PLANO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL DE MATOSINHOS

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1 PLANO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL DE MATOSINHOS NOVEMBRO, 2006

2 I ENQUADRAMENTO II TENDÊNCIAS E DESAFIOS EM MATOSINHOS: SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO SOCIAL DO CONCELHO, POR DOMÍNIOS DE INTERVENÇÃO II.1. Dinâmicas Demográficas e Familiares O crescimento populacional Envelhecimento da população Transformações nas estruturas familiares Problemas prioritários no eixo das dinâmicas demográficas e familiares II. 2. Emprego A evolução do desemprego inscrito A idade dos /as desempregados/as Os baixos níveis de instrução das pessoas desempregadas Tempo de desemprego Ofertas e colocações de emprego Problemas prioritários no domínio do Emprego II.3. Educação Os baixos níveis de instrução A persistência do abandono escolar precoce Problemas prioritários no domínio da Educação Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

3 II. 4. Saúde Incidência da Tuberculose Lacunas na cobertura dos serviços / cuidados de saúde Aumento das situações de dependência Existência de situações de toxicodependência Problemas prioritários no domínio da Saúde II. 5. Habitação Condições de habitabilidade Sobreocupação das habitações O endividamento Problemas prioritários no domínio da Habitação II.6. Equipamentos e Respostas Sociais Equipamentos dirigidos a Crianças Equipamentos dirigidos a Idosos Problemas prioritários no domínio dos Equipamentos e Respostas Sociais II.7. Situações de Risco Existência de situações de toxicodependência Existência de maus tratos e violência familiar Problemas prioritários no domínio Situações de Risco III ESTRATÉGIAS E PRINCÍPIOS DE ORIENTAÇÃO DA INTERVENÇÃO IV LINHAS DE ACTUAÇÃO DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL DE MATOSINHOS IV.1. Envelhecimento da população Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

4 IV. 2. Emprego IV.3. Educação IV.4. Saúde IV.5. Habitação IV.6. Equipamentos e Respostas Sociais IV. 7. Situações de Risco V MEDIDAS E RECURSOS A UTILIZAR VI AVALIAÇÃO VII Plano de Acção do PDS, por Domínios de Intervenção VII.1. Envelhecimento VII. 2. Emprego VII.3. Educação VII.4. Saúde VII.5. Habitação VII. 6. Equipamentos e Respostas Sociais VII. 7. Situações de Risco VIII Planos de Acção das Comissões Sociais de Freguesia Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

5 I - ENQUADRAMENTO As profundas transformações que se fazem sentir na sociedade portuguesa, e no quadro da própria União Europeia, têm tido as suas repercussões no Concelho de Matosinhos, revelando-se, assim, a necessidade de, cada vez mais, se ter uma perspectiva abrangente dos problemas e uma noção clara da inter-acção entre os diferentes contextos locais. As transformações referidas passam pela demográfica e pelas estruturas familiares, pela economia e, como tal, pelo emprego, mas também pela educação e pela saúde, bem como por outras dimensões da vida quotidiana dos cidadãos e cidadãs que correspondem a outras dimensões da política social entendida no seu sentido mais amplo e orientada pelo objectivo da promoção do bem-estar e pela garantia dos direitos sociais. Apesar de algumas destas alterações corresponderem a uma evolução positiva do quadro de vida das populações e a progressos tecnológicos aplicados às diferentes áreas, que conduzem a uma mais rápida e eficaz resolução de problemas antigos, o que é certo é que tais mudanças, quer no País como na Europa, vêm a par de problemas estruturais fazendo persistir, e em alguns casos até agravar, a existência de fenómenos de exclusão social. Daí a importância de reforçar o papel da inclusão social no programa estratégico da União Europeia e de cada um dos respectivos Estados-Membros (Plano Nacional de Acção para a Inclusão , pg3). Este reforço traduziu-se, nomeadamente, na implementação do Método Aberto de Cooperação que conduziu a que os diferentes países definissem objectivos e metas comuns que orientaram a elaboração dos Planos Nacionais de Acção para a Inclusão (PNAI). A nível local, pode dizer-se, que esse foi também o método subjacente à elaboração do Plano de Desenvolvimento Social. Com efeito, durante o ano de 2006, vários agentes locais, públicos e privados, envolvidos directamente no Núcleo Executivo da Rede Social do Concelho ou nas Comissões Sociais de Freguesia, foram chamados a fazer uma reflexão sobre a sua actuação nos anos transactos e (re)definirem os seus objectivos e áreas prioritárias de intervenção. Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

6 Neste processo houve o cuidado de procurar uma coordenação cada vez maior entre todos os actores e uma crescente coerência entre os princípios das grandes orientações políticas, ditadas quer seja pelo PNAI, pelas medidas de política nacionais ou pela própria autarquia, e a actuação das instituições a nível local. Na sua análise sobre o Concelho (seus problemas, tendências de evolução e desafios) os parceiros acordaram relativamente aos domínios de intervenção a considerar os quais correspondem a direitos sociais de cidadania tais como o Emprego; Educação; Saúde; Habitação, Serviços e Equipamentos Sociais. Outro domínio Situações de Risco corresponde à preocupação pela emergência de problemas associados a (novos e velhos) riscos sociais que afectam, em particular, crianças, jovens e mulheres em idade adulta. Por outro lado, a consciência de que as evoluções demográficas têm fortes e diversas consequências sociais, e a de que o envelhecimento da população é uma tendência inequívoca, tanto a nível nacional, como concelhio, levou a que este fosse um novo domínio de intervenção do Plano de Desenvolvimento Social (PDS), para o triénio Ainda no processo de reflexão sobre os problemas e desafios do Concelho, e como tal de actualização do Diagnóstico do Concelho, os diferentes actores foram levados a pensar sobre quais os problemas prioritários dentro de cada um dos domínios considerados e a fazer uma análise interpretativa desses problemas conduzindo-se, assim, a uma identificação de causas possíveis para os mesmo, de modo a se tornar mais fácil a identificação de estratégias de intervenção e respectivas acções. Desse trabalho será dará conta dos pontos seguintes deste documento. Para concluir esta introdução cabe dizer que a identificação dos domínios de intervenção do PDS de Matosinhos garantem, logo à partida, um primeiro nível de coerência com o Plano Nacional de Acção para a Inclusão (PNAI) quando este identifica como uma das suas prioridades combater a pobreza das crianças e dos idosos, através de medidas que assegurem os seus direitos básicos de cidadania. Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

7 II TENDÊNCIAS E DESAFIOS EM MATOSINHOS: SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO SOCIAL DO CONCELHO, POR DOMÍNIOS DE INTERVENÇÃO O Programa Rede Social foi definido em Diário como o conjunto das diferentes formas de entreajuda, bem como das entidades particulares sem fins lucrativos e dos organismos públicos que trabalham no domínio da acção social e articulem entre si e com o Governo a respectiva actuação, com vista à erradicação ou atenuação da pobreza e exclusão social e à promoção do desenvolvimento social (Diário da República de ). Assim, as finalidades da Rede Social situam-se ao nível da promoção do desenvolvimento social das populações sendo que, para tal, se torna absolutamente necessário a erradicação, ou pelo menos atenuação, dos fenómenos de pobreza e de exclusão social que, ainda hoje, persistem na nossa sociedade. Ao falar-se em exclusão social é inevitável o evocar dos direitos de cidadania, bem como a existência de factores de natureza económica e social, de orientação e gestão da política e do funcionamento das instituições, que se podem constituir como factores de exclusão de certos indivíduos e grupos do exercício pleno desses direitos (vd. Pereirinha, coord, 1999). Nesta perspectiva, a exclusão social traduz-se na negação dos direitos de cidadania e daí a importância do Plano de Desenvolvimento Social de Matosinhos se organizar, exactamente, em função de áreas que correspondem a direitos sociais. Por outro lado, a pobreza, fenómeno mais restrito do que a exclusão social, define-se como uma situação de escassez de recursos que conduz a que indivíduos e famílias não possam satisfazer as suas necessidades básicas. Essa privação a que as pessoas pobres se encontram sujeitas, devido à falta de recursos traduz-se, antes de mais, em más condições de vida. Este é, porventura, o lado mais visível da ( ) própria pobreza. Normalmente, trata-se de privação múltipla, isto é, em diversos domínios das necessidades básicas: alimentação, vestuário, condições de trabalho, possibilidades de escolha, saúde e cuidados de saúde, educação, formação profissional, cultura, participação na vida social e política, etc. (Costa, 1998). Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

8 Esta definição remete-nos, então, para a necessidade de considerar a pobreza não única e exclusivamente do ponto de vista da privação de recursos económicos, mas sim de a entender numa perspectiva multidimensional, concepção que está subjacente, uma vez mais, ao Diagnóstico Social do Concelho e respectivo Plano de Desenvolvimento Social. Considerada na sua perspectiva mais restrita, de ausência de recursos económicos, a Pobreza em 2004 atingia cerca de 21% da população portuguesa (face a 16% na União Europeia de 25 países), depois de, entre o período de , se ter verificado uma ligeira melhoria nas taxas de pobreza, à qual não é alheia a introdução de um conjunto de medidas e metodologias de intervenção com um papel significativo na articulação e no reforço das dinâmicas de inclusão (PNAI, pg5). A vulnerabiliade à pobreza varia entre sexos. A maior incidência de baixos rendimentos que, até agora, se tem feito sentir nas mulheres conduz, em Portugal, à semelhança da generalidade dos países, ao fenómeno de feminização da pobreza. Em 2004, 22% das mulheres estavam em situação de pobreza, contra 20% dos homens. O carácter persistente das situações de pobreza, que no trabalho de algumas instituições já se reflectia na existência de famílias que durante várias gerações eram assistidas, começa, agora, a ser visível nas estatísticas com a introdução de estudos que criam painéis de população, que são entrevistados ao longo de um determinado período de tempo. Assim, 15% da população que vivia, em 2001, abaixo do limiar de pobreza considerado, já estava nessa situação há, pelo menos, três anos atrás (Eurostat, Inquérito Painel Europeu aos Agregados Domésticos). São também as mulheres os elementos mais sujeitos a esta persistência da pobreza ao longo do ciclo de vida. Esta breve referência aos conceitos e números da pobreza serve para ressaltar a importância da Rede Social e da coordenação entre diferentes actores na promoção de uma estratégia local que conduza a uma erradicação do fenómeno nas suas múltiplas vertentes e expressões. Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

9 II.1. Dinâmicas Demográficas e Familiares O crescimento populacional Embora a um ritmo inferior ao que aconteceu na década de 80, a população do Concelho de Matosinhos tem, nos últimos anos, continuado a crescer, chegando a 2004 com uma população residente estimada em indivíduos. População Residente no Concelho de Matosinhos Fontes: INE, Recenseamento Geral da População 1981, 1991 e INE, Anuários Estatísticos da Região Norte 1996, 1999, 2003 e Tendo em conta as diferentes freguesias do Concelho, verifica-se que nem todas registaram uma dinâmica demográfica semelhante. Assim, entre 1991 e 2001, o maior aumento populacional verificou-se em: Senhora da Hora (+32.8%); Custóias (+22.1%); S. Mamede Infesta (+15%). Por outro lado, perderam população as freguesias de: Guifões (-11.3%); Matosinhos (-4.4%). Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

10 O gráfico abaixo dá conta da variação populacional ocorrida no Concelho de Matosinhos na década de 1991/2001. Variação Populacional, por Freguesia, no Concelho de Matosinhos Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação, 2001 Envelhecimento da população À semelhança das tendências verificadas no País, também a população deste Concelho tem vindo a envelhecer: em 2004, os maiores de 65 anos eram cerca de pessoas. De referir que a população idosa é o grupo populacional que vive em maior risco de pobreza. Em 2004, 29% das pessoas idosas viviam em risco de pobreza (30% de mulheres, 29% de homens) face aos 21% da população total (de acordo com os dados do Eurostat). Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

11 População residente por grupos etários e mais Fontes: INE, Recenseamento Geral da População 1991 e INE, Anuários Estatísticos da Região Norte 1996, 1999, 2003 e Tendo em conta as freguesias concelhias verificamos que a distribuição populacional, por grupos etários, não é uniforme nas dez freguesias. Observando o gráfico abaixo representado, verifica-se que, em 2001, as freguesias de Leça do Balio, Matosinhos, S. Mamede Infesta e Leça da Palmeira são as que revelam uma maior presença de população idosa. Em situação contrária, ou seja, com o maior número de população jovem (0-14 anos) surgem as freguesias da Senhora da Hora, Perafita e Santa Cruz do Bispo. Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

12 População Residente no Concelho de Matosinhos, grupos etários e freguesia 2001 Srª Hora S. Mamede Stª Cruz Perafita Matosinhos Leça P, Leça B. Lavra Guifões Cústóias % 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação, 2001 O envelhecimento populacional decorre não só do aumento do número de idosos, mas também do decréscimo do número de crianças e jovens. Daí que o índice de envelhecimento tem vindo a subir e encontrava-se em 2004 nos 87%, o que significa que, por cada 100 jovens (0 aos 14 anos) existem 87 idosos. Concomitantemente, o índice de juventude tem vindo a descer situando-se, em 2004, nos 115%. Isto significa que por cada 100 idosos existem 115 jovens, revelando-se, assim, tendência para a convergência dos dois indíces. Índice de Envelhecimento e Índice de Juventude, no Concelho de Matosinhos ,0 % 200,0 150,0 100,0 50,0 índice juventude índice envelhecimento 0, Fonte: INE, Anuários Estatísticos da Região Norte, 1991/92, 1996, 1999, 2001 e 2003 Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

13 Transformações nas estruturas familiares Estas alterações demográficas têm as suas repercussões, e são também consequência, das transformações ao nível das estruturas familiares. Assim, e uma vez mais seguindo as tendências registadas no País, as famílias de Matosinhos tendem, cada vez mais, a terem menos filhos e menos pessoas na família, estruturando-se em torno de um núcleo familiar onde já não coabitam diferentes gerações. Como consequência, as famílias numerosas (com cinco e mais elementos) diminuem a sua expressão no Concelho na década de 90. No entanto, importa não esquecer que são as famílias com crianças, e em particular as mais numerosas, onde se verifica um maior risco de pobreza em 2001, 34% das famílias com dois adultos e três ou mais crianças estavam em situação de pobreza. Famílias numerosas (cinco ou mais elementos) 1991 e % ,8 8, Fontes: INE, Recenseamento Geral da População 1991 e Ainda como alteração das estruturas familiares, registe-se o aumento das famílias monoparentais. Em 2001 o número de famílias monoparentais é 5 052, significando 8.7% do total de famílias clássicas; essa percentagem era de 6.3%, em Estas famílias são, também, particularmente vulneráveis à pobreza monetária: 30% das famílias monoparentais, com pelo menos uma criança, estavam em situação de pobreza monetária, em Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

14 Famílias monoparentais 1991 e 2001 % ,3 8, Fontes: INE, Recenseamento Geral da População 1991 e O aumento das pessoas idosas na demografia da população tem implicado que o número de famílias compostas por pessoas idosas (ou com pessoas idosas) cresça, assim como aumenta o número de idosos a viverem sós. Assim, entre 1991 e 2001, o número de idosos nas famílias aumentou de 21.7% para 25.1%. Em 2001, 5.8% das famílias residentes correspondiam a situações de idosos a viverem sós. Estas famílias constituem outra tipologia familiar particularmente vulnerável à pobreza: em 2004, as famílias constituídas por um idoso isolado e as famílias com dois adultos, em que pelo menos um tem 65 ou mais anos, apresentavam, as taxas de pobreza de 41% e 31%, respectivamente. Famílias com pessoas idosas Famílias compostas por pessoas idosas a viverem sós % ,7 25, % ,3 5, Fontes: INE, Recenseamento Geral da População 1991 e Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

15 De notar que a perda de autonomia, o isolamento social, as más condições habitacionais e as dificuldades de acesso aos serviços reforça as vulnerabilidades dos mais velhos face aos fenómenos da pobreza e da exclusão social. Problemas prioritários no eixo das dinâmicas demográficas e familiares No eixo das dinâmicas demográficas, o envelhecimento populacional foi considerado central tendo em conta as implicações que transporta consigo, tanto ao nível do quotidiano dos indivíduos e famílias, como ao nível da organização dos serviços e respostas sociais. De salientar, ainda, a já referida vulnerabilidade da população idosa, e em particular das mulheres, aos fenómenos da pobreza e da exclusão social. Eis os problemas, e respectivas causas, registados no PDS , inerentes às questões do envelhecimento populacional. Aumento das situações de dependência (física). Problemas Prioritários Existência de pessoas idosas isoladas. Pessoas idosas vivendo em habitações degradadas e sem condições de acessibilidade Causas Envelhecimento demográfico da população. Alteração dos padrões de família. Ausência de políticas de reabilitação habitacional. Fraca reflexão e conhecimento sobre a problemática do envelhecimento. Ausência de diagnóstico de carácter participado no planeamento dos equipamentos / respostas sociais dirigidas às pessoas idosas. Ausência de inovação. Falta de preparação para a reforma Respostas sociais desajustadas às novas realidades do envelhecimento. Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

16 II. 2. Emprego O emprego é um direito social básico que se encontra reconhecido a todos/as os/as cidadãos e cidadãs na Constituição da República Portuguesa (4ª revisão de 1997). No seu artigo 58º a Constituição refere que incumbe ao Estado promover a execução de políticas de pleno emprego ; saliente-se a alínea a) do artigo 59º onde se escreve que todos/as trabalhadores/as têm direito, sem distinção de idade, sexo, raça, cidadania, território de origem, convicções políticas ou ideológica, à retribuição do trabalho, segundo a quantidade, natureza e qualidade, observando-se de que para trabalho igual salário igual, de forma a garantir uma existência condigna. A exclusão face ao direito ao emprego, ou numa perspectiva mais ampla, ao trabalho, tem sido uma das questões centrais no debate sobre a exclusão social. Tal exclusão ultrapassa hoje a vertente mais fácil de identificar, e também a mais visível, que é a do desemprego mas contempla as dimensões da ausência de qualidade no emprego, que passam pelo baixo nível de remunerações, pela precariedade ou inexistência de vínculos contratuais, pela clandestinidade de determinadas actividades profissionais, pelas enormes desigualdades que caracterizam o sistema de remunerações e que afectam, em particular, as mulheres e os estratos escolar e profissionalmente menos qualificados. A exclusão face ao direito ao emprego é, em si mesmo, uma dimensão da exclusão social e é, também, um factor de outras dimensões dessa mesma exclusão. Repare-se que o emprego, ou o desempenho de uma actividade profissional remunerada, representa, para a maior parte das famílias, a principal fonte de rendimentos. Ter um emprego / uma profissão é, pese embora todas as transformações sociais, ter acesso a um determinado estatuto que, geralmente, se assume como uma referência social muito importante. Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

17 A evolução do desemprego inscrito O número de desempregados/as registou um aumento continuado de 2000 até 2004, altura em que se iniciou uma descida que se verificou ainda no ano de No primeiro semestre de 2006, o número de desempregados/as inscritos/as no Centro de Emprego era já de pessoas. Não é possível afirmar que esta diminuição do desemprego, verificada no 1º semestre de 2006, se irá manter até ao final do ano, uma vez que os mercados locais de emprego não são estáveis e este número irá, com certeza, sofrer alterações. Pessoas desempregadas inscritas no Centro de Emprego de Matosinhos * Fonte: IEFP. * Os dados de 2000 dizem respeito ao mês de Outubro; 2001, 2003, 2004 e 2005 reportam-se a Dezembro; 2002 reporta-se a Novembro e 2006 apenas ao 1º semestre. Tendo em conta o número de desempregados/as por sexo, verifica-se que a proporção de mulheres desempregadas foi, até 2003, sempre superior à de homens. Em 2004 e 2005 a tendência inverteu-se mas em 2006 os dados começam a revelar, novamente, um predomínio do desemprego feminino. O gráfico abaixo representado dá conta da evolução, em termos proporcionais, do desemprego de homens e mulheres, no Concelho de Matosinhos. Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

18 Pessoas Desempregadas no Centro de Emprego de Matosinhos, por sexo (%)* 60,0 50,0 40,0 % 30,0 20,0 10,0 Homens Mulheres 0, Fonte: IEFP. * Os dados de 2000 dizem respeito ao mês de Outubro; 2001, 2003, 2004 e 2005 reportam-se a Dezembro; 2002 reporta-se a Novembro e 2006 apenas ao 1º semestre. A idade dos /as desempregados/as O desemprego feminino é, em Matosinhos, um desemprego mais jovem do que o apresentado pelo sexo masculino. Com efeito, no 1º semestre de 2006, verifica-se entre as mulheres desempregadas, uma maior percentagem do grupo das menores de 25 anos, com 10.9% de mulheres naquela faixa, enquanto que a percentagem de homens, nesse mesmo grupo de idades, é de 9.4%. Por outro lado, os homens desempregados com mais de 55 anos representam 28.2%, enquanto que as mulheres inscritas no Centro de Emprego naquela mesma faixa etária são 18.9%. Pessoas desempregadas inscritas no Centro de Emprego de Matosinhos 1º Semestre de 2006 Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

19 55 e mais 28,2% Homens Menos de 25 9,4% Menos de 25 10,9% Mulheres 25 a 34 anos 23,5% 35 a 54 anos 43,5% 24 a 34 anos 19,0% 55 e mais 18,9% 35 a 54 anos 46,7% Fonte: IEFP. Os baixos níveis de instrução das pessoas desempregadas Considerando a população desempregada, mas tendo em conta as habilitações escolares, apercebemo-nos que prevalecem os baixos níveis de instrução. No 1º semestre de 2006, a população desempregada com o 1º ciclo ou menos, representava 38.6%. 60 Pessoas Desempregadas, segundo o nível de ensino (%)* % º ciclo ou menos 2º ciclo 3º ciclo Secundário Bach./ Lic Fonte: IEFP. * Os dados de 2000 dizem respeito ao mês de Outubro; 2001, 2003, 2004 e 2005 reportam-se a Dezembro; 2002 reporta-se a Novembro e 2006 apenas ao 1º semestre. Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

20 No entanto, entre Outubro de 2000 e Dezembro de 2005, o número de pessoas desempregadas com uma licenciatura ou bacharelato passa de 425 efectivos para 862, ou seja, mais 102.8%, o que significa que mais do que duplicou. Tempo de desemprego Ao longo dos anos compreendidos entre 2002 e 2006 tem-se registado, embora com oscilações, uma descida do número de pessoas desempregadas há menos de 12 meses e um aumento dos/as desempregados/as de longa duração. Contudo, os dados disponíveis para o 1º semestre de 2006 parecem revelar um maior equilíbrio entre as duas situações já que, nestes primeiros seis meses, as percentagens do desemprego de longa (49.9%) e curta duração (51.1%) eram de 49.9% e 51.1%, respectivamente. Pessoas desempregadas no Centro de Emprego de Matosinhos segundo o tempo de inscrição * Menos de 12 meses 12 e mais Fonte: IEFP. * Os dados de 2000 dizem respeito ao mês de Outubro; 2001, 2003, 2004 e 2005 reportam-se a Dezembro; 2002 reporta-se a Novembro e 2006 apenas ao 1º semestre. Ofertas e colocações de emprego No que se refere às ofertas de emprego e às colocações pode referir-se o seguinte, tendo por base a informação mais actualizada possível, tendo em conta os dados disponíveis a quando da elaboração do presente documento: Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

21 No 4º trimestre de 2005 o número de ofertas de emprego aumentou 10.2%, face ao período homólogo, potenciando igualmente um aumento do número de colocações em +4.6%. No entanto, as colocações verificadas (4º trimestre de 2005) satisfizeram, apenas, 6.9% dos pedidos registados, ou seja, 160 colocações para pedidos de emprego. Fonte: IEFP, Relatório Trimestral Evolução e Situação dos Mercados Locais de Trabalho do Instituto de Emprego e Formação Profissional, 2003, 2004 e Problemas prioritários no domínio do Emprego Persistência do desemprego e do DLD. Problemas Dificuldades acrescidas de inserção profissional de alguns sectores de população Causas Mercado de trabalho precário e segregado. Compressão na criação de emprego. Baixas qualificações escolares e profissionais da população. Desvalorização social de certas profissões. Divórcio entre a escola e a actividade profissional. Valores culturais que dificultam o acesso das mulheres ao emprego. Salários baixos e más condições de trabalho. Lacunas na cobertura por parte dos equipamentos sociais. Transportes públicos com 2006 horários desajustados às exigências do mercado de trabalho. Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

22 II.3. Educação De acordo com a Constituição Portuguesa a educação surge como um direito universal, cabendo ao Estado a promoção da democratização da educação, bem como, assegurar a igualdade de oportunidades, a superação das desigualdades económicas, sociais e culturais, o desenvolvimento da personalidade e do espírito de tolerância (...) (Artigo 73º). Compete, ainda, ao Estado garantir o cumprimento do ensino básico universal, obrigatório e gratuito ; Criar um sistema público e desenvolver o sistema geral de educação pré-escolar ; Garantir a educação permanente e eliminar o analfabetismo (Artigo 73º). A exclusão em relação ao sistema educativo traduz-se, na prática, em baixos níveis de escolaridade e, paralelamente, em insucesso e abandono escolar precoce. Actualmente, o nível de instrução possuído influencia, cada vez mais, a capacidade económica dos indivíduos e um baixo nível de instrução tem sido identificado como um factor causa-efeito de uma situação de pobreza. Ou seja, se por um lado, níveis de instrução mais baixos remetem os indivíduos para as profissões menos qualificadas e, logo, priores remuneradas, por outro lado, sabe-se também que o sucesso no sistema educativo é um processo selectivo, o que significa uma não verificação dos princípios da igualdade e universalidade que deveriam nortear a educação. Neste sentido, constata-se, com frequência, que são os /as filhos/as das pessoas de menores rendimentos e/ou em situação de maior fragilidade social que, geralmente, se ficam pelos níveis de instrução mais baixos, sendo o seu percurso escolar, com frequência, marcado pelo insucesso e, por vezes, pelo abandono escolar precoce. Os baixos níveis de instrução A população concelhia estava, em 2001, mais escolarizada do que em A população sem escolaridade diminuiu e aumentou o número de pessoas com o 3º ciclo do ensino básico, ensino secundário e superior. Contudo, o Concelho de Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

23 Matosinhos continua a apresentar uma situação preocupante no que se refere a alguns aspectos: O Concelho mantém-se com elevadas taxas de analfabetismo (5.2%, em 2001); Existem baixas taxas de escolarização da população dos 25 aos 44 anos: quase 25% da população desta faixa etária frequentou a escola só até ao 1º ciclo do ensino básico. População entre os 25 e os 44 anos, residente no Concelho de Matosinhos, com escolarização, por nível de ensino concluído ,9 19,1 16,6 17,2 24,6 1ºCiclo 2ºCiclo 3ºCiclo Complementar Ensino Superior Fonte: INE, Recenseamento Geral da População, A persistência do abandono escolar precoce Por outro lado, denota-se uma persistência do abandono precoce. Em 2001: 240 (2.1%) crianças com menos de 16 anos saíram na escola sem a escolaridade obrigatória de nove anos (Fonte: INE, Recenseamento Geral da População, 2001). Ainda segundo dados do Recenseamento Geral da População de 2001, na faixa etária dos 16 aos 24 anos eram (3790) 17.2% os/as jovens que saíram sem o 3º ciclo do ensino básico (Fonte: INE, Recenseamento Geral da População, 2001). Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

24 De acordo com a DREN, no ano lectivo de 2002 /2003 saíram das escolas do ensino básico do Concelho: 218 alunos/as sem que tivessem completado o 3º ciclo do ensino básico, dos quais 5 não concluíram o 1º ciclo; 57 não concluíram o 2º ciclo; e 150 não concluíram o 3º ciclo (em 6 alunos/as não existe especificação do ano de abandono) (Fonte: DREN). Problemas prioritários no domínio da Educação Baixos níveis de instrução da população. Problemas Prioritários Persistência do Baixos níveis abandono precoce de literacia do sistema de ensino e do insucesso escolar. Causas Desvalorização da educação em certas famílias. Insuficiência de competências parentais para a estimulação do desenvolvimento das crianças. Metodologias de ensino-aprendizagem que não reflectem a multiculturalidade da população escolar. Escola pouco atractiva. Divórcio entre escola e actividade profissional. Não frequência de equipamentos pré-escolares. Dificuldades de conciliação entre os horários das famílias e dos equipamentos de ensino. Ausência de hábitos de leitura 2006 Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

25 II. 4. Saúde Todos têm direito à protecção na saúde e o dever de a defender e promover é o que refere a Constituição no seu artigo 64º. Entre outros aspectos diz, ainda, que para assegurar o direito à protecção da saúde, incumbe prioritariamente ao Estado: garantir o acesso de todos os cidadãos, independentemente da sua condição económica, aos cuidados de medicina preventiva, curativa e de reabilitação. As dificuldades de acesso àqueles cuidados de medicina afiguram-se, pois, não só como factores de exclusão em si mesmo como, também eles próprios, têm implicações ao nível de outras dimensões da exclusão social. Inquéritos realizados sobre a pobreza e a exclusão social, quer a nível nacional, como comunitário, têm revelado insistentemente a saúde, ou melhor, a ausência dela, como um factor de vulnerabilidade à privação económica e a outras situações de risco face à exclusão social. Em adulto, os problemas de saúde contribuem para que, em geral, as condições de vida piorem, seja pelo aspecto imediato da maior debilidade física ou psicológica e uma menor capacidade para a realização de certas tarefas; seja por implicarem desemprego e, como tal, uma quebra de rendimentos; seja, ainda, pela origem de mais despesas. Essa transversalidade do conceito de saúde e a sua importância para as condições de vida da população em geral está presente nas definições da Organização Mundial de Saúde onde se refere que uma boa saúde é um dos maiores recursos para o desenvolvimento social, económico e pessoal e uma dimensão importante da qualidade de vida (OMS, 1986). Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

26 Incidência da Tuberculose Os dados disponíveis revelam uma forte incidência em Matosinhos, sobretudo quando é feita a comparação com o que se passa no País. Incidência da Tuberculose em Portugal, Grande Porto e Matosinhos 1996, 1997 e 2000 Nº de observações Taxa %000 Nº de observações Taxa %000 Nº de observações Taxa %000 Portugal , ,9 Grande Porto , ,7 - - Matosinhos , , ,9 Fonte: INE e Direcção Geral da Saúde. No entanto, a evolução é bastante positiva, sobretudo desde a Constituição do Grupo Coordenador do Programa de Luta Anti-Tuberculosa, em Evolução da incidência da Tuberculose no Concelho de Matosinhos ,81 71,57 64,35 60, Fonte: CDP. Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

27 No âmbito do trabalho desenvolvido pelas Comissões Sociais, Leça do Balio foi a freguesia identificada pelo Centro de Saúde de S.Mamede Infesta como aquela em é mais elevado o número de pessoas atingidas pela tuberculose. Lacunas na cobertura dos serviços / cuidados de saúde As lacunas ao nível dos recursos, e em particular dos recursos humanos, na área da saúde é, aliás, uma questão que se tem vindo a constituir, cada vez mais, como uma preocupação premente do Concelho de Matosinhos. A inexistência de médicos de família para todos os utentes constitui-se, inequivocamente, como uma dificuldade no acesso à prestação de cuidados de saúde, embora a evolução nos últimos anos tenha melhorado no Concelho. A este respeito os dados disponíveis revelam o seguinte: Em Abril de 2004, eram as pessoas inscritas nos Centros de Saúde do Concelho, sem médico de família. Esse número desce para em Dezembro de 2005 e para em Setembro de 2006 População Inscrita nos Centros de Saúde Setembro de 2006 Matosinhos Srª da Hora + Privadas Leça da Palmeira S. Mamede Total Nº total de utentes Nº de utentes com médico de família Nº de utentes sem médico de família Nº de utentes sem médico de família por opção Fonte: ULS de Matosinhos. Tal como se pode verificar, no quadro acima representado, são os Centros de Saúde de Senhora da Hora e de Matosinhos que apresentam a situação mais complicada: Senhora da Hora regista o maior número de utentes sem médico se família, acumulando 29.5% do número total de utentes sem médico de família; Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

28 Matosinhos é Centro de Saúde com a maior percentagem de utentes sem médico de família; Em termos gerais, 4.8% do total de utentes dos 4 Centros de Saúde não tem médico de família, o que corresponde já a uma melhoria face à situação no ano de 2004, onde essa percentagem era de 7%. Outro indicador das dificuldades da população no acesso aos cuidados de saúde diz respeito às listas de espera, quer para consulta, quer para cirurgia: Listas de espera para consulta, compostas por pessoas, em Dezembro de Listas de espera para cirurga, compostas por pessoas em Dezembro de Aumento das situações de dependência O envelhecimento da população transporta consigo o aumento das situações de dependência colocando novas necessidades e novas questões quanto ao acesso aos serviços e cuidados de saúde (barreiras arquitectónicas; transportes; ajudas técnicas ). Verifica-se, ainda, uma forte presença de idosos entre a população internada no Hospital e, por vezes, a manutenção do internamento, para além do tempo necessário, devido à ausência de respostas adequadas em número suficiente. Existência de situações de toxicodependência Num estudo de Jorge Negreiros de 2001, estima-se em 1670 o número de consumidores problemáticos residentes no concelho de Matosinhos o que significará cerca de 1% da população residente. A média de idades para iniciação ao consumo era de 13 anos. Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

29 Entre 2000, e o 1º semestre de 2002, foram admitidos no CAT de Matosinhos 360 pessoas residentes no Concelho, que juntamente com aquelas que se encontram em seguimento perfazem Em 1990, 337 utentes do Centro Regional de Alcoologia do Porto eram residentes no concelho de Matosinhos; em 2002 o número de utentes é de 379. Fonte: CAT Centro de Atendimento a Toxicodependentes; Centro Regional de Alcoologia do Porto; Consumo de Álcool e Drogas nos Jovens: estudo epidemiológico no Concelho de Matosinhos, 2001) Problemas prioritários no domínio da Saúde Forte incidência da tuberculose. Problemas Prioritários Lacunas na cobertura dos serviços / cuidadosos de saúde. Causas Aumento das situações de dependência. Metodologia de informação para a prevenção para a prevenção na saúde pouco adequada; Envelhecimento, isolamento da população; novas realidades familiares; dificuldades de conciliação. Desconhecimento sobre doenças crónicas e atitudes preventivas. Naturalização de consumos aditivos (alcoolismo). Consumo de drogas enquanto processo de iniciação na idade adulta. Existência de situações de toxicodependência. Comportamentos de risco face à saúde Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

30 II. 5. Habitação Todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e privacidade familiar (Constituição Portuguesa, ponto 1 do artigo 65º). A expressão mais visível da exclusão relativamente ao direito habitação tem sido, sem dúvida, a existência de bairros de barracos nas principais aglomerações urbanas que, em Matosinhos já foram erradicados. No entanto, persistem, quer seja no País, quer no Concelho, deficientes condições de habitabilidade, ausência de privacidade e conforto, pese embora as grandes evoluções a este nível. Condições de habitabilidade Tendo em conta os dois últimos Censos, verifica-se no Concelho de Matosinhos, uma melhoria da situação dos indicadores que dão conta das condições de habitabilidade Ainda, assim, subsiste um elevado número de alojamentos sem instalação de banho/duche e mesmo sem água canalizada. Estas situações estão, com frequência, associadas a casas velhas onde vive, também, uma população idosa com fracos recursos económicos e, como tal, com poucas capacidades para melhorarem as suas condições de habitabilidade. Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

31 . Alojamentos Familiares, segundo as instalações existentes, no Concelho de Matosinhos, em 1991 e N.º Sem electricidade Sem retrete Sem água canalizada Sem banho/duche Sem cozinha Sem instalações Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação, 1991 e 2001 Sobreocupação das habitações Um outro indicador que sofreu uma melhoria significativa diz respeito ao número de famílias que partilhavam alojamento: de 13.1% em 1981, passou para 4.5% em A mesma tendência para a diminuição se verificou entre o número de famílias em alojamentos superlotados, tal como se pode constatar no gráfico seguinte. Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

32 Famílias em alojamento superlotados e famílias que partilha alojamento em Matosinhos 1981, 1991 e 2001 (%) ,1 5,4 4, Fam. Alojam. Superlotados Fam.Partilham Alojamento Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação, 1991 e O endividamento Um outro aspecto a ter em conta, no domínio da habitação, diz respeito à progressão para a aquisição de casa própria, o que, de certa forma, se poderá constituir como um indicador de melhoria do nível de vida das populações. Em Matosinhos, no recenseamento de 1991, a percentagem de famílias que residiam em casa própria era 46.9%; atinge os 65.7% em 2001 No entanto, a tendência para a aquisição de casa própria tem sido acompanhada de um aumento do recurso aos empréstimos bancários e, como tal, do endividamento das famílias. Embora sem dados estatísticos para o Concelho, o endividamento face ás despesas de habitação começa a tornar-se uma situação preocupante para alguns serviços no Concelho, onde as populações recorrem para pedir apoio financeiro para o pagamento das dívidas empréstimo bancário ou rendas do mercado habitacional de aluguer ou solicitando uma outra resposta ao nível da habitação. No mercado de habitação normal esse endividamento dá origem à eminência de situações de despejo; no âmbito da habitação social do Concelho isto tem significado um esforço redobrado ao nível do acompanhamento das famílias. Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

33 Problemas prioritários no domínio da Habitação Problemas Existência de dívidas relativamente à habitação (habitação social). Aumento do número de situações de despejo em perspectiva com consequente aumento do número de pedidos de habitação social. Habitações degradadas e/ou com deficientes condições de acessibilidade. Habitações sobrelotadas em zonas de habitação social. Concentração de populações carenciadas em conjuntos habitacionais Causas Dificuldades económicas das famílias. Envelhecimento da população. Envelhecimento do parque habitacional. Construção clandestina. Preços elevados no mercado privado. Endividamento das famílias. Desresponsabilização pelo pagamento da renda II.6. Equipamentos e Respostas Sociais Os equipamentos e respostas sociais desempenham hoje um papel fundamental na criação de condições de bem-estar da população. Apesar dos esforços desenvolvidos a este nível, as respostas sociais, entendidas em sentido lato, ainda não são satisfatórias, quer do ponto de vista quantitativo, quer, sobretudo, no que diz respeito à qualidade dos serviços prestados, sendo que esta qualidade deve ter por referência a capacidade de tais serviços e equipamentos responderem efectivamente às necessidades de indivíduos e famílias que, numa sociedade em transformação, estão, elas mesmas, em constante mudança. Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

34 Tal como se refere no PNAI esta constitui uma das áreas de maior fragilidade do Sistema de Protecção Social e, simultaneamente, uma das áreas de grande potencialidade de modernização e crescimento com impactes múltiplos na qualidade de vida dos /as cidadãos e cidadãs e na conciliação entre trabalho e família (vd. PNAI, pg 15). Equipamentos dirigidos a Crianças No que se refere aos equipamentos sociais e à taxa de cobertura por freguesia, podemos referir que, no que respeita às Creches, a sua distribuição não é equitativa. Taxa de Cobertura das Creches no Concelho de Matosinhos, segundo o Estatuto de IPSS e por Freguesia, 2001 / 2004 a 2006 Fonte: INE, Recenseamento Geral da População 2001; DGEEP2004 a As freguesias com a maior taxa de cobertura de creches com estatuto de IPSS são: Matosinhos (que concentra a maioria destes equipamentos); Santa Cruz do Bispo; Guifões; S. Mamede Infesta. Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

35 Em desvantagem surge a freguesia de Custóias, sem qualquer equipamento desta natureza. Taxa de Cobertura das Creches no Concelho de Matosinhos, segundo o Estatuto Lucrativo e por Freguesia, 2001 / 2004 a 2006 Fonte: INE, Recenseamento Geral da População 2001; DGEEP2004 a Quanto às Creches lucrativas, são menos que as IPSS e a sua distribuição contraria a registada nas primeiras: Lavra, Perafita, Santa Cruz do Bispo, Guifões, Leça do Balio, Senhora da Hora e S. Mamede Infesta têm todas menos de 5% de cobertura; Leça da Palmeira, Matosinhos e Custóias não têm qualquer equipamento. Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

36 Equipamentos dirigidos a Idosos Taxa de Cobertura dos Lares para Idosos no Concelho de Matosinhos, segundo o Estatuto de IPSS e por Freguesia, 2001/2006 Fonte: INE, Recenseamento Geral da População 2001; DGEEP2004 a No que se refere às taxas de cobertura dos equipamentos para idosos, e me concreto os Lares, as freguesias mais cobertas são: Leça do Balio; Santa Cruz do Bispo. Por outro lado, são 4 as freguesias sem qualquer equipamento deste tipo: Perafita Guifões Custóias Senhora da Hora Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

37 Taxa de Cobertura dos Lares para Idosos no Concelho de Matosinhos, segundo o Estatuto de Lucrativo e por Freguesia, 2001/2006 Fonte: INE, Recenseamento Geral da População 2001; DGEEP2004 a Os Lares lucrativos têm taxas de cobertura mais baixas e as freguesias onde a sua presença é mais significativa são: Lavra Leça da Palmeira Leça do Balio Sem equipamento desta natureza surgem: Perafita Santa Cruz do Bispo Guifões Custóias Matosinhos Senhora da Hora S. Mamede Infesta Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

38 Taxa de Cobertura dos Centros de Convívio (IPSS) no Concelho de Matosinhos, por Freguesia, 2001/2006 Fonte: INE, Recenseamento Geral da População 2001; DGEEP2004 a Quanto aos Centros de Convívio, as taxas de cobertura abrangem a quase totalidade das freguesias, apenas Leça do Balio não tem qualquer Centro de Convívio. Das restantes a maioria apresenta taxas abaixo dos 5%. Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

39 Taxa de Cobertura dos Centros de Dia (IPSS) no Concelho de Matosinhos, por Freguesia, 2001/2006 Fonte: INE, Recenseamento Geral da População 2001; DGEEP2004 a Os Centros de Dia abrangem a totalidade do Concelho. As taxas de cobertura, contudo, situam-se abaixo dos 5% para a quase totalidade das freguesias. Só Guifões e Leça do Balio apresentam taxas entre os 5 e os 10% Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

40 Problemas prioritários no domínio dos Equipamentos e Respostas Sociais Insuficiente protecção social de crianças; jovens; idosos; e pessoas com deficiência. Problemas Assimetrias na distribuição dos equipamentos pelas freguesias. Desqualificação física de alguns equipamentos. Causas Diferentes dinâmicas por parte das freguesias do Concelho. Ausência de planeamento com base nas reais carências da população. Novas realidades familiares que exigem outras modalidades de respostas. Fraca coordenação dos serviços ao nível do atendimento / acolhimento social 2006 Existência de respostas fragmentadas e sobrepostas ao nível do atendimento. II.7. Situações de Risco No domínio designado como Situações de Risco consideram-se questões que, pela sua transversalidade e importância social, se decidiu isolar. São questões relacionadas com violências várias: violência doméstica; violência de um quotidiano que precocemente coloca as crianças perante o consumo, e suas consequências, de substâncias psicoactivas. São violências normalizadas quer pelo contexto em que se desenvolvem, umas, quer por serem autênticos rituais de entrada no mundo dos adultos, outras (como as toxicodependências, por via do consumo de substâncias ilícitas ou do álcool). Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

41 A maior parte das vítimas destas violências são as mulheres, as crianças e os jovens e o leque das suas das consequências é bastante vasto e particularmente gravoso para as vítimas, situando a um nível físico, emocional, psicológico criando-se, por vezes, um ciclo de exclusões. Existência de situações de toxicodependência Num estudo de Jorge Negreiros de 2001, estima-se em 1670 o número de consumidores problemáticos residentes no concelho de Matosinhos o que significará cerca de 1% da população residente. A média de idades para iniciação ao consumo era de 13 anos. Entre 2000 e o 1º semestre de 2002, foram admitidos no CAT de Matosinhos 360 pessoas residentes no Concelho, que juntamente com aquelas que se encontram em seguimento perfazem Em utentes do Centro Regional de Alcoologia do Porto eram residentes no concelho de Matosinhos; em 2002 o número de utentes é de 379. Fonte: CAT Centro de Atendimento a Toxicodependentes; Centro Regional de Alcoologia do Porto; Consumo de Álcool e Drogas nos Jovens: estudo epidemiológico no Concelho de Matosinhos, 2001) Existência de maus tratos e violência familiar Existência de 274 processo activos na Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (Outubro de 2006) dos quais 148 não têm medidas aplicadas. 10% dos utentes da APAV são residentes no Concelho de Matosinhos. A maior parte são mulheres vítimas de maus-tratos por parte do cônjuge. (Fonte: CPCJP - Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo; APAV Associação Portuguesa de Apoio à Vítima; CIDM Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres). Plano de Desenvolvimento Social 2006 /

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