementação da Legislação Ambiental entre União, Estados e Municípios. JP - Há muitos industriais, fazendeiros, latifundiários que são resistentes a sua gestão. A que a senhora atribui isso? Marina - Acho que as pessoas, num maior ou menor grau, têm uma compreensão da necessidade de proteção dos recursos naturais e dos ativos ambientais. Existe uma mentalidade que ainda não percebeu Padre Wilson Denadai aprofunda a temática ecológica com a ministra no terraço da Reitoria que nós estamos vivendo na era dos limites. Esses estão resistindo ao cumprimento dos acordos multilaterais, às implementações das legislações e também àquelas políticas públicas para defender os direitos da sociedade, tanto das gerações atuais quanto das gerações futuras. Mas, eu diria que no Brasil nós já temos uma grande quantidade de pessoas de diferentes segmentos que têm uma mentalidade pró-ativa em relação a um processo de desenvolvimento em base sustentável. JP - Segundo o Observatório da Imprensa, sua indicação ao prêmio da ONU rendeu poucas linhas na mídia. Como a senhora avalia o tratamento que a imprensa brasileira dá aos temas ambientais? Marina - Se eu fizer uma retrospectiva, quando o Chico Mendes foi assassinado, a mídia nacional deu a notícia porque saiu no New York Times. Dezoito anos depois, nós tivemos um avanço muito grande. Há uma grande quantidade de informações que é colocada para a opinião pública, incomparavelmente maior ao que se tinha no passado. Mas para ser justa, tenho de dizer que a imprensa brasileira tem dado cobertura de uma forma bastante variada à questão ambiental. Foi um crescimento enorme. JP - Qual a contribuição que a educação pode dar às questões relativas à Amazônia? Marina - A educação tem um papel fundante porque ela lida com a formação, informação e trabalha com as mentalidades. É um processo cumulativo que reverte positivamente para vários temas. Se a questão ambiental for entendida como um conteúdo transversal desde os Ensinos Fundamental e Médio, e universidades, ela tem um efeito fantástico. Ela formará os novos profissionais e os novos dirigentes de que o planeta tem uma capacidade de suporte e que se isso não for observado, vamos criar graves conseqüências para a vida na terra. JP - Qual a situação que a senhora gostaria de deixar a Amazônia ao final de sua gestão? Marina - O importante é que as políticas públicas possam ter continuidade. Para que não sejam políticas de governos, mas que sejam políticas de País. Se cada governo interromper um processo em curso e que está dando certo, isso acaba sendo desconstrutivo.

5 Jornal da PUC-Campinas a 25 de março/2007 Comportamento Du Paulino dupaulino@puc-campinas.edu.br Imagine se, de repente, você pudesse ter outra profissão, agir de modo diferente ou simplesmente corrigir uma, duas ou várias partes do corpo. Acredite, graças à tecnologia, já é possível fazer tudo isso de uma vez só. E o melhor: bastam apenas alguns cliques. Uma nova mania na internet tornou real a possibilidade de viver em um mundo paralelo, de ter uma segunda vida, o que até bem pouco tempo só podia ser vislumbrado pelos autores de ficção científica. Essa segunda vida chama-se Second Life (SL), jogo virtual criado em Pensado pelo físico americano Philip Rosendale para ser uma comunidade digital, SL tornou-se um mundo virtual em que tudo é possível. Quem entra nesse mundo é representado por um avatar, espécie de boneco em três dimensões que pode assumir as características que o usuário bem entender. Um rapaz magro e baixo, por exemplo, pode ser representado por um grandalhão musculoso. Como é o caso do estudante do 2º ano da Faculdade de Engenharia da Computação Raphael Pereira Gomes com estatura e porte medianos e cabelos curtos, que no mundo virtual é representado por Raphael Triskaidekaeho-bia, um avatar alto, musculoso, cabeludo e exibicionista - circula pelo mundo virtual sem camisa. Com esse estilo, ele já arrumou três paqueras no período de um mês. Questionado se essa seria a aparência que ele gostaria de ter no mundo real, ele admite apenas que gostaria de ter cabelos longos. Será? Quem quiser pode assumir as feições de um animal e todos os residentes podem voar ou se teletransportar para qualquer lugar. A mais nova promessa da Linden Lab, empresa que administra a comunidade, é um programa de voz que permitirá que os residentes falem entre si. Até agora a comunicação se dá por meio de mensagens instantâneas. O sucesso da comunidade, como das demais redes e ferramentas de relacionamento via internet, segundo a professora da Faculdade de Psicologia Miriam Schifferli Hoff, se deve ao fato de o contato à distância dar a sensação de anonimato. "O distanciamento na relação encoraja o indivíduo a criar novas formas de experiência de vida e comportamento sem se preocupar com a retaliação imediata", completou. Aluno Caio Bulgarelli ganha dinheiro virtual dançando e aproveita para aperfeiçoar seu inglês e pegar dicas de músicas VIDA VIRTUAL conquista 4 milhões de pessoas Estudante de Engenharia da Computação Raphael Pereira Gomes admite a sedução de criar uma segunda vida COMO TER UMA SEGUNDA VIDA > Conecte-se à internet de banda larga > Vá ao site > Cadastre-se clicando em join > Crie o seu avatar > Faça o download do jogo FERRAMENTAS Para jogar seu computador precisa atender a alguns requisitos tais como: > CPU 800MHz, 256 de memória RAM, placa de vídeo 3D com 64MB, DirectX 8.1 ou superior instalado e conexão com a internet a cabo ou ADSL. Second Life, rede de relacionamentos da internet, mistura ficção à vida real, movimenta mercado profissional, dinheiro e marketing até de universidades renomadas Para os cerca de 4 milhões de residentes, segundo informações do próprio site, as possibilidades do SL vão além das de um site de relacionamentos qualquer. Lá é possível comprar terrenos, adquirir casas, carros, trabalhar, ir a clubes, cinemas e shows virtualmente. Aliás, alguns artistas, como o DJ Fatboy Slim e a Banda Eva, têm feito performances, reais e exclusivas, para os residentes virtuais. Claro que as maravilhas desse mundo não saem de graça. Para não se tornar um indigente, por exemplo, o usuário precisa pagar, de verdade, cerca de U$ 10,00 por mês, quantia que dá direito a um lote virtual para construção de casa ou estabelecimento comercial. Lá dentro, os usuários já construíram butiques, casas de jogos, boates, resorts e bancos dando origem a ambientes que imitam com perfeição o mundo real. "É maravilhosa a possibilidade de inventar uma segunda vida", comemorou Gomes. Como em qualquer sociedade organizada, em SL também existe uma moeda, o dólar Linden (LU$). Com ele, pode-se comprar praticamente tudo. Para mudar as características iniciais do avatar, inclusive, é preciso ter Lindens, que podem ser adquiridos com um cartão de crédito internacional (com um dólar dá para comprar de 200 a 300 Lindens, dependendo da cotação on-line). Também é possível ganhar dinheiro dentro de SL. Uma das maneiras é trabalhando. Gomes, por exemplo, é promoter de uma boate, já seu colega de sala Caio Bulgarelli ganha cerca de três Lindens a cada 15 minutos dançando como Jacc Boran. Mas Bulgarelli prefere conversar com os outros avatares e troca até dicas sobre guitarra. "Dá para aperfeiçoar o inglês, que é a língua oficial, já que os residentes são de vários países", justificou. A outra maneira de conseguir Lindens é vender objetos fabricados pelos próprios usuários ou cobrar por serviços prestados. O mais surpreendente é que os Lindens adquiridos virtualmente podem ser trocados por dólares reais. A chinesa Ailin Graef, que é Anche Shung no mundo virtual, ficou milionária na vida real convertendo o dinheiro ganho em SL em dólares reais. Aficionada pelo mundo virtual, ela comprou vários terrenos, criou temas e dotou-os de infra-estrutura para, enfim, vendê-los a bons preços para outros avatares. O negócio deu tão certo que ela até montou um escritório real com 25 pessoas que trabalham para criar objetos para a empresa dela em SL e está pensando em dobrar esse número. A fama da comunidade já chama a atenção de empresas de verdade, que descobriram no jogo um palco interessante para ações de marketing. Em setembro de 2006, a Adidas criou uma loja virtual para divulgar uma nova linha de tênis. Toyota, Sony, IBM e outras fizeram o mesmo. Pelo menos 20 universidades americanas usam o jogo como ferramenta educacional. A Universidade Harvard criou uma filial no jogo, abrigando um curso de extensão em Direito e Ambiente Virtual. Depois do curso, o material ficou disponível para quem quiser acessá-lo.

6 12 a 25 de março/2007 Jornal da PUC-Campinas 06 Adeus PADRE HAROLDO: dedicação à Igreja e à educação Adriana Furtado afurtado@puc-campinas.edu.br Eunice Gomes nicinha@puc-campinas.edu.br As comunidades de Campinas e de Valinhos choraram a morte do cônego Haroldo Niero, presbítero emérito da Arquidiocese de Campinas, que ocorreu no dia 24 de fevereiro, às 8h50. Cônego Haroldo estava internado há 25 dias no Hospital e Maternidade Celso Pierro da PUC- Campinas e faleceu em razão de complicações clínicas. Cônego Haroldo nasceu no dia 14 de agosto de 1927, na cidade de Valinhos (SP), filho de Afonso Sebastião Niero e da Maria Ubiali Niero. O sepultamento ocorreu no Cemitério Municipal São João Batista no dia 24 de fevereiro, após a missa rezada pelo arcebispo metropolitano de Campinas, dom Bruno Gamberini. Três missas foram celebradas simultaneamente nos campi da Universidade no dia 2 de março, reunindo membros da comunidade universitária. Cônego Haroldo cursou o Ensino Fundamental, em Valinhos, de 1934 a 1940; o Ensino Médio no Seminário Diocesano, em Campinas, de 1940 a 1946; Filosofia no Seminário Central do Ipiranga, em São Paulo, de 1946 a 1949; Teologia no Seminário Central do Ipiranga, em São Paulo, de 1949 a Seus estudos continuaram com a pós-graduação em Filosofia da Educação na Faculdade de Filosofia da PUC- Campinas. Ordenado presbítero da Igreja de Campinas, no dia 7 de dezembro de 1952, na Catedral Metropolitana de Campinas, por Dom Paulo de Tarso Campos, padre Haroldo foi nomeado vigário-coadjutor da Catedral Metropolitana de Campinas, onde trabalhou de 1953 a No período de 1960 a 1962, fez Aperfeiçoamento Teológico, com o curso Por Um Mundo Melhor, em Rocca di Papa, Roma (Itália). Cônego Haroldo ministrou aulas no Seminário da Imaculada, em Campinas, foi pároco da Paróquia Santo Cura D Ars, de 1961 a 1963, e chanceler da Cúria Metropolitana. Cônego Haroldo Niero durante lançamento do livro comemorativo de 65 anos da Universidade, em dezembro último Ainda na Igreja de Campinas era cônego do Cabido Metropolitano e Capelão da Congregação dos Irmãos de Santa Cruz, no Colégio Notre Dame, desde Seu bom humor e sua dedicação conquistaram a comunidade da PUC-Campinas, onde era professor desde 1958, lecionando várias disciplinas na área da Filosofia e da Teologia. Assumiu a direção por quatro mandatos do Instituto de Filosofia e foi secretário da Sociedade Campineira de Educação e Instrução (Scei). Atualmente era membro do Conselho Universitário da PUC-Campinas, assessor da Reitoria e professor na Faculdade de Direito. Em 1965, sucedeu o padre Amauri Castanho na Paróquia Militar Santo Tomás de Aquino. Padre Haroldo foi o último capelão civil e o primeiro capelão militar. No ano de 1968, foi nomeado capitão capelão da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEX), permanecendo até 1973, momento de sua transferência para a Capelania da recém-criada 11ª Brigada de Infantaria Blindada, nas imediações da Fazenda Chapadão. Durante a sua atuação, que começou em 27 de agosto de 1969, foi construída a belíssima Igreja de Santo Tomás de Aquino, reinaugurada em 20 de janeiro de O cônego Haroldo Niero deixa saudade principalmente... "...pela inalterável jovialidade de seu espírito, sempre pronto à crítica construtiva, substantivamente amorosa, e invariavelmente disposto ao enfrentamento de quaisquer novos desafios, em particular daqueles que, postos pelas tarefas da educação, sugeriam a construção da justiça e da solidariedade entre os homens. Essa é a lembrança, que manterei comigo, depois de tantos anos de fraterna e afetiva convivência". Paulo de Tarso Barbosa Duarte, pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários "... porque representava um raro exemplo de integração harmoniosa das funções que desempenhou. Acompanhei-o por muitos anos, sempre com admiração crescente, não apenas como professor da Faculdade de Letras, mas principalmente como celebrante de missa aos domingos na Igreja Santa Rita de Cássia. A seriedade e o amor com que se dedicava a ambas as missões revelavam a unidade do seu ser e do seu estar no mundo: conviver com ele profissionalmente era testemunhar suas virtudes cristãs; ouvir as suas homilias era assistir a magníficas aulas de cristianismo". Ana Helena Cizotto Belline, ex-professora de Literatura da Faculdade de Letras da PUC-Campinas "...por ser um homem que envolvia seus amigos numa rede de amizade, confiança e carinho. Ele era gente de chegar de perto para falar e convencer as pessoas com sua inteligência e generosidade. Ele era envolvente". Dom Bruno Gamberini, arcebispo metropolitano de Campinas e grão-chanceler da Universidade. "...porque conseguia expressar em palavras muito daquilo que apenas sentimos". José Gonzaga Teixeira de Camargo, diretoradjunto da Centro de Ciências da Vida (CCV) "...pelo exemplo de ser humano que ele foi. Pela pessoa que bebia vida com os alunos. Em segundo lugar, mas não menos importante, pela devoção que tinha pela Universidade." Wilson Levy, estudante do 4 ano da Faculdade de Direito "... pelo seu fiel companheirismo e pela sua sabedoria proveniente de uma longa história de uma vida meditada, refletida. Vai deixar saudades no Pátio dos Leões, fumando seu cigarrinho e conversando paternalmente com seus alunos. Vai deixar saudades porque na sua sensibilidade aguçada captava quando este reitor estava alegre, triste, preocupado ou com problemas de grandes proporções". Padre Wilson Denadai, reitor da PUC-Campinas. "...pela função da sua constante busca à verdade, pela sua integridade pessoal e acadêmica, pela sua entrega à causa da Universidade, pela sua capacidade de reflexão sobre a ontologia da PUC-Campinas, pela sua presença amiga e sábia, especialmente nos momentos mais difíceis da vida institucional e nos momentos peculiares de algumas pessoas". Padre Paulo Sérgio Lopes Gonçalves, diretor do Centro de Ciências Humanas (CCH) "...por ter sido em todos os momentos um grande companheiro na permanente construção da nossa Universidade. Sua presença em todas as ocasiões, especialmente nas reuniões do Conselho Universitário (Consun), denotava seu compromisso e amor na busca da verdade e da identidade da nossa Universidade e será sempre um grande estímulo para nós que com ele convivemos". Padre José Benedito de Almeida David, secretário-geral da PUC-Campinas. "...pela convivência que tivemos durante os últimos quarenta anos, seja como meu diretor do curso de Filosofia, seja como colega no Consun e na Comissão do Ensino de Graduação (CEG). Essa convivência foi rica pela aprendizagem mútua quando discutíamos as normas universitárias, não como algo absoluto mas, com sensibilidade para entendermos as pessoas e as situações vivenciadas". Maria Salete Z. Trujillo, assessora da Pró- Reitoria de Graduação (Prograd). Colaboraram Renata Rondini e Paloma Faria Quintas

7 Jornal da PUC-Campinas Muitos membros da comunidade 'pucciana' aproveitam os meses de verão para tirar suas mais que merecidas férias. Outros aproveitam apenas o recesso universitário de final de ano. Mas todos curtem o tempo de descanso para colocar a leitura em dia, assistir a um filme, ver um show, acelerar o passo e até trabalhar em algum projeto pessoal. O Jornal da PUC-Campinas convidou alguns funcionários para contarem um pouquinho do que andaram aprontando no tempo livre e publica, agora, a salada cultural dessa turma. Confira! MÚSICA, 07 chuva, muita pablerae Sertanejos embaixo d'água Após um dia de trabalho e um longo congestionamento em São Paulo, enfim cheguei em São Vicente, litoral de São Paulo, para passar um final de semana ensolarado. Como era época de férias, a cidade estava agitadíssima e cheia de gente bonita. Foi então que recebi uma grande notícia: estava aberta a temporada de shows na Praia de Itararé. Naquela noite a apresentação era da dupla Guilherme & Santiago, que gosto muito. Não pensei duas vezes e fui para o show. O ABCDE, o décimo trabalho da dupla vale a pena ser conferido. Porém, minha música preferida é Chovendo Estrelas do CD Guilherme & Santiago - 10 anos Acústico Ao vivo. Por coincidência, de repente, começou a chover muito. Minha sorte é que tinha levado o guarda-chuva. Daí foi só alegria...assisti ao show embaixo de chuva, quer dizer sob o guarda-chuva. Valeu a pena, afinal a vida é uma festa! Renata Trevisan Siqueira, assistente-administrativa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesq). 12 a 25 de março/2007 assunto sério, CORRERIA, é agora ou nunca... Pablera.com Pablera.com é o meu site pessoal, publicado após minhas férias do final do ano e aperfeiçoado nos últimos feriados. Pablera é como alguns de meus amigos me chamam e também é uma forma simples que encontrei de unir meu nome e sobrenome, Pablo Pereira. Além disso, é uma palavra pequena e simples, que facilita a lembrança e busca na internet. Lá você encontra meus melhores trabalhos profissionais e pessoais a partir de 2000, além de conter minhas informações e experiência. Os projetos são todos divididos por ano e abrangem desde criação e direção de arte para a web e mídia impressa, até trabalhos de ilustração e animação. Algumas coisas ainda não estão prontas como a de um player para a visualização de animações e a versão em português, já que tinha a prioridade de atingir um público que entende inglês tanto dentro quanto fora do País. A idéia é de apenas mostrar e compartilhar meu trabalho e que sirva para inspirar, estimular e ajudar estudantes e profissionais de comunicação visual e publicidade. Pablo Pereira, webdesigner do Departamento de Comunicação. 'Meninas' e a mulher Quem ainda duvida do quanto se precisa caminhar para realmente comemorarmos o "8 de março", basta assistir Meninas que vai descobrir. Documentário que acompanha a gravidez de quatro adolescentes (13,14 e 15 anos), o filme chega ao DVD sob a crítica de ser um tanto superficial, de um lado, mas aplaudido pelo viés humanista, marca dos documentários brasileiros recentes. De qualquer modo, se é possível fazer várias críticas ao filme de Werneck, não se pode deixar de registrar que, nesse caso, escancarar a redescoberta do sintoma para o grande público, lembra a urgência de se encontrar a cura... Denise Tavares, diretora da Faculdade de Jornalismo. MURAL Literatura descontraída É Agora... ou Nunca, da Editora Bertrand Brasil, narra os problemas de três personagens de forma muito engraçada e original, fazendo dele, um livro imperdível. Para quem se deliciou com Melancia, Férias!, Sushi e Casório?! da autora irlandesa Marian Keys, a obra, assim como suas demais publicações traduzidas para o português, é destinada ao público jovem e geralmente com maior empatia pelas mulheres, já que sempre traz os conflitos, os anseios e as confusões vividas por um grupo de amigas. Sem sombra de dúvidas, o leitor se identificará com um ou mais personagens do livro. Uma boa oportunidade para quem já gosta do gênero e uma dica para despertar o gosto pela leitura para aqueles que ainda não descobriram esse prazer. Adriana Furtado, assessora de imprensa do Departamento de Comunicação. Suor e internet Para ser um bom atleta não bastam apenas treinos diários, disciplina e dedicação. No mundo globalizado, a regra é se manter informado com as notícias e dicas ligadas às áreas de interesse para não ficar para trás. Aproveitei o recesso do trabalho para navegar nos sites e atualizar os resultados, conferir os calendários dos próximos eventos e opções de compra de acessórios esportivos. Quem se interessa pelo tema deve acessar os sites e Carlos Eduardo da Silva, patrulheiro da PUC-Campinas e corredor. classificados MORADIA Aluga-se kitnet mobiliada Próximo ao Campus I (19) e MORADIA Aluga-se suíte para moça Próximo ao Campus II ou Central. (19) MORADIA Vaga para moça em apartamento Próximo ao Campus Central. (19) TRANSPORTE Rogério Transportes Campinas - Campus I (19) e TRANSPORTE João Transportes Americana - Campus I (19) e TRANSPORTE Geraldo Transportes Sousas - Campus I (19) e As ofertas acima são de responsabilidade dos anunciantes

8 12 a 25 de março/2007 Jornal da PUC-Campinas 08 Pé na estrada Aluna de RP conta o Nordeste arretado Estudante da Faculdade de Relações Públicas Fernanda Dias percorre mil quilômetros pelas praias de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte Fernanda Dias Especial para o Jornal da PUC-Campinas Há certas coisas que todo mundo deveria experimentar ao menos uma vez na vida. Uma delas é colocar o pé na estrada em busca do novo e do desconhecido. Para aqueles que gostam de aventura o litoral dos Estados de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte reserva muitas surpresas. Banhados pelas águas mais transparentes que já vi em toda minha vida com muito sol e dunas, Recife, Olinda, João Pessoa e Natal foram alguns dos lugares que visitei durante onze dias de viagem nessas últimas férias de Verão, quando percorri mais de mil quilômetros no Litoral Nordestino. Na bagagem trouxe comigo muito artesanato, mas principalmente muitas histórias inesquecíveis para contar aos familiares e amigos. Seguem algumas delas. Pernambuco O carnaval pernambucano simboliza alegria, diversão e manifestações folclóricas que retratam a cultura regional e contagiam a todos. A primeira impressão foi bombástica: um 'mar de pessoas' nas ruas do Recife e nas ladeiras de Olinda em contraste com a arquitetura típica de uma região cheia de história. O carnaval é mágico e muito quente ao som de frevo, maracatu e com uma sensação térmica de mais 40ºC. Neste ano comemorou-se cem anos de frevo e o maior bloco do Recife, o Galo da Madrugada, desfilou pelas ruas da cidade arrastando cerca de 1,5 milhão de pessoas! Muito arretado, visse! Quanto ao litoral, temos Cabo de Santo Agostinho, ao sul, e as principais praias: Pontal de Maracaípe, um oásis que contrasta mar com deserto; Porto de Galinhas com águas claras e arrecifes de corais, que se formam com a maré baixa e indicado para prática de mergulho. O ideal é alugar um buggy, ir até Nazaré e conhecer as ruínas da Casa do Conde; o mirante da Praia do Suape oferece uma vista fantástica e a dica é degustar um robalo no Chico do Caranguejo, tocar violão e curtir a paisagem com os amigos. Seguindo adiante, temos a praia de Boa Viagem, com toda sua extensão e piscinas de água salgada. Reserve uma parada na Bela Brasa para comer charque de cupim na brasa e conhecer a Feira de Artesanato de Boa Viagem. Para quem gosta de tranqüilidade, o ideal é o litoral norte: Praias de Maria Farinha em Paulista, onde você come camarão a R$ 3,00, e Coroa do Avião na Ilha de Itamaracá, bom lugar para comer uma caldeirada de frutos do mar, caranguejo e tomar caldo de feijoada. Bom demais! Rio Grande do Norte Nesse destino, temos as badaladas Praia do Pipa e o Morro do Careca em Natal. Vale citar um ótimo hotel com preço acessível em Ponta Negra, o Alimar. Informações: (84) Já a praia de Maracajaú é freqüentada pela tribo dos mergulhadores e as Genipabu e Búzios são marcadas por imponentes dunas e surpreendentes riachos que se formam com a água das chuvas. Imperdível passeio de buggy "com emoção". Informações: (84) Mas é em Piranji do Norte que está o famoso e maior cajueiro do mundo com sua copa medindo mais de m 2 e Sagi, um vilarejo conhecido por poucos, mas que tem muito a oferecer a quem gosta de natureza. Lá você come pratos regionais magníficos no Ombar e descansa na Pousada Luar do Sagi. Informações: (84) Paraíba Em João Pessoa, cidade onde o Sol e a Lua aparecem mais cedo que em outras localidades do País, encontramos um mar de águas com coloração azulbebê, como as praias de Tambaú e Seixas, onde está o marco do Extremo Oriental Leste das Américas; a praia do Jacaré também deve integrar o roteiro. A dica é o pôr-do-sol ao som do Bolero, de Ravel, interpretado pelo saxofonista Jurandy. Na capital do forró, o melhor é curtir um baião à beira-mar no Mister Caipira, na Praia de Tambaú. E para quem é naturalista, nada melhor que a Praia de Tambaba, na cidade de Conde. Quem visita o local fica maravilhado com o conjunto das águas e falésias. A praia é bem democrática, dividida para quem gosta de ficar como veio ao mundo e para os banhistas que não dispensam as roupas. Tudo muito civilizado. Imperdível! Esta coluna é aberta à participação da comunidade universitária. A estudante da Faculdade de Relações Públicas Fernanda Dias dedica esse espaço ao amigo Roberto Eduardo, que a ciceroneou pelo Nordeste. Fernanda Dias se surpreende com as histórias e com o frevo do Recife; bloco Galo da Madrugada levou cerca de 1,5 milhão de foliões às ruas Fotos: Arquivo Pessoal Passeios de buggy pelas dunas de Natal levam emoção aos turistas Ao lado, Porto de Galinhas com águas claras e arrecifes de corais conquista mergulhadores; acima, a estudante compõe a vista de Natal