LEI Nº , DE 13 DE NOVEMBRO DE 2014 LEI DE CONVERSÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 651 ALTERAÇÕES NA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
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1 LEI Nº , DE 13 DE NOVEMBRO DE 2014 LEI DE CONVERSÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 651 ALTERAÇÕES NA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA A Medida Provisória (MP) nº 651/14 promoveu diversas alterações na legislação tributária e foi recentemente convertida na Lei nº /14. Seguem breves considerações a respeito das mudanças legislativas introduzidas por tais normas: 1. Responsabilidade Tributária na Integralização de Cotas de Fundos ou Clubes Investimento por meio de Ativos Financeiros O artigo 1º da Lei nº /14 atribuiu, às Administradoras de Fundos e Clubes de Investimento, a responsabilidade tributária pelo recolhimento do Imposto de Renda (IR) sobre o ganho de capital na integralização de cotas por meio de Ativos Financeiros. Especificamente em relação aos Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs), a responsabilidade tributária sobre o recolhimento do IR permanece do Investidor. Além disso, a Lei nº /14 vedou, de forma expressa, a integralização de cotas de fundos e de clubes de investimento por meio da entrega de ativos financeiros não escriturados e/ou custodiados por empresas autorizadas pelo Banco Central do Brasil (BACEN) ou pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a prestar tais serviços. 2. Fundos de Investimento de Renda Fixa No tocante aos Fundos de Investimento de Renda Fixa, especificamente aqueles cujas cotas sejam admitidas à negociação em bolsas de valores e mercados de balcão organizado, a Lei nº /14 estabeleceu um novo formato de tributação, com fundamento no prazo médio de repactuação, qual seja: (i) 25% (vinte e cinco por cento), no caso de Fundos de Investimento de Renda Fixa cuja carteira de ativos financeiros apresente prazo médio de repactuação igual ou inferior a 180 (cento e oitenta) dias; (ii) 20% (vinte por cento), no caso de Fundos de Investimento de Renda Fixa cuja carteira de ativos financeiros apresente prazo médio de repactuação superior a cento e oitenta dias e igual ou inferior a 720 (setecentos e vinte) dias; e (iii) 15% (quinze por cento), no caso de Fundos de Investimento de Renda Fixa cuja carteira de ativos financeiros apresente prazo médio de repactuação superior a 720 (setecentos e vinte) dias. O regime de tributação denominado "come cotas" foi extinto para tais fundos. Para fins da aplicação do novo regime de tributação estabelecido pela Lei nº /14, os regulamentos dos Fundos de Investimento de Renda Fixa devem determinar que suas carteiras sejam compostas, no mínimo, por 75% (setenta e cinco por cento) de ativos financeiros que integrem o índice de renda fixa de referência. 3. Tributação das operações de empréstimo de ações
2 A Lei nº /14 estabeleceu que a remuneração pelo empréstimo de ações de companhias abertas realizadas em entidades autorizadas a prestar serviços de compensação e liquidação de operações com valores mobiliários deverá se objeto de incidência de IR conforme regras aplicáveis às aplicações de renda fixa (Tabela Regressiva). A responsável tributária pelo IR acima referenciado é a entidade autorizada a prestar serviços de compensação e liquidação de operações com valores mobiliários. A Lei nº /14 também estabeleceu a tributação de valores referentes a Juros sobre o Capital Próprio (JCP) recebidos por entidades imunes, fundos ou clubes de investimento, ou entidades de previdência complementar, sociedades seguradora e Fundos de Aposentadoria Programada Individual (FAPI), quando o emprestador das ações não for sujeito à retenção do IR. O IR será devido à alíquota de 15% (quinze por cento) incidente sobre o valor correspondente ao JCP distribuído. Tais regras entram em vigor a partir de 1/01/ Isenção de IR sobre a alienação de ações de pequenas e médias empresas Outra inovação relevante trazida pela Lei nº /14 diz respeito à isenção de IR concedida sobre o ganho de capital decorrente da alienação, por pessoa física, de ações emitidas dentro do programa de incentivo à captação de recursos por pequenas e médias empresas. Para gozar do benefício em questão, as pequenas e médias empresas devem observar os seguintes requisitos: (i) ter as suas ações admitidas à negociação em segmento especial, instituído por bolsa de valores, que assegure, por meio de vínculo contratual entre a bolsa e o emissor, práticas diferenciadas de governança corporativa; (ii) valor de mercado inferior a R$ ,00 (setecentos milhões de reais); (iii) receita bruta anual inferior a R$ ,00 (quinhentos milhões de reais); (iv) distribuição primária correspondente a, no mínimo, 67% (sessenta e sete por cento) do volume total de ações. Além dos requisitos acima referenciados, as pequenas e médias empresas em questão deverão apurar o IR com base no lucro real. Importante mencionar que o benefício em questão abrange ações adquiridas a partir de 10/07/2014, cuja alienação ocorra até 31 de dezembro de Referidos dispositivos deverão ser objeto de regulamentação pela Receita Federal do Brasil e também pela CVM. 5. Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários (REINTEGRA) A Lei nº /14 reinstituiu o REINTEGRA, com o objetivo de devolver parcial ou integralmente o resíduo tributário remanescente na cadeia de produção de bens exportados. Segundo o Regime Especial em questão, o exportador de produtos industrializados poderá apurar crédito sobre sua receita de exportação mediante a aplicação de percentual que varia entre 0,1% (um décimo por cento) e 3% (três por cento), de acordo com o bem. Os bens abrangidos pelo REINTEGRA devem: (i) ser industrializados no país; (ii) estar classificados em código da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI);
3 (iii) ter custo total de insumos importados não superior a limite percentual do preço de exportação. Importante mencionar que, dos créditos referentes ao REINTEGRA, 17,84% (dezessete inteiros e oitenta e quatro centésimos por cento) serão devolvidos a título da Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público Contribuição para o PIS/Pasep e 82,16% (oitenta e dois inteiros e dezesseis centésimos por cento) serão devolvidos a título da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS. Os créditos em questão poderão ser compensados com tributos federais ou objeto de ressarcimento. REFIS 6. Aproveitamento de créditos de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) A Lei nº /14 trouxe algumas inovações em relação ao aproveitamento de créditos de prejuízo fiscal e de base negativa de CSLL para fins de liquidação de saldos remanescentes de parcelamentos de débitos vencidos até 31/12/2013. Os créditos de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa de CSLL poderão ser utilizados entre empresas controladora e controlada, de forma direta ou indireta, ou entre empresas que sejam controladas direta ou indiretamente por uma mesma empresa, em 31 de dezembro de 2013, domiciliadas no Brasil, desde que se mantenham nesta condição até a data da opção pela quitação antecipada. Tais créditos somente poderão ser utilizados após a utilização total dos créditos próprios. Da mesma forma, poderão ainda ser utilizados os créditos de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa da CSLL do responsável ou corresponsável pelo crédito tributário que deu origem ao parcelamento. Para que seja possível proceder da forma acima referenciada, devem ser observadas as seguintes condições: (i) pagamento em espécie equivalente a, no mínimo, 30% (trinta por cento) do saldo do parcelamento; (ii) quitação integral do saldo remanescente mediante a utilização de créditos de prejuízos fiscais e de base de cálculo negativa da CSLL. O valor do crédito a ser utilizado será determinado mediante a aplicação das seguintes alíquotas: (i) 25% (vinte e cinco por cento) sobre o montante do prejuízo fiscal; (ii) 15% (quinze por cento) sobre a base de cálculo negativa da CSLL, no caso das pessoas jurídicas de seguros privados, das de capitalização e das referidas nos incisos I a VII, IX e X do 1º do art. 1º da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001; e (iii) 9% (nove por cento) sobre a base de cálculo negativa da CSLL, no caso das demais pessoas jurídicas. Por fim, importante registrar que o requerimento de aproveitamento de créditos de prejuízo fiscal e de base negativa de CSLL suspende a exigibilidade das parcelas até sua análise prazo de 5 (cinco) anos. Caso o aproveitamento em questão seja indeferido, o contribuinte, o responsável ou o corresponsável terá prazo de 30 (trinta) dias para pagar o saldo remanescente do parcelamento, sob pena de rescisão. Relativamente aos parcelamentos da Lei nº /09 caberá Manifestação de Inconformidade da decisão que deferir o aproveitamento de créditos em questão.
4 Caso a última decisão administrativa seja desfavorável ao contribuinte, será assegurado o prazo de 30 (trinta) dias para efetuar o pagamento do saldo remanescente. A matéria em questão ainda precisa ser regulamentada pela RFB e pela PGFN. 7. Reabertura do Parcelamento instituído pela Lei nº /14 A Lei nº /14 basicamente manteve as mesmas condições e benefícios dos Parcelamentos instituídos pela Lei nº /09, bem como pela Lei nº /10, podendo ser incluídos, no referido programa, débitos cujos vencimentos tenham ocorrido até 31/12/ Possibilidade de parcelamentos de débitos de Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF) A Lei nº /14 autorizou, de forma expressa, o parcelamento de débitos relativos à CPMF, não se aplicando a vedação contida no artigo 15 da Lei nº 9.311/ Novo Programa de Parcelamento de Débitos A Lei nº /14 inovou ao estabelecer que os débitos relativos ao Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e à CSLL decorrentes do ganho de capital ocorrido até 31 de dezembro de 2008, decorrentes da alienação de ações que tenham sido originadas da conversão de títulos patrimoniais de associações civis sem fins lucrativos, poderão ser: (i) pagos à vista com redução de 100% (cem por cento) das multas, de mora e de ofício, e de 100% (cem por cento) dos juros de mora; (ii) parcelados em até 60 (sessenta) prestações, sendo 20% (vinte por cento) de entrada e o restante em parcelas mensais, com as mesmas reduções estabelecidas no inciso I. O pagamento ou parcelamento dos débitos em questão deverá ser efetivado até 29/11/2014, sendo certo que tal programa se aplica à totalidade dos débitos, constituídos ou não, com exigibilidade suspensa ou não, inscritos ou não em Dívida Ativa da União, mesmo que em fase de execução fiscal já ajuizada, ou que tenham sido objeto de parcelamento anterior não integralmente quitado, ainda que excluído por falta de pagamento. Vale ressaltar que não há necessidade de apresentação de novas garantias, porém, as garantias já ofertadas deverão ser mantidas. 10. Dispensa de honorários e sucumbência A Lei nº /14 estabeleceu que não serão devidos honorários advocatícios e sucumbência nas ações judiciais que, direta ou indiretamente, vierem a ser extintas em decorrência de adesão aos parcelamentos previstos na Lei nº /09 e reaberturas aplicando se, exclusivamente aos: (i) aos pedidos de desistência e renúncia protocolados a partir de 10 de julho de 2014; e (ii) aos pedidos de desistência e renúncia já protocolados, mas cujos valores de que trata o caput não tenham sido pagos até 10 de julho de Segue o link para a íntegra da Medida Provisória: /2014/Lei/L13043.htm Nossa equipe encontra se à inteira disposição para prestar quaisquer esclarecimentos julgados necessários. ADVOGADOS RESPONSÁVEIS Roberto Greco de Souza Ferreira roberto.greco@cgbm.com.br Cristiano Maciel cristiano.maciel@cgbm.com.br
5 Graziele Pereira
Abrangência: Esse programa abrange:
Condições a serem observadas para adesão ao programa de recuperação fiscal que concede condições especiais para o pagamento à vista e o parcelamento de débitos de qualquer natureza (Portaria Conjunta PGFN/RFB
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