Empowed lives. Resilient nations. Versão Completa. Responsabilidade Social Empresarial Situação Actual em Angola

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1 Empowed lives. Resilient nations. Responsabilidade Social Empresarial Situação Actual em Angola Versão Completa Responsabilidade Social Empresarial Situação Actual em Angola 1

2 O presente estudo foi promovido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e teve o apoio financeiro da Agência Espanhola para a Cooperação Internacional e Desenvolvimento (AECID). Foi elaborado pela KPMG Angola - Audit, Tax, Advisory S.A. para o Grupo de Trabalho de Responsabilidade Social Empresarial de Angola. Luanda - Angola 11 de Abril de 2013 Fotos: UNDP, Unicef Angola e José Dias 2 Responsabilidade Social Empresarial Situação Actual em Angola

3 Empowed lives. Resilient nations. Responsabilidade Social Empresarial Situação Actual em Angola Versão Completa Responsabilidade Social Empresarial Situação Actual em Angola 3

4 Conteúdo Sumário Executivo Porquê o Estudo Abordagem metodológica Principais conclusões Análise Sectorial Enquadramento O que é a Responsabilidade Social Empresarial O contexto Internacional O contexto Angolano Caracterização da situação actual de práticas de RSE em Angola O sector empresarial O contributo de outros agentes nas acções de RSE Riscos, Desafios e Oportunidades associados à Responsabilidade Social Empresarial As oportunidades chave Os desafios O Caminho futuro RSE ao serviço do desenvolvimento A reposta aos desafios Linhas de acção Glossário Abordagem Metodológica Consulta às Empresas Consulta aos restantes stakeholders Acrónimos utilizados Referências/Bibliografia Casos de Estudo...93 Índice de Figuras Figura 1 Análise comparativa do IDH de Angola...5 Figura 2 Evolução dos componentes dos índices do IDH em Angola...5 Figura 3 Análise comparativa do Índice de Desenvolvimento de Angola...6 Figura 4 Temas relevantes e vectores de análise...8 Figura 5 Posicionamento dos sectores analisados...11 Figura 6 Modelo do Programa Integrado de Combate à Pobreza e ao Desenvolvimento Rural Figura 7 Factores mais problemáticos para a realização de Negócios em Angola...33 Figura 8 Fatalidades atribuíveis a questões ambientais...42 Figura 9 Matriz de risco e grau de preparação para o risco...43 Figura 10 Percentagem média do orçamento anual de RSE por sector e por área de actuação 64 4 Responsabilidade Social Empresarial Situação Actual em Angola

5 1.1 Porquê o Estudo Sumário Executivo A estabilidade trazida pela paz colocou Angola num caminho claro de recuperação, de um país com dificuldades e limitações ao nível das condições sociais básicas, para uma das economias com crescimento mais acentuado em África. Quando comparada com outros países da África Subsaariana e com países com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), Angola apresenta uma evolução progressiva. O IDH é uma medida sumária para avaliar o progresso de longo termo nas três dimensões básicas do desenvolvimento humano: uma vida longa e saudável, acesso ao conhecimento e um padrão de vida decente, e que tem como objectivo oferecer um contraponto a um indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas a dimensão económica do desenvolvimento. Apesar de todos estes sinais positivos, segundo o relatório Global de Desenvolvimento Humano de 2013 o País está ainda distante do valor médio do Índice de Desenvolvimento Humano, ocupando a posição 148 de um total de 187 países, com um IDH de 0,508. O IDH da África Subsaariana como região aumentou de 0,366 em 1980, para 0,475 actualmente, colocando Angola acima da média regional, e acima dos países do grupo de baixo desenvolvimento humano, que apresentam um valor de 0,466. Na África Subsaariana, os países próximos a Angola em termos de classificação do IDH e população, são o Senegal e a Zâmbia, com a classificação IDHs de 154º e 163º respectivamente. As tendências do IDH mostram uma evolução importante, tanto a nível nacional como regional, destacando as enormes lacunas na qualidade de vida e oportunidades de desenvolvimento. O Relatório Global de Desenvolvimento Humano de 2013 apresenta os valores e as classificações do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para 187 países e territórios reconhecidos pelas Nações Unidas. Esta edição também apresenta o IDH- ajustado à Desigualdade (IDHD) para 132 países, o Índice de Desigualdade de Género (IDG) para 148 países, e o Índice da Pobreza Multidimensional (IPM) para 104 países. Os valores e as classificações publicadas nos relatórios anteriores não são comparáveis com os valores publicados no Relatório de Desenvolvimento Humano de 2013, devido à mudança dos dados de base e dos métodos de cálculo. Para permitir a avaliação do progresso nos IDHs, o Relatório de 2013 inclui IDHs recalculados desde 1980 a Responsabilidade Social Empresarial Situação Actual em Angola 5

6 Análise comparativa do IDH de Angola O valor do IDH de Angola para 2012 é 0,508 na categoria de baixo desenvolvimento humano posicionando o país no lugar 148 dos 187 países e territórios considerados. Entre 2000 e 2012, o valor do IDH de Angola aumentou de 0,375 para 0,508, registando um aumento de 35% (crescimento médio anual de cerca de 2,6%). Figura 1 Análise comparativa do IDH de Angola (Fonte: hdr.undp.org) Desde o ano 2000 que Angola regista uma melhoria no IDH, encontrando-se actualmente ligeiramente acima do IDH de menor valor a nível mundial e do IDH da região de África Subsaariana. Ainda assim, está longe do valor médio mundial. O gráfico seguinte é baseado em indicadores, metodologia e séries temporais consistentes, mostrando assim, mudanças reais nos valores e classificação ao longo do tempo, o que reflecte o progresso actual feito pelos países. Tendências nos componentes dos índices do IDH de Angola Entre 1980 e 2012, a esperança de vida à nascença em Angola aumentou 11,3 anos, a média dos anos de escolaridade aumentou 0,3 anos e os anos esperados de escolaridade aumentaram 6,0 anos. O Rendimento Nacional Bruto (RNB) per capita de Angola aumentou 74% entre 1985 e Para além do papel desempenhado pelo Estado Angolano no contributo para o crescimento económico de Angola e para a melhoria no IDH, verifica-se ainda um forte contributo das empresas, Organizações Não Governamentais (ONG s) e outras entidades. Todas estas entidades apresentam estratégias e abordagens próprias, para combater a pobreza, proteger o meio ambiente e promover um desenvolvimento sustentável. Neste sentido o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com o apoio da Agência Espanhola para a Cooperação e Desenvolvimento (AECID) entendeu relevante realizar um estudo que permitisse fazer um balanço do estado da Responsabilidade Social Empresarial (RSE) no País. Figura 2 Evolução dos componentes dos índices do IDH em Angola ( , Fonte: hdr.undp.org) Paralelamente, ao realizar o diagnóstico das práticas de RSE, pretende-se também alcançar o estabelecimento de uma base, que crie um ambiente favorável para a cooperação entre o Governo, Empresas, ONGs e outros parceiros, 6 Responsabilidade Social Empresarial Situação Actual em Angola

7 em torno da Responsabilidade Social Empresarial em Angola. Apenas com um esforço conjunto e unificado de todas as entidades é que será possível potenciar o Desenvolvimento Humano em Angola. Os gráficos seguintes apresentam diversas perspectivas de análise sobre diferentes dimensões que caracterizam o desenvolvimento das sociedades e países, nomeadamente outros países da África subsaariana, como África do Sul, Nigéria, Zâmbia e Gana. PIB per Capita vs IDH Educação PIB per Capita vs IDH Saúde IDH vs. Depleção dos recursos Naturais Índice da Educação vs. Índice de Literacia Adulta Figura 3 Análise comparativa do Índice de Desenvolvimento de Angola (Fonte: hdr.undp.org) Responsabilidade Social Empresarial Situação Actual em Angola 7

8 Em todas as análises anteriores, Angola ocupa um lugar intermédio em termos de desenvolvimento comparativamente a outros países Africanos, seja ao nível da saúde, educação ou depleção dos recursos naturais. Contudo, Angola apresenta um valor positivo de PIB per capita, entre os países da África Subsaariana, fortemente potenciado pelo contributo do sector petrolífero. Assim, apesar do baixo desenvolvimento espelhado pela análise destes indicadores, a riqueza do país, materializada pelo PIB per capita coloca-o numa posição vantajosa face aos seus pares em termos de potencial de crescimento. Os índices de desenvolvimento macroeconómico de Angola permitiram ao Comité de Políticas de Desenvolvimento (CPD) do Conselho Económico e Social das Nações Unidas (ECOSOC) considerar Angola elegível para migrar da lista dos Países Menos Avançados (PMA) para a dos de rendimento médio a partir de 2015, confirmando o potencial desenvolvimento e crescimento económico de Angola. 8 Responsabilidade Social Empresarial Situação Actual em Angola

9 foram os websites institucionais e os Relatórios públicos divulgados pelas organizações, em matéria de responsabilidade social empresarial ou contendo este tipo de informação. Da análise de benchmark realizada, foi possível identificar um conjunto de temas relevantes que reflectem as diferentes áreas de actuação empresarial em matéria de Responsabilidade Social Empresarial em Angola. Estas áreas de actuação foram agrupadas em três dimensões de análise: dimensão social, económica e ambiental. O agrupamento dos temas nestas três dimensões, tiveram por base o alinhamento com os pilares do desenvolvimento sustentável que privilegia o equilíbrio entre o crescimento económico, a promoção social e a preservação ambiental. Sector n.º Empresas 1.2 Abordagem metodológica Análise de mecado Para a realização do estudo de Responsabilidade Social Empresarial, foi seleccionado um universo de empresas públicas e privadas com actividade representativa no mercado Angolano, em termos de volume de negócio, em nove sectores de actividade distintos, resultando numa amostra de 100 empresas. A elaboração do estudo iniciou-se com uma análise de benchmark à informação pública disponível relativamente às práticas de responsabilidade social destas empresas, em Angola. As fontes de informação Construção 12 Telecomunicações 8 Transporte 8 Energia e Águas 3 Mineração Industria 9 Bebidas 4 Retalho 8 Financeiro 31 Petróleo e Gás 16 Diversos 1 Total 100 Tabela 1 N.º de empresas analisadas por sector Definição dos vectores de análise Os temas relevantes foram confirmados através da pesquisa bibliográfica realizada a documentos de referência em matéria de responsabilidade social e a documentos que descrevem o contexto social, ambiental e económico Angolano. O resultado destas pesquisas permitiu definir os vectores de análise sobre os quais incidiu o estudo e a auscultação aos diversos stakeholders. Responsabilidade Social Empresarial Situação Actual em Angola 9

10 Figura 4 Temas relevantes e vectores de análise (Fonte: Análise KPMG) Consulta aos stakeholders e Questionário Com base nos vectores em análise, foi desenvolvido um questionário sobre práticas de RSE que foi enviado a cerca de 77 empresas dos sectores mais representativos do mercado Angolano. A taxa de resposta foi de 30%, sendo que só foi possível ter representatividade para os sectores de Petróleo e Gás, Construção, Banca e Transportes. As restantes respostas foram agrupadas num agregador ( Outros Sectores ) que compreende assim as respostas de empresas dos sectores Seguros, Telecomunicações, Mineração, Bebidas, Infra-estruturas e Agro-Indústria). Adicionalmente foram realizadas mais de 20 entrevistas presenciais com empresas e 14 entrevistas com ministérios e diferentes entidades da sociedade civil entre universidades, agências de desenvolvimento e ONGs. 1.3 Principais conclusões Níveis distintos de maturidade na actuação das empresas Verifica-se que existe um grande desfasamento de maturidade entre as práticas de responsabilidade social empresarial das empresas de diferentes sectores e também dentro de cada sector. Em sectores como o do Petróleo e Gás, verifica-se a existência de uma elevada maturidade na gestão dos temas de responsabilidade social empresarial. No caso das empresas internacionais deste sector a operar em Angola, observa-se a delineação de uma estratégia local, alinhada com a estratégia internacional. Nesta amostra, é evidente a existência de um nível de entendimento elevado e experiência na implementação dos projectos de âmbito social que é transversal à maioria das empresas deste sector. Por outro lado, nos restantes sectores analisados, já não se regista esta homogeneidade, verificando-se a existência de algumas empresas que lideram, sendo as restantes seguidoras, não 10 Responsabilidade Social Empresarial Situação Actual em Angola

11 demonstrando o mesmo grau de envolvimento e maturidade de comunicação das práticas de RSE. Esta conclusão é, em parte, suportada pela baixa adesão demonstrada à participação no estudo em determinados sectores de actividade. Na globalidade, constata-se a evolução do paradigma da responsabilidade social, de uma lógica de assistencialismo e caridade, (como as iniciativas relacionadas com donativos e construção de infra-estruturas) para uma lógica do desenvolvimento de projectos integrados que visam essencialmente, o desenvolvimento das pessoas e o crescimento económico, através da capacitação para identificação de oportunidades para saírem do ciclo de pobreza. A comunicação externa realizada pelas empresas não é ainda suficientemente eficaz, sendo difícil aceder a informação pública disponível sobre grande parte das iniciativas desenvolvidas pelas mesmas. As iniciativas menos desenvolvidas, mencionadas por menos de 40% das empresas consultadas com actividades de RSE, foram: a formação de profissionais de saúde; a capacitação informática; a promoção do acesso dos jovens à cultura; a literacia financeira; a promoção das línguas nacionais; a promoção da cultura nas mulheres; o apoio a programas de desminagem; o desenvolvimento de infra-estruturas (habitação e energia); a sensibilização ambiental de parceiros e o apoio aos ex-combatentes. A existência destas áreas denota que, apesar do alinhamento das empresas com os temas relevantes, existem ainda vertentes menos exploradas e apoiadas que poderão ser incentivadas numa lógica de promoção dos objectivos do Executivo e diferenciação das empresas através das suas estratégias de RSE. Educação e Saúde são as áreas de actuação mais privilegiadas pelas empresas Verificamos que existe um grande alinhamento das práticas de actuação com os temas identificados como mais relevantes e que reflectem o contexto social, económico e ambiental de Angola. A Educação e a Saúde são as áreas em que são realizadas mais iniciativas, com destaque para iniciativas no âmbito da alfabetização e escolaridade, retenção e sucesso escolar, e também, formação e promoção da saúde dos colaboradores. No âmbito social, a promoção da igualdade entre géneros e as iniciativas direccionadas especificamente aos jovens são as áreas nas quais as empresas referem realizar um menor investimento. 39% dos investimentos sociais em RSE são na área da Educação A responsabilidade ambiental essencialmente como resposta às exigências legais O enquadramento legal e regulamentar ambiental, recentemente criado em Angola, resulta numa pro-actividade reduzida das empresas no desenvolvimento de iniciativas que visem promover a protecção ambiental. As carências básicas da população ao nível social, tornam secundários os investimentos a nível ambiental, pelo que o actual desafio, no âmbito da responsabilidade ambiental, prende-se essencialmente com o compromisso do cumprimento legal e regulamentar, como é exemplo o desenvolvimento de estudos de impacte ambiental para as indústrias mais poluidoras. A área ambiental representa somente 7% dos investimentos em RSE 3% dos investimentos sociais em RSE são em iniciativas especificamente direccionadas aos jovens Responsabilidade Social Empresarial Situação Actual em Angola 11

12 Desafios e caminho futuro Os principais desafios apontados pelas empresas estão relacionados com a falta de linhas de orientação estratégica, conhecimento e knowhow para definição de projectos de RSE, bem como a identificação de parceiros de confiança para a realização das iniciativas, e de ferramentas para medir o impacto nas comunidades e o retorno dos investimentos sociais. O reforço da comunicação surge como um caminho para promover a partilha de boas práticas, experiências, competências assim como o de possibilitar a identificação de sinergias entre parceiros e de actuar como mecanismo de promoção à actuação de todas as empresas e o alargamento do espectro dos parceiros para realização dos projectos. Relativamente às áreas de actuação, apesar do alinhamento existente com as áreas mais necessitadas da sociedade Angolana, deverá ser reforçado o enfoque estratégico das iniciativas para que estas estejam cada vez mais próximas do negócio, garantindo a sua sustentabilidade e a existência de competências internas para implementação e acompanhamento dos projectos. Por outro lado, a posição do Executivo nestas matérias exige maior liderança e cooperação com as diferentes entidades envolvidas, de forma a gerar um clima de confiança e de capacitação mútua que se traduza na definição de uma agenda clara e transparente com os princípios base da RSE. 1.4 Análise Sectorial A partir da informação recolhida, foram analisados os sectores em termos da sua maturidade de práticas de RSE, analisando temas como: Existência de uma estratégia de responsabilidade social empresarial estruturada; Existência de competências internas específicas para gerir estes temas; Número e relevância das áreas de actuação e; Alinhamento com princípios internacionais de referência. Por outro lado foram também analisadas as práticas de comunicação externa, nomeadamente a existência de informação relacionada com os temas de responsabilidade social empresarial, avaliado pela percentagem de empresas do sector que comunicam as suas práticas de responsabilidade social empresarial publicamente. Figura 5 Posicionamento dos sectores analisados (fonte: Análise KPMG) Sectores Líderes Os sectores líderes apresentam capacidade de capitalizar as suas práticas de RSE, através de uma comunicação activa e transparente. Apresentam um forte alinhamento com os temas relevantes no contexto da sociedade Angolana e com os princípios do Global Compact das Nações Unidas. O modelo de governo dos temas de RSE está normalmente centralizado em termos organizacionais, nos departamentos de Comunicação, Marketing e Responsabilidade Social. Estas direcções, já demonstram conhecimento e competências específicas para a definição de estratégias de RSE e, no que diz respeito à implementação, partilham esforços e suportam-se noutros parceiros com reconhecido know-how 12 Responsabilidade Social Empresarial Situação Actual em Angola

13 nestas matérias, como as agências mundiais de desenvolvimento e ONGs. Em termos de comunicação, publicam relatórios específicos sobre as práticas de RSE para os diferentes stakeholders e são transparentes na comunicação ao nível do seu website. Sectores Actuação Conservadora Apresentam um grau de maturidade considerável nas práticas que desenvolvem e definem áreas de actuação alinhadas com as expectativas dos stakeholders e com os temas materiais, assumindo uma postura conservadora no que toca à comunicação. Têm uma estratégia delineada com objectivos de RSE definida em função do contexto local. Focam-se essencialmente na construção de programas robustos, com objectivos específicos de criação de impacto social. Sectores Oportunistas As organizações que caem neste quadrante, são aquelas que correm maiores riscos de verem as suas estratégias e compromissos em RSE associadas maioritariamente a práticas de comunicação focadas na publicidade, notoriedade da marca e investimento em publicidade. Estas práticas de comunicação são comummente designadas como Green Washing ou Social Washing, e provocam desconfiança na percepção das diferentes partes interessadas envolvidas nos projectos de RSE assim como da sociedade em geral. Os temas endereçados poderão não ser significativos para a sociedade e não demonstram total alinhamento com os princípios do Global Compact. As empresas com perfil oportunista, focam-se na comunicação de resultados, aproveitando a oportunidade de chegar eficazmente aos seus stakeholders e posicionarem-se como empresas socialmente responsáveis através da comunicação agressiva e persistente. Os riscos são acrescidos com o escrutínio cada vez maior dos investidores, clientes e empresas concorrentes. Sectores Seguidores As empresas que representam este grupo de sectores, não apresentam um reporte e práticas de comunicação sistemáticas sobre as actividades que desenvolvem no âmbito da RSE. A implementação das suas estratégias está suportada maioritariamente em estruturas autónomas, como fundações e associações não governamentais para desenvolver projectos de responsabilidade social. Existe um alinhamento parcial com os princípios do Global Compact e não são endereçados os temas materiais. Tipicamente, as empresas que representam estes sectores têm uma atitude reactiva ao desenvolvimento de projectos de RSE, desenvolvendo projectos menos integrados nas suas estratégias e objectivos de negócio. Os perfis de actuação em RSE dos sectores empresariais em Angola Sector Petróleo e Gás Factos Chave 100% das empresas analisadas declara conhecer e assegurar o cumprimento dos princípios do Global Compact 100% das empresas analisadas tem um departamento de Sustentabilidade ou de Responsabilidade Social Empresarial para liderar estes temas É o sector que mais investe em actividades de responsabilidade social empresarial, em parte também devido ao enquadramento legal e contratual As áreas de maior investimento são a Educação e a Saúde (em média 40% e 22%, do orçamento do RSE, respectivamente) As iniciativas de RSE mais transversais às empresas deste sector são o combate ao HIV/SIDA e programas de formação para colaboradores Verificamos que o sector do Petróleo e Gás é o sector onde estes temas apresentam maior ma- Responsabilidade Social Empresarial Situação Actual em Angola 13

14 turidade e onde o posicionamento é mais uniforme no universo de empresas. Tipicamente, nas empresas deste sector, existe um departamento de responsabilidade social ou de sustentabilidade que, em conjunto com outras áreas e com o Conselho de Administração define e implementa a estratégia de responsabilidade social empresarial. Estão globalmente alinhadas com os 10 princípios do Global Compact. As áreas de actuação são abrangentes tanto em termos dos temas relevantes como em termos geográficos. Do ponto de vista de comunicação já existem práticas de comunicação e reporte, embora ainda não transversais a todas as empresas deste sector, pelo que existe ainda potencial a capitalizar. Sector Petróleo e Gás Factos Chave 100% das empresas analisadas declara conhecer e assegurar o cumprimento dos princípios do Global Compact 100% das empresas analisadas tem um departamento de Sustentabilidade ou de Responsabilidade Social Empresarial para liderar estes temas É o sector que mais investe em actividades de responsabilidade social empresarial, em parte também devido ao enquadramento legal e contratual As áreas de maior investimento são a Educação e a Saúde (em média 40% e 22%, do orçamento do RSE, respectivamente) As iniciativas de RSE mais transversais às empresas deste sector são o combate ao HIV/ SIDA e programas de formação para colaboradores O sector da Construção encontra-se num estágio um pouco menos maduro que o do Petróleo e Gás. Apesar de possuírem uma actuação abrangente em termos de áreas de actuação e de demonstrarem práticas de comunicação e alinhamento com os princípios do Global Compact, verifica-se uma elevada divergência entre empresas deste sector, reflectindo-se numa avaliação geral pouco consistente. Por outro lado, a maior parte das empresas analisadas ainda não tem uma abordagem estratégica relativamente às iniciativas de responsabilidade social, facto que é reflectido na percentagem de empresas deste sector que declara ainda não ter uma estratégia de RSE. Por outro lado, estes temas estão ainda associados às áreas de comunicação e marketing, e consequentemente menos integrados nas práticas de gestão e negócio das empresas. Sector Construção Factos Chave 75% das empresas analisadas declara conhecer totalmente e estar alinhado com os princípios do Global Compact 50% das empresas analisadas sector tem um departamento de Sustentabilidade ou de Responsabilidade Social Empresarial para liderar estes temas As áreas em que o investimento é maior são a Educação (em média 54% e 26% do Orçamento em RSE, respectivamente). O tipo de iniciativas de RSE mais transversais às empresas deste sector são programas de saúde para os colaboradores, programas de para formação, promoção do emprego jovem (desenvolvidas por 100% das empresas inquiridas), e também a dinamização da economia local 14 Responsabilidade Social Empresarial Situação Actual em Angola

15 No sector da Banca, que está alinhado em termos de maturidade com o sector da construção, os temas de responsabilidade social empresarial são tipicamente da responsabilidade das Direcções de Comunicação, Marketing ou ainda associados a Fundações que implementam a estratégia delineada. Existe um alinhamento parcial com os princípios do Global Compact e quase total com as áreas de actuação definidas como materiais. Em termos de comunicação, o sector, na sua grande maioria demonstra pouca proactividade, demonstrado pela baixa percentagem de empresas deste sector que comunicam as suas práticas. Sector Banca Factos Chave 33% das empresas do sector declara conhecer totalmente e assegurar o cumprimento dos princípios do Global Compact, sendo que as restantes declaram conhecer parcialmente 33% das empresas deste sector tem um departamento de Sustentabilidade ou de Responsabilidade Social Empresarial para liderar estes temas As iniciativas de RSE mais transversais às empresas deste sector são iniciativas destinadas aos colaboradores, nomeadamente no âmbito da formação e saúde. Para a comunidade, revelam fazer um forte investimento na cultura. Todas as empresas analisadas referem ainda promover a transparência e a ética na condução do negócio. O sector dos Transportes apresenta menos maturidade na definição de uma estratégia de RSE, não existindo ainda em muitos casos a atribuição formal destas competências na estrutura organizacional. As iniciativas desenvolvidas ainda não cobrem a totalidade dos temas materiais nem reflectem totalmente as expectativas dos stakeholders. A comunicação que é feita das iniciativas é também ainda muito incipiente. Sector Transportes Factos Chave As empresas consultadas referem conhecer parcialmente os princípios do Global Compact; As empresas consultadas não têm uma área ou departamento específico de responsabilidade social empresarial ou de sustentabilidade; As iniciativas desenvolvidas por todas as empresas da amostra prendem-se com escolaridade, alfabetização e promoção da saúde materna. As áreas de maior investimento são a Educação, Saúde, Cultura, Ambiente e Desenvolvimento económico (representam cerca de 14% do orçamento destinado a RSE das empresas do sector) De notar ainda que relativamente aos outros sectores, cuja análise não foi realizada de forma desagregada por ausência de representatividade (e que é composto por empresas do sector das Telecomunicações, Bebidas, Seguros, Mineiro, Infra-estruturas e Agro-Indústria), verifica-se que relativamente às empresas analisadas, em termos médios, já existe um nível de maturidade significativo assim como práticas de responsabilidade social empresarial bastante abrangentes. Nestes sectores existe uma grande disparidade entre as empresas e sectores que representam, no que diz respeito à maturidade dos temas de RSE. De forma geral, a comunicação nestas organizações é também ainda incipiente. Responsabilidade Social Empresarial Situação Actual em Angola 15

16 2 Enquadramento 2.1 O que é a esponsabilidade Social Empresarial Apesar do conceito estar a ser trabalhado desde os anos 70, não existe uma definição única que seja universalmente aceite. No entanto é consensual que resulta de um equilíbrio e preocupação equitativa entre as três dimensões fundamentais para o desenvolvimento económico, promoção social e preservação ambiental. Neste sentido, o conceito assenta nos seguintes pressupostos: Gestão responsável para com os colaboradores - deve ser assegurado o adequado governo corporativo, com princípios éticos e de transparência, as condições e direitos laborais dos colaboradores e a sua formação e oportunidades de desenvolvimento; Envolvimento com os stakeholders internos e externos manter um diálogo próximo e cooperante com os principais grupos de stakeholders, auscultando as suas principais expectativas; Desenvolvimento económico a nível local e nacional promover o desenvolvimento económico através da contratação de mãode-obra local, selecção de fornecedores locais e geração de negócios de suporte; Compromisso para com a sociedade onde se insere desenvolver prioritariamente projectos com elevado retorno e impacto social. Respeito na utilização dos recursos naturais e na minimização dos impactos criar a consciência do impacto que os negócios causam na utilização dos recursos naturais, seja pela sua degradação ou uso insustentável. A perspectiva integrada destes aspectos torna necessariamente a gestão de empresas mais responsável, com uma visão holística dos principais riscos e oportunidades ao nível social, económico e ambiental. O World Business Council for the Sustainable Development (WBCSD) (Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável) define responsabilidade social empresarial como: o compromisso das empresas para contribuir para o desenvolvimento económico sustentável, enquanto, aumentam a qualidade de vida dos seus colaboradores e suas famílias, bem como da comunidade e sociedade em geral. A Comissão Europeia define Responsabilidade Social Empresarial como a responsabilidade das empresas pelos seus impactos na sociedade, e pelo desenvolvimento de um processo para integrar as considerações sociais, éticas, direitos humanos e preocupações dos consumidores na estratégia de negócio e nas operações. Na perspectiva das Nações Unidas o conceito de RSE pode ser interpretado à luz dos princípios do Global Compact. (ver caixa) Entendido como um mecanismo para o progresso social, a RSE ajuda as empresas a alcançarem as suas responsabilidades como cidadãos globais e a adaptarem-se a um mundo em mudança, não devendo ser confundido com o dever ético moral, caridade ou simples filantropia. O que são os Princípios do Global Compact? Os princípios do Global Compact, definidos pelas nações unidas, desafiam as empresas a aceitarem, apoiarem e aplicarem, dentro da sua esfera de influência, um conjunto de valores fundamentais nas áreas de direitos humanos, padrões de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção. 16 Responsabilidade Social Empresarial Situação Actual em Angola

17 Na perspectiva das Nações Unidas o conceito de RSE pode ser interpretado à luz dos princípios do Global Compact. (ver caixa) Entendido como um mecanismo para o progresso social, a RSE ajuda as empresas a alcançarem as suas responsabilidades como cidadãos globais e a adaptarem-se a um mundo em mudança, não devendo ser confundido com o dever ético moral, caridade ou simples filantropia. O desafio da Responsabilidade Social Empresarial A RSE está na ordem do dia a nível nacional e internacional, e os desafios sociais, económicos e ambientais que afectam os países em desenvolvimento têm impacto directo na capacidade competitiva das empresas em se posicionarem num mercado global e sem fronteiras. Neste capítulo, Angola e as empresas Angolanas, têm a oportunidade de reforçarem a sua imagem ao nível das questões dos direitos humanos, práticas laborais e preservação ambiental. Simultaneamente, as empresas Angolanas assumem cada vez mais uma posição activa enquanto investidores nos mercados internacionais, contando já com participações relevantes em grupos empresariais fora de Angola. Este facto reforça a necessidade de Angola assumir o seu papel na responsabilidade social empresarial. Em Angola, as pressões para o desenvolvimento sustentado e sustentável colocam desafios para os quais as empresas necessitam construir uma resposta, estruturada e consistente. A diversificação da economia, as necessidades de formação e especialização dos recursos humanos, o desenvolvimento e a construção de infra-estruturas, a evolução da legislação, a crescente pressão dos clientes, o acesso a recursos e matérias-primas ou a inclusão dos cidadãos na economia formal, são apenas alguns dos desafios, aos quais as empresas mais competitivas, conseguem hoje, dar uma resposta coerente e sofisticada. Alguns dos desafios que as empresas enfrentam na definição e implementação de uma estratégia de responsabilidade social, relacionam-se com os seguintes aspectos: Identificação dos parceiros adequados; Obtenção de linhas de orientação prioritárias; Monitorização dos projectos; Avaliação da viabilidade do projecto; Sustentabilidade de longo prazo; Aprovação dos órgãos governativos; Inexistência de infra-estruturas de suporte. A proposta de valor da Responsabilidade Social Empresarial A origem da responsabilidade social empresarial nasce do sentimento de obrigação moral por parte das empresas, de devolver ou distribuir à comunidade parte dos resultados do negócio, como contrapartida da utilização dos recursos humanos, naturais, materiais e financeiros das regiões onde se inserem. Os desafios sociais que se vivem em Angola ao nível da pobreza, saúde, educação, infra-estruturas, igualdade do género, jovens, desenvolvimento económico, entre outros, fazem com que as organizações tenham cada vez mais consciência dessa responsabilidade, alocando parte dos seus orçamentos anuais a estas questões. Nesta perspectiva, é de relevar o compromisso das empresas em contribuir Responsabilidade Social Empresarial Situação Actual em Angola 17

18 para estas causas e, em muitos casos, já existe consciência que a RSE deve constituir não só um investimento social com retornos para o desenvolvimento da sociedade, mas também para as empresas a médio-longo prazo. Em que se materializa uma estratégia de Responsabilidade Social Empresarial? A agenda de RSE inicia-se com o compromisso de incorporação dos aspectos ambientais, sociais, económicos e éticos na estratégia de negócio. Estende-se à forma como estes aspectos podem influenciar o negócio e os stakeholders relevantes Atracção e retenção dos colaboradores Num mercado onde a competitividade pelos recursos humanos é elevada, observa-se cada vez mais um interesse por empresas que partilham valores e uma cultura empresarial de responsabilidade social. Potenciar o crescimento do mercado No contexto económico e social de Angola, a responsabilidade social empresarial é também vista como um meio para potenciar o desenvolvimento económico, nomeadamente nas regiões onde as organizações estão presentes por exemplo através da criação de emprego ou da contratação de fornecedores locais. 2.2 O contexto Internacional Ganhos reputacionais e fortalecimento das relações com os stakeholders Os ganhos reputacionais e de notoriedade da marca junto aos stakeholders chave, como as comunidades locais, autoridades e clientes, e atribuir valores de responsabilidade social à marca. Por outro lado estas acções permitem também estreitar os laços com estas partes interessadas; Inovação e desenvolvimento A oportunidade de apostar em inovação, ao nível dos produtos e serviços prestados com características de responsabilidade social (como por exemplo produtos financeiros de microcrédito ou microseguro) e o desenvolvimento e procura de modelos de negócio que garantam a criação de valor nos diversos pilares; Gestão de risco A integração dos aspectos de responsabilidade ambiental e social na estratégia de gestão de risco é também uma oportunidade para considerar aspectos menos tradicionais na gestão de risco, como os riscos das alterações climáticas ou da disponibilidade de recursos naturais; A nível internacional, as pressões em direcção ao desenvolvimento sustentável também se fazem sentir cada vez mais pelas organizações, governos e agências internacionais de promoção de desenvolvimento. Angola tem vindo a dar um conjunto de passos importantes, ao assumir perante estes agentes, o compromisso de promover o desenvolvimento social estabelecendo metas e objectivos concretos a médio prazo. Angola assinou, em Setembro do ano 2000, conjuntamente com outros 190 Estados de todo o mundo a declaração do Milénio das Nações Unidas, tendo adoptado os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. O documento resultante da avaliação do progresso dos estados membros, publicado em Setembro de 2005, reafirmou o compromisso conjunto das Nações Unidas e dos seus estados membros em atingir os objectivos até Ao nível das condições do trabalho, é de destacar o facto de Angola ter ratificado as oito convenções fundamentais da Organização Internacional do Trabalho (OIT), enquanto compromisso assumido pelo Executivo para a melhoria das questões dos Direitos Humanos, Trabalho Forçado, Trabalho Infantil e Condições Laborais. 18 Responsabilidade Social Empresarial Situação Actual em Angola

19 À semelhança de outras agências (fundos e programas) das Nações Unidas, o Programa das Nações Unidades para o Desenvolvimento (PNUD) deriva o seu Plano de Acção (CPAP) do UNDAF, documento quadro de cooperação no qual as Nações Unidas espelham a sua contribuição para com o Governo e o Povo de Angola, através do seu contributo específico para a implementação das prioridades nacionais (PND). O programa do UNDAF ( ) foi construído em torno de seis prioridades do plano nacional a médio prazo: Promover a união e coesão social, consolidação da democracia e das instituições nacionais; Garantir um desenvolvimento económico saudável, com estabilidade ao nível macroeconómico e a transformação e diversificação das estruturas económicas; Promover o bem-estar social e desenvolvimento humano; Estimular o desenvolvimento do sector privado e o empreendedorismo nacional; Promover o desenvolvimento equitativo do território nacional; Promover a competitividade para inserir Angola no contexto dos mercados internacionais. Objectivos de Desenvolvimento do Milénio 1. Erradicar a Pobreza Extrema e a Fome 2. Atingir o Ensino Universal 3. Promover a Igualdade entre os géneros e Autonomia das Mulheres 4. Reduzir a Mortalidade Infantil 5. Melhorar a Saúde Materna 6. Combater o HIV/SIDA, Malária e outras Doenças 7. Garantir a Sustentabilidade Ambiental 8. Estabelecer uma Parceria Mundial para o Desenvolvimento As Nações Unidas procuram, igualmente, influenciar os agentes privados, nomeadamente as empresas, a actuarem mais proactivamente nestes temas. Uma das principais ferramentas para o fazer, são os Princípios do Global Compact, um conjunto de 10 princípios que definem linhas orientadoras de acção e zonas proibidas para empresas que visam estar alinhadas com a contribuição para o desenvolvimento económico, social e ambiental onde operam. Na esfera das questões ambientais, Angola tem demonstrado vontade em seguir a agenda global para o desenvolvimento sustentável, através da adesão a compromissos internacionais de sustentabilidade ambiental, entre eles a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas; a Convenção de Viena sobre a Protecção da Camada do Ozono; a Convenção das Nações Unidas de Combate à Seca e Desertificação; a Convenção sobre a Biodiversidade (UNCBD), entre outras. No âmbito da agenda internacional para as Alterações Climáticas, permanece o desafio do protocolo de Quioto, no entanto, num futuro próximo a revisão do mesmo, ou pós-quioto, poderá implicar a obrigatoriedade de cumprimento de metas de redução de emissões de CO2 para os países em desenvolvimento. Por outro lado, o resultado da discussão relativamente aos modelos de financiamento ao desenvolvimento de uma matriz energética mais limpa em países em vias desenvolvimento, poderá também ter um impacto significativo na economia Angolana, contribuindo para a resolução do deficit energético ao nível da produção e da elevada dependência de combustíveis fósseis. Estes compromissos têm vindo a ser materializados a nível interno através da criação de mecanismos legais que visam promover o desenvolvimento de políticas e a regulamentação de actividades com elevado impacte ambiental. A efectividade da aplicação da legislação é apontada como um dos principais desafios sentidos actualmente. Responsabilidade Social Empresarial Situação Actual em Angola 19

20 2.3 O contexto Angolano Estratégia Nacional para o desenvolvimento A estratégia do Executivo Angolano está espelhada no Plano Nacional de Desenvolvimento de Médio Prazo ( ), que tem o enquadramento estratégico de longo prazo estabelecido pela Estratégia Nacional Angola 2025, que fixa as grandes orientações para o Desenvolvimento de Angola. O Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) para , que inicia um novo ciclo da história, é o primeiro plano de médio prazo elaborado no quadro da nova Constituição do País e após a aprovação da Lei de Bases Gerais do Sistema Nacional de Planeamento. Vem complementar o esforço que foi realizado para reconstruir o País, para uma fase de Modernização e de Sustentabilidade do Desenvolvimento, centrada na estabilidade e crescimento e na valorização do Homem Angolano. Esta valorização assenta, em primeiro lugar, na alfabetização e escolarização de todo o Povo Angolano, que são a base para a formação e qualificação técnico-profissional e formação superior dos seus Quadros, essenciais ao Desenvolvimento Sustentável e Equitativo de Angola. Objectivos Nacionais a médio prazo constantes do PND: É de salientar que, em 2012, a despesa social orçamentada cresceu 1,6%, representando 33,3% do montante global de investimento, o dobro do que será gasto em segurança, defesa e ordem pública. Os orçamentos da educação e da saúde aumentaram cerca de 10%. Após 30 anos de menor atenção durante a guerra civil, a educação tem visto o investimento público aumentar. O Governo também ampliou o ensino técnico e profissional com vista a resolver a massiva escassez de competências Desenvolvimento Económico O início do período de paz permitiu consolidar a unidade Nacional, perspectivando oportunidades de crescimento futuro, fortemente alicerçado pela reconstrução do país, pela exploração das riquezas naturais e pelo aumento das exportações. Angola registou nos últimos anos um crescimento médio de cerca de 12% (fonte: Plano Nacional de Desenvolvimento), sendo que as previsões apontam para que este crescimento se mantenha. No entanto, a base da economia Angolana mantém-se maioritariamente assente nos sectores petrolíferos, diamantífero e de gás (sectores de capital intensivo), permitindo gerar riqueza disponível para financiar outros sectores da economia mais intensivos em mãode-obra, contribuindo assim para melhorar os níveis de emprego. 1. Preservação da unidade e coesão nacional; 2. Garantia dos pressupostos básicos necessários ao desenvolvimento; 3. Melhoria da qualidade de vida; 4. Inserção da juventude na vida activa; 5. Desenvolvimento do sector privado; 6. Inserção competitiva de Angola no contexto internacional. Fonte Análise KPMG (Dados do Plano Nacional de Desenvolvimento ) 20 Responsabilidade Social Empresarial Situação Actual em Angola

21 Tabela 2 Taxas de crescimento do PIB por sector (fonte: Plano Nacional de Desenvolvimento ) Diversificação Económica Nos últimos 5 anos, a economia de Angola cresceu a uma taxa média de 9,2% ao ano. Quando consideramos apenas a economia não petrolífera, observamos que, a taxa média de crescimento foi de 12,0% neste período, tendo duplicado nos últimos 5 anos. O período entre , caracterizou-se por um decréscimo da produção petrolífera fruto da diminuição da procura, acompanhado pela redução do ritmo de crescimento de outros sectores importantes na estrutura do PIB, como o da agricultura e o dos serviços mercantis. Esta redução do ritmo de crescimento da economia trouxe grandes desafios à política económica (diversificação da economia, reformas estruturais, gestão da dívida pública, controlo dos preços, gestão cambial, melhoria dos índices de competitividade externa, etc.), visto que não se podia desperdiçar os significativos ganhos económicos e sociais conseguidos nos anos precedentes. O sucesso de um amplo programa do Governo implementado entre 2009 e 2012 que visou aliviar as pressões de liquidez, restabelecer a confiança do mercado, restaurar a excelente posição macroeconómica anterior à crise financeira mundial e realizar reformas estruturais importantes, apoiado pelo Fundo Monetário Internacional com base num acordo Stand-By (através do qual o Governo de Angola beneficiou de um financiamento de USD 1,4 mil milhões), e, em particular, a finalização de importantes investimentos, deu lugar ao terceiro momento ( ), caracterizado pela estabilização do ritmo de crescimento do sector não-petrolífero em torno de 9,5%, o que constituiu evidência de que a economia não-petrolífera está a ganhar níveis de sustentabilidade que lhe permitem apresentar um desempenho cada vez menos dependente do sector petrolífero. As actividades económicas que estão concentradas essencialmente em Luanda ( que conta actualmente com um terço da população), dizem respeito a empresas do sector de serviços, construção, e transformação, que representaram cerca de 40% do PIB em O diagnóstico sócio-económico do IBEP de 2008/9, indica que 36,6% da população vive abaixo da linha de pobreza de 2 USD/dia. Este número sobe para 58,3% na população rural, em comparação com 18,7% em áreas urbanas. Outras disparidades entre as populações urbanas e rurais incluem: Responsabilidade Social Empresarial Situação Actual em Angola 21

22 1. Acesso à energia eléctrica (66,3% contra 8,6%); 2. Acesso regular ao abastecimento de água (59,7% contra 22,8%); e, 3. Saneamento básico (84,6% contra 31,1%). O Governo colocou em prática políticas públicas para contrariar o êxodo rural e estimular o emprego, mobilidade e reequilíbrio geográfico da população - inaugurando centros de formação profissional, muitos em áreas rurais, em ligação com o sector privado para programas de formação e estágio, que visa capacitar a classe jovem e estudantes universitários a obterem experiência no mercado de trabalho. Por outro lado, um dos objectivos das políticas nacionais do PND é promover o surgimento de novas empresas de base nacional e apoiar as empresas de capitais maioritariamente Angolanos a ultrapassar o desnível competitivo que as separa das concorrentes de referências internacionais. Potencialidade e Debilidades por Sectores Agricultura + Potencialidades Cluster agro-alimentar considerado prioritário, solos de elevada aptidão agrária e elevada biodiversidade; Abundantes recursos hídricos; Elevada proporção da população cuja actividade está directamente relacionada com a produção agrícola. - Debilidades Produção agrícola de subsistência praticada por camponeses com baixo nível de formação ou literacia; Existência de minas em determinadas regiões que desaceleram o desenvolvimento agrícola; Baixa produtividade agrícola e falta de experiência no sector empresarial. Petróleo + Potencialidades Grandes reservas de recursos petrolíferos por explorar e descoberta de novos campos de produção, incluindo no pré-sal; Elevado potencial para a produção de formas alternativas de energias renováveis bem como de LNG; Aumento da capacidade de refinação com a construção e operação da Refinaria do Lobito. - Debilidades Ausência de integração do Plano Director da Rede de Distribuição do Sector Petrolífero (PDR); Escassez de recursos financeiros para o desenvolvimento da estratégia dos Biocombustíveis; Ocorrências de avarias mecânicas e outras em algumas unidades de processamento bem como de paragens de emergência de algumas plataformas, deposição de con- 22 Responsabilidade Social Empresarial Situação Actual em Angola

23 densados e hidratos em linhas de gás de elevação. Geologia e Minas + Potencialidades Grande potencial diamantífero já descobertos e ainda por descobrir; Possibilidade de escoamento de minério pelas vias marítimas e ferroviárias. - Debilidades Insuficiente cobertura e conhecimento do parque geológico do País; Escassez de infra-estruturas geológicas e de transporte (ramais ferroviários); Insuficiência de meios técnicos, materiais e humanos para o cumprimento integral das tarefas relacionadas com a fiscalização mineira e ambiental. Indústria Transformadora sectores pertinentes; Problemas recorrentes nos desalfandegamentos de equipamentos por falta de definição dos respectivos processos; Necessidade de concluir a Reforma Tributária e de celebrar acordos para evitar a dupla tributação com os principais países fonte de investimento directo estrangeiro (IDE). Comércio + Potencialidades Lançamento do Programa Nacional de Plataforma Logísticas; Organização do Comércio Rural; Programa Train for Trade para desenvolver a capacidade de negócios. - Debilidades Escassez de quadros com formação académica qualificada, capacidade financeira, co- - Potencialidade Orientações do Executivo para o desenvolvimento sustentado da indústria transformadora no período de focado na inovação das competências e na cooperação intersectorial; Condições adequadas para implementação de pólos de desenvolvimento industriais; Reabilitação de infra-estruturas, com destaque para estradas, caminhos-de-ferro, pontes e de fontes de fornecimento de energia eléctrica e água; Lançamento de novos programas de financiamento às MPME. - Debilidades Insuficiência de escolas, centros de formação, centros de competências e de inovação, incubadoras de empresas e outros instrumentos de apoio ao desenvolvimento das empresas industriais nacionais; Falta de um Plano e de Programas estratégicos para a industrialização de Angola, a médio e longo prazo, em sintonia com outros Responsabilidade Social Empresarial Situação Actual em Angola 23

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