A tecnologia e a produção de materiais na educação a distância

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1 1 REPRESENTAÇÃO SOCIAL DE FORMAÇÃO DO PROFESSOR NO CURSO DE PEDAGOGIA A DISTÂNCIA GESSER, Olga Sansão Mestranda - olga.professor@yahoo.com.br Eixo: Formação de Professores Agência Financeira: Sem financiamento RESUMO: A formação do professor em cursos de ensino a distância vem se colocando como objeto de discussão. Nesse sentido, este estudo tem por objetivo compreender a representação social de formação do professor expressa pelos acadêmicos do curso de pedagogia, oferecido na modalidade à distância. As representações sociais são tomadas como referencial teórico-metodológico, pois se constituem de elaborações mentais construídas socialmente, num processo dinâmico estabelecido entre a atividade psíquica do sujeito e o objeto do conhecimento. Com base nas leituras e discussões realizadas, sinaliza que a modalidade de educação a distância configura-se de modo emergente, abrindo fronteiras e diminuindo distância, mas com a preocupação de que a aprendizagem independente dos meios utilizados se configure como foco central. Palavras-chave: Ensino a distância; Formação acadêmica; Representações Sociais. INTRODUÇÃO O contexto moderno encontra-se marcado pelo uso das tecnologias aplicadas a todos os campos do saber. A evolução tecnológica, no qual a sociedade vem se desenvolvendo, está trazendo inúmeros desafios à educação e gerando muitas discussões quanto à validade e o alcance das tecnologias nos processos de construção do conhecimento. Este estudo que ora se apresenta visa compreender a Representação Social expressa pelos acadêmicos da graduação do curso de pedagogia, com especificidade semipresencial, na modalidade de educação a distância. Busca também conhecer as bases cognitivas, sociais e pessoais que constituem a formação inicial do professor em curso de pedagogia desenvolvido na modalidade semipresencial. A abordagem teórica e metodológica das Representações Sociais orienta este estudo, com o uso de questionário e entrevistas, visando conhecer os eixos de competência para a formação do professor que se apresentam nesse processo de formação inicial. A tecnologia e a produção de materiais na educação a distância

2 2 Um dos aspectos a ser pontuado nos cursos de educação a distância é a produção de materiais impressos, visto que os processos de ensino e aprendizagem não ocorrem concomitantemente, mas sim, em espaços e tempos diversos. Como assinala Soletic (2001: p.74) Ainda que ao longo do tempo eles fossem se redefinindo e complementando-se em relação à progressiva incorporação de diferentes meios e suportes, os materiais escritos mantêm um papel fundamental, seja através das clássicas propostas dos impressos, seja através das produções mais sofisticadas que permitem sua integração em programas informáticos multimídia. Os materiais escritos não são, pois exclusividade dessa modalidade de ensino. Em muitas propostas sejam elas presenciais ou a distância esse é o principal instrumento de que dispõe o docente para elaborar sua proposta de ensino. O texto impresso passa a corresponder por um significativo instrumento utilizado na caracterização da linguagem textual. Do mesmo modo, o avanço da tecnologia possibilita que a informação textual possa ser transmitida por meio de um computador, mudando aos alunos o acesso à utilização dos textos. Desta forma, chegam com mais rapidez e interatividade. As dificuldades na comunicação se acentuam muitas vezes, pois obriga a refletir a impossibilidade de estabelecer uma relação direta com o discente. Aí surgem os questionamentos a respeito das dificuldades, perguntas e preocupações que aparecem para os alunos no momento do estudo, no processo de aprendizagem. Portanto, é indispensável que o docente no momento de redigir o material crie um diálogo ao longo de sua linguagem textual, fazendo um convite ao aluno para que participe de todos os objetivos propostos, sendo convidado a permanecer na temática em foco, nas estratégias de auto-estudo e a cada etapa receba um novo chamamento, renovando a provocação da continuidade, na busca da compreensão e na perspectiva de novas descobertas. Desta forma, uma linguagem clara, direta e expressiva pode transmitir ao estudante a idéia de que ele é o interlocutor permanente do professor e que ambos participam de maneira conjunta da construção deste conhecimento específico. (Soletic, 2001, p. 78). A produção de materiais passa também pelo uso dos métodos e técnicas a serem utilizados no uso das tecnologias da educação a distância. Autores e atores na educação a distância É possível considerar o professor, o autor das ações pedagógicas a serem

3 3 utilizadas nas propostas de cursos a distância. Há ainda atores, aqueles que desenvolvem ações contribuindo com o professor ou com o aluno. Atores esses, que mostram o desdobramento da função docente, destacando-se como tutor, monitor, animador, facilitador, etc. Quanto às funções do professor em educação a distância, é possível o professor formador, o professor pesquisador e professor tutor apontados por Belloni (1999: p. 83): >Professor formador: orienta o estudo e a aprendizagem, dá apoio psicossocial ao estudante, ensina a pesquisar, a processar a informação e a aprender; corresponde à função propriamente pedagógica do professor no ensino presencial; > conceptor e realizador de cursos e materiais: prepara os planos de estudos, currículos e programas; seleciona conteúdos, elabora textos de base para unidades de cursos (disciplinas); esta função didáticacorresponde à função didática, isto é, à transmissão do conhecimento realizado em sala de aula, geralmente através de aulas magistrais, pelo professor do ensino presencial; > professor pesquisador: pesquisa e se atualiza em sua disciplina específica, em teorias e metodologias de ensino/aprendizagem, reflete sobre sua ação pedagógica e orienta e participa da pesquisa de seus alunos; > professor tutor: orienta o aluno em seus estudos relativos à disciplina pela qual é responsável, esclarece as dúvidas e explica questões relativas aos conteúdos da disciplina; em geral participa das atividades de avaliação. Ao professor é conferida uma função parecida, a exercida por um professor do ensino presencial, mas desconsidera a flexibilidade para alterações no campo didáticopedagógico advindo da interação com o aluno durante a docência. Desta forma, o campo da educação a distância é um campo mais rígido e inflexível. Um dos desdobramentos da figura do professor concentra-se no papel exercido pelo monitor, assumindo diversas funções, conforme descreve Belloni (1999: p.84): Muito importante em certos tipos específicos de EaD, especialmente em ações de educação popular com atividades presenciais de exploração de materiais em grupos de estudo ( recepção organizada ). O monitor coordena e orienta esta exploração. Sua função se relaciona menos com o conhecimento dos conteúdos e mais com sua capacidade de liderança, sendo em geral uma pessoa da comunidade, formada para esta função, de caráter mais social do que pedagógico. Destacando a palavra monitor e tomando os significados dicionarizados, Barreto (2004) identifica como: 1)aquele que dá conselhos, lições, que admoesta; 2) aluno que auxilia o professor no ensino de uma matéria, em geral na aplicação de exercícios, na

4 4 elucidação de dúvidas etc., fora das aulas regulares; 3) instrumento que controla o funcionamento de um equipamento ou sistema; 4) aparelho receptor utilizado para se supervisionar a qualidade do vídeo e/ou áudio durante uma transmissão ou gravação; e 5) dispositivo de saída de dados, no qual se visualizam as informações apresentadas por um computador; a tela do computador. Já no dicionário Houaiss, citado por Barreto (2004): o monitor é identificado à pessoa que organiza, administra e orienta turmas de telealunos, promovendo reuniões, estudos em grupo, responsabilizando-se pelas matrículas, pelos testes preparatórios etc. Em outras palavras, este sentido está não apenas legitimado, mas sedimentado, documentado em uma obra de referência. Educação a distância e a legislação Educação a Distância é a modalidade educacional na qual a mediação didático pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologia de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou em tempos diversos. Essa definição está presente no Decreto 5.622, de , que regulamenta o art.80 da Lei 9394/96(LDB). Desta forma os acadêmicos podem ter muitas razões para buscar o ensino à distância: otimização do tempo, distância e finanças são alguns fatores aliados a oportunidade de fazer cursos e a oportunidade de estar em contato com outros estudantes de diversas classes sociais, culturais e econômicas sem nunca tê-los conhecido antes. No que se refere às tecnologias, um aspecto a se considerar é a linha que separa os incluídos e os excluídos do acesso às tecnologias digitais. Num âmbito mais amplo, os representantes de organismos internacionais, como o Banco Mundial destacam em um número da revista Techknowlogia (nov./dez.2000) dedicado ao tema formação de professores e tecnologia expõe que ao tratar da formação de professores nos países em desenvolvimento, o mesmo artigo reduz as tecnologias da informação e comunicação a estratégias de educação a distância, em especial para programas de certificação em larga escala, e destaca iniciativas do Brasil, Uganda e Vietnã, apontando para a sua homogeneização às leis do mercado. (Barreto, 2003). Essa forma de se dirigir aos países em desenvolvimento, leva a questionamentos sobre as políticas de investimentos que deveriam promover a formação do profissional

5 5 da educação, e da educação como um todo, mas que estão sendo medidas pela redução do papel do Estado no financiamento da educação. Assim, os organismos internacionais concluíram que o dito monopólio do conhecimento detido pelo professor poderia ser quebrado por meio da intensificação do uso de tecnologias da informação e da comunicação, assim como se dera nas fábricas pela conversão da subsunção formal pela subsunção real do trabalho ao capital. Com o conhecimento inscrito nos softwares, nos vídeos e nos livros didáticos, um único docente pode atender a um maior número de estudantes, permitindo cortar custos, com a vantagem adicional de uma formação docente mais flexível e condizente com o mundo globalizado : preferencialmente à distância e em menor tempo! (BARRETO, 2003). Estas ações acontecem em tempo real sendo legitimadas pela Secretaria de Educação a distância. Acatando decisões de organismos internacionais que financiam propostas para maior adesão e apóiam o engajamento de pessoas na formação inicial, aumentando assim o número de envolvidos significando maior número nas pesquisas. Uma informação que nos chama a atenção é o que está posto para todas as Universidades e Centros Universitários no site do Ministério da Educação, para que tomem a iniciativa em criar novos cursos superiores a distância, sem necessidade de autorização do maior órgão educacional do país, estando submetidos apenas aos processos de reconhecimento. Informamos que as Universidades e Centros Universitários que são credenciados para oferta de cursos superiores a distância podem, de acordo com o Parecer CES/CNE n. 301/2003, homologado pelo Sr. Ministro da Educação em 6 de agosto de 2004, publicado no DOU de 9 de agosto de 2004, seção 1, p. 26, no uso de sua autonomia, criar novos cursos superiores sem necessidade de autorização do MEC, estando submetidos apenas aos processos de reconhecimento.(mec). Dentre os cursos superiores a distância a serem criados, há referenciado no site do Ministério da Educação, uma nota recomendando algumas ressalvas para quatro cursos, conforme podemos verificar: Cabe ressaltar que, conforme o 2o do Art.28 do Decreto 5773 de 09 de maio de 2006, "A criação de cursos de graduação em direito, medicina, odontologia e psicologia, inclusive em universidades e centros universitários, deverá ser submetida, respectivamente, à manifestação do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil ou do Conselho Nacional de Saúde." (MEC)

6 6 Essa diferenciação pode ser associada à organização e consolidação desses cursos ao longo da sua construção histórico-social, ou alinhavada em alguns deles a hierarquia e ao poder. Formação inicial e a educação a distância A formação inicial de que trata esse estudo está alocada ao curso de pedagogia, o qual os sujeitos dessa pesquisa são habilitados ou se encontram em formação. Todo curso superior, seja de que natureza for, possui referenciais específicos. O papel da Pedagogia é promover mudanças qualitativas no desenvolvimento e na aprendizagem das pessoas, visando ajudá-las a se constituírem como sujeitos, a melhorar sua capacidade de ação e as competências para viver e agir na sociedade e na comunidade (FRANCO; LIBÂNEO; PIMENTA, 2007, p. 63). De uma forma ampla, tem permanecido o tempo e o espaço direcionado para a formação de professores, mas o paradigma está em construir programas de efetiva qualidade e inovação. Segundo Nóvoa (1995: p.9): Num olhar global sobre o sistema educativo é possível fazer um balanço positivo do esforço realizado: num tempo relativamente curto criou-se um campo institucional da formação de professores que apesar de todas as contradições, pode favorecer uma ação mais adequada neste domínio. Mas é preciso reconhecer as fragilidades científicas e as dificuldades para desenvolver programas de qualidade e inovadores. Em se tratando da superação das distâncias geográficas e das desigualdades sociais, surge como propósito para a implantação da formação inicial para professores a distância. Conforme aponta as manifestações oficiais, conforme Barreto (2004: p. 87): As metas da Secretaria de Educação a Distância são, pois, levar para a escola pública toda a contribuição que os métodos, técnicas e tecnologias de educação a distância podem prestar à construção de um novo paradigma para a educação brasileira. O novo paradigma assume a redução das tecnologias a ferramentas de ensino a distância, excluindo justamente os modos da sua apropriação na formação e no trabalho docente. Assim, esse estudo busca compreender as vias que perpassam a formação inicial do professor a fim de compreender propósitos tais como oferecer à sociedade professores que respondam às expectativas do mundo contemporâneo. Para Cro(1998, p.32) alguns aspectos são de relevância na formação inicial do professor:

7 7 formação intelectual pondo a tônica nas competências de ordem cognitiva; formação social, pondo a tônica na aquisição de competências de ordem afetiva, de colaboração, de cooperação e de trabalho em equipe; formação para a autoformação, pondo a tônica nas qualidades de organização, de estruturação, de invenção e de criatividade. Desta forma, o acadêmico em formação inicial é convidado a uma dinâmica de pesquisa, de estudo, de reflexão, fundando caminhos para o seu aprendizado. O professor é suscitado a conhecer o processo ensinar/ aprender numa ação concomitante. A complexidade desse processo implica em desdobramentos e mecanismos para cada ação pedagógica em particular. Procedimentos teórico-metodológicos As relações que ao longo do tempo possam surgir num grupo de acadêmicos encontram-se construídas e consolidadas por elementos que perpassam a concordância e ou discordância de idéias, argumentos, sustentadas em posições pessoais influenciadas pela ação do outro. Por meio da teoria das Representações Sociais é concernente investigar em que pilares encontra-se a base da formação do acadêmico do curso de pedagogia a distância, considerando que é no encontro público de atores sociais, nas várias mediações da vida pública, nos espaços em que sujeitos sociais reúnem-se para falar e dar sentido ao quotidiano que as representações sociais são formadas( JOVCHELOVITCH, 2000 p.40). Nesse sentido, as representações sociais orientam os procedimentos teóricometodológicos desse estudo com o objetivo de compreender as construções individuais e coletivas que se consolidam nas relações sociais de cada grupo de acordo com o contexto no qual estão inseridos. Os sujeitos investigados nessa pesquisa estão organizados em dois grupos. O primeiro se constitui por egressos do curso de Pedagogia da Universidade A; o segundo por estudantes em nível de graduação no curso de Pedagogia do Centro Universitário B, totalizando 156 sujeitos. Como técnica de coleta de dados será utilizada a entrevista semi-estruturada, possibilitando a formulação de perguntas abertas e fechadas por parte do pesquisador. Desta forma, torna-se viável a intervenção do pesquisador caso o entrevistado

8 8 demonstre dificuldade ou dúvida sobre o assunto, bem como podem ser acrescentadas outras questões pertinentes ao tema. Trivinõs (1987) descreve que a entrevista semiestruturada, parte de questionamentos básicos apoiados em teorias e hipóteses, que interessam à pesquisa, sendo que as perguntas são resultados da teoria que o investigador estudou e recolheu acerca do fenômeno social que o interessa. Considerando o número expressivo de acadêmicos, optou-se também como técnica de coleta de dados o questionário, proporcionando através desse instrumento um número maior de perguntas fechadas em contrapartida um número mais reduzido de questionamentos abertos. A boa construção de questionários é uma forma de arte altamente desenvolvida na prática da pesquisa científica (REA; LOVIS, 2000, p.39). A análise documental também faz parte dos instrumentos para obter informações, pois as leis e documentos que regulamentam e apontam as diretrizes da Educação a distância são importantes para a contextualização sócio-histórica. O campo de investigação da pesquisa se dá num município de pequeno porte do Vale do Itajaí no estado de Santa Catarina. Neste município residem e trabalham todos os sujeitos do estudo. O curso concluído ou em andamento acontece em outro município, o que facilita a formação, dada a condição de curso na modalidade a distância. Considerações Finais Este estudo discute as bases que norteiam a formação inicial do professor na modalidade a distância, expressa na Representação Social dos acadêmicos. Os caminhos até então percorridos pela pesquisadora apontam essa modalidade de ensino em ascenção no país e no mundo norteados pela proposta de superar distâncias e desigualdades sociais. REFERÊNCIAS BARRETO, Raquel Goulart. Tecnologia e educação: trabalho e formação docente. Revista Educação & Sociedade, Campinas, v. 25, n.89, set/dez Tecnologias na formação de professores: o discurso do MEC. Revista Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 29, n.2, jul./dez BELLONI, Maria Luiza. Educação a distância. Campinas, São Paulo: Editora Autores Associados

9 9 CRÓ, Maria de Lurdes. Formação inicial e contínua de educadores/professores. Portugal. Porto Editora, FRANCO, Maria Amélia Santoro; LIBÂNEO, José Carlos; PIMENTA, Selma Garrido. Elementos para a formulação de Diretrizes Curriculares para cursos de Pedagogia. Cadernos de Pesquisa, v. 37, n.130, p.63-97, jan./abr JOVCHELOVITCH, Sandra. Representações Sociais e Esfera Pública: A construção simbólica dos espaços públicos no Brasil. Petrópolis, RJ: Vozes, MEC Ministério da Educação. Secretaria de educação a distância SEE. Acesso em 12 de nov. de NÓVOA, Antônio (Org.) et al. Os professores e a sua formação. 2ª ed. Portugal, REA, Louis M.; PARKER, Richard A. Metodologia da Pesquisa. Tradução Nivaldo Montingelli Jr. São Paulo: Pioneira, SOLETIC, Angeles. A Produção de Materiais Escritos nos Programas de Educação a Distância: Problemas e Desafios. In: LITWIN, Edith (Org.). Educação a Distância: temas para o debate de uma nova agenda educativa. Porto Alegre: Artmed Ed., TRIVINOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas