MINISTÉRIO DA SAÚDE. Decreto-Lei n.º /2015
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- Arthur Fragoso Pedroso
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1 MINISTÉRIO DA SAÚDE Decreto-Lei n.º /2015 O Decreto-Lei n.º 38/92, de 28 de março, aprovado no desenvolvimento da Lei n.º 48/90, de 24 de agosto, veio regular a atividade de transporte de doentes. Passados mais de vinte anos sobre a publicação do referido decreto-lei, verifica-se a necessidade de ajustar as regras e os princípios inerentes à atividade, cuja regulamentação tem vindo a ser atualizada desde a Portaria n.º 439/93, de 27 de abril. Neste contexto, o presente decreto-lei vem atualizar e reforçar a regulamentação da atividade, com vista a garantir o desenvolvimento coerente do n.º 2 da Base XXIII da Lei n.º 48/90, de 24 de agosto (Lei de Bases da Saúde), alterada pela Lei n.º 27/2002, de 8 de novembro. Foram ouvidos a Autoridade Nacional de Proteção Civil, a Liga dos Bombeiros Portugueses e os órgãos de governo próprio das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. Assim: Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 201.º da Constituição, pelo Ministro da Saúde o Governo decreta o seguinte: Artigo 1.º Objeto O presente decreto-lei procede à primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 38/92, de 28 de março, que regula a atividade de transporte de doentes. Artigo 2.º Alteração ao Decreto-Lei n.º 38/92, de 28 de março Os artigos do Decreto-Lei n.º 38/92, de 28 de março, passam a ter a seguinte redação: Artigo 2.º Aditamento ao Decreto-Lei n.º 38/92, de 28 de março Ao Decreto-Lei n.º 38/92, de 28 de março que regula a atividade de transporte de doentes, são aditados os artigos. º, com a seguinte redação: São revogados: Artigo 3.º Disposição transitória Artigo 4.º Norma revogatória
2 a) Artigo 5.º Republicação É republicado, em anexo, o Decreto-Lei n.º 38/92, de 28 de março, com a redação que lhe é dada pelo presente Decreto-Lei. O presente Decreto-Lei entra em vigor.. Artigo 6.º Entrada em vigor Visto e aprovado em Conselho de Ministros de Promulgado em
3 ANEXO (Republicação do Decreto-Lei n.º 38/92, de 28 de março, a que se refere o artigo 5.º) Artigo 1.º Objecto 1. A atividade de transporte de doentes, efectuada por via terrestre, rege-se pelo disposto no presente decreto-lei e sua regulamentação. 2. O presente diploma não abrange o transporte de doentes efectuado por forças militares ou militarizadas, salvo nos casos em que haja para o efeito acordo celebrado com os serviços do Ministério da Saúde. Artigo 2.º Autorização 1. A atividade de transporte de doentes só pode ser exercida por pessoas colectivas. 2. Sem prejuízo das isenções estabelecidas por lei, o exercício da atividade de transporte de doentes depende de autorização do Ministro da Saúde, a conceder nos termos do disposto no presente diploma, mediante a concessão de alvará. 3. A autorização referida no número anterior depende de requerimento, do qual deve constar obrigatoriamente, toda a documentação apta a comprovar a situação comercial, fiscal e contributiva da entidade, das instalações, serviços e fardamento, e ainda a identificação, registo criminal e comercial da entidade e dos seus elementos. 4. Sem prejuízo do disposto no n.º 1, o exercício da atividade de transporte de doentes por entidade tutelada por outros Ministérios depende ainda de autorização dos respectivos membros do Governo. 5. É dispensada a autorização para o exercício da atividade de transporte de doentes, realizada pelas entidades integradas no serviço nacional de saúde aos respetivos utentes, utilizando meios de transporte próprios. OU As entidades integradas no Serviço Nacional de Saúde estão dispensadas de autorização para o exercício de atividade de transporte de doentes aos respetivos utentes sempre que para o efeito utilizem meios de transporte próprios. 6. A apresentação da documentação referida no n.º 3 é dispensada no caso das entidades referidas no n.º anterior, no que se refere a situação comercial, fiscal e contributiva da entidade, e a identificação, registo criminal e comercial da entidade e dos seus elementos. 7. As entidades detentoras de corpos de bombeiros, as delegações da cruz vermelha portuguesa, as instituições particulares de solidariedade social e as autarquias locais, ficam isentas de requerer o alvará para o exercício da atividade de transporte de doentes. 8. As entidades referidas no número anterior ficam, no entanto, obrigadas a fornecer ao Instituto Nacional de Emergência Médica os seguintes documentos: a) A cópia do respetivo despacho de homologação pela Autoridade Nacional de Proteção Civil e pela Direção Nacional da Cruz Vermelha Portuguesa; b) A indicação sobre a natureza dos transportes a realizar; c) A indicação sobre o número de veículos a utilizar e suas características;
4 d) O documento comprovativo do auto de posse do respetivo órgão diretivo; e) A indicação do responsável pela frota afeta ao transporte de doentes e respetiva capacidade profissional; f) O documento comprovativo da frequência com aproveitamento de cursos reconhecidos pelo Instituto Nacional de Emergência Médica, conforme o tipo de ambulância. Artigo 3.º Concessão de alvará 1. A concessão de alvará depende de requerimento no qual deve constar obrigatoriamente: a) (Acrescentar) 2. Na concessão de alvará são considerados os seguintes requisitos: a) Sede em território nacional; b) Capacidade financeira necessária para assegurar a boa gestão da entidade transportadora; c) Comprovada capacidade profissional do responsável pela frota de transporte afecta ao transporte de doentes, mediante atestado de capacidade profissional, a emitir pelo Ministério da Saúde. d) A atividade de transporte de doentes como objeto social. 3. No caso das entidades de utilidade pública é dispensada a prova dos requisitos previstos nas alíneas a), e b) e d) do número anterior. (Analisar a pertinência) Artigo 4.º Critérios de atribuição de alvará Na atribuição de alvarás são tomados em consideração os seguintes critérios: a) Natureza dos serviços a prestar e da área de atuação; b) Avaliação dos meios existentes; c) Verificação da necessidade de mais operadores na área respectiva; (Analisar) d) Avaliação das condições técnicas, considerando a natureza dos transportes que a entidade se propõe realizar, designadamente no respeitante a meios humanos e materiais; e) Características dos respectivos veículos e seu equipamento. Artigo 5.º Caducidade, Suspensão e Cassação do alvará 1. O alvará é intransmissível e caducará se o titular não iniciar a exploração no prazo de um ano a contar da data de emissão do alvará. 2. O alvará será cassado: a) Se deixarem de se verificar os requisitos previstos no artigo 3.º; b) Se o titular deixar de possuir recursos humanos e técnicos adequados. 3. Caso se verifique a violação do disposto na regulamentação da atividade de transporte de doentes, o INEM pode notificar a entidade licenciada para suspender as atividades desenvolvidas, sem prejuízo do processo contraordenacional a que haja lugar.
5 Artigo 6.º Veículos utilizados no transporte de doentes 1. Os veículos utilizados no transporte de doentes devem ser previamente licenciados pelo INEM a Direcção-Geral de Viação. 2. As características específicas dos veículos que podem efetuar o transporte de doentes serão fixadas por portaria conjunta dos Ministros da Administração Interna e da Saúde. 3. As licenças dos veículos utilizados no transporte de doentes são canceladas pela Direcção-Geral de Viação nos seguintes casos: a) Cassação do alvará; b) Penhora dos respectivos veículos; c) Transferência de propriedade dos veículos a que respeitem; d) Cancelamento da matrícula dos respectivos veículos; e) Manutenção por períodos superiores a 60 dias das causas de suspensão da licença previstas no número seguinte, caso não seja revalidada. 4. As licenças podem ser suspensas até que cesse a situação determinante da suspensão, quando os veículos a que respeitam: a) Não forem aprovados em inspeção técnica periódica; b) Não se apresentem, sem motivo justificado, às inspeções a que estão obrigados; c) Tenham sido apreendidos. Artigo 7.º Concessão de licenças A instrução dos processos conducentes ao licenciamento dos veículos utilizados no transporte de doentes é da competência do INEM, e depende da apresentação de requerimento para o efeito. Os requerimentos para a concessão de licenças são entregues no INEM e deles deve constar sempre: a) A denominação e a sua sede social; b) A indicação do respectivo número do alvará; c) A indicação do tipo de veículo e a respectiva matrícula. (Manter redação inicial) Artigo 8.º Inspeções Vistorias 1. Sem prejuízo do regime geral aplicável às inspeções de veículos automóveis, os veículos para o transporte de doentes são obrigatoriamente sujeitos a vistoria inspeção, nos seguintes termos: a) Aquando do seu licenciamento; b) Quando tenham sofrido acidente que obrigue à interrupção da circulação por um prazo superior a 90 dias. 2. Para além das situações definidas no número anterior, na Portaria aprovada pelos Ministros da Administração Interna e da Saúde decreto regulamentar podem ser definidas outras em que o INEM a Direcção-Geral de Viação pode determinar a inspeção vistoria de veículos.
6 Artigo 9.º Identificação Os veículos de transporte de doentes devem ser assinalados, de modo a garantir a sua fácil identificação exterior, pela forma que vier a ser definida por Portaria aprovada pelos Ministros da Administração Interna e da Saúde. Artigo 10.º Regime de preços 1. Sem prejuízo dos acordos celebrados entre os serviços do Ministério da Saúde e as entidades transportadoras de doentes, ao transporte de doentes serão aplicáveis as tabelas de preços aprovadas pelo Ministro da Saúde. (Em análise pela LBP) 2. Sem prejuízo do disposto no número anterior, mantêm-se em vigor os acordos celebrados entre os serviços do Ministério da Saúde e as entidades transportadoras de doentes. 3. Os acordos a que se refere o número anterior serão revistos após a entrada em vigor da portaria a que se refere o n.º 1. Artigo 10-A.º Taxas 1. No âmbito dos processos de concessão/revalidação de alvará e de concessão/revalidação de Licença, são devidas taxas, determinadas nos termos da Portaria aprovada pelos Ministros da Administração Interna e da Saúde, a pagar no ato de entrega do respetivo requerimento. 2. As taxas devidas nos termos do n.º anterior são aplicadas às entidades isentas de alvará, para a concessão de licença, com uma redução de 75%. Artigo 11.º Coordenação e fiscalização A regulamentação, coordenação e fiscalização técnica de toda a atividade de transporte de doentes, bem como a definição dos requisitos a preencher pelo pessoal afecto à atividade transportadora, compete ao Ministro da Saúde, sem prejuízo da competência do Ministro da Administração Interna quanto à coordenação e fiscalização dos transportes, características dos veículos, e sua utilização e licenciamento. OU Sem prejuízo das competências dos Ministérios de Economia e de Administração interna quanto à inspeção e fiscalização dos veículos e sua utilização, compete ao Ministério de Saúde a Regulamentação, Coordenação e Fiscalização técnica de toda a atividade de transporte de doentes. Artigo 12.º Infracções e coimas
7 1. A violação ao disposto na regulamentação da atividade de transporte de doentes constitui contraordenação, punível com coima de mil a três mil euros $00 a $00, e até ao limite de vinte e cinco mil euros, respetivamente ou de $00 a $00, consoante o agente seja pessoa singular ou colectiva, o exercício sem alvará da atividade de transporte de doentes. 2. Constitui contraordenação, punível com coima de $00 a $00: a) A utilização para outros fins de veículos afectos ao transporte de doentes; b) A utilização na atividade de transporte de doentes de veículos não licenciados; c) O incumprimento do regime de inspeção periódica dos veículos. 3. Constitui contraordenação, punível com coima de 50000$00 a $00 a incorreta identificação do veículo destinado ao transporte de doentes. 3. A tentativa e a negligência são puníveis, sendo nestes casos, o limite máximo e mínimo da coima reduzidos a metade. Artigo 12-A.º Sanções Acessórias 1. Quando a gravidade da infração o justifique, caso esteja em causa a segurança dos doentes/utentes, podem as contraordenações previstas no presente diploma e na Portaria a aprovar pelos Ministros da Administração Interna e da Saúde, determinar a aplicação das seguintes sanções acessórias: a) A interdição do exercício da atividade pela resolução do protocolo de cooperação celebrado com o INEM; b) A privação do direito a subsídios outorgados pelo INEM conexos com a atividade de transporte de doentes urgentes e ou emergentes; c) A perda dos objetos pertencentes ao agente que tenham sido utilizados como instrumento na prática da infração. 2. As sanções acessórias referidas nas alíneas a) e b) do número anterior têm a duração máxima de dois anos contados a partir da data da decisão condenatória definitiva. Artigo 13.º Processo de contraordenação 1. A instauração, instrução e decisão dos processos de contraordenação Às contraordenações previstos no presente diploma são da competência do INEM, aplicando-se o disposto no Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de Outubro, devidamente atualizado. 2. À Direcção-Geral de Viação incumbe, na área da sua competência, processar as contraordenações resultantes das infracções ao presente diploma. 3. A aplicação das coimas resultantes dos processos de contraordenação é da competência do respectivo diretor-geral. 4. O produto das coimas previstas no presente diploma reverterá para o Estado na percentagem de 760% e o remanescente, em partes iguais, para o Instituto Nacional de Emergência Médica e para a Direcção-Geral de Viação. Artigo 14.º
8 Norma transitória 1. Às entidades de utilidade pública que, à data da entrada em vigor do presente diploma, exerçam a atividade de transporte de doentes será concedido imediatamente, pelo período de um ano, o respectivo alvará. 2. Durante o período de tempo a que se refere o número anterior, devem tais entidades fazer prova da observância dos requisitos mencionados no presente diploma, sob pena de caducidade do alvará concedido. 3. Para efeitos do disposto no número anterior, no que se refere à observância dos requisitos legalmente exigidos, serão ouvidos o Serviço Nacional de Bombeiros e a Liga dos Bombeiros Portugueses. Artigo 15.º Competência dos órgãos das Regiões Autónomas As competências conferidas pelo presente diploma serão exercidas, nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, pelos órgãos e serviços que nelas prossigam idênticas atribuições.
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