Diáspora e migração. (um relato de pesquisa) Ranyane Melo. 1ª edição. Profª. Drª. Liane Schneider. (Orientadora da presente pesquisa do PIBIC)

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1 Diáspora e migração (um relato de pesquisa) Ranyane Melo Profª. Drª. Liane Schneider (Orientadora da presente pesquisa do PIBIC) 1ª edição 2011

2 Ranyane Melo Copyright 2011 Ranyane Melo All rights reserved. ISBN-10: ISBN - 13: ii

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5 Diáspora e Migração (um relato de pesquisa). SUMÁRIO Prefácio Introdução Metodologia Resultado e discussões Conclusões...44 Referências...47 Anexos...51 Anexo I...52 Anexo II...53 v

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7 Prefácio Durante muito tempo a etimologia da palavra migração esteve sempre atrelada à migração de algumas espécies de pássaros de lugares frios a lugares mais quentes para permitir a sobrevivência dessas espécies. No entanto, durante as últimas décadas, com o fluxo de ida e vinda de pessoas, povos e culturas que, por diversos motivos, tiveram que deixar os seus locais de origem para irem habitar em outros lugares, a palavra migração passou a receber, então, uma nova carga semântica. Portanto, o principal objetivo desta pesquisa foi investigar como a questão da migração e do exílio encontram-se presentes nas narrativas contemporâneas nas Américas e de como esses conceitos vem influenciando a literatura contemporânea. Para tanto, foi feita uma vasta investigação bibliográfica de autores de diversas nacionalidades e línguas que tratavam sobre a temática do exílio, da diáspora e da migração, entre os quais podemos citar: Hall (2003); Said (2003); Porto e Torres (2005); Dufoix (2008); Woodward (2000); Jeanpierre (2008); Coracini (2007); Rodrigues (2008); Edgar e Peter (2003); Cohen (N/D); Cortázar (2001), Santos (2005). No qual os seus resultados, discussões e conclusões, encontram-se neste relato de pesquisa. 7

8 Ranyane Melo 8

9 Diáspora e Migração (um relato de pesquisa). 1. Introdução O projeto de pesquisa Diáspora e migração nas narrativas contemporâneas nas Américas teve como principal objetivo analisar a bibliografia atual que aborda a temática da literatura das minorias, sobretudo da literatura que aborda a temática relacionada às questões do exílio e da migração. Tivemos como proposta aprofundar a discussão quanto às formas pelas quais o texto literário narrativo é marcado e influenciado pelos deslocamentos populacionais migratórios que afetaram as Américas, interessando-nos principalmente dois locais em que esta produção toma lugar: Brasil e Estados Unidos. Quando mencionamos deslocamentos populacionais estamos obviamente interessados naquele tipo de migração que se propõe como fixação por um tempo mais longo (ou até definitivo) em uma nova terra escolhida. Devido ao fato de voltarmos nossa pesquisa para a análise de textos narrativos produzido em contextos diferentes (norteamericano e brasileiro), fez-se necessário, além da discussão de conceitos literários per se, como elementos da teoria da narrativa e o tratamento de tópicos que envolvem aspectos culturais, campo esse que sofreu modificações cruciais na história recentemente em consequência da intensificação dos contatos entre os povos, conforme anteriormente mencionado. Nossa intenção foi promover, assim, um diálogo entre os textos narrativos, a teoria e as críticas literárias produzidas mais recentemente sob a perspectiva dos estudos culturais e pós-coloniais. A idéia central foi discutir ou problematizar os conceitos de diáspora e de migração e também a forma como estes marcam as produções literárias contemporâneas das Américas. 9

10 Ranyane Melo Em nosso plano de trabalho específico, buscamos colaborar com a discussão sobre o conceito de migração e verificar como o mesmo foi apropriadamente utilizado por cada um dos autores trabalhados; verificamos também de que forma a narrativa parte de outro prisma a partir do momento em que a inclusão ou pertencimento nacional do autor/narrador não é imediata. Ou seja, quando seu pertencimento é conquistado no exato instante em que este está produzindo seu texto, tornando-se sua escrita uma forma, além de expressão estética em si, também uma maneira de colocarse no plano visível da nova sociedade em que busca se inserir. A opção por um corpus literário em que se trata dos imigrantes, migrantes e exilados veio da necessidade de explorar novas literaturas diferentemente daquelas consideradas canônicas pela academia. Não foi o nosso foco aqui analisar as já consagradas literaturas, como a inglesa ou a estadunidense que via de regra está nos currículos de Letras Estrangeiras, e sim, os novos focos de produção que outros sujeitos conseguiram viabilizar dentro desses espaços de encontro. Assim, essa pesquisa se torna importante não apenas por investigar e analisar um novo aparato teórico, voltado às questões do pós-colonial, entre outros, mas também por trazer para as discussões no âmbito nacional novas abordagens teóricas que muitas vezes não são tratadas por currículos mais tradicionais nos cursos de Letras. Sabemos que os principais autores/teóricos que abordam a temática sobre a migração, por fatores históricos, foram (ou são) estrangeiros, produzindo em idioma que não o português, existindo pouco material abordando essa temática da forma como se configura no nosso território e na nossa língua. Pretendemos colaborar no preenchimento dessa lacuna através da pesquisa que realizamos. 10

11 Diáspora e Migração (um relato de pesquisa). Nossa pesquisa caracterizou-se por, inicialmente, voltar-se à investigação bibliográfica de autores e teóricos que estudam os fenômenos da diáspora, da migração/imigração, mais tarde tendo se estendido à análise de contos e das narrativas sobre os sujeitos migrantes nas narrativas contemporâneas. Entre esses autores podemos citar: Hall (2003); Said (2003); Porto e Torres (2005); Dufoix (2008); Woodward (2000); Jeanpierre (2008); Coracini (2007); Rodrigues (2008); Edgar e Peter (2003); Cohen (N/D); Cortázar (2001), Santos (2005). É visível que nosso corpus foi composto, em maior número, por escritoras do que por escritores. Isto se deve ao fato de termos observado, nas revisões que temos desenvolvido sobre as histórias das migrações e diásporas, que tal fenômeno vem, cada vez mais, sendo femininizado ; ou seja, nos últimos anos são as mulheres as primeiras a deixarem seus países de origem, conseguindo os primeiros empregos ou posições no exterior, apenas mais tarde sendo seguidas pelo restante de suas famílias, informação defendida por Spivak (1996) e Avtar Brah (1996), entre outros teóricos que vem se debruçando sobre a temática da diáspora. Também são elas que primeiramente se debruçam sobre tais temáticas na literatura que compõem ou pelo menos têm aparecido como personagens principais em vários textos que abordam tal situação. Assim, acreditamos que a composição de nosso corpus com maior número de escritoras, ou seja, dando maior espaço à obra destas no presente projeto é algo afinado com o que se percebe nos diálogos entre os estudos culturais, pós-coloniais, de gênero e literários em geral. Estudos literários e pesquisas que enfoquem vozes de sujeitos das ditas minorias (obviamente esse termo não se refere aqui ao caráter quantitativo, de proporcionalidade, e sim, a um 11

12 Ranyane Melo menor ou mais difícil acesso ao poder que esses indivíduos enfrentam socialmente) cumprem um papel fundamental, preenchendo uma lacuna identificável nas editorações nacionais. Portanto, nos parece que uma das justificativas para a realização do nosso projeto de pesquisa esteve devidamente embasada na carência de construções analíticas sobre áreas tantas vezes pejorativamente definidas como culturalmente periféricas. Assim, nosso estudo nos permitiu buscar e verificar de que forma se dão e se mantêm essas diferenças e semelhanças na recriação da experiência da diáspora e da migração nas Américas especificamente nos contextos em que os contos, entre outras formas de narrativas, estão inseridos compostos por sociedades cada vez mais globalizadas. Verificar como tal quadro se constrói esteticamente por autores hifenizados é parte fundamental que move a presente pesquisa. 12

13 Diáspora e Migração (um relato de pesquisa). 13

14 Ranyane Melo 2. Metodologia Obedecendo ao horário pré-estabelecido em nosso plano de trabalho (20 horas semanais), começamos a nossa pesquisa fazendo uma profunda investigação em torno do que deveríamos entender tanto por diáspora quanto por migração. Embora o meu plano de trabalho estivesse mais focalizado na migração, a nossa orientadora acreditava ser melhor investigarmos ambos os conceitos e as definições de forma conjunta, pois, como fomos vendo no decorrer da pesquisa, a diáspora e a migração se assemelham em diversos aspectos, podendo ser estabelecido um rico diálogo entre os dois conceitos e as teorias desenvolvidas sobre os mesmos. Após essa investigação primeira em torno dos conceitos de diáspora e de migração, algo que desenvolvemos inicialmente a partir dos verbetes em si, partimos então para a revisão da bibliografia que aborda essas temáticas e buscamos co-relacionar as diferenças e as semelhanças encontradas nesses materiais. Durante os encontros iniciais do grupo discutimos os textos de Hall (2003), Said (2003) e Porto e Torres (2005), que trazem em si importantes colaborações a respeito das condições do exilado, do imigrante, do migrante e do sujeito diaspórico. Tais textos foram importantes ferramentas para iniciar o debate sobre a temática, sendo inclusive todos traduzidos e já encontrados publicados em língua portuguesa. Logo após essa revisão bibliográfica inicial no que se refere à introdução teórica, partimos então para a parte crucial da nossa pesquisa, a análise dos contos e das narrativas contemporâneas que abordam ou ilustram a temática estudada, que continuaram sendo analisadas em diálogo com os textos de tom mais teórico. De fato, 14

15 Diáspora e Migração (um relato de pesquisa). antes disso já havíamos discutido e produzido textos sobre as idéias expostas pelos principais teóricos a partir de um paradigma menos analítico, sendo que a partir do terceiro mês da pesquisa decidimos verificar tais idéias na prática, ou seja, nos textos literários. Podemos citar entre essas narrativas diversos contos produzidos pela escritora indiana-americana Jhumpa Lahiri, especialmente A casa da Sra. Sen e Intérprete de Males ambos da coletânea de contos intitulada Intérprete de Males (2001). Também trabalhamos mais detalhadamente com o conto Terra descansada da segunda coletânea de contos da mesma autora, também intitulada Terra descansada (2009). A partir da leitura e da análise desses contos entre outros da mesma autora, verificamos como se deu a questão da migração de indianos para os Estados Unidos e quais foram os efeitos dessa migração para aqueles que emigraram - quais foram os seus desafios, suas esperanças e os choques culturais encontrados. A literatura de Lahiri prestou-se a trazer tal temática à tona, possibilitando que fizéssemos um elo entre a teoria e a literatura, pois tal análise envolveu questões como o fato dos personagens dessa autora não abrirem mão de suas culturas de origem e dos seus costumes em troca de viver uma nova realidade que agora os confrontava. Talvez devamos atribuir toda essa fundamentação sobre a temática da imigração de Jhumpa Lahiri as suas próprias experiências. Lahiri é filha de imigrantes indianos de Bengali, mas nasceu em Londres e aos três anos ela e os seus pais mudaram-se para os Estados unidos; durante toda a sua vida ela visitou seus parentes em Calcutá, na Índia. 1 Calcutá é sempre o ponto de partida de seus personagens indianos. Outra autora que traz um 1 LAHIRI, Jhumpa. Biography.. Wikipedia, Disponível em: < Acesso em: 19 de julho de

16 Ranyane Melo pouco de suas experiências pessoais para a ficção e que também foi analisada ao longo dos encontros, inclusive para ilustrar aspectos apontados por teóricos da migração e diáspora, é a autora chinesa canadense Evelyn Lau que, cansada de ser sempre a eterna filha de chineses, a de fora, retrata em sua literatura os encontros e os desencontros da vida de uma imigrante, andarilha, que busca sempre ocupar espaço diferenciado dentro do contexto póscolonial canadense, como vimos em seu conto Marriage. Os escritos desta autora, contudo, foram utilizados como leitura para fomentar a discussão em grupo de forma mais breve em nossos encontros, sendo que não produzimos textos de análise dos mesmos. Por fim, foi analisado o romance O Súdito (Banzai, Massatern!) do escritor Jorge J. Okubaro, texto vencedor do prêmio Jabuti (2007), no qual o autor narra a história do jovem Massateru que, aos 13 anos de idade, embarca a bordo do navio Wakasa Maru e migra com os tios do Japão para o Brasil com o intuito de deixar no passado as dificuldades que enfrentava em sua terra natal e realizar o sonho de ter prosperidade, ainda que em uma terra distante. Trataremos mais adiante desse romance na parte dos resultados e discussões deste plano de trabalho, já que foi o nosso foco central a partir do segundo semestre de pesquisa. Como forma de abordar esses e outros textos literários, partimos para a análise da construção das personagens e suas relações com o lugar. Aqui principalmente Antonio Candido (1973) fundamentou nossas observações sobre tais construções, dando apoio teórico no que diz respeito à construção da personagem. 16

17 Diáspora e Migração (um relato de pesquisa). 17

18 Ranyane Melo 3. Resultados e discussões Como dito anteriormente, iniciamos nossas pesquisas com uma investigação bibliográfica na qual teríamos que analisar os conceitos de diáspora, exílio e migração e, ao mesmo tempo, averiguar quais seriam os pontos em comum e os pontos divergentes em relação a esses conceitos entre os diversos autores analisados nesta pesquisa. Portanto, a nossa investigação começou com três autores que se debruçam sobre os conceitos de exílio, diáspora e migração na contemporaneidade e são eles: Hall (2003), Said (2003) e Porto e Torres (2005). Como vimos, Said (2003) expõe o seu conceito de exílio da seguinte forma: O exílio nos compele estranhamente a pensar sobre ele, mas é terrível de experienciar. Ele é uma fratura incurável entre um ser humano e um lugar natal, entre o eu e seu verdadeiro lar: sua tristeza essencial jamais pode ser superada (SAID, 2003:46). Tentamos verificar em vários textos literários como se dava a representação desta fratura, desta tristeza inevitável do sujeito que migra, tantas vezes retratada na literatura. Em seguida, partimos para a discussão desenvolvida por Hall (2003:33), que afirma que o conceito fechado de diáspora se apóia sobre uma concepção binária de diferença. Está fundado sobre a construção de uma fronteira de exclusão e depende de um outro e de uma posição rígida entre o dentro e o fora. Porto e Torres (2005: 227), trazendo à tona algumas idéias de Umberto Eco, afirmam que o conceito de migração reside no fato de que migrações, referem-se ao movimento de um povo inteiro que, pouco a pouco, se desloca de um território para outro (e não é relevante quantos permanecem no território original, mas em que medida os 18

19 Diáspora e Migração (um relato de pesquisa). migrantes mudam radicalmente a cultura do território para o qual migraram). Como resultado, percebemos que a migração vai muito além de um simples deslocamento de um povo para um outro território, pois os migrantes além de modificarem o local para onde migram, também acrescentam uma carga cultural muito grande aos que permanecem em seu lugar de origem, seja através do imaginário, de idas e vindas, não esquecendo jamais de seus costumes e das crenças culturais iniciais. Já o exilado vive uma situação contrária a do (i) migrante, pois para ele a desterritorialização vai muito além de uma simples mudança proporcionada pelas ondas da migração causada por fatores econômicos ou sociais. O exilado é banido do seu local de origem e é obrigado, a partir de então, a viver como um excluído para sempre, como afirma Saíd (2003): O exílio tem origem na velha prática do banimento. Uma vez banido, o exilado leva uma vida anônima e infeliz, com o estigma de ser um forasteiro (SAID, 2003: 54). Claro que hoje sabemos que muitos exilados construíram ou reconstruíram suas vidas em novos locais, contudo o fato de seu deslocamento ter sido de alguma maneira imposto atrapalha sua agregação voluntária à nova cultura. Portanto, uma das principais distinções entre um exilado e um imigrante está na questão de na migração haver uma escolha, como ressalta Saíd (2003) Os emigrantes gozam de uma situação ambígua. Do ponto de vista técnico, trata-se de alguém que emigra para um outro país. Claro, há sempre uma possibilidade de escolha, quando se trata de emigrar (SAÍD, 2003: 54). De fato, parece haver sempre uma certa liberdade no ato de migrar/emigrar, por pior que sejam as condições no local de origem, isso se compararmos este ato ao do exílio. Porto e Torres (2005) destacam o fato de que o deslocado pode ser impedido de praticar ou de viver conforme os seus 19

20 Ranyane Melo costumes e, concordam com Cortazar (2001), ao afirmar que o sujeito passa então a viver em um exílio cultural, exílio esse que pode ser mais devastador do que o próprio banimento. Sendo carregado com alta dose de dramaticidade, portanto, a condição do ser migrante/diaspórico é uma condição que interessou vários autores de ficção, por se tratar de uma realidade diferenciada, não comum para os que ficam e nunca abandonam seus locais de pertencimento. Como afirma Said (2003) O novo mundo do exilado é logicamente artificial e sua irrealidade se parece com a ficção (SAID, 2003:54). Daí podemos inferir que tais movimentos individuais ou grupais criem matéria rica para a produção literária, como vimos constatando. Portanto, o que buscamos de fato fomentar ao longo da nossa pesquisa foi o debate, o diálogo entre os que trataram da temática da migração e diáspora a partir de um ponto de vista teórico, aproximando-os dos que se inspiraram a partir dessa experiência para escrever e criar literariamente suas personagens e situações. Assim, vamos por um momento voltar nossa atenção aos escritos de Jhumpa Lahiri, especialmente sobre seu conto A casa da Senhora Sen, trabalho que também apresentamos em atividade organizada pelo CCHLA da UFPB. Neste conto observamos vários fatores interessantes, não apenas para os estudos da diáspora e da migração, mas também para os estudos culturais em geral. Primeiramente, o conto em si trava um debate em torno de duas culturas: a cultura estadunidense, tida como dominante no contexto do conto, e a cultura indiana, que por muito tempo foi vista como uma cultura inferior (ao menos aos olhos anglo-colonizadores), apesar da sua riqueza de costumes e tradições. Como observamos neste conto, o grande ponto de transculturação entre essas duas culturas, sendo 20

21 Diáspora e Migração (um relato de pesquisa). aqui a transculturação entendida como uma zona de contato, de troca, também chamada por Anzaldua (1990) de zona de fronteira, é um menininho chamado Eliot. Eliot é um garoto que, por causa do trabalho da sua mãe, precisa de uma babá para acompanhá-lo durante algumas horas do dia. Após algumas experiências sem sucesso com as suas babás anteriores, Eliot tem a oportunidade de viver novas experiências com a sua babá indiana, a Senhora Sen. Essa mulher, por questões culturais, migra do seu país em companhia de seu marido, que assume um cargo na universidade nos Estados Unidos. O contato da Sra. Sen com uma criança americana cria a possibilidade de Lahiri discutir as duas culturas que se encontram, como explica também Schneider (2007: 232) Eliot tem, no entanto, a oportunidade de comparar duas versões de lar, experiência essa imersa no mundo globalizado que faz com que sua mãe possa trabalhar fora o dia inteiro por ter alguém no caso, uma babá indiana, para acompanhar seu filho durante sua ausência. Ele observa várias diferenças entre as duas casas, os dois lares ou as duas formas de vida em família que conhece sua casa, onde vivem apenas ele e a mãe, onde geralmente sente frio e onde as refeições são rápidas e compradas pré-prontas, e a casa da Sra. Sen, que costuma estar superaquecida, onde existe uma figura feminina que passa horas preparando ou procurando alimentos adequados ao paladar dela e de seu marido. 21

22 Ranyane Melo No entanto, essa mesma indiana, ao longo do tempo, vê-se atormentada pela impossibilidade de aderir à nova cultura que lhe é apresentada, não deixando de lado os costumes do seu local de origem. Como observado anteriormente, esse período de transculturação foi uma experiência dolorosa para a Senhora Sen, o que se afina com o fato de vários autores concordarem que nunca seria totalmente indolor um processo migratório, como vemos em Porto e Torres (2005: 229): Nenhuma cultura pode absorver totalmente uma outra nem se furtar às transformações decorrentes de tal conforto. Daí decorre, em particular, o caráter transitório da cultura (i)migrante que, pela impossibilidade de se manter inalterada no espaço do outro, pode fecundá-la através de trocas criativas próprias da transcultura. Pela impossibilidade de dirigir um automóvel na nova cidade que habita, a Sra. Sen vê-se impossibilitada de realizar vários outros desejos, como o de comer peixe fresco em todas as refeições do dia, o que era seu hábito em Calcutá, na Índia. A Senhora Sen (que no conto, assim como a mãe de Eliot, não possui nome próprio) acaba por encontrar-se em um estado de exílio interior, tendo apenas como canal de relação com a outra cultura o pequeno Eliot, de quem cuida durante as tardes. Percebemos que a relação entre a mãe e a babá de Eliot praticamente não existe, essas duas mulheres vivendo em mundos diferentes, como observamos: 22

23 Diáspora e Migração (um relato de pesquisa). [...] Eliot ficava um pouco chocado ao ver sua mãe de repente, com as meias transparentes e os paletós de ombreiras que ela usava para ir ao trabalho, a espiar os cantos do apartamento da Sra. Sen. Ela costumava parar à porta, do lado de fora, e mandar Eliot calçar os tênis e pegar as suas coisas, mas a Sra. Sen não permitia tal coisa. Todas as tardes insistia com sua mãe para que entrasse e se sentasse no sofá e servia-lhe alguma coisa: um copo rosado de iogurte com xarope de rosas, uma barra de frutas cristalizadas com passas, uma tigela de halvah de semolina. [...] Sua mãe mordiscava as guloseimas olhando para cima, tentando formar uma opinião. Mantinha os joelhos bem unidos, e os saltos altos dos sapatos que jamais retirava afundando no carpete cor de pêra. Delicioso, concluía ela, largando o prato após uma ou duas garfadas. Eliot sabia que sua mãe não gostava daqueles sabores; uma vez ela lhe dissera isso no carro. (LAHIRI, p.138) Como visto neste trecho do conto, a mãe de Eliot poderia estar mostrando um certo desrespeito à cultura do outro, pois na cultura indiana, assim como na cultura japonesa, é de praxe, ao entrar em casa, seja na sua própria casa ou na casa de estranhos, deixar do lado de fora os sapatos, para não trazer nenhuma impureza da rua para seu interior. Para essas culturas (entre outras), o fato de entrar sem sapatos dentro de uma casa vai muito além da preocupações com a limpeza ou até mesmo com a higiene, indicando um respeito de ordem espiritual. Portanto, quando a mãe 23

24 Ranyane Melo de Eliot decide entrar na casa da Senhora Sen sem retirar os sapatos, ela está automaticamente burlando as fronteiras de uma cultura e devastando assim os seus costumes e fronteiras; entrando contra vontade na casa, pois seu desejo seria apenas pegar o menino no portão e sair, ela ainda desrespeita o princípio básico do outro, ao afundar seus saltos no carpete nunca antes pisado. Poderíamos levar em consideração a seguinte analogia - a mãe de Eliot, representante aqui da cultura estadunidense, defronta-se e confronta-se com a Senhora Sen, representante da cultura indiana e todas as outras culturas periodicamente marginalizadas que foram e que continuam, em parte, sendo oprimidas pelos países dominantes e por seu poderio econômico capitalista. Sendo assim, podemos pensar que a mãe do Eliot representa os EUA e toda a sua influência sobre outros países, influência essa que teria feito a Senhora Sen e o seu marido migrarem da Índia para os Estados Unidos em busca por melhoria econômica e alguma ascensão profissional. Esse é o motivo, na verdade, que leva e que levou inúmeros imigrantes a migrarem de seus locais de origem para locais tidos como prósperos em buscas por melhores condições de vida. Prosseguindo na temática sobre (e)migração da Índia para os EUA e sobre as especificidades de tais sujeitos migrantes, partiremos agora para a discussão de outro conto da coletânea de contos Intérprete de Males (2001) da escritora Jhumpa Lahiri, também intitulado Intérprete de Males, a fim de ampliar nosso foco de análise. Esse conto traz em si a história de um casal de descendentes de imigrantes indianos que partiram para os EUA e que tiveram e criaram seus filhos lá. É, pois esse casal de filhos de imigrantes, já quase completamente americanizados, que voltam de férias para a terra de origem de suas famílias, fazendo um caminho inverso do de seus pais. Neste conto de Lahiri também há um 24

25 Diáspora e Migração (um relato de pesquisa). observador detalhista, no caso, o Sr. Kapasi, um motorista de táxi e guia turístico que em suas horas vagas trabalha como intérprete para sintomas de doenças em um consultório médico. O Sr. Kapasi, desta forma, mostra-se como um ótimo e atento observador, o que vemos através da voz narrativa no conto em questão, ao observar o casal recém-chegado: [...] fisicamente eram indianos, porém vestiam-se como estrangeiros, as crianças com roupas desconfortáveis, de cores vivas, e bonés com viseiras translúcidas. (LAHIRI, 2001: 58). Percebe-se que em um olhar esse senhor já sabe tratar-se de indianos afastados, filhos de gente que emigrou e esqueceu um pouco das origens. Durante toda a viagem em seu taxi o Sr. Kapasi ficou analisando e comparando as duas culturas que ali se encontravam, pois eles eram filhos de imigrantes indianos, mas na forma de agir e de pensar eram totalmente americanizados e desligados da cultura de origem de seus pais; não eram exilados e nem imigrantes de fato, por não terem sofrido diretamente com o afastamento de sua terra natal, e nem terem vivenciado o processo de transculturação em primeiro plano. Nasceram na comodidade de terem que conviver com uma única cultura, apenas fazendo de vez em quando uma visita ao país de seus pais. Outro ponto de destaque nas observações do Sr. Kapasi é o fato do Sr. Das sempre referir-se a sua mulher pelo primeiro nome, coisa que na cultura indiana apenas pode ser feita quando o casal está a sós. Já não seguiam o habito indiano de chamarem o cônjuge em publico como marido ou esposa, nada mais além disso. Prova disso encontrase neste trecho do conto: [...] Essa é a primeira viagem de Tina à Índia, não é, Tina? Eu não preciso mais ir ao banheiro, proclamou a menina. Cadê a Mina? O Sr. Kapasi achou estranho ele se referir à esposa pelo primeiro nome ao dirigir-se à menina (LAHIRI, 2001: 60). Como visto o Sr. Kapasi, além de interpretar os males dos doentes do dialeto guzereis para o inglês e para o Indy, dialeto que por sinal, aprendeu com o seu pai, conseguiu, através 25

26 Ranyane Melo das suas observações, verificar que havia algo naquele casal que ia muito além das simples questões de diferenças culturais, que mais tarde saber-se-ia tratar-se de questões conjugais complicadas as quais o Sr. Kapasi não consegue compreender, mesmo sendo um apto intérprete. Após esses trabalhos de Jhumpa Lahiri, partimos para a análise de seu mais recente livro, intitulado Terra descansada (2009). Nosso interesse voltou-se especialmente ao conto Terra descansada, integrante desta segunda coletânea de contos da autora. Este conto traz a história de uma imigrante indiana, Ruma, que, contrariando o desejo de seus pais, decide casar-se com um americano. Após um certo tempo, ela perde a mãe, de quem era bem próxima, e o seu pai decidi embarcar em uma viagem para vários lugares do mundo, virando uma espécie de andarilho. Aliás, a temática do livro é exatamente esta destacar a importância de se plantar novas sementes em uma terra descansada, em uma terra renovada pelas mudanças, como indicado na epígrafe. Um certo dia o pai da protagonista decide reaparecer e com o seu reaparecimento surgem também todos os antigos conflitos que rondavam essa relação entre Ruma e o pai. É inevitável perceber que há temas que ressurgem ao longo da obra da autora. Se no conto A casa da Sra. Sen a questão do não uso de sapatos em casa é destacada, também nesse conto tal traço cultural surge assim que o avô indiano aproxima-se do neto: [...] Por que Dadu tirou o sapato?, perguntou Akash à Ruma. Porque assim ele fica mais à vontade. 26

27 Diáspora e Migração (um relato de pesquisa). Também quero tirar o sapato. Akash bateu com as sandálias no chão. Aquele era um dos muitos hábitos de sua criação que ela havia deixado de lado na vida adulta, sem saber quando e nem por quê. (LAHIRI, 2009: 24-25). Como visto neste trecho do conto, o filho de Ruma, ao se deparar com algo novo para ele, ou seja, com um avô que só entra descalço em casa, faz com que a mãe perceba o quão distante de tal hábito ela se encontra americanizou-se, enfim. Ruma havia sido mais próxima da mãe e não conseguia compreender bem o pai. Contudo, a vinda dele para sua casa abre seus olhos para novas perspectivas sobre a vida, sobre a Índia e sobre a família. O pai lhe traz lembranças de traços culturais que ela havia apagado em si. Ela recorda que a mãe já lhe apontara essa característica: [...] Você tem vergonha de si mesma, de ser indiana, a verdade é essa, dizia e repetia a mãe para Ruma. (LAHIRI, 2009: 40). Ao longo dessa narrativa vemos que todos os esforços de Ruma para tentar ao máximo afastar-se de sua cultura de origem e ao mesmo tempo tornar-se cada vez mais americanizada como o seu marido, tornam-se nulos, a partir do momento em que o seu pai retorna de sua viagem e consigo traz em sua bagagem não literal, mas emocional, toda a carga simbólica e cultural que há muito tempo havia sido esquecida ou sublimada por Ruma e então, a partir desse exato momento, ela e o seu filho Akash passam a cada dia a descobrir/redescobrir novos/antigos hábitos, assim, reaproximando-se da cultura indiana. 27

28 Ranyane Melo Observamos que todos esses contos refletem muito bem o impasse de ser ou não um imigrante, de tentar ou não adequar-se a uma nova cultura ou até mesmo tentar apagar sua história como descendente, filho, filha e neto de indianos, buscando partir para um universo paralelo, onde tudo seria novo, como indica Jeanpierre (2008: 187): O deslocamento não basta nem para abolir as fronteiras simbólicas entre grupos, nem para se livrar das remanescências do passado, ele permanece muitas vezes um projeto de liberação inacabado. É a partir de tal constatação que convém reformular a questão do aporte políticos dos movimentos de abandono do mundo ou de migração. A partir das constatações que desenvolvemos quanto ao material trabalhado teórica e analiticamente voltado à America do Norte, passamos a buscar diálogo com alguns textos produzidos em território nacional e sob perspectiva semelhante. Apesar da dificuldade inicial de encontrar material produzido em âmbito nacional sobre movimentos migratórios a partir de perspectivas mais contemporâneas, nosso interesse imediatamente voltou-se para a migração/imigração no Brasil, mais precisamente para a imigração japonesa no Brasil, tema desenvolvido em livro intitulado O Súdito (Banzai, Massatern!), do escritor Jorge J. Okubaro, vencedor do prêmio Jabuti (2007), livro esse que narra a história do jovem Massateru, que, aos 13 anos de idade, embarca a bordo do navio Wakasa Maru e migra com os tios do Japão para o Brasil com o intuito de deixar para trás as dificuldade da sua terra natal e 28

29 Diáspora e Migração (um relato de pesquisa). realizar o sonho de ter prosperidade, ainda que em uma terra distante. Com isso, vemos que o que trouxe o jovem Massateru e a sua família para o Brasil foram as mesmas questões que regem as principais motivações para a migração (voluntária ou não) de um indivíduo ou de um grupo de indivíduos de um lugar para o outro. Questões essas que Hall (2003) destaca em relação as principais motivações para deslocamentos do tipo: A pobreza, o subdesenvolvimento, a falta de oportunidades os legados do Império em toda parte - podem forçar as pessoas a migrar, o que causa o espalhamento a dispersão. Mas cada disseminação carrega consigo a promessa do retorno redentor (HALL, 2003: 28). E como veremos nessa narrativa de Okubaro, assim como a grande maioria dos imigrantes buscaram partir para um local no qual se possa ter mais oportunidades, podendo ser esse fluxo de migração do campo para a cidade ou de um país para outro, em ambos os casos a grande maioria dos imigrantes pensa em retornar para seus locais de origem assim que conseguirem obter a tão desejada prosperidade que foram buscar bem longe e que nem sempre alcançam. A promessa do retorno redentor pode não acontecer e, se acontecer, nem sempre o migrante traz consigo uma situação melhor do que era sua situação ao partir, como podemos ver no trecho que abre a narrativa em foco: [...] Colher café no Brasil era o caminho mais rápido para alcançar a riqueza que sua terra insistia em negar a sua família verdadeira. Ficaria rico em pouco tempo, sonhava, para voltar depressa ao encontro de seus pais e, com o dinheiro poupado, tornar-lhes menos penosa a sobrevivência (OKUBARO, p.25). Esse trecho da narração nos mostra um dos principais objetivos de grande parte dos indivíduos que migraram a partir da segunda metade do século XIX, quando muitas pessoas tiveram que deixar seus locais de origem por falta de recursos. No caso específico do Brasil, com a abolição da escravatura foi decidido que se iria convocar pessoas da Europa 29

30 Ranyane Melo para trabalhar nas fazendas de café. Mas, no entanto, com as péssimas condições de trabalho e de vida atribuída aos imigrantes europeus, alguns países da Europa como a França e a Itália resolveram então impedir a vinda de seus cidadãos para trabalharem nas fazendas de café no Brasil. Com isso, e após a abolição da escravatura, apenas restou uma única solução ao Brasil, que seria buscar mão de obra em países asiáticos. E assim se sucedeu quando em 1907 o governo brasileiro emitiu uma lei que permitia e até certo ponto incentivava a migração de japoneses para o Brasil. E como comenta FARIA (2009: 32): Foram distribuídos no Japão diversos folhetos que prometiam trabalho e dinheiro. Despertou-se um interesse geral devido à falta de empregos no país oriental na época. E, finalmente em 1908, desembarca no Brasil o Kasato Maru o primeiro navio que trazia a primeira leva de imigrantes japoneses para o Brasil; assim começa a história da imigração japonesa no Brasil. A partir de agora mostraremos como a relação da imigração japonesa para o Brasil dialoga com o romance do escritor Jorge. J. Okubaro em todos os seus aspectos, culturais, sociais e históricos. Tudo começa quando o jovem Massateru, então com 13 anos de idade, resolve embarcar com os seus tios no navio Wakasa Maru em 1918, dez anos após a primeira expedição de imigrantes japoneses para o Brasil. No entanto, a decisão de emigrar nem sempre é algo fácil ou simples de se concretizar, como aponta Nogueira (1984: 15): Entretanto, o homem não se dispõe a mudar com facilidade. Isto porque o ser humano de certa forma sente-se preso por mil laços invisíveis ao lugar onde nasceu, isto é, à sua 30

31 Diáspora e Migração (um relato de pesquisa). pátria, ao seu estado, ao seu município, ao seu lar, à sua família, à sua casa, a seus amigos e vizinhos e, sobretudo, às tradições e hábitos herdados de seus pais. Assim sendo, somente razões extremamente fortes conseguem arrancar o homem de suas raízes. Após passar por diversos dias em um navio, Massateru e os tios, acompanhados de mais uma leva de imigrantes, finalmente conseguiram desembarcar no Porto de Santos, litoral de São Paulo. Para eles, aquele seria o término de um período de sofrimento e o prenúncio de uma nova vida. Uma vida agora repleta de sonhos e de esperanças como nunca antes vividos, o que se vislumbra no seguinte trecho do romance. [...] Parecia o fim de um pesadelo, que ele suportava resignadamente até agora porque, diziam-lhe, era o preço e o prenúncio de uma vida de sonhos que começava em seguida. Acreditou. (OKUBARO, p.23). Logo no inicio ele e os outros imigrantes começaram a sentir que as coisas não seriam tão fáceis como haviam imaginado ao sair de Okinawa; essas dificuldades e estranhamentos tomaram forma assim que ele e os tios chegaram à hospedagem dos imigrantes, um local reservado para aqueles destinados a trabalhar nos cafezais e que de lá seriam distribuídos pelas diversas fazendas de café do estado de São Paulo. Vemos como é representado esse choque cultural logo na chegada desses imigrantes neste trecho da narrativa: [...] O arroz, esse alimento tão importante, maltratado desse jeito! Engordurado, solto, desagregado, com sabor ruim. Por que não fizeram gohan? Queixou-se Massateru. 31

32 Ranyane Melo Disseram-lhe que, misturado com feijão, o sabor melhorava muito. Tentou. Mas o feijão tinha um gosto ainda mais marcante, estranho, também fortemente gorduroso. Comeu pouco dessa mistura. Mas gostou da carne, que raras vezes tivera oportunidade de comer. Sentiu falta da comida de casa. Ainda não sabia, mas dali em diante sentiria falta de muitas outras coisas. Até de sonhos. (OKUBARO, p.79). Como apresentado nesse trecho da narrativa, Massateru e os outros imigrantes, assim que chegaram ao alojamento, já puderam sentir as diferenças entre sua terra natal e o lugar para onde emigraram. As diferenças entre esses dois espaços ia muito além de apenas a diferença no modo de preparar os alimentos, a forma de dormir e o modo de adoração, como se referem Porto e Torres (2005) O ser migrante se situaria no espaço entre duas línguas, duas culturas, duas memórias culturais (PORTO, 2000 apud PORTO e TORRES, 2005: 231). Desse modo, Massateru aos poucos começa a perceber que o sonho de partir para uma terra distante e desse modo conseguir prosperidade para os membros da sua família que ficaram no Japão não seria tarefa fácil de realizar. Ditava a tradição oriental da época que o filho primogênito seria sempre o filho que cuidaria de seus pais e que manteria o rito de adoração aos seus antepassados (rito esse que para eles era como uma religião). Por isso foi permitido a Massateru partir, pois ele, como segundo filho daquela família, não tinha tantos deveres como o filho primogênito para com a geração anterior. Ele e os outros imigrantes que embarcaram em sua companhia passaram uma temporada na pousada do imigrante, aprenderam um pouco do que seriam suas novas funções, e, ao mesmo tempo, deveriam acostumar-se um 32

33 Diáspora e Migração (um relato de pesquisa). pouco com a língua portuguesa (que era totalmente diferente da sua língua materna), a comida brasileira (como visto no trecho anterior) e a cultura (que era totalmente inusitada para eles). Então após essa temporada nessa hospedagem e após terem aprendido todas essas coisas, finalmente era chegada a hora de partir, mas agora de partir para as fazendas de cafezais repletos de frutos prontos para serem colhidos por esses imigrantes, como vemos no trecho a seguir: [...] Era estimulante para os imigrantes chegar numa época de trabalho intenso e rendoso, pois sua remuneração era determinada pela quantidade de café que conseguiam colher. Ficavam com a sensação de que não tinham sido enganados quando lhes disseram que era só estender os braços para recolher dinheiro na forma de café em grão. (OKUBARO, p.87). Dinheiro na forma de grãos, era isso que o café representava para esses imigrantes, e era para colher toda essa riqueza que eles vierem de tão longe e passaram por todas as tribulações durante a longa viagem a bordo do navio Wakasa Maru. Mas, como veremos a seguir, a tão sonhada prosperidade não vinha de forma fácil, nem para esses guerreiros imigrantes: [...] Os primeiros grãos de café que conseguiram colher provocaram-lhes sensações muito ruins. Os galhos ainda estavam úmidos e gelados, 33

34 Ranyane Melo apesar de não ter geado naquela manhã, isso congelava as mãos, que iam perdendo sensibilidade. Os dedos, a palma e o dorso da mão se esfolavam, mas eles quase não sentiam. O quase congelamento das mãos fazia o trabalho render mais, pois, sem sentir dor, colhiam de maneira intensa. (OKUBARO, p.88) Após passarem por essas primeiras experiências nos cafezais, os imigrantes e principalmente Taru, o tio de Massateru, já começavam a sentir falta de sua casa e pensava mesmo intimamente em regressar a sua terra natal, mesmo sem retornar com o dinheiro e a prosperidade que viera aqui buscar, como lemos: [...] Nunca tinham imaginado que a vida de imigrante fosse daquele jeito. Se soubesse, não teria vindo, arrependeu-se várias vezes Taru, embora nunca tivesse dito isso à mulher e ao sobrinho, para não lhes instilar tão depressa o desejo de regressar (OKUBARO, p.91). Vários outros imigrantes japoneses passaram a ficar decepcionados com a escolha que fizeram, pois diferentemente do que lhes fora prometido no Japão, começaram a perceber que demoraria mais do que imaginaram para conseguirem poupar um pouco de dinheiro. Como bem observa a teórica Woodward (2006), a migração é um processo característico da desigualdade em termos de desenvolvimento (WOODWARD, 2006: 21). Exatamente por isso fica sempre mais difícil desconstruir essa ideia de que o subordinado conseguirá tanto ou mais subsídios do que o seu subordinador, como lemos no trecho a seguir do romance em tela: 34

35 Diáspora e Migração (um relato de pesquisa). [...] Trabalhavam duro, passavam por privações, economizavam quanto podiam e, quando pensavam dispor de algum dinheiro para poupar fosse para levar de volta para o Japão ou para melhorar de vida no Brasil -, descobriam que do parco valor a que tinham direito por tudo o que haviam feito era preciso descontar o vale, ou a ordem, como se dizia na fazenda. (OKUBARO, 2008: 92). Dessa forma, os imigrantes trabalhavam duro o máximo que conseguissem para juntar o dinheiro a fim de que pudessem regressar logo a sua terra natal. E um dos fatores que os ajudava e muito nesse processo era o fato de, diferentemente dos outros colonos da fazenda, não irem à igreja aos domingos, pois eles não eram cristãos e os seus ritos de adoração, como já citado anteriormente, limitavam-se, primeiro ao culto ao imperador, algo já forte quando embarcaram nos navios que os trouxeram para o Brasil e que foi se fortalecendo à medida que o Japão acumulava vitórias militares e se preparava para expandir seus domínios no Oriente (OKUBARO, p.99). Além disso, havia a adoração aos seus ancestrais que já haviam morrido, mas que ainda podiam ser ouvidos pelos que acreditavam, o que os ajudava a enfrentar as dificuldades do dia-a-dia. Também por isso os imigrantes possuíam em seus lares um altar no qual podiam oferecer comidas e bebidas a seus antepassados mortos, pois, como eles mesmos acreditavam, esses seres também sentiam as mesmas necessidades dos vivos. E dessa forma esses imigrantes viviam e adoravam sem a obrigação de irem à igreja aos domingos como os outros colonos faziam, trabalhando até mais no dia considerado como sagrado pelos ocidentais, conforme destacado nesta passagem: 35

36 Ranyane Melo [...] Sem a obrigação de ir à igreja aos domingos, os japoneses trabalhavam sem descanso, de segunda a segunda, o que, para muitos europeus e brasileiros, podia ser um mal para os fazendeiros. Se os japoneses podiam trabalhar tanto, porque os outros não podiam também? Os colonos de origem ocidental não conseguiam entender que os japoneses faziam isso não para afrontá-los, desafiá-los ou indispô-los com a administração da fazenda, mas para de maneira ilusória, como Massateru já percebera ganhar dinheiro e voltar o mais depressa possível para a sua terra natal. (OKUBARO, 2008:102-03) Com essa e outras diferenças entre os colonos japoneses das fazendas de café e os outros colonos brasileiros e europeus, começou-se a perceber um certo distanciamento entre esses grupos, como ressalta vemos a seguir: Quando um grupo minoritário, por exemplo, fecha-se e procura manter suas próprias características culturais, a marginalidade deixa de ser individual e passa a ser grupal. É o que se denomina quisto social. Portanto, ele existe em função das diferenças culturais. Na verdade o aspecto racial apenas facilita a discriminação, mas é acidental no processo, já que o problema real é o da diferença cultural ou de aculturação. (NOGUEIRA, 1984: 153) 36

37 Diáspora e Migração (um relato de pesquisa). Portanto, essas fronteiras e barreiras impostas por esses colonos fizeram com que os imigrantes de origem oriental começassem a se agruparem em guetos. Contudo, como bem observado por Umberto Eco e reafirmado por Porto e Torres (2005), essa separação total não resiste por muito tempo: E se na imigração, os povos podem pensar em manter os imigrantes em um gueto para que não se misturem com os nativos, no caso da migração, não há mais guetos e a mestiçagem é incontrolável. (ECO, 1998: 109 apud PORTO e TORRES, 2005: 227). E como visto, esses guetos que foram constituídos naquela época, anos mais tarde tornar-se-iam grandes colônias, como é o exemplo do bairro da Liberdade em São Paulo. Ainda que separados, esses imigrantes sempre conseguem encontrar um meio pelo qual possam cultuar a sua cultura e assim não sentirem-se, menos japoneses do que os que permaneceram em sua terra natal. Contudo, no período da vinda dos japoneses no início do século XX certamente havia um sentimento nacionalista forte, que foi resgatado por aqueles imigrantes, assim como vemos neste trecho: [...] Além da diferença de língua, esses [diferente religião e o culto de adoração ao imperador] eram outros fatores que distanciavam os japoneses dos demais colonos, isolando-os ainda mais e, desse modo, reforçando sua tendência a se fechar dentro de seu grupo étnico, o que fortalecia seu orgulho nacionalista. (OKUBARO, p.103). 37

38 Ranyane Melo E é esse sentimento nacionalista que é definido por Said (2003) como uma declaração de pertencimento a um lugar, a um povo, a uma herança cultural. Ele [o nacionalismo] afirma uma pátria criada por uma comunidade de língua, cultura e costumes e, que ao fazê-lo, rechaça o exílio e luta para evitar os seus estragos. Como efeito, a interação entre nacionalismo e exílio funciona como a dialética hegeliana do senhor e do escravo, opostos que informam e constituem um ao outro (SAID, 2003: 49). Sendo assim, esse sentimento nacionalista os ajudou não apenas a continuarem firmes no seu propósito de trabalharem duro para adquirirem o dinheiro suficiente a fim de um dia retornarem a sua pátria mãe, mas como também para conseguirem de uma forma ou de outra preservarem o Yamato damashii (o espírito Japonês) entre eles como vemos nesses dois trechos: [...] Sou um verdadeiro japonês e um dia voltarei para o meu país. As dificuldades de hoje são passageiras, pesava. Era uma maneira conveniente de encarar a vida aqui. Ajudava a suportá-la e realimentava o sonho do retorno à pátria. (OKUBARO, 2008:105). [...] Mesmo diante de tantos problemas, ele tinha orgulho de ser japonês. Era muito autoconfiante, como eram também os demais imigrantes, em sua imensa maioria. Todos tinham a convicção de que seriam capazes de enfrentar e vencer as adversidades. Tinham essa certeza por estarem imbuídos do Yamato damashii, o espírito japonês, um valor de que a imensa maioria deles não abriria mão, nem mesmo nos momentos politicamente mais 38

39 Diáspora e Migração (um relato de pesquisa). adversos para eles e em particular para seu país, como os que ocorreriam algumas décadas depois, com a derrota na segunda Guerra. (OKUBARO, 2008:101). Um outro fator que também influenciou e muito nessa relação de segregação entre os colonos orientais e os outros colonos das fazendas de café, foi o fato de a maioria dos colonos orientais não possuírem ou terem pouco domínio da língua portuguesa, o que dificultava muito a troca de informações e a possibilidade de construírem uma maior interação com os colonos nativos, como nos explica Nogueira (1984: 153): Todo imigrante é portador de elementos culturais recebidos em sua terra natal e que irão forçosamente entrar em contato com aqueles vigentes no país receptor. Nessa ocasião a língua desempenha papel fundamental. O que ocorre frequentemente é que as crianças aprendem mais rapidamente a língua e com isso inteiramse mais facilmente dos hábitos e costumes do novo habitat. No entanto, diferentemente do dito por Nogueira (1984) na citação anterior, Massateru não tinha facilidade em aprender o português e nem tinha o interesse em aprender esse idioma, mesmo que tal domínio poderia ajudá-lo muito na interação com os nativos do país que agora os acolhera, como é nos apresentado neste trecho: [...] A língua continuava sendo um grande obstáculo 39

40 Ranyane Melo para a interação dessas famílias japonesas com os brasileiros e os imigrantes ocidentais. Nem Massateru, o mais jovem desse grupo, estava interessado em aprender de maneira adequada o português (OKUBARO, p.119). Um outro fator que também corroborou ainda mais para essa segregação entre os imigrantes, foi a diferença existente entre os próprios imigrantes que chegaram para o Brasil, pois em sua terra natal já havia uma segregação histórica entre dois grupos principais os Okinawanos e todo o resto dos japoneses das demais províncias. Como visto nessa passagem do texto: [...] Os imigrantes vindos de Okinawa eram, geralmente, mais simples que os outros japoneses, tinham hábitos mais rústicos que os dos originários das demais províncias. Mesmos estes, porém, tiveram de abandonar no Brasil o refinamento que eventualmente possuíam em sua terra natal (OKUBARO, 2008: 118). Como visto neste trecho da narração, mesmo fora de seus locais de origem, os imigrantes trazem consigo também muitas cargas culturais e pré (conceitos) que os cercavam em sua terra natal e que ainda aparecem em solo estrangeiro, como apontado por Jeanpierre (2008) Quando acreditamos que ultrapassamos fronteiras, que nos desembaraçamos das hierarquias locais, outras fronteiras aparecem entre os próprios migrantes, que, apesar das solidariedades comunitárias e das origens semelhantes, acabam se separando entre si (JEANPIERRE, 2008: 189). Mas, como observado, depois de um tempo essas diferenças entres membros de um mesmo grupo etnológico acabam se não desaparecendo, mas sendo atenuadas, aumentando, assim, a união entre um mesmo grupo de indivíduos originários de um mesmo local e que por diversas circunstancias encontram-se em uma mesma situação, ou seja, neste caso, situação de imigração. No entanto, esses imigrantes, ao longo do tempo, foram percebendo que o seu 40

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