Palavras chave: Qualidade do ensino fundamental. Escolas Públicas Municipais. Arquitetura do espaço escolar.
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1 ANÁLISE DO ESPAÇO FÍSICO DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE ANÁPOLIS¹ SOUZA, Luzia Miguel de; ² ABREU, Sandra Elaine Aires ³ ¹ Subprojeto do Projeto: A qualidade do ensino fundamental nas escolas públicas municipais de Anápolis ² Voluntária de Iniciação Científica PVIC/UEG ³ Professora orientadora UEG - UnUCSEH Curso de Pedagogia, UEG UnUCSEH. RESUMO O presente artigo traz o resultado parcial de um projeto amplo que visa diagnosticar a qualidade do ensino fundamental das escolas públicas municipais de Anápolis. Trata-se de um subprojeto desenvolvido a partir de uma pesquisa documental e bibliográfica sobre os aspectos físicos do espaço escolar. O objetivo é conhecer a arquitetura das escolas e verificar as demandas referentes a esses aspectos. Para o desenvolvimento da pesquisa foram usados como fonte de coleta de dados os documentos da escola, a literatura pertinente e a legislação municipal. Como fonte complementar, foi elaborado pelo grupo de pesquisa um instrumento de coleta de dados, respondido pelas gestoras das escolas. Esse estudo da realidade escolar nos permitiu observar se o cumprimento das leis referentes à sua arquitetura tem se efetivado, além de confrontarmos os dados documentais das escolas com o apresentado pelos teóricos sobre o assunto, como ideal nas construções escolares. Palavras chave: Qualidade do ensino fundamental. Escolas Públicas Municipais. Arquitetura do espaço escolar. INTRODUÇÃO A consideração do espaço escolar como um espaço segmentado, no qual se distinguem as zona edificadas das não edificadas, e dentro de ambas, as atribuições a uma ou mais de uma tarefa, dos espaços livres de atribuição e abertos coloca como primeira questão a existência ou inexistência de um espaço específico para uma determinada função ou tarefa. A sua inexistência indicaria tal tarefa como não necessária ou a escassa importância a ela destinada. Sua existência é o indicador de sua
2 relevância. E junto a ela bons indicadores de sua localização, sua relação com os outros espaços, suas dimensões e sua disposição interna. (Vinão Frago, 2000) Quando se pensa no espaço escolar é necessário ter uma percepção de que as instalações devem ter caráter funcional, mas além dos critérios arquitetônicos devem-se levar em conta os critérios pedagógicos; sociais e comunitários envolvidos na arquitetura escolar, ou seja, o currículo oculto. Nesse contexto, o presente estudo objetivou verificar como se encontra a arquitetura do espaço escolar e avaliar em que precisa ser melhorado esse aspecto. MATERIAIS E MÉTODOS O presente estudo foi desenvolvido entre julho de 2008 e agosto de Tratase de um subprojeto no qual foi feita análise da arquitetura do espaço escolar de 42 das 63 1 escolas municipais de Anápolis. Para isso foram usados como fonte de coleta e dados a legislação educacional municipal, os documentos da escola (Relatório de Verificação Prévia para Renovação do Reconhecimento, Histórico, Projeto Político Pedagógico (PPP), Projeto de Desenvolvimento da Educação (PDE)) e a literatura pertinente (como Montoya (1997), Escolano (2001) e Vinão Frago (2000)). Como fonte complementar, elaborou - se pelo grupo um questionário, o qual foi respondido pelas gestoras das escolas. RESULTADOS E DISCUSSÃO Realidade escolar As escolas municipais de Anápolis foram criadas a partir da década de 60. Dentre as 42 analisadas, 19 foram criadas entre a década de 60 e 80 e outras 23 entre a década de 90 a Na década de 90 houve um aumento significativo no número de escolas no município. Das escolas analisadas, 37 foram construídas pela prefeitura e outras 5 funcionam em prédios cedidos por igrejas ou entidades filantrópicas; 19 escolas possuem abastecimento de água da rede pública e esgoto em fossa séptica, 5 possuem abastecimento de água de poço artesiano e esgoto em fossa séptica, 9 possuem abastecimento de água e esgoto públicos e 9 não informaram esses dados. 1
3 Um total de 18 escolas já passaram por reforma ou ampliação. O atendimento nas escolas pode ser assim apresentado: das 42 escolas, 14 atendem o ensino fundamental nas séries iniciais e finais, juntas; 11 atendem a modalidade EJA nos 1º e 2º segmentos; 1 escola atende a pré-escola com jardim II; 19 escolas atendem exclusivamente as séries iniciais do ensino fundamental; 2 escolas atendem exclusivamente as séries iniciais em turno integral. No que se refere às salas de aula, há um total de 9 escolas que possuem de 4 a 5 salas de aula, 23 escolas que possuem de 6 a 10 salas de aula e 10 escolas que possuem mais salas de aula. Necessidades apresentadas analisadas. A figura a seguir apresenta as necessidades mais freqüentes nas escolas Dentre os pareceres apresentados nos relatórios sobre os aspectos físicos das escolas, as necessidades apresentadas que têm amparo legal, referem-se em sua maioria ao espaço para recepção (96% das escolas), sala de apoio pedagógico (80% das escolas), área coberta para recreação e esporte (75% das escolas), lavanderia (96% das
4 escolas), além de acessibilidade a portadores de necessidades especiais (90% das escolas). Há ainda demanda pela construção de depósitos para material de limpeza (28% das escolas), despensa (12 % das escolas) e sala dos professores (15 % das escolas). Grande parte das necessidades apresentadas, tanto no PDE quanto no formulário respondido pelas gestoras das escolas, referem - se a um espaço voltado para leitura, ou seja, uma biblioteca (75% das escolas). Ainda que a legislação não faça nenhuma referência à obrigatoriedade de espaços como biblioteca, sala de vídeo ou sala para expressões artísticas várias, o que pode ser observado é que as mesmas têm considerado esses espaços importantes para um melhor desenvolvimento do trabalho pedagógico. CONCLUSÃO De um modo geral, a maioria das escolas analisadas apresenta necessidades plenamente justificáveis e que influem na qualidade do ensino e no desenvolvimento do mesmo. O que pudemos observar no decorrer da pesquisa é que as deficiências apresentadas quase sempre se referem a necessidades externas a sala de aula. Muito ainda há que ser feito, no que se refere à arquitetura do espaço escolar, para se atender as especificações legais do município, bem como para garantir a melhoria na qualidade do ensino. As necessidades de melhorias aqui apresentadas serão elementos usados para a elaboração do projeto de intervenção proposto a ser realizado no final da pesquisa. Junto a essas necessidades, serão observadas e analisadas outras mais, referentes à parte administrativa e pedagógica, de modo a complementar o referido projeto. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ESCOLANO, Agustín. Arquitetura como programa. Espaço-escolar e currículo. In: VIÑAO FRAGO, Antonio; ESCOLANO, Agustín. Currículo, espaço e subjetividade: a arquitetura como programa. Tradução de Alfredo Veiga Neto. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A, MONTOYA, Laurentino Heras. Comprender el espacio educativo: investigación etnográfica sobre um centro escolar. Archidona: Ediciones Aljibe, 1997.
5 VINÃO FRAGO,Antonio.El espacio y tiempo escolares como objeto histórico. WARDE, Mirian Jorge (org.). Contemporaneidade & Educação. Rio de Janeiro: Instituto de Estudos da Cultura e Educação continuada, ano 5, n.7, p.9-33, 1 sem Legislação educacional do município de Anápolis. Projeto Político Pedagógico das escolas municipais de Anápolis Plano de Desenvolvimentos das escolas municipais de Anápolis Relatório de Verificação Prévia para Renovação do Reconhecimento. ¹ Um total de 21 escolas foram excluídas dessa etapa da pesquisa devido a não apresentação da documentação solicitada.
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