Imunização de Cães e Gatos
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- Victor Gabriel Regueira de Sousa
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1 Imunização de Cães e Gatos
2 Imunização pré-requisitos básicos 1) Animal saudável suscetível capaz de responder 2) Uma vacina potente, viável e segura 3) Aplicação apropriada Quando uma vacina aparenta ter falhado é porque um ou mais destes pré-requisitos não foram cumpridos.
3 Quando o animal é a fonte do problema Se a resposta imune normal for suprimida devido algum distúrbio no metabolismo de proteínas. Imunossupressão desta natureza pode ser causada por uma alta carga parasitária, estresse de transporte, fadiga, prenhez ou calor / frio extremo A imunização passiva prévia de um animal jovem que recebeu anticorpos maternais causará interferência na imunização, via vacinação
4 Quando o animal é a fonte do problema Se o animal já estiver incubando a doença, ou seja, a vacina foi aplicada tarde demais (lembrar que vacina é apenas uma prevenção Se o animal for incapaz de desenvolver uma resposta imune, pois ele é geneticamente incapaz de responder ou porque ele nasceu imunotolerante
5 Quando o animal é a fonte do problema Tratamento concomitante com outras drogas, tais como corticosteróides, o sistema imune pode não estar hábil para reagir contra o antígeno, pois a resposta imune está suprimida
6 Quando a vacina é a fonte do problema Vacina inviável ou insuficientemente potente para estimular uma resposta protetora Mudança do antígeno animal pelo decorrer dos anos, sem a atualização de novas cepas virais Estes eventos são raros de acontecer devido ao controle pelos órgãos regulamentadores do país
7 Quando a aplicação é a fonte do problema A estocagem deve ser feita de acordo com o rótulo, para que a vacina mantenha sua potência até a data de validade O manuseio da vacina, agulha e seringa podem influenciar a eficácia e segurança da vacina A aplicação deve ser feita apenas pelas vias especificadas nas instruções da embalagem. O tipo de injeção e o local de aplicação afetam a taxa de absorção e o nível de resposta imune
8 Quando a aplicação é a fonte do problema Entre outros problemas pode ocorrer a morte de uma vacina viva como resultado de um mau armazenamento, do uso de antibióticos em conjunto com as vacinas bacterianas vivas, do uso de produtos químicos para esterilizar as seringas ou do uso excessivo de álcool enquanto se desinfeta a pele.
9 Tipos de Vacinas Muitas vacinas são feitas com microorganismos vivos tais como vírus ou bactérias que foram modificados ou atenuados para serem menos prejudiciais ou não-virulentos quando inoculados mas ainda assim serem capazes de induzirem proteção. Em outros casos, microorganismos, quando mortos ou inativados, podem permanecer imunogênicos, mas não se multiplicarem depois da injeção.
10 Tipos de Vacinas Replicantes (ou vivas-atenuadas) Não-replicantes (mortas). Estes dois tipos podem ser subdivididos dependendo se o microorganismo completo é usado na sua forma natural ou nativa, ou se algum componente ou componentes do microorganismo são usados, ou se foram aplicadas tecnologias inovadoras como a recombinação genética. Para conveniência de uso muitas vacinas contém mais de um microorganismo e são chamadas vacinas combinadas
11 Vacinas replicantes (vivas-atenuadas) Usadas freqüentemente em vacinas a vírus O microorganismo da vacina, ou uma forma recombinante, ou partes específicas de seu material genético (vacina de DNA) multiplicam-se em células selecionadas do hospedeiro vacinado Atenuação é o processo pelo qual a virulência (danos, patogenicidade) do microorganismo patogênico é reduzida para um nível "seguro" (avirulento) sem destruir sua capacidade de estimular uma resposta imune
12 Exemplos de Vacinas Vivas Cinomose IBR (bovinos) Brucelose (bovinos) Doença de Marek (aves) Erisipela (também morta) (suínos)
13 Vacinas não replicantes (morta) As vacinas inativadas contêm microorganismos que foram tratados de forma que não são mais capazes de se multiplicarem, ou produzirem efeitos prejudiciais nas células ou tecidos do hospedeiro vacinado.
14 Vacinas não replicantes Técnicas do processo de inativação incluem calor, substâncias químicas (ex. formol) e irradiação Bom equilíbrio entre perda de virulência (desejada) e perda de imunogenicidade (não desejada)
15 Exemplos de Vacinas Mortas Raiva (também viva) Febre Aftosa (bovinos, etc.) Leptospirose (cães) Gripe (eqüinos, humanos) E. coli (bovinos, suínos)
16 Vacinas combinadas (multiplas) Vacinas de dose única contêm antígenos de microorganismos diferentes e/ou cepas múltiplas (sorotipos ou variantes) do mesmo microorganismo (ex. vacinas do E. coli, vacinas de clostridioses) A dose pode ser combinada durante a fabricação, ou imediatamente antes da aplicação (ex. reconstituindo uma vacina liofilizada com uma vacina líquida compatível)
17 Exemplos de Vacinas combinadas Vacina para cães contendo: cinomose, hepatite, leptospirose, parvovírus, parainfluenza Vacina para bovinos contendo: IBR, BVD, BRSV, PI3, Haemophilus somnus, Mannheimia (Pasteurella) haemolytica, Pasteurella multocida
18 ADJUVANTE ("AJUDANTE") Um imunomodulador é qualquer material ou substância que altera o tipo, a velocidade, a intensidade ou a duração da resposta imune. Adjuvantes são imunomoduladores como as citocinas Gaston Ramon, veterinário francês, descobriu durante a década de 1920, que combinar o toxóide do tétano ou o toxóide da difteria com uma variedade de substâncias (inclusive tapioca, lecitina, óleo, saponina ou até mesmo farelo de pão) aumentava a resposta das antitoxinas (anticorpos) em magnitude e duração
19 ADJUVANTE ("AJUDANTE") Um veículo para transportar o antígeno para os locais de resposta imune e/ou para atuar como um depósito de armazenagem e liberação gradual dos antígenos Um estimulador do sistema imune: ele pode não ser específico; é o que acontece com a ação irritante de adjuvantes, inclusive óleos e saponinas, que encorajam as células apresentadoras de antígenos como, por exemplo, os macrófagos, a migrarem para o local de depósito do antígeno Ou ele pode ser uma regulação superior mais específica da resposta imune, como a que é feita pelas citocinas
20 VANTAGENS DOS ADJUVANTES Aceleram a resposta imune - imunidade precoce Aumentam o nível da resposta imune Ampliam a resposta imune
21 VANTAGENS DOS ADJUVANTES Aumentam a resposta das células de memória, prolongando a imunidade A liberação prolongada do antígeno a partir do local protegido de depósito do adjuvante pode evitar a inativação do antígeno pelos anticorpos maternos em animais jovens
22 DESVANTAGENS DOS ADJUVANTES A atividade inflamatória e irritante de alguns adjuvantes causa: Inchaço Dor Inflamação crônica no local da injeção Lesões na carcaça de animais para abate Hipersensibilidade devido à estimulação excessiva do sistema imune
23 CLASSES DE ADJUVANTES Emulsões oleosas Compostos minerais Produto bacteriano Saponinas ISCOMS (Complexos Imunoestimulantes) Lipossomas Micropartículas Citocinas
24 Vias de administração Não injetáveis Vias disponíveis Injetáveis
25 Não injetaveis Oral Ração: antígeno liofilizado usado como um aditivo no alimento Água: vacina liofilizada reconstituída e adicionada à água para beber, ou solução hipotônica (vacinas de peixes)
26 Não injetaveis Intranasal ou intra-ocular (inclusive aerossol) Vacina transdérmica (experimental) é aplicada na pele com um carreador que a transporta através da epiderme para dentro da circulação linfática; é bastante promissora
27 Vacinas injetáveis Intramuscular (no músculo) Subcutânea (no tecido conjuntivo laxo debaixo da pele) Intradérmica (na derme) Intraperitoneal (na cavidade peritoneal) No ovo (no ovo ou embrião) Intravenosa (na circulação sangüínea através de uma veia)
28 ESTRATEGIAS DE VACINAÇÃO Dois tipos principais de resposta imune Resposta Imune Primária: Dose sensibilizadora Resposta Imune Secundária: Dose de reforço "booster" (normalmente 2-4 semanas depois da primária) Mais rápida, maior e mais longa
29 Vacinação Primária e Secundária
30 IMPORTÂNCIA DA IDADE Animais recém-nascidos de algumas espécies podem ter um sistema imune imaturo isto é, filhotes de cães com < 6 semanas de idade têm menor resposta imune mediada por células Anticorpos maternos, transferidos principalmente via colostro, bloqueiam, freqüentemente, tentativas de estimulação da imunidade ativa
31 PORQUE AS VACINAS FALHAM? Fabricação Causa improvável devido às exigências legais (ex. U.S. 9CFR regulations) e boas práticas de fabricação (GMP), além dos testes de garantia de qualidade em todas as fases Contaminação não detectada raramente passa pelos procedimentos dos testes Ameaça teórica de um contaminante novo e desconhecido para o qual não há nenhum teste
32 PORQUE AS VACINAS FALHAM? ARMAZENAGEM: Manejo impräprio da vacina pode destruir ou diminuir a potåncia ex. temperatura elevada, luz ultravioleta, congelamento e descongelamento - destroem especialmente as vacinas com adjuvantes adsorvidos e vacinas bacterianas de células completas
33 PORQUE AS VACINAS FALHAM? Estratégia Inadequada Não se deveria depender SÓ da vacinação para o controle de doenças Deve-se prestar atenção na melhoria das instalações da população mais próxima seja ela um rebanho leiteiro, lote de engorda, maternidade ou canil
34 PORQUE AS VACINAS FALHAM? Fatores que reduzem o estresse e o nível do desafio infeccioso são importantes Os programas de vacinação deveriam, sempre que possível, combinar as instruções da bula com a prática Vacinas dão melhor resultado quando é vacinada uma proporção elevada da população
35 PORQUE AS VACINAS FALHAM? Erro humano Aplicação inadequada Vacina não aplicada, ou por engano ou por falta de vontade, Vacina aplicada no momento errado Dose incorreta, (subdosagem) Manejo deficiente, (deixá-la sob luz)
36 PORQUE AS VACINAS FALHAM? Erro humano Aplicação inadequada Permitir que o desinfetante (ex. álcool) da pele ou da seringa/agulha entre em contato com uma vacina viva a vírus, Vacinar em tecido adiposo ou outro local pouco vascularizado
37 PORQUE AS VACINAS FALHAM? Falhas de equipamento ex. seringa automática mal calibrada
38 PORQUE AS VACINAS FALHAM? Antigenos inadequados Em doenças causadas por múltiplos microorganismos, quer variantes (como E. coli ou vírus da gripe) quer cepas múltiplas (sorotipos), a vacina pode não controlar os sorotipos apropriados e não induzir proteção cruzada suficiente.
39 PORQUE AS VACINAS FALHAM? Anticorpos maternos Anticorpos maternos específicos para os antígenos da vacina podem "neutralizar" ou bloquear aqueles antígenos, impedindo o seu processamento por células apresentadoras de antígenos e bloqueando uma resposta imune à vacina A extensão de tal bloqueio depende da concentração relativa de antígenos e anticorpos maternos
40 PORQUE AS VACINAS FALHAM? Anticorpos maternos Os anticorpos maternos em recém-nascidos atingem o seu nível máximo dentro de 24 a 48 horas após o nascimento e ingestão do colostro, diminuindo à medida que a proteína dos anticorpos é catabolizada O limiar para o sucesso de uma vacinação ocorre quando houver excesso de antígeno sobre os anticorpos maternos e a resposta imune ativa for estimulada
41 PORQUE AS VACINAS FALHAM? Anticorpos maternos Por vezes o nível limite de bloqueio dos anticorpos maternos é inferior ao nível protetor contra a doença Esta é a "janela de vulnerabilidade" durante a qual um animal jovem ainda não pode responder à vacina, mas pode sucumbir a desafios infecciosos elevados Teoricamente, a vacinação durante esta "janela" pode acelerar a redução dos anticorpos maternos e aumentar a suscetibilidade à infecção
42 PORQUE AS VACINAS FALHAM? Imunossupressão Genética Deficiências nutricionais graves (proteína muito baixa, deficiência de selênio, hipovitaminose E, etc.) Infecções ex. retrovírus (vírus da leucemia), vírus da imunodeficiência (HIV em humanos, FIV em gatos), pestivírus (BVD), morbilivírus (cinomose) e também certas doenças bacterianas crônicas e debilitantes como a tuberculose
43 PORQUE AS VACINAS FALHAM? Imunossupressão Infecções parasitárias intensas Estresse ambiental severo Prenhez Administração de drogas esteróides (dosagem grande ou prolongada) Drogas anti-câncer Outras drogas ex. levamisole em dose elevada, enquanto que dosagens baixas e repetidas de levamisole podem estimular o sistema imune
44 PORQUE AS VACINAS FALHAM? Desafio A luta entre um agente infeccioso, tentando invadir e multiplicar-se, e o sistema imune (não específico e específico), tentando impedir que isto aconteça, é muitas vezes um equilíbrio instável Dois fatores importantes são a dose infecciosa e a virulência do agente infeccioso Imunidade que seria adequada sob circunstâncias normais pode ser superada se o desafio for intenso e/ou se o microorganismo for uma cepa de virulência anormal
45 ESQUEMA VACINAL DE CÃES
46 Esquema vacinal de gatos
47 Esquema vacinação de Bovinos
48 Esquema de vacinação de Equinos
Imunidade aos microorganismos
Imunidade aos microorganismos Características da resposta do sistema imune a diferentes microorganismos e mecanismos de escape Eventos durante a infecção: entrada do MO, invasão e colonização dos tecidos
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