FACULDADE SENAC GOIÂNIA
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1 FACULDADE SENAC GOIÂNIA NORMA ISO Curso: GTI Matéria: Auditoria e Qualidade de Software Professor: Elias Ferreira Acadêmico: Luan Bueno Almeida Goiânia, 2015
2 CERTIFICAÇÃO PARA O MERCADO BRASILEIRO O MPS.BR ou Melhoria de Processos do Software Brasileiro, é simultaneamente um movimento para a melhoria e um modelo de qualidade de processo voltada para a realidade do mercado de pequenas e médias empresas de desenvolvimento de software no Brasil, devido ao seu custo reduzido de certificação em relação às normas estrangeiras. A proposta MPS.BR nasceu com base nos moldes CMMI, porém dentro de uma realidade mais específica da cultura e do mercado brasileiro. Embora com conceitos herdados do CMMI, a proposta brasileira também se baseia em outras normas internacionais, como ISO para desenvolvimento de software, e ISO para avaliação de processos de software. O MPS.BR é coordenado pela Associação para promoção da Excelência do Software Brasileiro (SOFTEX), e conta com apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). CMMI Originado nos EUA com o objetivo de se firmar como um padrão de qualidade para empresas de desenvolvimento de software que atendiam a esfera do governo. Nasceu na Universidade de Carnegie Mellon, onde fica internalizado o SEI - Software Engineering Institute, seu grande mantenedor. Criado como guia de controle em processos para desenvolver e manter software, o CMMI é uma proposta de certificação de qualidade para empresas que procuram ter processos alinhados e bem definidos em suas metas de trabalho, resultando na excelência de seus produtos. ISO A norma internacional ISO/IEC [1] tem como objetivo principal estabelecer uma estrutura comum para os processos de ciclo de vida de software visando ajudar as organizações a compreenderem todos os componentes
3 presentes na aquisição e fornecimento de software e, assim, conseguirem firmar contratos e executarem projetos de forma mais eficaz. ISO ou SPICE A ISO/IEC 15504, também conhecida como SPICE, é a norma ISO/IEC que define processo de desenvolvimento de software. Ela é uma evolução da ISO/IEC mas possui níveis de capacidade para cada processo assim como o CMMI. Em outubro de 2003, a Norma ISO/IEC (SPICE) para a avaliação de processos de software foi oficialmente publicada pela ISO. A Norma ISO/IEC define um modelo bi-dimensional que tem por objetivo a realização de avaliações de processos de software com o foco da melhoria dos processos (gerando um perfil dos processos, identificando os pontos fracos e fortes, que serão utilizados para a elaboração de um plano de melhorias) e a determinação da capacidade dos processos viabilizando a avaliação de um fornecedor em potencial. Esta norma está sendo desenvolvida desde 1993 pela ISO em conjunto com a comunidade internacional através do projeto SPICE (Software Process Improvement and Capability Determination) com base nos modelos já existentes como ISO 9000 e CMM. Segundo a norma, uma avaliação de processo de software é uma investigação e análise disciplinada de processos selecionados de uma unidade organizacional em relação a um modelo de avaliação de processo. A ISO/IEC define um modelo de referência de processo que identifica e descreve um conjunto de processos considerados universais e fundamentais para a boa prática da engenharia de software, e define seis níveis de capacidade, sequenciais e cumulativos que podem ser utilizados como uma métrica para avaliar como uma organização está realizando um determinado processo e também podem ser utilizados como um guia para a melhoria. A ISO/IEC define também um guia para a orientação da melhoria de processo, tendo como referência um modelo de processo e como uma das etapas a realização de uma avaliação de processo. Este guia sugere 8 etapas sequenciais, que inicia com a identificação de estímulos para a melhoria e o exame das necessidades da organização. Em seguida existem ciclos de melhoria, nos quais um conjunto de melhoria são identificadas, uma avaliação das práticas correntes em relação à melhoria é realizada, um planejamento da melhoria é feito,
4 seguido pela implementação, confirmação, manutenção e acompanhamento da melhoria. Motivação O Brasil é um país cujo desenvolvimento de produtos de software está entre os maiores do mundo, e a cada dia, aumenta o nível de exigência por parte dos clientes no que diz respeito à qualidade e complexidade dos produtos. A partir deste ponto, podemos observar que as empresas estão buscando cada vez mais a maturidade nos seus processos de software para atingir padronizações de qualidade e produtividade internacionais, que são essenciais para a sobrevivência no mercado de TI. Porém, o custo de uma certificação para uma empresa pode ser de até US$ 400 mil, o que se torna inviável para empresas de micro, pequeno e médio porte. Então, em uma parceria entre a Softex, Governo e Universidades, surgiu o projeto MPS.Br (melhoria de processo de software brasileiro), que é a solução brasileira compatível com o modelo CMMI, está em conformidade com as normas ISO/IEC e 15504, além de ser adequado à realidade brasileira. MPS.BR e seu diferencial O diferencial da certificação MPS.BR se firma, principalmente, pela graduação de sua escala de implementação. A proposta brasileira, diferente do CMMI, coloca sete níveis de alcance, atenuando, dessa forma, a escalada ao topo da qualidade. Isso significa que, ao adotar MPS.BR, a empresa poderá chegar a um nível inicial de maturidade e capacidade, com um grau menor de esforço e de investimento, ganhando fôlego para continuar a caminhada rumo à qualificação plena. Padrões internacionais A necessidade de trabalhar com uma proposta brasileira de certificação em qualidade como o MPS.BR surgiu a partir do interesse de muitas empresas em produzir sistemas e componentes de acordo com padrões
5 internacionais de processos de qualidade de software. Obter uma certificação em MPS.BR é uma forma viável de ascender em escalas de qualidade e de produtividade, melhorando os processos a partir de uma perspectiva de tempo e de investimentos compatíveis. Além disso, os níveis do CMMI e do MPS.BR guardam entre si absoluta compatibilidade, fazendo com que seja possível para uma empresa que segue a trilha do MPS.BR pleitear uma avaliação CMMI, sem nenhuma perda do investimento efetuado. Por obter uma posição de destaque no mercado internacional de software, o CMMI é uma boa opção para as empresas que desejam a entrada no mercado de exportação. Desafios do mercado A busca por uma certificação de qualidade, seja MPS.BR ou CMMI, além de permitir às empresas um diferencial de imagem, também as capacita a enfrentar os desafios de um mercado cada vez mais competitivo e exigente, substituindo a forma artesanal de desenvolvimento de sistemas pelas melhores práticas da Engenharia de Software. O modelo O MPS.Br é dividido em 3 partes: MR-MPS, MA-MPS, MN-MPS. MR-MPS: Modelo de referência para melhoria do processo de software O MPS.BR apresenta 7 níveis de maturidade (o que é um diferencial em relação aos outros padrões de processo) que são: - A - Em Otimização; - B - Gerenciado quantitativamente; - C - Definido; - D - Largamente Definido; - E - Parcialmente Definido; - F - Gerenciado; - G - Parcialmente Gerenciado;
6 Cada nível de maturidade possui suas áreas de processo, onde são analisados os processos fundamentais (aquisição, gerência de requisitos, desenvolvimento de requisitos, solução técnica, integração do produto, instalação do produto, liberação do produto), processos organizacionais (gerência de projeto, adaptação do processo para gerência de projeto, análise de decisão e resolução, gerência de riscos, avaliação e melhoria do processo organizacional, definição do processo organizacional, desempenho do processo organizacional, gerência quantitativa do projeto, análise e resolução de causas, inovação e implantação na organização) e os processos de apoio (garantia de qualidade, gerência de configuração, validação, medição, verificação, treinamento). Em seguida vem a Capacidade, onde são obtidos os resultados dos processos analisados, onde cada nível de maturação possui um número definido de capacidades a serem vistos. - AP O processo é executado; - AP O processo é gerenciado; - AP Os produtos de trabalho do processo são gerenciados; - AP O processo é definido; - AP O processo está implementado. - AP O processo é medido. - AP O processo é controlado. - AP O processo é objeto de inovações. - AP O processo é otimizado continuamente. MA-MPS Método de avaliação para melhoria do processo de software Tem como objetivo orientar a realização de avaliações, em conformidade com a norma ISO/IEC 15504, em empresa e organizações que implementaram o MR-MPS. Avaliação MA-MPS: - Equipe de avaliação: 3 a 8 pessoas, sendo: 1 avaliador líder no mínimo 1 avaliador adjunto no mínimo 1 técnico da empresa - Duração: 2 a 4 dias; - Validade: 3 anos;
7 Estruturação da Avaliação: - Planejar e preparar avaliação Plano de Avaliação / Descrição dos indicadores de processo; - Conduzir Avaliação Resultado da avaliação; - Relatar resultados Relatório da avaliação; - Registrar e publicar resultados Banco de dados Softex (Ver portal MPS.BR nas 'Ligações Externas') MN-MPS Modelo de negócio para melhoria do processo de software Instituições que se propõem a implantar os processos MPS.Br (Instituições Implementadoras) podem se credenciar através de um documento onde é apresentada a instituição proponente, contendo seus dados com ênfase na experiência em processos de software, estratégia de implementação do modelo, estratégia para seleção e treinamento de consultores para implementação do MR.MPS, estratégia para seleção e treinamento de avaliadores, lista de consultores de implementação treinados no modelo e aprovados em prova específica, lista de avaliadores treinados no modelo e aprovados em prova específica. Cursos e certificação A Softex realiza cursos para formação de consultores, compradores e avaliadores MPS.BR. São ao todo 4 cursos: Curso de Introdução - C1 Curso de Implementação - C2 Curso de Avaliação - C3 Curso de Aquisição - C4 Periodicamente, são realizadas provas a nível nacional para certificar profissionais em cada um dos cursos descritos acima. Tanto os cursos e as provas são realizadas nos Agentes SOFTEX em cada estado, por exemplo: SOFTEX Campinas (SP)
8 ITS (São Paulo - SP) FUMSOFT (Belo Horizonte - MG) RIOSOFT (Rio de Janeiro - RJ) SOFTSUL (Porto Alegre - RS) Entre outras Próximos passos O modelo MPS.Br tem como objetivo implementar o Modelo de Referência para melhoria de processo de software em 120 empresas. E como objetivos secundários, a disseminação em diversos locais do país, capacitação no uso do modelo e o credenciamento de instituições implementadoras e avaliadoras do modelo, especialmente instituições de ensino e centros tecnológicos e também a implementação e avaliação do modelo com foco em grupos de empresas. A avaliação conjunta de grupos empresariais, objetiva a redução dos custos, porém há uma perda de foco, pois não há uma especificidade para cada empresa e sim um mesmo modelo de referência para todas elas. O MPS.Br já é uma realidade, e dentro de alguns anos, existe um projeto de implantação em outros seis países da América Latina, são eles: Chile, Argentina, Costa Rica, Peru, Uruguai e Cuba.
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