UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO. Cristiane Lovison

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1 UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL Cristiane Lovison PROPOSTA DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA APLICADA A ABATEDOURO VISANDO MELHOR USO DA ÁGUA E REÚSO DE EFLUENTE Passo Fundo 2011

2 1 Cristiane Lovison PROPOSTA DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA APLICADA A ABATEDOURO VISANDO MELHOR USO DA ÁGUA E REÚSO DE EFLUENTE Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Engenharia Ambiental, como parte dos requisitos exigidos para obtenção do título de Engenheiro Ambiental. Orientador: Profª. Dr a. Aline Ferrão Custódio Passini. Passo Fundo 2011

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4 RESUMO Há uma grande preocupação sob a ótica ambiental quanto à utilização elevada de recursos naturais, a geração de resíduos e dejetos que poluem o ar, a água e o solo. Um meio de amenizar essa degradação ambiental é a aplicação da Produção Mais Limpa. Para a empresa, a P+L pode significar redução de custos de produção; aumento de eficiência e competitividade; diminuição dos riscos de acidentes ambientais; melhoria das condições de saúde e de segurança do trabalhador; melhoria da imagem da empresa junto a consumidores, fornecedores, poder público, mercado e comunidades; ampliação de suas perspectivas de atuação no mercado interno e externo; maior acesso a linhas de financiamento; melhoria do relacionamento com os órgãos ambientais e a sociedade, entre outros. Neste contexto, o presente trabalho visa propor através da prática da Produção Mais Limpa, ações voltadas para a melhoria ambiental no setor de abate de aves na cidade de Nova Bassano - RS, principalmente, através da minimização da utilização de recursos naturais visando otimizar seu processo produtivo, demonstrando a possibilidade de se obter lucro com ações voltadas ao meio ambiente, com propostas de reúso de efluente. A metodologia utilizada foi a de uma pesquisa exploratória, através de dados coletados junto à empresa, através da internet e pesquisa bibliográfica. Assim sendo, a proposta da Produção Mais Limpa torna mais eficiente o uso de matéria-prima e recursos naturais através de modificações nos processos produtivos e nas práticas industriais, além de tornar possível aplicar práticas de reúso do efluente na própria empresa. Através da aplicação de técnicas de Produção Mais Limpa, é possível melhorar o aspecto do efluente, diminuindo sua carga orgânica e a entrada de produtos químicos no mesmo. Palavras chaves: Produção Mais Limpa, Abatedouro, Efluentes Industriais, Reúso de Efluente.

5 1 ABSTRACT There is great concern from the standpoint of environmental and high utilization of natural resources, waste generation and waste products that pollute the air, water and soil. One way to mitigate this environmental degradation is the application of Cleaner Production. For the company, the PL can mean lower production costs, increase efficiency and competitiveness, reducing the risk of environmental accidents, improvement of health and worker safety, improving the company's image with consumers, suppliers, power public market and communities, expand their perspectives of experience in domestic and foreign markets, greater access to credit lines, improving the relationship with the environmental and society, among others. In this context, this paper aims to propose through the practice of Cleaner Production, actions aimed at environmental improvement in the poultry slaughter industry in the city of Nova Bassano - RS, mainly by minimizing the use of natural resources to optimize their process production, demonstrating the ability to profit from actions related to the environment, with proposals for reuse of effluent. The methodology used was an exploratory research, using data collected from the company through the internet and literature search. Therefore, the proposal of Cleaner Production makes more efficient use of raw materials and natural resources through changes in production processes and industrial practices, and makes possible to apply the effluent reuse practices in the company. Through the application of cleaner production techniques, it is possible to improve the appearance of the effluent, reducing its load and the input of organic chemicals in it. Keywords: Cleaner Production, Slaughterhouse, industrial wastewater, wastewater reuse.

6 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO Problema e contextualização Justificativa OBJETIVOS Objetivo Geral Objetivos Específicos ESTRUTURA DO TRABALHO REVISÃO DE LITERATURA INDUSTRIALIZAÇÃO DE CARNE Perfil do setor avícola Geração de Resíduos e Efluentes no processo de industrialização Tratamento de efluentes industriais Produção Mais Limpa Benefícios da Produção Mais Limpa Metodologia de implantação da Produção Mais Limpa ETAPA 01 Planejamento e organização ETAPA 02 - Pré-avaliação e Diagnostico ETAPA 03 - Realização dos Estudos e Avaliação ETAPA 04 - Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental ETAPA 05 - Implementação e Planos de Continuação Barreiras da implantação da Produção Mais Limpa REÚSO DOS RECURSOS HÍDRICOS METODOLOGIA LOCAL DE ESTUDO DELINEAMENTO DA PESQUISA Visita ao empreendimento Descrição do Processo Produtivo Oportunidades de Produção Mais Limpa Oportunidades de Reúso RESULTADOS E DISCUSSÕES EMPREENDIMENTO DETALHAMENTO DO PROCESSO PRODUTIVO Recepção e Espera Desembarque Pendura Atordoamento ou Insensibilização Sangria Escaldagem Depenagem Corte dos Pés Evisceração Pré-resfriamento Resfriamento de Miúdos Classificação Espostejamento (sala de cortes)... 60

7 Embalagem Estocagem Transporte Processo de Higienização e Limpeza CONSUMO DE ÁGUA E GERAÇÃO DE EFLUENTES Consumo de água no processo produtivo Efluentes líquidos MEDIDAS DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA VISANDO MELHOR USO DA ÁGUA E REÚSO Formação do ECOTIME Uso racional de água Minimização dos efluentes líquidos e de sua carga poluidora Aplicações de reúso CONCLUSÕES Conclusões do trabalho Sugestões para trabalhos futuros REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

8 4 1 INTRODUÇÃO 1.1 Problema e contextualização Desde a origem do homem, a carne faz parte da sua alimentação. Atualmente, com a explosão demográfica, a demanda por carne tem aumentado e consequentemente o aperfeiçoamento das técnicas de abate, gerando grandes volumes de águas residuárias, ou efluentes. (MALDANER, 2008). A natureza dos problemas ambientais é parcialmente atribuída à complexidade dos processos industriais utilizados pelo homem. Todo produto não importa de que material seja feito ou finalidade de uso, provoca um impacto no meio ambiente, seja em função de seu processo produtivo, das matérias primas que se consome, ou devido ao seu uso ou disposição final (CHEHEBE, 1997). Em tempos de profunda preocupação da sociedade pelos problemas ambientais, as empresas estão deixando as posturas passivas e reativas para adotar um comportamento ambiental pró-ativo. Neste momento, o problema ambiental se torna uma oportunidade de negócios. Verifica-se que ao mesmo tempo em que a crise ambiental constitui uma ameaça à sobrevivência do homem e da natureza, ela apresenta-se como uma oportunidade de continuar a vida com base em novos paradigmas. O meio ambiente deixa de ser um aspecto de nenhum ou pouco interesse, onde a única preocupação era cumprir minimamente as obrigações legais, e passa a ser uma fonte adicional de eficiência e competitividade (LORA, 2000). Para promover a proteção e a melhoria da qualidade ambiental, e ao mesmo tempo o desenvolvimento econômico e social, é preciso abandonar o velho conceito de inesgotabilidade dos recursos naturais. Conceitos como prevenção à poluição, reutilização, reciclagem e planejamento estão a cada dia ganhando mais espaço nas atividades produtivas (FERREIRA, 2002). Historicamente, o setor industrial tem contribuído de forma marcante para a degradação das águas, tanto em aspectos quantitativos representa 23% do consumo como qualitativos, já que toda sorte de poluentes podem estar associada às mais diversificadas tipologias industriais (PIRES, 2010). Todos os estabelecimentos, via de regra, lançam as águas residuárias diretamente em cursos d água que, se forem volumosos e perenes, são capazes de diluir a carga recebida sem

9 5 maiores prejuízos. Porém, o que freqüentemente acontece é que os rios são de pequeno porte e o efluente do abatedouro com elevada carga poluidora torna as águas receptoras impróprias à vida aquática e a qualquer tipo de abastecimento, agrícola, comercial, industrial ou recreativo. Indiscutivelmente, o efluente de abatedouros é responsável pela pior imagem que o público tem desses estabelecimentos e as autoridades sanitárias nele vêem o grande poluidor dos mananciais das águas de abastecimento (MORALES, 2006). A avicultura tem obtido um desenvolvimento sem precedentes nos últimos 40 anos tendo importância fundamental para o desenvolvimento econômico e social do país, possibilitando agregar valores às matérias-primas originais, induzindo à modernização do setor primário e o crescimento dos serviços, além de contribuir com a geração de empregos e renda. Este crescimento veio acompanhado de imensas transformações nas áreas de nutrição, genética, manejo e sanidade. Essa evolução foi intensamente incorporada pelos empresários do setor promovendo a transformação da "criação de galinhas" no agronegócio avícola dos dias atuais. A avicultura acostumou-se a lidar com itens como "custo/benefício", "gestão de qualidade ou qualidade total". O crescimento acelerado da produção de carne traz consigo um agravamento dos problemas ambientais (BNB, 1999). Ao caracterizar o impacto ambiental que a avicultura de corte apresenta é necessário considerar a importância de cada elo da cadeia e, nesse sentido se destacam dois segmentos principais: as unidades produtoras e os abatedouros. Nos abatedouros os passivos ambientais de maior relevância são gerados pelos efluentes, devido à grande quantidade de água necessária para abater uma ave. Cada frango de corte abatido apresenta um rendimento industrial de 75% (% de carcaça comercializável) gerando potencialmente 25 % de resíduo que é convertido em matéria prima reaproveitável com distintas finalidades e, dessa forma, para cada 1000 aves abatidas são gerados cerca de 25 m³ de efluentes com 3,3 kg de DBO por m³. Esses efluentes podem afetar corpos de água superficiais (cursos de água, lagos, banhados, açudes) e subterrâneos (lençol freático, poços, aquífero) (SEIFFERT, 2000). A maioria das indústrias possui estações de tratamento de águas residuárias, sendo que estes efluentes depois de tratados são liberados em nossos rios. No entanto, eles poderiam ser reaproveitados de alguma forma nos processos industriais e gerar uma economia no uso dos recursos hídricos (BRAGA, 2002).

10 6 Há uma grande preocupação sob a ótica ambiental quanto à utilização elevada de recursos naturais, a geração de resíduos e dejetos que poluem o ar, a água e o solo. Um meio de amenizar essa degradação ambiental é a aplicação da Produção Mais Limpa. A empresa em estudo tem grande preocupação com o meio ambiente, procurando sempre utilizar técnicas que melhorem a qualidade ambiental juntamente com a qualidade do produto. Como há grande uso de água para a produção de frango, foi necessário avaliar medidas que podem prevenir o desperdício e, ainda, colaborar em relação a grande carga orgânica presente nos efluentes líquidos gerados. Decorrente dessa necessidade, quais seriam as técnicas que são melhores empregadas neste tipo de empreendimento? 1.2 Justificativa No contexto de globalização dos padrões de qualidade visando o atendimento às demandas internas e internacionais, o enfoque ambiental representado principalmente pelo manejo dos resíduos gerados é de fundamental importância para que a atividade avícola se desenvolva nas condições das restrições legais tanto nacionais quanto internacionais. A aplicação de tecnologias apropriadas e ecológicas, com a redução da utilização e/ou desperdício de recursos naturais, da geração de resíduos e poluição, é uma ação de prioridade mundial. A produção eficaz e a minimização da poluição advinda desta é um desafio inerente às estratégias de produção mais limpa, cujo objetivo principal é evitar a geração de resíduos e emissões, a partir de um enfoque preventivo (NASCIMENTO E MOTHÉ, 2007). De maneira geral, verifica-se a consolidação da metodologia de Produção Mais Limpa como um importante instrumento para aumentar a competitividade, a inovação e a responsabilidade ambiental no setor produtivo brasileiro (WERNER et al, 2009). A P+L é um processo de gestão que abrange diversos níveis da empresa, da alta diretoria aos diversos colaboradores. Trata-se não só de mudanças organizacionais, técnicas e operacionais, mas também de uma mudança cultural que necessita de comunicação para ser disseminada e incorporada ao dia-a-dia de cada colaborador. Com a P+L, é possível construir uma visão de futuro para a empresa, aperfeiçoar as etapas de planejamento, expandir e ampliar o negócio, e o mais importante: obter simultaneamente benefícios ambientais e econômicos na gestão dos processos (CETESB, 2008).

11 7 Para a empresa, a P+L pode significar redução de custos de produção; aumento de eficiência e competitividade; diminuição dos riscos de acidentes ambientais; melhoria das condições de saúde e de segurança do trabalhador; melhoria da imagem da empresa junto a consumidores, fornecedores, poder público, mercado e comunidades; ampliação de suas perspectivas de atuação no mercado interno e externo; maior acesso a linhas de financiamento; melhoria do relacionamento com os órgãos ambientais e a sociedade, entre outros (CETESB, 2008). Além desses benefícios, a P+L é um grande aliado em relação à carga orgânica dos efluentes gerados pelo processo produtivo. Uma vez que o efluente, em sua forma natural, não pode simplesmente ser lançado num curso de água, os frigoríficos e matadouros ficam obrigados a providenciar o seu tratamento para não criar problemas de saúde pública e outros. Algumas vezes o efluente, depois de tratamentos preliminares, pode, sem causar apreciável dano, ser lançado na rede geral urbana (PHILIPPI, 2004), além de ser reutilizado na empresa para diversos fins.

12 8 1.3 OBJETIVOS Objetivo Geral Propor práticas de Produção mais Limpa, aliadas as boas práticas de fabricação, visando a diminuição da geração de efluentes em abatedouro, da cidade de Nova Bassano, propondo otimização do processo produtivo, uso da água e reúso do efluente Objetivos Específicos a) Caracterização do processo produtivo; b) Propor técnicas de Produção mais Limpa visando melhor uso da água; c) Avaliar aplicações de reuso do efluente na empresa. 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO Este trabalho de Conclusão de Curso está distribuído em 5 capítulos. No capítulo 1 estão apresentados o problema e contextualização da pesquisa, a justificativa, os objetivos do trabalho, sendo subdivididos em objetivos gerais e específicos, e a estrutura do trabalho. O capítulo 2 apresenta uma ampla revisão de literatura, abordando temas importantes para o desenvolvimento deste trabalho. O capítulo 3 expõe a metodologia da pesquisa, e os resultados e discussões, são apresentados no capítulo 4. Por fim, o capítulo 5 apresenta as conclusões finais do presente trabalho e sugestões para trabalhos futuros. Após o capítulo 5 são apresentas as referências bibliográficas.

13 9 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 INDUSTRIALIZAÇÃO DE CARNE Na indústria avícola moderna, as aves são abatidas em abatedouros próprios, seguindo normas rigidamente estudadas para que o frango seja não contaminado ao ser abatido e manipulado, ou ainda que frangos impróprios para consumo sejam levados ao mercado. A qualidade na produção de carne de aves começa a partir de uma ave viva, envolvendo dados de procedência, cuidados sanitários no qual foram submetidas, características e condições dos meios de transporte e ainda particularidades de ordem zootécnicas, envolvendo a alimentação e manejo recebido (SARCINELLI et al., 2007). O processamento das aves é basicamente a conversão da carne em um produto comestível, eliminando componentes não desejados tais como: sangue, penas, vísceras, patas e cabeça. Devido à complexidade do processo de produção e processamento, muitos fatores podem diminuir o rendimento das carcaças, sua qualidade e a margem geral de benefícios. A qualidade final do produto depende não somente da condição em que estava a ave ao chegar ao local para ser processada, mas também como a ave é manipulada durante a operação (SARCINELLI et al., 2007). Esta operação, bem como os demais processamentos industriais da carne, é regulamentada por uma série de normas sanitárias destinadas a dar segurança alimentar aos consumidores destes produtos (MALDANER, 2008). A segurança alimentar é um item extremamente importante dentro da produção de alimentos. Ela busca a produção de alimentos idôneos para a saúde pública, visando o consumo humano. Os resíduos do processamento da carne são as principais fontes de nutrientes para o desenvolvimento de bactérias, sendo necessária a higienização do local para evitar contaminações. (SARCINELLI et al., 2007). A higienização depende da realização das regras de Boas Práticas de Fabricação (BPF) sendo necessário o conhecimento de algumas características intrínsecas do processo produtivo tais como a natureza da sujidade no qual, na indústria da carne é formada basicamente por componentes protéicos e lipídicos. É importante também avaliar a constituição das superfícies onde se trabalha, evitando assim que agentes de limpeza e sanitização agridam este tipo de material.

14 10 No Brasil o frango é classificado em frango inteiro e frango carcaça. O frango inteiro é aquele que contem fígado, moela, pés, cabeça e pescoço, pesando em média 2,5 kg e a carcaça têm peso inferior a 2 kg e é vendida sem miúdos (SARCINELLI et al., 2007). O consumo de carne de frango vem aumentando nos últimos anos devido a sua maior incorporação na dieta e também pela substituição de outras carnes. Nos últimos 10 anos, o consumo de aves passou de 17 para 31%. Hoje, vem aumentando a venda do frango em cortes, o que proporciona um aumento do rendimento do frigorífico, destaca o valor das partes e estimula o consumo (ROQUE, V. F, 1996) Perfil do setor avícola A cadeia produtiva da avicultura de corte é, provavelmente, uma das cadeias produtivas brasileiras com maior nível de coordenação, conferindo-lhe competitividade no mercado mundial (BUENO et al., 2007) e destaca-se como uma atividade com alto nível tecnológico, geradora de empregos e renda para a população brasileira. A alta produtividade e eficiência desta cadeia tornaram possível o domínio do mercado internacional de carne de frango, tornando este produto um dos principais na lista dos exportados pelo país (ZAMUDIO et al, 2009). Nos últimos anos, a avicultura brasileira passou por extraordinárias transformações, tornando o Brasil um dos maiores produtores e exportadores de aves do mundo. O setor avícola passou de uma operação a nível de proprietário de granja para uma economia de escala, possível pela associação de numerosos produtores individuais fornecendo para uma empresa também com capacidade de abate em larga escala. Esse denominado sistema integrado, que prevalece no sul do país, levou a uma eficiência operacional responsável pela posição do Brasil como um dos líderes da avicultura mundial (MENDES, 2002). Segundo relatórios anuais produzidos pela ABEF (2008) a produção brasileira de frango em 2006 ficou em torno de 9,33 milhões de toneladas, enquanto que em 2007 esteve em torno de 9,7 milhões de toneladas, conforme apresentado nas Tabelas 1, 2 e 3, abaixo. A Tabela 1, apresenta a evolução da produção brasileira de carne de frango, nos anos de 1989 a Tabela 1:Produção Brasileira de Carne de Frango (Ton)

15 11 PRODUÇÃO BRASILEIRA DE CARNE DE FRANGO (t) Ano Mercado Interno Exportação Total Fonte: Adaptado de ABEF (2007) Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos. A Tabela 2 apresenta a produção brasileira de carne de frango no primeiro semestre de 2007.

16 12 Tabela 2: Produção Brasileira de carne de frango PRODUÇÃO BRASILEIRA DE CARNE DE FRANGO 2007 (t) Mês Mercado Interno Exportação Total Jan Fev Mar Abr Mai Jun Subtotal Fonte: Adaptado de ABEF (2007) Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos A Tabela 3 apresenta o consumo brasileiro de carne de frango entre os anos de 1989 a Tabela 3: Consumo Brasileiro de carne de frango ( ) CONSUMO BRASILEIRO DE CARNE DE FRANGO SÉRIE HISTÓRICA ( ) Toneladas Ano kg/hab (%) , , , , , , , , , , , , , , ,56 Fonte: Adaptado de ABEF (2007) Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frango.

17 13 Estatisticamente foi observado um aumento de aproximadamente 4% na produção de frango entre o ano de 2006 e o ano de Verifica-se, também, que aproximadamente 68% da produção são destinados ao consumo interno e 32% à exportação. O consumo per capita de carne de frango no Brasil é de 39 kg por ano e na região sul se concentra 60% dos abates de inspeção federal (ZAMUDIO et al, 2009) Geração de Resíduos e Efluentes no processo de industrialização Como consequências das operações de abate para obtenção de carne e derivados, originam-se vários subprodutos e/ou resíduos que devem sofrer processamentos específicos: pele, sangue, ossos, gordura, aparas de carne, tripas, animais ou suas partes condenadas pela inspeção sanitária (PICCHI, 1997). Na Figura 1 apresentada abaixo, é apresentada a geração de resíduos em cada etapa do processo produtivo.

18 14 Fonte: ROQUE, V. F, Figura 1: Fluxograma do processo produtivo avícola com os respectivos resíduos gerados. Além da geração de resíduos, há também a geração de efluentes líquidos decorrentes da lavagem das carcaças e higienização de pisos e equipamentos. Segundo PHILIPPI (2004),

19 15 o lançamento de efluentes líquidos, tratados ou não, nos corpos de água provoca alterações em suas características físicas, químicas e biológicas. Essas alterações poderão ser ou não representativas para o uso a que as águas do corpo receptor se destinam, dependendo da intensidade da carga de poluentes lançada. Segundo PHILIPPI (2004), a água é utilizada pela indústria na fabricação de seus produtos em diversas situações, como lavagem das matérias-primas e de equipamentos, caldeiras para produção de vapor, refrigeração de equipamentos, lavagem de pisos das áreas de produção, incorporação aos produtos, reações químicas, higiene dos funcionários, combate a incêndios, entre outras. Em cada uma dessas utilizações a água fornecida deve seguir padrões mínimos de qualidade, de forma a atender as exigências de cada uso (MALDANER, 2008). Na Figura 2 apresentada abaixo, é apresentada a geração de efluentes em cada etapa do processo produtivo.

20 16 Fonte: Adaptado de QUARTAROLI, L. et al, Figura 2: Fluxograma do processo produtivo com a respectiva geração de efluentes. Para se obter padrões de higiene sanitários em áreas críticas dos frigoríficos, requer o uso de grande quantidade de água. O principal fator que afeta o volume de água consumido são as práticas de lavagem. Em geral, estabelecimentos que exportam têm práticas de higiene mais rigorosas. Os regulamentos sanitários exigem o uso de água fresca e potável, com níveis mínimos de cloro livre residual, para quase todas as operações de lavagem e enxágüe (SENAI, 2003).

21 17 O consumo de água varia bastante de unidade para unidade em função de vários aspectos: tipo de unidade (frigorífico com/sem abate, com/sem graxaria, etc.), tipos de equipamentos e tecnologias em uso, leiaute da planta e de equipamentos, procedimentos operacionais, etc (MALDANER, 2008). Para o abate de aves são gerados em média de 25 a 50 litros de água por cabeça. Esses efluentes são gastos nas lavagens de pisos e das instalações nas seguintes etapas da produção: área de recebimentos das aves; lavagens das caixas utilizadas no transporte; sala de abate; sala de sangria; escaldamento; depenagem mecanizada; evisceração; resfriamento com gelo; embalagem; congelamento e expedição. Também são gerados efluentes nas lavagens se houver fabricação de farinhas de aves (BLISKA, 1998). 2.2 Tratamento de efluentes industriais De acordo com Isa (2005) a maior parte dos efluentes industriais tem como veículo a água. Desta forma para serem devolvidos ao ambiente, estes efluentes devem atender às legislações ambientais locais e aos padrões determinados pelas autoridades encarregadas do controle ambiental. Para tal, faz-se necessário o seu tratamento por meio de processos selecionados em função da composição do efluente e dos padrões a serem atingidos. Os efluentes gerados tanto pela atividade humana, nas suas mais variadas formas, quanto pelos processos industriais, tem o poder de deteriorar a qualidade dos corpos d água receptores. Tais efluentes podem conter elevado teor de material orgânico, alem de outros compostos que servem para o crescimento de microrganismos. Tais nutrientes, a exemplo de nitrogênio e fósforo, são muitas vezes capazes de ocasionar efeito poluidor, devendo, portanto, ser levados em consideração quando se realiza o tratamento de águas residuárias que contenham altos teores desses nutrientes (DEZOTTI, 2008). As características de um efluente podem variar de acordo com mudanças de operação dos processos, do produto a ser processado, na matéria-prima, das atividades de limpeza e ainda devido aos descartes ocasionados que sempre acontecem. A vazão também pode variar muito, de acordo com a demanda, ou mesmo em função dos períodos do dia (DEZOTTI, 2008).

22 18 Para a escolha do tipo de tratamento utilizado para as águas residuárias de abatedouros deve-se considerar: o grau de remoção exigido dos poluentes, disponibilidade de área e custos de implantação, operação e manutenção do sistema (KATO, 1982). De acordo com PHILIPPI (2004) um sistema de tratamento de efluentes é constituído por uma série de operações e processos que são empregados para a remoção de substâncias indesejáveis da água ou para sua transformação em outras formas aceitáveis. Os processos de tratamento são reunidos em grupos distintos, sendo eles: processos físicos, processos químicos e processos biológicos. De acordo com Braile e Cavalcanti (1993), dadas às características das águas residuárias de abatedouros como elevada carga orgânica, os tratamentos mais utilizados são os biológicos, tais como: processos anaeróbios, sistema de lagoas aeróbias, lodos ativados e suas variações, filtros biológicos de alta taxa e discos biológicos rotativos (biodiscos). Segundo os autores todos esses processos removem de 75-95% de DBO e 80-95% de sólidos em suspensão. O tratamento preliminar (grade, peneira, caixa de areia e caixa de gordura) deve ser previsto para remoção de sólidos grosseiros e da gordura. Esta última deve ser removida antes das instalações de tratamento biológico para evitar o mau funcionamento dessas unidades, além de problemas com odor desagradável. 2.3 Produção Mais Limpa A P+L é atualmente considerada como uma ferramenta pró-ativa para a adequação ambiental em processos produtivos, através da mudança de foco dos resíduos para a produção ou produto, visando a não geração ou redução de resíduos e/ou efluentes, emissões, e também perdas. Seu conceito consiste na prevenção da geração de resíduos e todos os seus desdobramentos quanto ao processo produtivo, produto, embalagens, descarte, destinação, manejo do lixo industrial, relacionamento com clientes e a política ambiental da empresa (FURTADO, 2000). As práticas de P+L, ao contrário daquelas utilizadas normalmente pelas indústrias nacionais, não contemplam o tratamento e disposição de resíduos (tratamento fim de tubo end of pipe treatment ), mas sim a minimização dos mesmos, através do aumento de eficiência de uso dos insumos de produção (matérias-primas, água e energia). A não geração,

23 19 minimização ou reciclagem dos resíduos gerados resulta em benefícios ambientais e econômicos para os processos produtivos. (SOUZA, M. A., 2008) O Programa de Produção Mais Limpa visa fortalecer economicamente a indústria através da prevenção da poluição, inspirado pelo desejo de contribuir com a melhoria da situação ambiental de uma região. Investiga o processo de produção e as demais atividades de uma empresa e estuda-os do ponto de vista da utilização de materiais e energia. São criteriosamente estudados os produtos, as tecnologias e os materiais, a fim de minimizar os resíduos, as emissões e os efluentes, e encontrar modos de reutilizar os resíduos inevitáveis. O conceito de Produção Mais Limpa (P+L) pode ser resumido como uma série de estratégias, práticas e condutas econômicas, ambientais e técnicas, que evitam ou reduzem a emissão de poluentes no meio ambiente por meio de ações preventivas, ou seja, evitando a geração de poluentes ou criando alternativas para que estes sejam reutilizados ou reciclados. Essas estratégias podem ser aplicadas a processos, produtos e até mesmo serviços, e incluem alguns procedimentos fundamentais que inserem a P+L nos processos de produção (PACHECO, 2008). Comparada às tecnologias de fim-de-tubo, como tratamento dos resíduos gerados pela empresa, a produção mais limpa apresenta várias vantagens. Essas vantagens estão relacionadas a utilização racional de matéria-prima e fontes naturais (energia e água), melhorando a situação ambiental e econômica da empresa. Para a empresa, a P+L pode significar redução de custos de produção; aumento de eficiência e competitividade; diminuição dos riscos de acidentes ambientais; melhoria das condições de saúde e de segurança do trabalhador; melhoria da imagem da empresa junto a consumidores, fornecedores, poder público, mercado e comunidades; ampliação de suas perspectivas de atuação no mercado interno e externo; maior acesso a linhas de financiamento; melhoria do relacionamento com os órgãos ambientais e a sociedade, entre outros. De forma geral, pode-se dizer que a principal estratégia para uma produção mais limpa efetiva nos frigoríficos, é: coletar e separar todo material orgânico secundário (que não seja produto direto), gerado ao longo do processo produtivo, da forma mais abrangente e eficiente possível, evitando que se juntem aos efluentes líquidos, e maximizar o seu aproveitamento ambientalmente adequado, com o menor uso possível de insumos e recursos (água, energia, etc.) (SENAI, 2003). São comuns essas medidas trazerem benefícios significativos, em termos de melhoria de desempenho ambiental e de ganhos econômicos.

24 20 O foco das ações deve direcionar-se, preferencialmente, aos aspectos ambientais mais significativos, que possuem os maiores impactos ambientais. No caso de frigoríficos, o consumo de água, o volume e a carga dos efluentes líquidos e o consumo de energia são os principais, seguidos de resíduos sólidos e de emissão de substâncias odoríferas (MALDANER, 2008). São criteriosamente estudados os produtos, as tecnologias e os materiais, a fim de minimizar os resíduos, as emissões e os efluentes, e encontrar modos de reutilizar os resíduos inevitáveis Benefícios da Produção Mais Limpa A utilização da Produção mais Limpa traz benefícios ambientais e econômicos para a empresa. Além disso, com a utilização de técnicas de Produção mais Limpa, a organização elimina os desperdícios, minimiza ou elimina matérias-primas e outros insumos que causam danos ambientais, reduz resíduos e emissões, reduz investimento com tratamento de resíduos, minimiza os passivos ambientais, melhora a saúde e segurança no trabalho e melhora sua imagem. Todos estes pontos positivos resultam em um processo produtivo com maior eficiência (SENAI, 2003). A Figura 3 apresenta os benefícios da Produção Mais Limpa para uma empresa. Fonte: SENAI-RS (2003). Figura 3: Benefícios da Produção mais Limpa.

25 21 Conforme afirma o SENAI-RS (2003), os principais benefícios ambientais que a Produção mais Limpa tem como meta são: a) Eliminação ou redução de resíduos: resíduos são os diversos tipos de poluentes. Resíduos sólidos, perigosos ou não, efluentes líquidos, emissões atmosféricas, calor, ruído e todo tipo de perda que ocorra durante o processo de produção de um produto ou serviço são exemplos de poluentes que a Produção mais Limpa procura eliminar ou reduzir da natureza. b) Produção sem poluição: o ideal para a Produção mais Limpa é que os processos produtivos ocorram em um circuito fechado, sem contaminar o meio ambiente e utilizando os recursos naturais com a máxima eficiência possível. c) Eficiência energética: a eficiência energética é determinada pela maior razão possível entre energia consumida e produto final gerado. O objetivo da Produção mais Limpa é atingir os mais altos níveis de eficiência energética em seu processo de produção. d) Saúde e segurança no trabalho: a Produção mais Limpa procura promover um ambiente de trabalho mais limpo, seguro e saudável. e) Produtos ambientalmente adequados: fatores relacionados à saúde e ao meio ambiente devem ter uma atenção especial no momento de planejar o produto e devem ser lembrados durante todo o ciclo de vida do mesmo. f) Embalagens ambientalmente adequadas: a Produção mais Limpa pretende utilizar embalagens em casos em que ela é realmente necessária para proteger, vender ou para facilitar o consumo do produto. Nestes casos, deve-se utilizar uma embalagem que ofereça o menor impacto possível ao meio ambiente. Quanto aos benefícios econômicos, a partir do momento que a empresa investe em Produção mais Limpa, os custos decrescem com o tempo. Isso porque os processos, a utilização de matérias-primas, água e energia, assim como a redução de resíduos e emissões, tornam-se mais eficientes. A Figura 5 que segue, ilustra os ganhos com a Produção Mais Limpa.

26 22 Fonte: CNTL (2003). Figura 4: Custos e benefícios com implementação de medidas de Produção Mais Limpa Segundo Pimentel (2009), quando não há investimentos, a estrutura de custos totais não apresenta variações substanciais ao longo do tempo, comportamento que está representado pela linha horizontal (sem produção mais limpa). Quando se toma a decisão de implantar ações de Produção Mais Limpa, a princípio ocorre uma redução dos custos totais pela adoção de medidas sem investimento como por exemplo, ações de boas práticas operacionais. Visualmente isto corresponde ao segmento A do gráfico. Num segundo momento (segmento B) ocorre um incremento nos custos totais, resultado dos investimentos feitos para as adaptações necessárias, incluindo a adoção de novas tecnologias e modificações no processo existente. Com a entrada em ação dos processos otimizados e novas tecnologias, ocorre uma redução nos custos totais que permite a recuperação do investimento inicial e, com o passar do tempo, os ganhos com a maior eficiência permitem uma redução permanente nos custos totais. Visualmente esta redução de custos pode ser observada na diferença entre as duas curvas, no segmento C do gráfico Metodologia de implantação da Produção Mais Limpa O inicio do programa de P+L deve contemplar primeiramente a análise das práticas operacionais. As economias proporcionadas pelo mesmo podem viabilizar novos investimentos na empresa, inclusive em novas tecnologias.

27 23 Segundo a CNTL (2003 apud ARAÚJO, 2002) o sucesso da implantação das oportunidades de Produção Mais Limpa consiste em atender os seguintes critérios: discutir com a equipe de avaliação, supervisores, gerentes e trabalhadores operacionais as opções; executar serviços de suporte e antecipar problemas que poderão ocorrer; desenhar projetos fáceis de acompanhar, para demonstrar resultados benéficos desejados; prever mecanismos de realimentação, para atualização de dados, correção de erros, preenchimento de falhas, etc; acompanhar e avaliar as novas tecnologias de prevenção de resíduos. A implementação de um programa de P+L pode envolver um ciclo de estratégias de design em todas as fases do processo, que transcendem aos limites físicos da empresa, passando a envolver todo o ciclo de vida. Segundo Pimentel (2009), a metodologia da Produção mais Limpa utiliza-se de várias estratégias para a redução dos resíduos nos processos produtivos, como pode-se ver abaixo e na Figura 5: 1. A prioridade será sempre evitar a geração de resíduos, emissões e efluentes, caracterizada pelo nível Em segundo lugar, será tentada a reintegração dos resíduos que não podem ser evitados ao processo produtivo, ou seja, o Nível Sendo impossível aplicar estas duas primeiras estratégias, deve-se procurar medidas de reciclagem fora da empresa, o Nível 3.

28 24 Fonte: CNTL (2009). Figura 5: Fluxograma da metodologia da Produção Mais Limpa Segundo CNTL (2002), a implantação do Programa de Produção mais Limpa numa empresa consiste na avaliação do processo produtivo, seja qual for à natureza, e na aplicação de técnicas que possam envolver desde a mudança de matéria-prima/insumo, consumo de água e energia, tecnologia/processo, procedimento operacional, até mesmo a mudança do próprio produto, que pode ser considerado ambientalmente incorreto. A metodologia de implantação pode ser dividida em 5 etapas: Etapa 1: Planejamento e Organização; Etapa 2: Pré-avaliação e Diagnostico; Etapa 3: Realização dos Estudos e Avaliação; Etapa 4: Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental; Etapa 5: Implementação e Planos de Continuação.

29 25 A Figura 6 a seguir, mostra as etapas a serem seguidas para a implantação da Metodologia da Produção mais Limpa. Fonte: CNTL (2002). Figura 6: Passos para implementação de um programa de Produção mais Limpa ETAPA 01 Planejamento e organização Segundo CNTL (2003), nesta Etapa, a metodologia de implementação de um Programa de Produção mais Limpa contempla o que segue: a) Comprometimento gerencial: é fundamental para garantir o sucesso do programa com a obtenção de resultados consistentes.

30 26 b) Identificação das barreiras: devem ser localizadas as barreiras à implantação e selecionadas soluções para superá-las. c) Estudo da abrangência do programa: é necessário definir a abrangência do programa, verificado se incluirá toda a empresa, iniciará em um setor crítico, etc. d) Formação do ecotime: é preciso definir um grupo de profissionais da empresa que tenham como objetivo conduzir o programa de Produção mais Limpa. Este grupo tem as funções de realizar o diagnóstico, implantar o programa, identificar oportunidades e medidas de PmaisL, monitorar e dar continuidade ao projeto ETAPA 02 - Pré-avaliação e Diagnostico De acordo com o CNTL (2003), a etapa de pré-avaliação consiste em realizar uma breve avaliação das atividades executadas pela empresa através da realização de uma visita técnica, a qual tem como objetivo identificar as possibilidades da implantação da Produção Mais Limpa, bem como o tempo dedicado a ela. Sendo assim, deve-se buscar atender três objetivos básicos: a) Estudo do fluxograma do processo: todo o processo produtivo deve ser analisado, definindo-se em cada etapa deste, o fluxo qualitativo de matéria-prima, água e energia. Além disso, deve-se analisar a geração de resíduos durante o processo, agindo desta forma como uma ferramenta para obtenção de dados necessários para a formação de uma estratégia de minimização da geração de resíduos, efluentes e emissões. Após a elaboração do fluxograma do processo produtivo são determinadas as estratégias para identificação e quantificação dos fluxos de massa e energia nas diversas etapas deste processo. A Figura 7 apresenta o estudo do fluxograma qualitativo do processo produtivo.

31 27 Fonte: CNTL (2009). Figura 7: Fluxograma qualitativo do processo produtivo b) Diagnóstico ambiental e do processo: após o levantamento do fluxograma do processo produtivo da empresa, o ecotime fará o levantamento dos dados quantitativos de produção e ambientais existentes, utilizando fontes disponíveis como, por exemplo, estimativas do setor de compras: Quantificação de entradas (matérias-primas, água energia e outros insumos), com maior enfoque para água e energia; Quantificação de saídas (resíduos, efluentes, emissões, subprodutos e produtos); Dados da situação ambiental da empresa; Dados referentes à estocagem, armazenamento e acondicionamento. c) Seleção do foco da avaliação: de posse das informações do diagnóstico ambiental e da planilha dos principais aspectos ambientais é selecionado entre todas as atividades e operações da empresa o foco de trabalho. Estas informações são analisadas considerando os regulamentos legais, a quantidade de resíduos gerados, a toxicidade dos resíduos, e os custos envolvidos.

32 ETAPA 03 - Realização dos Estudos e Avaliação a) Balanço material e estabelecimento de indicadores: esta fase inicia com o levantamento dos dados quantitativos mais detalhados das etapas priorizadas durante a atividade de Seleção do Foco da Avaliação. Os itens avaliados são os mesmos da atividade de Realização do Diagnóstico Ambiental e de Processo, o que possibilita a comparação qualitativa entre os dados existentes antes da implantação do Programa de Produção mais Limpa e aqueles levantados pelo Programa (CNTL, 2009): Quantificação de entradas (matérias-primas, água, energia e outros insumos); Quantificação de saídas (resíduos, efluentes, emissões, subprodutos e produtos); Dados da situação ambiental da empresa; Dados referentes à estocagem, armazenamento e acondicionamento de entradas e saídas. A identificação dos indicadores é fundamental para avaliar a eficiência da metodologia empregada e acompanhar o desenvolvimento das medidas de Produção mais Limpa implantadas. Serão analisados os indicadores atuais da empresa e os indicadores estabelecidos durante a etapa de quantificação. Dessa forma, será possível comparar os mesmos com os indicadores determinados após a etapa de implantação das opções de Produção mais Limpa (CNTL, 2009).

33 29 Fonte: CNTL (2009). Figura 8: Análise quantitativa de entradas e saídas do processo produtivo. b) Identificação das causas da geração de resíduos: com os dados levantados no balanço material (quantificação) são avaliadas pelo ECOTIME as causas de geração dos resíduos na empresa. Os principais fatores na origem dos resíduos e emissões são (CNTL (2009): 1. Operacionais: Consumo de água e energia não conferidos; Acionamento desnecessário ou sobrecargas de equipamentos; Falta de manutenção preventiva; Etapas desnecessárias no processo; Falta de informações de ordem técnica e tecnológica.

34 30 2. Matérias-Primas: Uso de matérias-primas de menor custo, abaixo do padrão de qualidade; Falta de especificação de qualidade; Deficiência no suprimento; Sistema inadequado de gerência de compras; Armazenagem inadequada. 3. Produtos: Proporção inadequada entre resíduos e produtos; Design impraticável do produto; Embalagens inadequadas; Produto composto por matérias-primas perigosas; Produto de difícil desmontagem e reciclagem. 4. Capital: Escassez de capital para investimento em mudanças tecnológicas e de processo; Foco exagerado no lucro, sem preocupações na geração de resíduos e emissões; Baixo capital de giro. 5. Causas relacionadas aos resíduos: Inexistência de separação de resíduos; Desconsideração pelo potencial de reuso de determinados resíduos; Não há recuperação de energia nos produtos resíduos e emissões; Manuseio inadequado. 6. Recursos humanos: Recursos humanos não qualificados; Falta de segurança no trabalho;

35 31 Exigência de qualidade treinamento inexistente ou inadequado; Trabalho sob pressão; Dependência crescente de trabalho eventual e terceirizado. 7. Fornecedores / parceiros comerciais: Compra de matérias-primas de fornecedores sem padronização; Falta de intercâmbio com os parceiros comerciais; Busca somente do lucro na negociação, sem preocupação com o produto final. 8. Know-how do processo: Má utilização dos parâmetros de processo; Uso de tecnologias de processo ultrapassadas. c) Identificação das opções de Produção mais Limpa: com base nas causas de geração de resíduos, são possíveis modificações em vários níveis de atuação e aplicações de estratégias visando ações de Produção mais Limpa (CNTL, 2009). Conforme ilustra a Figura 5 apresentada acima, as atividades devem ser caracterizadas por ações que privilegiem o Nível 1 como prioritárias, seguidas do Nível 2 e Nível 3. Deve ser dada prioridade a medidas que busquem eliminar ou minimizar resíduos, efluentes e emissões no processo produtivo onde são gerados (CNTL, 2009).. Segundo Pimentel (2009), deve ser dada prioridade a medidas que busquem eliminar ou minimizar resíduos, efluentes e emissões no processo produtivo onde são gerados. A principal meta a ser atingida é encontrar medidas que evitem a geração de resíduos na fonte (nível 1). Tais medidas podem incluir modificações no processo de produção ou no próprio produto. A abordagem de Produção Mais Limpa pode se dar de duas formas: através da minimização de resíduos, efluentes e emissões (redução na fonte) ou através da reutilização de resíduos (reciclagem interna e externa), efluentes e emissões:

36 32 1. Modificação no produto É uma abordagem complexa, geralmente de difícil implantação, pois envolve a aceitação pelos consumidores de um produto novo ou renovado. Geralmente é adotada após terem sido esgotadas as opções mais simples. A modificação no produto pode incluir: substituição completa do produto; aumento da longevidade; substituição de matérias-primas; modificação do design do produto; uso de matérias-primas recicláveis e recicladas; substituição de componentes críticos; redução do número de componentes; viabilização do retorno de produtos; substituição de itens do produto ou alteração de dimensões para um melhor aproveitamento da matéria prima. 2. Modificação no processo As medidas de minimização mais encontradas em Programas de Produção mais limpa são aquelas que envolvem estratégias de modificação no processo. Por processo entende-se todo o sistema de produção dentro da empresa. As medidas deste tipo podem ser: boas práticas operacionais (good housekeeping) utilização cuidadosa de matérias-primas e materiais auxiliares, operação adequada de equipamentos e melhor organização interna; substituição de matérias-primas e materiais auxiliares e modificações tecnológicas (CNTL, 2009). 2.1 Boas práticas operacionais Também denominadas de melhor cuidado operacional ou de manutenção da casa (good housekeeping), implica na adoção de medidas de procedimento, técnicas, administrativas ou institucionais que uma empresa pode implantar para minimizar os resíduos, efluentes e emissões. Boas práticas operacionais são freqüentemente implementadas com baixo custo e incluem mudança na dosagem e na concentração de produtos; maximização da utilização da capacidade do processo produtivo; reorganização dos intervalos de limpeza e de

37 33 manutenção; eliminação de perdas devido à evaporação e a vazamentos; melhoria de logística de compra, estocagem e distribuição de matérias-primas, materiais auxiliares e produtos; elaboração de manuais de boas práticas operacionais; treinamento e capacitação das pessoas envolvidas no programa de Produção mais Limpa (CNTL, 2009). 2.2 Substituição de matérias-primas e materiais auxiliares Inclui matérias-primas e materiais auxiliares toxicologicamente importantes, que podem afetar a saúde e a segurança do trabalhador e obrigam à utilização de equipamentos específicos de proteção (Equipamentos de Proteção Individual - EPIs); matérias-primas e materiais auxiliares que geram resíduos, efluentes e emissões perigosos ou não-inertes, que necessitam de controle para evitar impactos negativos ao meio ambiente. Pode incluir: substituição de solventes orgânicos por agentes aquosos; substituição de produtos petroquímicos por bioquímicos; escolha de matérias-primas com menor teor de impurezas; escolha de matérias-primas com menor possibilidade de gerar subprodutos indesejáveis; substituição de fornecedores; uso de resíduos como matérias-primas de outros processos; modificação de embalagens de matérias primas; uso de matérias-primas biodegradáveis; redução do número de componentes para reduzir a complexidade dos processos; uso de substâncias livres de metais pesados; uso de matérias-primas que tenham um ciclo de vida conhecido e que facilitem o sistema de fim de vida de produtos (CNTL, 2009). 2.3 Modificação tecnológica As mudanças tecnológicas são orientadas para as modificações de processo e de equipamento para reduzir resíduos, efluentes e emissões no sistema de produção. Podem variar desde mudanças simples, que podem ser implementadas num curto período, até mudanças complexas e onerosas, como a substituição completa de um processo. Estas opções podem incluir, por exemplo: substituições de processos termo-químicos por processos mecânicos; uso de fluxos em contracorrente; tecnologias que realizam a segregação de

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