Ano Letivo 2011/2012. Escola Secundária Maria Lamas. Físico-Química A. Prof. Margarida Nunes. Projeto Apagar as Luzes e Acender as Estrelas
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- Arthur Rijo Tavares
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1 Ano Letivo 2011/2012 Escola Secundária Maria Lamas Físico-Química A Prof. Margarida Nunes Projeto Apagar as Luzes e Acender as Estrelas Poluição Luminosa Auditoria da Iluminação Pública em Casal João Dias, Vale da Serra Paialvo e Marruas Cátia Santos Nº Patrícia Tristão N~26707 Rodrigo Ferreira Nº25668 Sofia Martins Nº º CTA
2 Introdução A população mundial está a aumentar cada vez mais, assim como a poluição, o que afeta imenso o nosso planeta Terra. A indústria, os automóveis, as grandes cidades, são tudo causas deste acontecimento constante que se tem vindo a agravar. Existem vários tipos de poluição, atmosférica ou sonora, por exemplo, mas há um tipo de poluição que é raro a comunicação social abordar a luminosa. A sociedade mal conhece este problema, pois é recente e mais recente ainda são as campanhas de divulgação e prevenção sobre esta temática. Em Portugal já existem vários movimentos que vão informando a população a partir de centros de observação noturna, como por exemplo o Centro Ciência Viva de Constância, através da Internet ou de palestras nas escolas. Foi-nos apresentado, este tema, através do último meio, pelo Professor Nelson, que nos deu a oportunidade de elaborar um trabalho de pesquisa, no âmbito da disciplina de Físico- Química. Para além do trabalho que será inserido num projeto da nossa escola, disponibilizámo-nos para traduzir parte de um documento do projeto Dark Sky. Fig. 1 Logótipo CCV de Constância Fig. 2 Logótipo International Dark Sky Association 1
3 Dark Skyes IDA é a autoridade reconhecida da poluição luminosa. Fundada em 1988, IDA é a primeira organização a prestar atenção aos perigos da poluição luminosa, e em 22 anos de operação, as nossas conquistas têm sido enormes. Promovemos uma simples ideia: ilumina o que precisas, quando precisares. Nós sabemos que é necessário alguma iluminação à noite para segurança. Trabalhamos com fabricantes, planejadores, legisladores e cidadãos para fornecer opções de eficiência energética que direcionam a luz para onde queremos se incida, e não inutilmente para o céu. O esforço global coordenado da IDA está a fazer a diferença, uma luz, uma estrela, uma região de cada vez. As donações vão para a proteção de algumas áreas escuras reconhecidas no planeta e para e criação de mais. A poluição luminosa está aumentar na proporção de 4% - muito superior que o crescimento da população.. Como os países em desenvolvimento adotam o uso da luz elétrica, a poluição luminosa vai ficar cada vez pior. Há uma solução! Iluminação de qualidade beneficia toda a comunidade e apaga os efeitos da poluição luminosa. Retirado de: Fig. 3 Foto de Jim Richardson 2
4 O que é a Poluição Luminosa? Fala-se em poluição luminosa quando queremos falar de situações de iluminação excessiva. Este tipo de situações acontece quando a luz está a iluminar na direção errada à qual deveria iluminar. A luz emitida para cima e para os lados reflete-se e difunde-se nas poeiras e fumos em suspensão no ar, tornando o céu noturno mais claro. Tal como qualquer outro tipo de poluição, esta iluminação desnecessária cria problemas não só ao nível do ambiente, mas também nos animais chegando até a prejudicar o ser humano. Fig. 4 Poluição Luminosa - México 3
5 Causas e Consequências Causas da poluição luminosa A principal causa da poluição luminosa é a iluminação das ruas. Contudo, os astrónomos não pretendem que esta seja eliminada, apenas gostariam que os municípios tomassem consciência deste problema e pudessem modificar a forma dos candeeiros, pois muitos destes emitem luz bastante desnecessária para o céu noturno, e não é por isso que dão uma melhor visibilidade, registando-se, por vezes, o contrário. Existem diferentes tipos de candeeiros (fig.5), que podem ser avaliados consoante o grau de poluição que emitem. Os candeeiros em forma de globo (muito maus) emitem a luz não só para o solo, mas também para o céu noturno, causando muita poluição. O ideal seria que a luz de todos os candeeiros viesse do topo e limitasse-se a dirigir-se para baixo, pois esse é o único sítio que importa iluminar. O grande problema é que a maioria dos candeeiros não está de acordo com esta ideia, existindo alguns que propagam a luz no sentido horizontal à lâmpada (os piores em termos de eficiência e poluição). Este problema é maior nos sítios de maior densidade populacional (Estados Unidos da América, Japão, Europa), impossibilitando as pessoas de ver o céu noturno. Existem até, relatos de pessoas nos EUA que ligaram para a proteção civil quando houve um apagão, pois desconheciam o que seria aquele fenómeno. Nestes locais é impossível ver o céu noturno a olho nu, o que dificulta bastante o trabalho dos astrónomos. Consequências da poluição luminosa Fig. 5 Vários tipos de Iluminação Um dos grandes problemas que advém deste tipo de poluição é, obviamente, o facto de impedir drasticamente a visualização do céu noturno, pois a luz emitida bloqueia a luz emitida pelos astros. Contudo, existem outras consequências. Em primeiro lugar, uma má iluminação é um desperdício de energia, pois a maioria da luz é emitida para a atmosfera, não tendo qualquer utilidade. Este desperdício de energia leva a que se gaste dinheiro sem necessidade. Por outro lado, a poeira atmosférica difunde a luz que lhe é projetada e forma o halo noturno em torno das grandes cidades. Além disso, este problema afeta o Homem que necessita de certos períodos de escuridão para o seu bem-estar. Interfere ainda algumas aves e peixes que se orientam pela luz da lua, 4
6 com tanta iluminação acabam por confundir-se e enganar-se nas suas rotas. As plantas também sofrem com este problema, pois causa um desequilíbrio no processo de fotossíntese. A utilização dos candeeiros que projetam grande parte da luz para a atmosfera não tem qualquer benefício aos cidadãos, por isso não há qualquer necessidade de serem adotados, e caso não fossem, para além de não prejudicarem ninguém, ainda trariam benefícios a todos. Fig. 6 Vários tipos de Céu 5
7 Medidas de Prevenção e Soluções A solução para este problema não esta em apagar todas as luzes da cidade, consiste sim em direcionar a luz apenas para onde necessitamos dela. A melhor e única forma para solucionar o problema da população luminosa de forma satisfatória é apenas a substituição dos candeeiros existentes por uns mais eficientes. Estes novos candeeiros iram não só diminuir o nível de poluição existente, como também diminuir a energia consumida em cerca de 40%. Fig. 7 Uma Solução para o uso de candeeiros Nesta imagem temos bem presente o efeito que má iluminação pode causar. Na figura da esquerda podemos observar um candeeiro que projeta luz em todas as direções, não só esta a desperdiçar energia como também estão a projetar luz desnecessariamente e a iluminar o céu. Já na figura da direita o candeeiro irá ter uma muito maior eficiência energética e com isso um menor consumo de energia, a iluminação que o solo irá obter é tão boa ou melhor que no primeiro caso, e assim conseguimos diminuir o nível de poluição luminosa. Este problema não só é de caracter económico e ambiental, como também pode ser visto como uma ameaça à astronomia feita a partir da Terra. Com este tipo de poluição a observação do céu noturno é dificultada, pelo que os astrónomos têm que tomar medidas para melhorar tal situação, deste modo, já existem filtros especiais para redução da poluição luminosa, mas não é suficiente. As autarquias deviam adotar novas soluções para este problema, pois com o crescimento e expansão dos centros urbanos tornar-se-á impossível a observação do céu noturno. Já em alguns caso, já se torna muito difícil a observação das galáxias mais distantes e sem medidas para alterar o tipo de iluminação atual, a única solução para observar tais galáxias será a partir de telescópios que se encontrem em orbita, o que é muito dispendioso. 6
8 Como afeta o Mundo e Portugal? A iluminação excessiva é uma forma de poluição que está a afetar o mundo inteiro, principalmente em zonas mais industrializadas. Em todos os países há iluminação que poderia ser evitada de forma a reduzir muitos problemas, não só ao nível económico mas também a outros níveis. O céu noturno é uma paisagem que muitas pessoas gostam de admirar e as pessoas chegam mesmo a dizer que é a paisagem mais bonita de todas. No entanto, o que o ser humano vê é apenas uma parte da sua beleza real. Esta beleza é ofuscada, literalmente, pelo excesso de utilização de iluminação. Sendo ofuscada não é possível que esta paisagem natural seja observada tal como ela é. Este é o aspeto que mais desajuda quem observa o céu e quem faz disso sua profissão. Nos dias que correm os astrónomos têm uma dificuldade muito grande em fazer o seu trabalho, modificando a perceção das estrelas. No entanto, a poluição luminosa não é má apenas neste sentido. Toda a iluminação excessiva pode provocar danos na saúde humana. Esta poluição pode provocar acidentes rodoviários quando há iluminação em demasia. Vários estudos afirmam, também, que quem é exposto a luzes intensas durante a noite diminui a produção de melatonina, que regula os ciclos de sono e de despertar, dores de cabeça, fadiga, e até mesmo cancro da mama e do intestino. Outra das consequências deste tipo de poluição está relacionada com a vida animal. Os pássaros são que mais é afetado. Começar a cantar mais cedo, a reprodução dos pássaros e alteração das suas rotas são as consequências mais visíveis. Ao começar a cantar mais cedo, os machos atraem as fêmeas e influencia a sua reprodução. Ainda assim a alteração das rotas de certas espécies é o aspeto que sobressai mais entre estes três. Ao confundirem os pássaros, estes vão ser afastados das zonas de alimentação e vão ficar mais expostos aos predadores. As árvores também são afetadas pela luz. Algumas espécies de plantas perdem as folhas em determinadas porque os seus ciclos são alterados pelas luzes intensas das cidades. Fig. 8 Mapa mundial da Poluição Luminosa 7
9 No caso de Portugal.. Exemplos na nossa região Somos 4 elementos no grupo, e os quatro moramos em sítios diferentes. Decidimos aplicar os conhecimentos adquiridos ao longo do trabalho em situações práticas, neste caso, em cada um dos locais onde vivemos. Planeámos inicialmente qual seria a área em observação, em cada localidade, e procedemos à contagem de candeeiros, verificação de quantos modelos existiam, e fotografámos cada modelo. Em seguida, tirámos as nossas conclusões. - Casal João Dias, Vale da Serra Área Observada: Número de Candeeiros: 12 Trajeto: Linha a vermelho Modelos: 1) 8
10 2) 9
11 - Vale da Serra Área Observada: Trajeto: Apenas a estrada que mostra na figura Número de Candeeiros: 18 Modelo: 10
12 - Paialvo, Vila nova, Tomar Área Observada: Trajeto: Linha a vermelho Número de Candeeiros: 4 Modelo: 11
13 - Marruas, Torres Novas Área Observada: Trajeto: Linha a roxo Número de Candeeiros: 17 Modelos: 1) 12
14 2) 3) 13
15 Críticas Casal João Dias, Vale da Serra: Na região observada deveria haver, no mínimo, mais dois candeeiros, pois há lugares muito escuros. Vale da Serra: A zona delimitada é bastante iluminada pelo que poderia ter menos candeeiros, diminuindo assim também a poluição luminosa nesta zona. Paialvo, Vila nova, Tomar: Não é necessário a implementação de mais candeeiros. Marruas, Torres Novas: Apesar de existirem 3 modelos na mesma rua, existe um que é um modelo que já deveria ter sido substituído pois, por vezes, não funciona. Existem candeeiros onde não existe nenhuma moradia e não estão a iluminar a estrada, provocando poluição luminosa de forma desnecessária. Crítica Geral: Todos os candeeiros observados, mesmo havendo um modelo mais recente, que é comum a vários locais, não são os mais adequados, pois a iluminação não está direcionada só para a estrada, mas também para o céu. Estes poderiam ser substituídos por outro modelo que direcione apenas a luz para a estrada. 14
16 Conclusão A poluição luminosa, como todos os outros tipos de poluição tem que ser travada antes que tenha consequências irreversíveis. Vários centros de observação noturna e até amadores têm tido dificuldades em observar corretamente o céu, e as estrelas. Cidades como Los Angeles, nem estrelas conseguem observar a olho nu. As principais causas da poluição são o uso incorreto de candeeiros, o abuso de iluminação em grandes cidades, o que faz com que a luz seja projetada para o céu, deixando uma camada de luz à volta da terra, impedindo a observação do céu estrelado, pois este fica mais claro, então a luz emitida pelas estrelas deixa de se ver. Para resolver estes problemas, devemos efetuar a substituição de candeeiros por aqueles que apenas iluminem a estrada e não o céu, evitando assim desperdício de energia e de luz, diminuir a utilização de candeeiros em grandes cidades e até usar lâmpadas renováveis. Ao realizarmos estas pequenas ações podemos melhorar a visibilidade do céu noturno e poderíamos ter uma muito melhor qualidade na observação deste, o que aumentaria o nosso conhecimento e além disso é uma imagem maravilhosa que a Natureza nos proporciona, e nós, Humanos, estamos a desperdiça-la. 15
17 Bibliografia
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