IMPLANTAÇÃO DE SUBESTAÇÃO EM ÁREA URBANA E IMPACTO AMBIENTAL. Celso Doria * Bandeirante Energia S.A.

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1 SNPTEE SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA GSE a 21 Outubro de 2005 Curitiba - Paraná GRUPO VIII GRUPO DE ESTUDO DE SUBSTAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS GSE IMPLANTAÇÃO DE SUBESTAÇÃO EM ÁREA URBANA E IMPACTO AMBIENTAL Celso Doria * Bandeirante Energia S.A. RESUMO O crescimento de consumo na época de alta temporada e feriados prolongados no litoral norte do estado de São Paulo, levou a Bandeirante a elaborar estudo para atender essa demanda. Inicialmente, a diretriz foi de encontrar um terreno limítrofe a uma linha de transmissão existente na região, que pudesse abrigar 3 carretas contendo uma estação modular, saída de 13,8 kv, Transformador e Bay de 138 kv. Encontrado o terreno começaram os estudos para instalar as 3 carretas, porem com o passar do tempo e dos estudos a subestação acabou sendo construída com outro arranjo, como veremos. PALAVRAS-CHAVE Subestação, Integração, Meio Ambiente, Automação, Celular, Compacto INTRODUÇÃO Como já mencionado no resumo deste Informe Técnico, no ano de 2004, precisávamos elaborar uma logística para atender a demanda do final de ano até o carnaval. Hoje a Bandeirante conta com 3 carretas contemplando uma estação móvel com uma entrada e uma saída, sendo o módulo de 13,8 kv com disjuntor e proteção, em outra um transformador de 7,5/9 MVA e na ultima um bay de 138 kv. Com estas premissas, iniciou-se estudo para procura do terreno onde poderiam ser instaladas essas carretas, foram encontradas 3 alternativas, destas, adquirimos a mais barata, assim foi escolhido o terreno no qual a Subestação foi construída, com área total de 920 m COMPENSAÇÃO AMBIENTAL O terreno escolhido, estava limítrofe a faixa, e nele já havia uma casa, e oito arvores nativas da região, sendo do tipo bananeira, coqueiro, guapura, cuvatâ e diversas gramíneas. Para o estacionamento das carretas, havia a necessidade de se deixar o terreno desobstruído de qualquer interferência. Assim, o setor de Meio Ambiente da Bandeirante, iniciou tratativas junto a Prefeitura de São Sebastião, para compensação ambiental. Foi realizado um laudo, e com base na portaria n.44/95 de 25 de Setembro de 1995, que disciplina os procedimentos para autorização do corte de arvores isoladas, que junto ao DEPRN fica dispensada a autorização para a relação de 20 arvores para cada 1000 m2. Assim, a Prefeitura local emitiu autorização para supressão da vegetação e em troca, foi fornecido 100 mudas, das espécies, araçá, pitanga, goiaba, ipê amarelo, ipê roxo, quaresmeira, cabuci, cambuca e manaca da serra. *Rua Bandeira Paulista, andar - CEP São Paulo SP - BRASIL Tel.: (11) Fax: (11) doria@bandeirante.com.br

2 2 Alem desta autorização, houve necessidade de se destinar este resíduo para um bota-fora licenciado para resíduos classe 2, e toda a documentação de transporte e recebimento O TERRENO Ajustada a compensação ambiental, iniciou-se o processo de adequação do local para o pátio de carretas, a primeira medida antes dos cortes, foi de se realizar sondagens de percussão, o que confirmou a expectativa de um solo muito fraco até profundidades de 15 m. As fundações de todos os equipamentos foram estaqueadas com estacas pré-moladadas. A instalação da malha terra foi realizada abaixo das mantas. A solução adotada para a estabilização do solo e instalação do pátio, foi de um colchão de pedras sobre duas fileiras de mantas geotextil com profundidade de 1,0 m. Esta previsto para 2005, uma melhoria na faixa de rodagem, com o uso de terra e bica corrida, pois fica muito difícil o tráfego de veículos ESTAÇÃO FIXA Os estudos iniciados em meados do segundo semestre de 2003, culminaram na aquisição no inicio de 2004 do terreno para instalação das partes moveis. Quando da preparação do projeto de instalação de um pórtico para engate a carreta, outra diretriz acabou prevalecendo, de que se as moveis ficassem instaladas no local, não teríamos socorro para uma eventual emergência de transformador e saída de circuito de 13,8 kv. Assim, decidiu-se instalar um transformador e um bay de 13,8 kv fixos, que após a alta temporada seria desativado, sendo novamente montado no inicio da alta temporada do ano seguinte. Com esta mudança de uso do terreno, procedemos ao estudo do lay-out possível, o que culminou no arranjo mostrado na Figura 1. FIGURA 1 - Arranjo para instalação do bay de 138 kv móvel ARRANJO EM 3D Outra das inovações que este projeto teve na Bandeirante foi que esta estação teve uma parte modelada em 3D no AutoCAD, isto incluía a estrutura existente de derivação, os muros e portões da estação, o transformador e a

3 3 carreta do bay de alta. Este estudo serviu de base para a viabilização da montagem dos componentes na estação e também como base para o estudo de entrada na SE, conforme mostra a Figura 2 FIGURA 2 - Estudo de lay-out e entrada da linha A CONEXÃO COM A LT A linha de transmissão que atende a subestação, pertence a CTEEP (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista) assim, precisou-se também ter negociações para atendimento pela linha de transmissão Bertioga II São Sebastião. Nestas negociações, mais um item fora exigido para atendimento à estação, de que esta tivesse entrada para dois circuitos. Como pode ser visto, na Figura 2, não se tem muito espaço para se fazer dois bays de alta, começou-se então uma busca de uma solução técnica que resolvesse esse impasse, o que culminou com o arranjo mostrado na figura 3. Definido este arranjo, com previsão para 2 entradas com chaves visíveis (a chave do disjuntor é interna), consensou junto a CTEEP, que no futuro próximo estaríamos trocando a torre existente por outra de derivação, fazendo a conexeção dos dois circuitos nas chaves localizadas no pórtico de entrada. Com esta aprovação iniciamos a elaboração do projeto executivo. Na figura 4 podemos ver o diagrama unifilar da Subestação

4 4 FIGURA 3 - Lay-out da entrada para 2 circuitos FIGURA 4 - Diagrama Unifilar da Subestação

5 INFORME A COMUNIDADE Viabilizada a conexão e implantação da ETD, o setor de comunicação da Bandeirante, iniciou tratativas para minorar o impacto da implantação da Subestação junto à comunidade local. O primeiro passo, foi uma conversa com os moradores que residem nas proximidades do terreno da subestação. Esta primeira abordagem foi para esclarecer aos vizinhos sobre os transtornos que a obra poderia causar, e que se houvessem danos materiais, eles seriam ressarcidos. Após este primeiro contato, convidamos a comunidade a assistirem uma palestra em uma escola próxima, onde estaríamos tirando as duvidas da população e acrescentando mais dados sobre o empreendimento. Este evento, foi coroado de êxito, muitas pessoas tinham duvidas sobre a Iluminação Publica, e poucas sobre a estação, e foi dito que a construção desta estação, era para suprir a alta temporada, e que iria terminar com a oscilação de tensão na região, o que não só agradou a população presente, como disseram sobre a melhora da imagem da Bandeirante na comunidade. O terceiro passo, foi de levar ao conhecimento de toda a comunidade a implantação da nova Subestação. Neste passo, foi distribuído junto com a fatura de fornecimento de energia (conta de luz), um pequeno comunicado contendo a perspectiva da estação em AutoCAD, o mapa do local de implantação e algumas perguntas e respostas sobre a subestação. Na subestação, foi disponibilizado o numero da ouvidoria, para esclarecimento de quaisquer duvidas que porventura pudessem ocorrer. Para este atendimento, foi realizada uma palestra parecida com aquela realizada para a comunidade, porem focada em possiveis perguntas que poderiam ser colocadas junto aos atendentes sobre a implantação da subestação, inclusive esta palestra alem de focar esta subestação, tambem esclareceu o funcionamento do sistema elétrico, deste a geração, transmissão e distribuição, onde pudemos focar a importancia da subestação no contexto geral INDISPONIBILIDADE DA CARRETA DE ALTA Em julho de 2004, um dos pólos (polimérico) do disjuntor que estava montado na carreta, sofreu perfuração do dielétrico, e por ser importado, uma nova peça deveria vir da Itália. Neste ponto, uma nova questão fora levantada, pois este não foi o único acidente com este equipamento. E esta questão fez com que a idéia do uso do bay móvel fosse descartada. Iniciou-se então um novo projeto(2)(3), contemplando um bay de alta fixo. Primeira atividade foi por procurar equipamentos, tanto existentes quanto a serem adquiridos, que permitissem que no final de novembro de 2004, a estação estivesse em operação. Nesta busca, tivemos de reformar 1 TP e 3 TC s, adaptar 1 Disjuntor e adquirir 3 pára-raios(4) INICIO DAS OBRAS Concluídas as etapas de projeto, disponibilidade de materiais, liberação ambiental e anuência da comunidade, Iniciou-se a contratação da obra, em maio de Em julho, assinamos o contrato para inicio das obras em Agosto. Com o acidente do bay móvel, houve necessidade de alteração do escopo do contrato. Iniciadas as obras, outro fator veio a afetar o empreendimento, a chuva. Com isso a previsão de terminarmos a estação na segunda quinzena de Novembro, não logrou êxito AUTOMAÇÃO A Bandeirante teve em 2003 e 2004 como meta automatizar todas as subestações. E esta não ficaria fora do sistema. Para esta subestação, temos o monitoramento de todos os estados da estação, bem como a operação do disjuntor de alta e baixa e a chave motorizada de entrada via telefone celular, do que se tem noticia, a primeira utilização deste meio para o controle de uma subestação. Alem disto, todos os alarmes da subestação são transmitidos via radio para o COS localizado na cidade de Mogi das Cruzes a 120 km de distancia ENERGIZAÇÃO DA SUBESTAÇÃO Em 30 de Dezembro de 2004, após todos os ensaios terem sido realizados, por volta das 15h00 foi energizada a ETD MARESIAS, e no dia 31 de Dezembro, a estação chegou a distribuir 350 A A ETD MARESIAS A Figura 5 mostra foto da entrada da subestação. Hoje conta com um transformador 12/15 MVA(5), com um circuito de 13,8 kv de Saída, em 2005 esta prevista uma ampliação para sair mais um circuito de 13,8 kv. No layout da estação pode se ver uma área vazia atrás do transformador, nesta área tem a previsão de instalação de um pórtico e um transformador de socorro, quando houver necessidade.

6 6 FIGURA 5 - Foto da ETD MARESIAS CONCLUSÃO Apesar das dificuldades que foram deste passar de um arranjo de partes moveis para partes fixas, atender a solicitação de entrada de dois circuitos chaveados, e o impacto com a população. Ressalta-se o contato com a população local. Nas palestras proferida na escola próxima a subestação, tivemos oportunidade de ter 2 etapas, a primeira, à tarde com os alunos onde foi explicado o processo de geração, transmissão de Distribuição de energia, onde houve uma receptividade que não era esperada, devido ao tipo de assunto, e a noite com os moradores, que sentiam problemas com a oscilação de tensão que viram com bons olhos esta construção. Outro fator importante foi o entrosamento da equipe de engenharia as outras equipes da empresa, como Meio Ambiente, Comunicação e Distribuição. Técnicamente, temos a ressaltar que o uso do AutoCAD em 3D, facilitou em muito as negociações com a CTEEP e na palestra junto a comunidade. Apesar do terreno ter dimensões pequenas, conseguimos construir uma subestação, com inicialmente um circuito de saída, que conseguiu cumprir seu primeiro propósito, melhorar a qualidade de energia da região. Nesta obra, tivemos varias dificuldades, que no final acabaram sendo vencidas uma a uma, com o uso da engenharia, e principalmente com a experiência de vários profissionais que atuaram tanto no projeto quanto de sua execução, sem o qual não seria possível concluir este empreendimento BIBLIOGRAFIA (1) Manuais AutoCAD (2) Padronização de Subestações Bandeirante Energia. (3) Especificação de projetos Bandeirante Energia. (4) Dossie dos equipamentos (5) Dossie do transformador