Estudo de caso Certificação LEED da Torre B Porto Seguro
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- Cássio Meneses Graça
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1 Estudo de caso Certificação LEED da Torre B Porto Seguro
2 SUMÁRIO PANORAMA GERAL... Aspectos ambientais... Ocupação... INVESTIMENTOS E CUSTOS... USO DO TERRENO... LOCALIZAÇÃO... ÁGUA... ENERGIA E ATMOSFERA... MATERIAIS... AMBIENTE INTERNO... LEED... NÍVEL PRETENDIDO: LEED NC (LEED FOR NEW CONSTRUCTION) DIFICULDADES Compra de materiais compatíveis ao LEED Alterações de projetos com obra em atividade... - Método construtivo aplicado Programação das atividades Condicionamento de materiais no final da obra... LIÇÕES APRENDIDAS
3 PANORAMA GERAL A Porto Seguro S.A obteve a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) para a construção da Torre B de seu prédio, localizado na Alameda Barão de Piracicaba, número 61/64, no Bairro Campos Elísios, em São Paulo, Brasil. A certificação LEED é um tipo de certificado concedido a edifícios sustentáveis, que é analisado e entregue pela organização não governamental americana U.S. Green Building Council (USGBC). O objetivo desse tipo de documento é manter o foco na sustentabilidade das ações, incentivando a transformação dos projetos, obras e operações das edificações. Visão Geral Altura do prédio: 46,42 m Área do prédio: m² Mês e ano de conclusão: agosto/201 Tempo de obra: anos e 4 meses Houve também projetos para redução do consumo de água e redução no consumo de energia, por meio do aumento da eficiência energética, além da utilização de materiais reciclados na construção do prédio e métodos que melhoram a qualidade de vida dos funcionários, como a melhoria da qualidade do ar que circula no interior do edifício. Ocupação O prédio será ocupado única e exclusivamente por funcionários da Porto Seguro e conta com 11 andares, que serão ocupados do 1º ao 9º, possuindo capacidade de acomodar 100 pessoas. Já o 10º e 11º andares estão aguardando o layout final, portanto, ainda não foi definida a capacidade total de pessoas que o edifício pode comportar. Prédio Torre B da Barão de Piracicaba visto de longe. Nesta foto é possível observar que o prédio está localizado em uma região urbanizada. Aspectos ambientais A Porto Seguro conseguiu ultrapassar o mínimo de pontos para obter a certificação LEED - NC v. (for New Construction, que significa construções novas), e pretende alcançar o nível ouro de certificação, obtendo 62 pontos. Esse novo prédio da Porto Seguro está posicionado em uma área onde há a possibilidade de escolha entre várias linhas de metro, ônibus ou trem. Além da disponibilidade de transporte público no entorno, o prédio possui um fácil acesso de pedestres, com portões largos, além de contar com estacionamento para carros e bicicletas. Foto da entrada de pedestre do prédio. Nestas fotos é possível ver os três grandes portões de saída, que dão acesso a rua Barão de Piracicaba. INVESTIMENTOS E CUSTOS Durante o projeto, a Porto Seguro S.A. evitou desperdícios de recursos tanto de dinheiro como de material. A empresa traçou o objetivo de obter a certificação LEED após a elaboração do projeto, não desde o início, como é de costume, fazendo o possível para adquiri-lo. Para cumprir as exigências da certificação LEED, foram gastos em torno de 2,2% do valor total da obra.
4 USO DO TERRENO A Porto seguro S.A ocupará todo o prédio, desde o 1º ao 9º andar, contando com o piso térreo e com os cinco subsolos, onde serão alocados as vagas para carros. Todos os andares, com exceção dos subsolos, contam com vista para o exterior do prédio, devido à alta quantidade de vidros no empreendimento. O edifício conta com vagas para carros, que são distribuídas da seguinte forma: 57 das vagas (cerca de 5% das vagas) são demarcadas como veículos de baixa emissão. Essas vagas estão localizadas mais próximas aos elevadores, servindo de incentivo a utilização de carros com baixa emissão e consumo; Cerca de 5% das vagas é destinada aos deficientes e também estão localizadas próximas aos elevadores; 1.00 das vagas, correspondendo a 9% delas, estão alocadas nos subsolos do prédio, diminuindo os efeitos da formação de ilhas de calor. Outros métodos que tornam o prédio mais sustentável são as vagas para bicicletas, alocadas no 1º subsolo, incentivando a utilização desse meio de transporte que não emite gases do efeito estufa; e a utilização de 4,% da área livre de construção, que corresponde a 2.101,41m2, para designação de área verde do terreno. LOCALIZAÇÃO O prédio localiza-se na Alameda Barão de Piracicaba, uma área urbana desenvolvida, com zonas residenciais na sua proximidade e abastecida por serviços básicos, como bancos, restaurantes, escolas, supermercados, teatros, farmácias, entre outros. Essa região possui integração com sistema de transporte público, servido por diversas linhas de metro (como as estações Marechal Deodoro e Santa Cecília, da linha vermelha, e a estação da Luz, das linhas azul e amarela da CPTM), trem (com a estação Luz da linha 11, Coral, e da linha 7, Rubi, da CPTM) e ônibus. Por possuir localização privilegiada, o edifício conta com uma distância menor que 00 metros de um metrô ou trem, e com distância menor que 400 metros de pontos de parada de ônibus. Essa facilidade de acesso ao transporte público acaba por incentivar a população a usar este meio, que, por sua vez, contribui para menor emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE). Vista externa do prédio. Nesta foto, é possível visualizar as entradas para pedestres e veículos. Fotos das vagas para automóveis com baixa emissão de gases (verde à esquerda) e para deficientes (a azul à direita). Ambas estão localizadas próximas ao acesso aos elevadores. ÁGUA Com relação à água, o edifício adotou estratégias para reduzir o consumo no empreendimento, o que acarretou uma redução de 2,96% no consumo em relação ao que seria gasto usando métodos e estratégias convencionais. Esse objetivo de redução foi atingido devido à instalação de equipamentos como os economizadores de água de torneiras de lavatórios, mictórios, bacias sanitárias, chuveiros, torneiras de serviço e sprays de pré-lavagem de utensílios de cozinha. Outra estratégia é a utilização do sistema de reuso da água, possibilitando que 9% das bacias sanitárias e dos mictórios fossem abastecidos apenas com sistema de reuso (com uma Estação de Tratamento de Águas 4
5 Cinzas localizadas no 5º subsolo), correspondendo a uma economia de 74,70 m/ano. Com relação ao paisagismo e irrigação, o projeto demonstrou redução de 54,2% no consumo de água potável para este fim, sendo que desse total reduzido, 100% será abastecido por águas pluviais. Existem também projetos de melhorias, que contribuirão para reduzir ainda mais o consumo de água por ano, como a instalação de restritores de vazão nas torneiras em geral e a instalação de válvulas Dual Flush (duplo fluxo) dos vasos sanitários. (UV), fazendo com que a área de trabalho aqueça menos, diminuindo os gastos com ar condicionado para manter a temperatura ideal e, consequentemente, o consumo. Nas duas imagens acima é possível observar o interior do prédio e o benefício da maior entrada de raios solares devido a propriedade do vidro. Nas fotos é possível observar a iluminação que penetra no prédio e a abundância de vidros. Foto dos reservatórios de água localizados no alto das duas torres. ENERGIA E ATMOSFERA No prédio da Porto Seguro, foram instalados métodos que possibilitaram a redução do consumo de energia, comprovada pela simulação inicial de Eficiência Energética, que apontou uma redução entre 14,04% a 14,24% no consumo de energia em relação ao padrão da norma norte-americana (ASHRAE), que é bem mais eficiente do que a norma brasileira. Essa redução do consumo de energia foi possível por conta de ações como a construção do prédio em pele de vidro, ou seja, os andares possuem muitos vidros de alta eficiência com a capacidade de transmissividade (passa muita luminosidade), o que possibilita a entrada de luminosidade, clareando a área de trabalho e permitindo o desligamento de algumas luzes do edifício. Esse vidro colocado no edifício tem também a capacidade de proteção, que diminui a passagem de raios ultravioleta Outro ponto importante para a economia de energia é o fato de o elevador ser confeccionado para economizar o máximo possível, por meio de um sistema que possibilita a economia de viagens ao mesmo andar. Esse sistema funciona da seguinte forma: o funcionário ou visitante pressiona o número do andar que pretende ir do lado de fora do elevador, sendo assim, o sistema destinará as pessoas que vão ao mesmo andar para o mesmo elevador, não desperdiçando energia com viagens ao mesmo destino. Nestas duas, fotos é possível observar os botões do lado externo do elevador para direcionar as pessoas que irão para o mesmo andar a utilizarem também o mesmo elevador 5
6 Outros pontos importantes na economia de energia do prédio podem ser observados a seguir: 1. Foram projetados quatro grupos geradores, aplicadas no prédio Torre B, da marca STEMAC, com potência de 1600 KvA. Os grupos geradores são compostos por motores diesel de desempenho reconhecido, acoplados a geradores de alta eficiência e montados sobre base metálica, com acionamento automático ou manual. Projetados para aplicações nos regimes de emergência, horário de ponta ou serviço contínuo. Disponíveis nas versões carenados e silenciados, tanto em unidades móveis como estacionárias; 2. Existe um sistema de automação predial, que controla a iluminação, ar condicionado, sensores para acesso às salas de TI, controle do CO2 disperso nos ambientes e medição de energia (consumo de energia gasto na Torre B);. O ar condicionado está atendendo, com base na Norma ASHRAE, a todos os requisitos de preocupação ambiental em termos de eficiência energética, custos de operação do ar condicionado mais baixo, redução de emissão de CO2 e qualidade do ar no interior dos ambientes. MATERIAIS A construção do prédio contou com a utilização de materiais que possuíssem conteúdo reciclado em sua composição, correspondendo a cerca de 20% a 0% dos gastos com materiais incorporados no empreendimento. Outro método bastante importante foi a escolha de fornecedores dentro de um raio de 00 km da obra, o que diminui os impactos ao meio ambiente devido à proximidade com o campo de obras, emitindo menos poluentes pelo transporte de materiais. Outro método de extrema importância foi o controle contra desperdício de material e a realização do programa de coleta seletiva durante a obra, aliado ao treinamento de seus funcionários, possibilitando que eles separassem os materiais da construção que poderiam ser enviados para reciclagem. Esse programa será mantido após o termino da construção e terá dispositivos para descarte consciente separado por pavimento (andar), facilitando o descarte. Juntamente ao programa, foi criado um plano de gestão de resíduos e um programa de comunicação visual e educação para incentivar a coleta seletiva. Com relação ao descarte dos resíduos em geral, aproximadamente 75% destes foram desviados de aterros, sendo destinados a outros meios de descarte que não causam danos ao ambiente e nem a sociedade. Já os materiais perigosos foram destinados a empresas regulamentas pela CETESB ao encaminhamento de resíduos de interesse ambiental, aos locais de reprocessamento, armazenamento, tratamento ou disposição final, realizado de forma correta, regulamentados pela documentação de Certificado de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental (CADRI). AMBIENTE INTERNO O prédio conta com projetos que objetivam o conforto e o bem-estar dos funcionários. Para isso, há o controle da qualidade do ar interna, que possibilita a renovação no ar, ventilação e vazão e qualidade térmica, buscando sempre o conforto humano. Além disso, o controle da temperatura estará ao alcance dos funcionários, permitindo que eles adequem a temperatura conforme o gosto da maioria e o fato de que. E, por contar com muitos vidros, o prédio possibilita que 90% das áreas regularmente ocupadas apresentem vistas para o exterior, o que também permite aos funcionários certo conforto. Foi comprovada a melhora na qualidade de vida que todos esses elementos geram para os funcionários por meio de um estudo realizado por Sterling em 19, que evidenciou que a mudança de um prédio iluminado com luz natural e com ventilação para um edifício fechado aumenta muito o caso de absenteísmo (ausência no trabalho) dos funcionários por conta de doenças. Isso ocorre porque muitos dos casos de doenças são gerados por conta da má ventilação e não renovação do ar interno, já que substancias tóxicas que são eliminadas dentro do empreendimento não saem completamente de dentro dele. Com relação ao subsolo, à medida que terminavam a obra de um subsolo, utilizaram-se máquinas que possibilitaram a limpeza do pó gerado pela construção neste, mantendo assim a qualidade de vida dos funcionários da empresa, fazendo com que eles não entrassem em contato com a poeira gerada pela construção. Houve também o controle para que não houvesse a utilização de gases clorofluorcarbono (CFC), já que a Resolução CONAMA 267/2000 proíbe o uso desse gás no Brasil, utilizando, nos sistemas de condicionamento de ar e refrigeração e sistemas de combate a incêndios, gases que não agridam a camada de ozônio. Foi pensado também em utilizar apenas produtos com baixo teor de Compostos Orgânicos Voláteis (VOC), sendo assim, para produtos como adesivos, selantes, tintas e revestimentos, foram aplicados produtos à base de água e não de solventes em todo o prédio. Outra ação adotada para controle da qualidade do ar é a proibição do fumo nas áreas comuns do prédio, sendo permitido apenas nas áreas determinadas para fumantes, que estão a metros de distância de qualquer ponto de coleta de ar. 6
7 LEED A Certificação LEED possui sete dimensões a serem avaliadas nas edificações, entre elas: espaço sustentável, eficiência no uso de água, energia e atmosfera, materiais e recursos, qualidade ambiental interna, inovação e processos e créditos de prioridade regional. Todas essas categorias possuem pré-requisitos, que são práticas obrigatórias, e créditos, recomendações que, quando atendidas, garantem pontos a edificação. O nível da certificação depende da quantidade de pontos obtidos no total, podendo ser: CERTIFICADO, 40-49; PRATA, 50-59; GOLD, 60-69; PLATINA, A seguir, os créditos e as pontuações que o prédio Torre B da Porto Seguro obteve e o total que poderia ser obtido em cada uma das sete dimensões. NÍVEL PRETENDIDO: LEED NC (LEED FOR NEW CONSTRUCTION) TERRENO SUSTENTÁVEL 19 pontos obtidos de 26 possíveis (01 em verificação) Pré-requisito 1 Prevenção de poluição nas atividades de construção Crédito 1 Escolha do terreno; Crédito 2 Densidade urbana e comunidade local; Crédito 4.1 Transporte alternativo Acesso ao transporte público; Crédito 4. Transporte Alternativo Veículos de baixa emissão e baixo consumo; Crédito 5.2 Desenvolvimento local Área livre de construção; Crédito 6.1 Projeto para drenagem de águas pluviais Controle de Quantidade; Crédito 6.2 Projeto de drenagem de águas pluviais Controle de Qualidade Crédito 7.1 Ilhas de calor Não cobertura; Crédito 7.2 Ilhas de calor Cobertura. USO RACIONAL DA ÁGUA 0 pontos obtidos de 10 possíveis (02 em verificação) Pré-requisito 1 Redução no consumo de água Reduzir 20%; Crédito 1 Água potável para paisagismo Reduzir 50%; Crédito 1 Água potável para paisagismo Reduzir 100% - Crédito 2 Tecnologias inovadoras para efluentes; Crédito Redução no consumo de água Reduzir 0%; Crédito Redução no consumo de água Reduzir 5%; Crédito Redução no consumo de água Reduzir 40%. ENERGIA E ATMOSFERA 05 pontos obtidos de 5 possíveis (04 em verificação) Pré-requisito 1 Comissionamento básico dos sistemas que consomem energia Pré-requisito 2 Eficiência energética mínima Pré-requisito Proibição de CFC Obrigatório; Crédito 1 Otimizar eficiência energética Reduzir 12% - Crédito 1 Otimizar eficiência energética Reduzir 14% - Crédito Comissionamento avançado Crédito 4 Gestão avançada do gás refrigerante; Crédito 5 Medição e verificação. MATERIAIS E RECURSOS 04 pontos obtidos de 14 possíveis (0 em verificação) Pré-requisito 1 Depósito de recicláveis Crédito 2 Gestão de resíduos em obra 50% fora do aterro; Crédito 2 Gestão de resíduos em obra 75% fora do aterro; Crédito 4 Conteúdo reciclado 10% (pós consumo + ½ pré consumo) Crédito 4 Conteúdo reciclado 20% (pós consumo + ½ pré consumo) Crédito 5 Materiais regionais 10%; Crédito 5 Materiais regionais 20%; Crédito 7 Madeira certificada FSC Pretendido. QUALIDADE DO AMBIENTE INTERNO 01 ponto obtido de 15 possíveis (06 em avaliação) Pré-requisito 1 Qualidade do ar interno Pré-requisito 2 Controle da fumaça de tabaco Crédito 2 Ventilação adicional 7
8 Crédito.1 Plano para qualidade interna do ar durante a obra Crédito 4.1 Materiais com baixo VOC adesivos e selantes Crédito 4.2 Materiais com baixo VOC tintas e revestimentos Crédito 4. Materiais com baixo VOC sistemas de pisos Crédito 7.1 Conforto térmico Projeto ASHRAE 55 Crédito.2 Paisagens para 90% das áreas de piso. INOVAÇÃO DE PROJETOS 0 pontos obtidos de 06 possíveis (02 em verificação) Crédito 1.1 SSc4.1 Transporte alternativo e acesso ao transporte público; Crédito 1.2 WEc Redução no consumo de água ; Crédito 1. MRc 5 Materiais regionais Pretendidos; Crédito 1.5 ID: Programa de educação ambiental Pretendidos; Crédito 2 Profissional credenciado LEED. PRIORIDADES REGIONAIS 0 pontos obtidos de 04 possíveis (01 em verificação) Crédito 1.1 WEc Redução no consumo de água; Crédito 1.2 WEc2 Tecnologias inovadoras para efluentes; Crédito 1. EAc1 Otimizar eficiência energética Crédito 1.4 EAc5 Medição e verificação. DIFICULDADES A Porto Seguro enfrentou algumas dificuldades para a obtenção da certificação. As principais estão listadas abaixo: 1- Compra de materiais compatíveis ao LEED: A construtora responsável pela obra enfrentou uma grande dificuldade encontrada para comprar materiais que seguissem as especificações das normativas americanas. No Brasil, existe uma grande dificuldade de encontrar matérias-primas de qualidade e um pequeno, ou quase mínimo, conhecimento dos processos LEED, não havendo conhecimento de aplicabilidade química, toxicológica e aplicação destes produtos para adequações à Norma. 2- Alterações de projetos com obra em atividade: As mudanças de projetos quando a obra já estava em atividade trouxe dificuldades nos tratos do LEED, pois, com os pavimentos fechados e com vidro instalado, sempre existiam serviços que estavam fora dos padrões da Norma LEED. Um exemplo foi o processo para lixar as paredes, gerando resíduos ou poeira que eram extremamente difíceis de retirar dos andares. A dificuldade está no fato de que, para a LEED, a limpeza do ambiente durante a execução da obra é um pré-requisito. Outro exemplo foi o retrabalho no processo de colagem das placas melamínicas, que também gerava sujeira no ambiente. - Método construtivo aplicado: As fundações foram executadas antes mesmo dos processos e execução da escavação do piso do 5º subsolo. Sendo assim, as estruturas foram executadas até sua totalidade e, só no final da obra, foi construído o piso do ultimo subsolo. Este processo trouxe muita dificuldade nos tratos de acompanhamento dos fiscais do LEED e de seus requisitos. Isso porque o manuseio de maquinário estava sujando todos os subsolos com a lama que era retirada da construção do 5º subsolo. Por conta disso, houve gastos com contratação de carros pipa para limpar todos os subsolos, nos adequando às normas do LEED e evitando que perdêssemos pontos importantes para a certificação. 4- Programação das atividades: Devido a problemas na logística dos processos em obra, o cronograma das atividades não seguiu seu fluxo correto, ocorrendo desajustes nos tratos de acompanhamento das atividades dos fiscais do LEED na obra. O piso do prédio, por exemplo, foi executado antes da infraestrutura de calhas de piso e das instalações de elétrica. 5- Condicionamento de materiais no final da obra: Como as áreas começaram a ser entregues a Porto Seguro antes do término da construção, os espaços começaram a ficar escassos para o condicionamento dos materiais de obra. Essa situação exigiu que solicitássemos outros locais nos terrenos que circundam a obra guardar esses materiais. Neste contexto, a dificuldade foi adequar também essas áreas do entorno para atender aos requisitos e padrões da LEED.
9 LIÇÕES APRENDIDAS Com a reestruturação do projeto para a obtenção da certificação LEED, foi possível chegar a algumas conclusões. Entre elas, a de que muitas empresas têm uma visão restrita a cerca de construções verdes, e não de um processo. Sendo assim, algumas delas encaram que gastar dinheiro para se adequar às normas do LEED, mesmo que seja no máximo 10% do valor total da obra, é um desperdício. Porém, esse projeto agrega vários benefícios como melhoria da qualidade de vida dos funcionários, menor degradação ambiental e menor desperdício de recursos ambientais, que já andam escassos no mundo. Além disso, em longo prazo, as construções verdes podem trazer muitas vantagens a uma empresa. Entre esses benefícios estão: Diminuição dos custos operacionais; Diminuição dos riscos aos funcionários; Aumento da tecnologia e inovação do prédio, com recursos mais novos, prolongando assim a obsolescência do edifício; Melhoria na segurança e na saúde do funcionário, aumentando seu rendimento (produtividade); Aumento da conscientização dos trabalhadores; Uso racional dos recursos e mitigação dos efeitos de mudanças climáticas. Diante disso, podemos concluir que o dinheiro gasto para atender aos requisitos da certificação pode ser considerado um investimento, pois, no futuro, ele renderá lucros à empresa. Outra lição aprendida, um ponto de melhoria, é que os objetivos do projeto devem ser determinados logo no começo. Inclusive a decisão de obter a Certificação LEED, pois, isso facilitaria a conquista desse objetivo. 9
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