Fome de quê? Daniela Goulart Pestana

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1 Fome de quê? Daniela Goulart Pestana O trabalho a seguir fruto de um Cartel sobre sintomas alimentares, propõe a ser uma reflexão dos transtornos alimentares mais comuns de nossa contemporaneidade. O eixo de sustentação do texto procura pensar além da fome como função de nutrição, destinando-se aos famintos da alma, aos que sofrem de um mal-estar sem saber expressá-lo, a não ser elegendo a boca como órgão princeps a suportar o que não cessa de não se inscrever. Esse trabalho teve como nascedouro o consultório, ouvindo o dia a dia o sofrimento de analisandos onde pude perceber que os sintomas alimentares ali decorrentes, na verdade, traduziam profunda angústia e desamparo. Ouvir esses sintomas relacionados à pulsão oral, ao que há de mais primitivo no vínculo do sujeito com o Outro é tarefa árdua, cuja posição ética do analista em relação à dor de existir dos pacientes depende todo o tratamento. O que caracteriza essas patologias? Diana S. Rabinovich em seu livro: Clínica da Pulsão: As impulsões. Responde que essas, deveriam ser chamadas de patologias do ato, não do sentido do ato logrado como a do ato falho, mas no outro sentido que Lacan dá ao ato. Isto é, só há ato com um Outro. Observamos nesses pacientes que há certa satisfação visível a que não podem renunciar. Lacan contribui: O modo como cada sujeito sofre em sua relação com o gozo na medida em que só se insere na relação com o gozo através do mais-de gozar é o sintoma. O tema a respeito dos transtornos alimentares é delicado e multidisciplinar, envolvendo um conjunto de profissionais dos diversos campos do saber, sobretudo, o da psicanálise e da medicina. A necessidade imperiosa de que os pacientes se sintam acolhidos em 1

2 seus sofrimentos é para que consigam suportar o árduo caminho em direção a uma mudança radical de posição subjetiva. Essa é a aposta do analista. Fome palavra cujo sentido é portador de equívoco, comer é algo que fazemos, tendo fome ou não. Porém, para além da fome e da necessidade de saciá-la, existem razões que giram em torno do ato de comer, remetendo-nos ao campo das trocas subjetivas que se expressam dos modos mais diversos nas diferentes culturas. O texto visa investigar exatamente esse aspecto: Você tem fome de quê 1? A compulsão alimentar é uma demanda ao Outro, súplica de reconhecimento, ao mesmo tempo em que é a marca da presença desse Outro. Na bulimia trata-se da perda do controle sobre a função alimentar, já na anorexia, o sujeito come nada, onde existe uma mostração que dá a ver um corpo esquelético por não conseguir colocar o Outro em falta, sendo o corpo um objeto. Tomar o corpo como objeto de interrogação exige que formulemos de que corpo se trata? O corpo orgânico ou o corpo significante? Neste caso, trata-se de falar de um corpo atravessado pelo significante. O corpo ao qual nos referimos é um corpo marcado pela linguagem. Isto quer dizer que o corpo que temos a ilusão de dominar não se submete inteiramente à nossa demanda, obedecendo aos caprichos de uma vontade que não cede, apresentando-se estranho a nós mesmo. Aqui é o lugar subjetivo destinado ao alimento, o objeto investigativo. Lugar esse que deixa de ser da ordem da necessidade para tornar-se uma demanda. Cito Lacan: A demanda em si refere-se a algo distinto da satisfação que clama...[...] O desejo não é, portanto, nem o apetite de satisfação, nem a demanda de amor, mas a diferença que resulta da subtração do primeiro à segunda, o próprio fenômeno de sua fenda. 2 1 Música Comida Composição: Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Brito. 2 LACAN, J. Escritos. A significação do falo. 1998, p

3 Portanto, os caminhos que vão da necessidade ao desejo passando pelos desfiladeiros da demanda tão cruciais ao entendimento da relação do homem com o alimento, esclarecem que este, encontram-se submetidos ao campo das trocas simbólicas, afastando assim, o que é da ordem da natureza. Como já vimos, o ato de comer origina uma série de questões que vão muito além do que é da ordem da sobrevivência, nos reenviando as questões inconscientes, oriundas das relações primordiais do sujeito com o Outro, isso é o que se encontra em causa. No ato de alimentar e ser alimentado, o que vai não é o mesmo que vem, instaurando o desencontro, momento em que se abre uma hiância e a boca fecha, notamos aí que uma dificuldade se coloca comprometendo de sobremaneira o espaço do desejo. Daí a célebre frase de Lacan encontrar eco: (...) eu te peço que recuses o que te ofereço... não é isso... quer dizer que no desejo de todo pedido, não há senão a requerência do objeto a, do objeto que viria satisfazer o gozo. 3 Considerando a sinalização, observamos que um desvio se opera sobre a necessidade, a demanda impõe àquela um submetimento que surge como alienação. É a pulsão oral que permite que o bebê estabeleça com o Outro uma relação. Na organização da boca como circuito pulsional, encontramos um curto circuito nesse apelo que se faz tropegamente, instala-se uma fixação, temos a anorexia e a bulimia como exemplos. Freud sinaliza que um dos obstáculos maiores à finalização da análise, é o problema da adesividade da libido, a fixação ao objeto pulsional, o problema do quantum de fixação, trata-se da questão energética. A disfunção por nós observada em relação ao orifício onde houve fixação é de grande valor, indicativo na direção da cura, sinalizando a necessidade de passagem aos demais orifícios corporais. 3 LACAN, J. O Seminário, livro 20 Mais, ainda. P

4 Freqüentemente, o privilegio por determinado orifício, encontra-se na razão direta da demanda da mãe sobre a criança. O que a criança oferece ao Outro é uma boca insaciável ou saciada, um ânus preso ou diarréico, um olhar apático ou vivo... traduz o investimento que vem do campo do Outro, privilegiando esse ou aquele orifício e montando um campo de fixidez, quando no apelo não há margem para separação. Vemos na clínica que quando essas etapas são interrompidas ou perturbadas pela excessiva invasão do Outro, a criança freqüentemente se desestabiliza, sendo a pulsão o órgão responsável pelo circuito da demanda que permite separar desejo e gozo, de um gozo mortífero. Sabemos que a psicanálise é o melhor caminho para lidar com a força avassaladora da pulsão, oferecendo a possibilidade de fazer um trabalho de simbolização, construção de um lugar onde se possa encontrar outra satisfação, desalojando a compulsão, deslocando algo do gozo para o discurso. Dizemos que a compulsão só acaba, quando o sujeito não se ocupa mais de preencher o vazio existencial, ou seja, quando aceita a falta, não tendo mais a necessidade de tamponá-la. Trabalho que implica a queda de ilusões, a destituição fantasmática e, sobretudo, de construção de um saber capaz de amparar o sujeito tendo em vista o desamparo fundante que o assola. Vinheta clínica: J. é uma moça jovem vem em busca da análise, queixando se de que passou de um episódio de anorexia pesando 42 kilos, à uma bulimia pesando 81 kilos. Sobre isso comenta: Foi dessa forma maluca que consegui que minha mãe olhasse para mim. Finalizo com uma citação de Quinet: O sintoma é aquilo que o sujeito tem de mais particular na medida em que faz a conjunção entre o gozo individual e específico do sujeito e as 4

5 cadeias simbólicas constituídas pelos significantes do Outro, ou melhor, os significantes que lha couberam de sua lalígua. 4 Referências Bibliográfica FREUD, S. Inibição, sintoma e angústia. (1925{1925}). Obras Completas. Rio de Janeiro. LACAN, J. O Seminário, livro 4. A relação de objeto. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Editor, O Seminário, livro 20. Mais, ainda. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Editor, O Seminário, livro 10. A angústia. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Editor, Escritos. Subversão do sujeito e dialética do desejo no inconsciente freudiano. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Editor QUINET, Antônio. A descoberta do inconsciente. Rio de Janeiro. Jorge Zahar, RABINOVICH, Diana, S. Clínica da Pulsão - as impulsões. Editor José Nazar Rio de Janeiro: Cia de Freud, QUINET, A. A descoberta do inconsciente, p

6 ARTIGO Marcel Czermark O Discurso liga os Orgãos em Função. In : A pulsão na psicose. 6

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