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5 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page 5 índice 9 introdução 12 O Continente 26 História - Um Primeiro Olhar 35 Colonialismo, Racismo, Descolonização 65 As seis macrorregiões da áfrica 84 Bibliografia À Doutora Carla Serpa, com gratidão e afeto.

6 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page 6 C744 Conceição, José Maria Nunes Pereira. África um novo olhar / José Maria Nunes Pereira Conceição 1. ed. Rio de Janeiro: CEAP, p.: il.; 20 cm. (cadernos CEAP) ISBN Geopolítica África. 2. África História. 3. África - Colonização. I Centro de Articulação de Populações Marginalizadas. II. Título. III. Série. CDD 960

7 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page 7 A série Cadernos do CEAP é parte integrante do Projeto Camélia. Vem refletir a preocupação institucional do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas e do conjunto das organizações do Movimento Negro em contribuir efetivamente para o processo de reflexão e fomento da discussão a respeito de temas relacionados à lei , que torna obrigatório a inclusão do ensino da história da África e das culturas afro-brasileiras no currículo escolar do ensino fundamental e médio. Reconhecendo ser a escola um espaço privilegiado de formação do indivíduo para viver em sociedade como verdadeiro cidadão, questões como o respeito à diversidade e à historia da África; a valorização das contribuições dos afro-descendentes na formação do povo brasileiro; o resgate de personalidades negras que marcaram a história da luta dos negros no Brasil; o lugar ocupado pela religiosidade negra na resistência histórica desse povo, bem como reflexões sobre as Ações Afirmativas, não poderiam passar desapercebidas nesse novo cenário nacional. O desafio da promoção da igualdade de oportunidade é uma tarefa educativa que exige coordenação de esforços, recursos e ações no âmbito governamental em seus diferenciados níveis, na sociedade civil organizada, bem como na solidariedade mundial. "... sonho que se sonha só pode ser pura ilusão. Sonho que se sonha junto é sinal de solução. Então vamos sonhar companheiros e companheiras. Vamos sonhar em mutirão." Ivanir dos Santos Secretário Executivo - CEAP

8 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page 9 INTRODUÇÃO Há muitos milhões de anos, a parte oriental da África produziu um acidente geológico uma grande fenda, o Rift Valley que teve repercussões no clima dessa região. Criou condições favoráveis para que primatas se adaptassem à mais propícia vegetação da savana que surgia. Esses primatas deram lugar, entre cinco e quatro milhões de anos atrás, a seres que se tornaram bípedes, o que liberou os seus membros superiores para novas funções. Mais tarde, a evolução da espécie possibilitou que as mãos passassem a ter o polegar oponente aos outros dedos, facilitando a fabricação de instrumentos. Esses foram os primeiros hominídeos dos quais os paleontólogos encontraram ossadas na parte oriental da África. As pesquisas arqueológicas, que vêm tendo êxito desde a década de 1960, levaram à descobertas em 1974, no Quênia, do esqueleto de uma mulher a quem apelidaram de Lucy, que seria a Eva da humanidade. Essa pesquisa foi feita pela Universidade da Califórnia que investigou o material genético de 189 mulheres de diversas etnias e concluiu que todas seriam descendentes de uma única, Eva, que teria vivido na África entre 160 e 200 mil anos atrás. A fronteira entre os hominídeos e os seres humanos é difícil de ser estabelecida. O aparecimento destes deu-se quando o clima africano apresentava-se como o mais favorável do planeta. O solo começava a arrefecer e surgiram as savanas. Os primeiros hominídeos de que temos conhecimento foram os Australopitecos, dos quais, até hoje só foram encontrados vestígios na África. O testemunho mais recente surgiu no norte da Etiópia, de quatro a cinco milhões de anos atrás. África: berço da humanidade 9

9 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page Para o historiador J. Iliffe, o ponto central da história da África é a saga dos seus habitantes que, como "sertanejos" colonizaram uma região do mundo, particularmente hostil, a bem da raça humana. Os africanos "souberam coexistir com a natureza e criar novidades resistentes capazes de no decorrer do tempo, resistir a agressões vindas de regiões mais favorecidas". Cerca de três milhões de anos depois, surge o Homo habilis com o cérebro maior do que o dos australopitecos. Fabricava utensílios de pedra afiada, utilizava o fogo e alimentava-se de carne. Suas ossadas foram encontradas no vale de Olduvai, na Tanzânia. Em seguida, aparece o Homo erectus, há perto de 1,5 milhão de anos, que também se desenvolveu primeiro na África. Finalmente, há cem mil anos atrás é também neste continente que aparecem os vestígios do Homo sapiens sapiens. Este teria partido da África para colonizar outras partes do mundo. Vale lembrar aqui o historiador J.Iliffe. Para ele, o ponto central da História da África é a saga dos seus habitantes que, como sertanejos colonizaram uma região do mundo, particularmente hostil, a bem da raça humana que, a partir dali assumia a sua forma. Iliffe salienta a capacidade do africano de ter sabido coexistir com a natureza e ter vindo a criar sociedades resistentes capazes de, no decorrer do tempo, resistir a agressões vindas de regiões mais favorecidas. A relevância da história da África para o mundo e para a compreensão da sociedade brasileira Dois motivos básicos obrigam-nos a relevar os estudos sobre a África. O primeiro deles, para nós brasileiros, é o caráter de matriz histórica e cultural que os africanos e os seus descendentes tiveram na formação e desenvolvimento da sociedade brasileira, marcando de forma indelével a nossa identidade nacional. O segundo, é a importância intrínseca do continente na História Mundial. Ele protagonizou, por exemplo, um dos mais importantes processos políticos do século XX, o da descolonização. Além do mais, as crescentes demandas da sociedade brasileira,

10 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page 11 em especial os afro-descendentes, e o novo patamar em que o Brasil está se inserindo na cena internacional, exigem um novo tipo de conhecimento sobre a África. Ele não deve refletir uma visão eurocêntrica, resquício persistente do tempo colonial, nem apresentar uma visão utópica ou ufanista que predominou, por circunstância política, nas primeiras décadas depois da descolonização. Há uma nova corrente historiográfica não exclusivamente africana que utilizando fontes e metodologia diversificadas, se apresenta crítica e realista. Por fim há que assinalar as políticas públicas em andamento e o reconhecimento das necessidades acima apontadas através do Decreto-Lei nº de 09 de janeiro de 2003 que determina para todos os níveis de ensino: o estudo da História da África, dos africanos, da luta dos negros no Brasil, da cultura negra e do negro na formação da identidade nacional. As crescentes demandas da sociedade brasileira, em especial as dos afrodescendentes, e o novo patamar em que o Brasil está se inserindo no cenário internacional, exigem um novo tipo de conhecimento sobre a África. 11

11 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page 12 O CONTINENTE 12 Origem do nome: abordagem geográfica e geopolítica As prováveis origens do nome África derivam, como é natural, do norte do continente. Uma delas é Afrig, nome de uma tribo berbere do antigo império de Cartago. A segunda, e que prevaleceu por séculos, foi o de Líbia, designando a parte então mais conhecida do continente da Tripolitânia até a atual Tunísia. O nome de Líbia teria sido dado por Heródoto quando usou o nome de heroínas míticas para designar os três continentes então conhecidos: Europa, Ásia e Líbia. Este último nome predominou até o século XVI quando foi adotado o de Afriquyia, antiga designação árabe, que mais tarde foi latinizada para África. O continente, de forma triangular, é praticamente uma ilha desde que, na segunda metade do século XIX foi separado da Ásia pelo Canal de Suez. A África apresenta, grosso modo, três grandes fachadas: ao norte, o Mediterrâneo, a leste, o Oceano Índico e a oeste, o Oceano Atlântico. Fazem parte da África e encontram-se nos dois oceanos alguns arquipélagos e ilhas isoladas que no total, constituem seis Estados. Do ponto de vista histórico, a parte ao norte do deserto do Saara a África do Norte pertence ao Velho Mundo, como são chamadas as antigas civilizações que margeiam o Mediterrâneo. Na margem sul deste formaram-se: a pioneira civilização do Egito, o império de Cartago, com sede na atual Cavaleiro do Reino de BORNU (entre Niger e Nigéria atuais). Sec. XIX.

12 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page 13 Tunísia e o reino do Marrocos que, no século VIII serviu de ponte aos árabes para a sua ocupação da Europa ibérica. Todas essas civilizações mantiveram seculares relações com a Europa e, a partir do final do século XIX, passaram à influência direta ou foram colonizadas por ela. Atualmente, e por outras razões, a África do Norte é geopoliticamente importante para os europeus, sobretudo a França. Neste país vivem hoje cerca de cinco milhões de norte-africanos e seus descendentes, a grande maioria argelinos e marroquinos que tornaram o islamismo a segunda religião da França, a seguir ao catolicismo. A leste, temos a fachada do oceano Índico que, sobretudo depois da expansão árabe, passou a ser mais uma zona de enlace do que uma barreira. Dessa relação, da qual fez parte o tráfico de escravos para o Egito e Oriente Médio, que durou até o início do século XX, nasceu uma língua veicular e sua cultura o suaíli ou swahili, como veremos adiante. Foi através do Índico que a África Subsaariana manteve, desde séculos remotos, relação com a Pérsia, a Índia e a China que vinham comprar ouro e outros metais na região austral (exemplo: o reino de Monomotapa atual Zimbábue). Esse trânsito era facilitado por correntes e ventos das monções que facilitavam as navegações entre a Ásia e a África. Essa inserção da África na economia mundial tornou-se mais substantiva com o comércio de ouro entre os impérios do Sudão ocidental e a Europa Medieval intermediado, entre os séculos X e XV pelos árabes que cruzavam em caravanas o deserto do Saara. Quanto à fachada do Atlântico, não causa surpresa afirmar que, O Atlântico foi, até o século XV, com as navegações portuguesas, a grande barreira ocidental dos contatos da África com o mundo. Só com a grande empresa do tráfico - "de homens, mercadorias e idéias" - o oceano Atlântico foi integrado à África Subsaariana e se tornaria a placenta que alimenta com milhões de vidas as Américas, sobretudo o Brasil. 13

13 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page 14 Escravos marchando do interior de Angola para o litoral conduzidos para um porto da África Oriental, na segunda metade do século XIX, quando o tráfico já era proibido no Atlântico. 14 até o século XV com as navegações portuguesas, ela foi a grande barreira marítima do continente. Só a partir de então, ou melhor dizendo, a partir do estabelecimento da grande empresa do tráfico de escravos, o Atlântico seria integrado à vida da África Subsaariana e se tornaria a placenta que alimentou com milhões de vidas as Américas, sobretudo o Brasil. Observando essa barreira que a costa atlântica e a floresta equatorial representavam, nos lembramos que nenhum reino ou império da África Ocidental estabeleceu a sua capital nesse litoral. As cidades aí erguidas foram derivadas do tráfico e guardam nomes europeus: Ribeira Grande (Cabo Verde), Luanda, Cidade do Cabo, Porto Novo (atual Benin), Monróvia (Libéria), Freetown (Serra Leoa), Lagos, entre outras. É de lembrar também que, no início das navegações a África foi apenas um ponto de apoio, de passagem: o alvo era o comércio direto de especiarias com a Ásia. Foi o projeto de

14 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page 15 exploração das Américas que levou à montagem da grande empresa do tráfico de escravos com a África, que se prolongaria por três séculos numa troca de homens, mercadorias e idéias. Numa abordagem já contemporânea e com um olhar geopolítico, os dois oceanos citados assumiram uma nova relevância com os desdobramentos da Guerra Fria. Quando, em 1956, na guerra da Inglaterra, França e Israel ao Egito em represália à nacionalização e, depois, fechamento do Canal de Suez, o petróleo do Oriente Médio em direção aos países ocidentais teve que percorrer o Índico e o Atlântico, passando pela problemática rota do cabo, na África do Sul. Mesmo após a reabertura do Canal, a rota do Cabo continuou a ser usada, levando dois terços do petróleo para o Ocidente, pois os navios de mais de 200 mil toneladas não podiam transitar pelo Suez. O auge da importância da rota do Cabo e dos dois oceanos veio com o aceso da Guerra Fria na África nos anos , com os conflitos no Chifre de África e na região austral. 15 Em 1956 os movimentos anti-apartheid, liderados pelo Congresso Nacional Africano criaram o Congresso dos democratas e lançaram a carta da liberdade. A foto mostra os 91 presos no dia do julgamento "por alta traição".

15 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page Território e demografia: fatores geográficos A África, com a sua forma quase triangular, tem uma superfície de km 2, sendo o terceiro continente em extensão, depois da Ásia (44 mil.) e as Américas (42 mi.), se considerarmos estas um só continente. A sua superfície representa 20,4% das terras emergentes. Com uma população de mil habitantes (2003), a África representa 14,3% do total mundial (6,3 bilhões de habitantes), o que mostra sua baixa densidade demográfica - cerca de 22% hab/km 2. Embora predomine o caráter rural, a sua taxa de urbanização já é de 38% (entre 1950 e 1980, cresceu perto de 600%) e o seu índice de crescimento demográfico, de 2,3%, é o maior do planeta, para uma média mundial de 1,33%, com os países em desenvolvimento apresentando 1,6%. É o continente mais quente do mundo, com temperatura média acima dos 20 C. Quatro quintos da sua área fica entre os trópicos, o que corresponde a ocupar 43% de todo o território tropical do planeta. A África é também o continente mais árido, com 30% dos desertos do planeta. O maior deles, o Saara, com mais de oito milhões de km. Este continua a leste com os desertos da Líbia e da Núbia, totalizando os três cerca de 10 milhões de km 2. No sudoeste do continente estão os desertos do Kalahari e o de Namibe. A África é, assim, responsável por 30% das áreas desérticas do mundo (Oceania 18%, Ásia 16%). O Saara, até cerca de 3000 a.c. era uma área verdejante. O seu ressecamento dificultou muito o contato da maior parte do continente com as civilizações africanas e européias da região do Mediterrâneo. A "revolução do camelo", difundida com a ocupação árabe evitou um ainda maior isolamento. No outro extremo climático, destaca-se a grande floresta equatorial que, desde a região central do Congo/Zaire, se prolonga

16 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page 17 pela costa atlântica até Gana, no Golfo da Guiné. A leste, ela se estende até os relevos da África Oriental. É uma floresta esponja, encharcada de água, com vegetação emaranhada, com circulação praticamente reduzida aos rios. É a região onde ainda são predominantes as epidemias. A mosca tsé-tsé, que exterminava o gado, não permitiu a tração animal, daí o não uso da roda e do arado. É o mundo da enxada, da terra de pouca espessura, na sua maioria lexivadas pela laterite, o que torna esse tipo de solo incapaz de produzir culturas protéicas. Essa área equatorial e os desertos são responsáveis principais pela baixa taxa atual de terras cultiváveis: somente 6% do total, a maior parte localizada nos planaltos, já que as planícies costeiras são exíguas. No entanto, o que o solo nega na África, o subsolo dá, como veremos a seguir ao fazermos referência à enorme riqueza de minerais que o continente possui. A região mais rica é a austral, que os franceses chamam de "escândalo geológico". Isto significa haver numa área relativamente pequena - que vai de Angola - Congo/Zaire até à África do Sul - a maior concentração mundial de minerais nobres, muitos deles de valor estratégico. Quanto ao perfil, o continente africano é compacto, maciço. Na Europa, por exemplo, o ponto mais distante do mar não ultrapassa 500 km, na África chega a 1,500 km. As suas costas totalizam 27,5 mil km, mas o litoral, especialmente o do Atlântico, é bastante retilíneo, com poucas baías e há trechos de mil km de extensão em que não se encontra um porto satisfatório. As correntes marítimas, os recifes de coral, os mangues extensos, as violentas arrebentações (calemas), são fatores que, sobretudo no passado, dificultaram as comunicações marítimas com o exterior. A África é o continente mais quente: quase metade de toda a área tropical do planeta está na África. É o continente mais árido: tem o maior deserto, o Saara (do tamanho do Brasil) e possui 30% da área desértica da terra. No outro extremo climático, a extensa floresta equatorial, adversa ao habitat humano. No total, só 6% das terras africanas são cultiváveis. No entanto, o que o solo nega o subsolo dá: é um enorme repositório de minerais nobres. 17

17 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page As planícies, a maioria litorâneas, são estreitas (média de 100 km) e, a partir delas o relevo sobe em degraus para os planaltos, que têm uma altitude média de 674 metros. As irregularidades desse relevo fazem os rios apresentarem muitas quedas de água, o que dificulta a navegação, a intercomunicação. Em compensação, esse fato resulta em que a África tem um enorme potencial hidroelétrico ainda por aproveitar. As cadeias montanhosas predominam na chamada "África alta", uma faixa que se estende desde a África do Sul até o leste, onde estão as três montanhas mais altas do continente, com geleiras, as chamadas "neves eternas", apesar de estarem quase na linha do Equador. São os montes: o Kilimanjaro (5.963 m), o Kênia (5.211 m) e o Ruwenzori (5.110 m). Entre a África Central e a Oriental ficam os Grandes Lagos: Vitória (69,11 km 2 ),Tanganika (32,8 km 2 ), o Malawi (28,9 km 2 ) e outros menores. Entre as regiões central e ocidental ficam as grandes bacias interiores - Níger, Chade, Congo/Zaire e a leste, a do Alto Nilo. Nelas deságuam muitos dos rios, embora não os maiores, entre estes: o Nilo, o segundo mais longo do mundo (6.693 km), o Congo (4.374 km), o Níger (4.180 km) e o Zambeze (2.650 km). Uma breve referência ao clima, onde o dominante é o tropical com alternância de uma estação chuvosa e quente e outra seca. O rei do Kongo recebendo os seus súditos.

18 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page 19 Na África é freqüente a altitude corrigir a latitude, como vimos acima nas montanhas e que acontece também nos planaltos. Nos desertos, a temperatura varia bastante do dia para a noite. O Sahel, logo abaixo do Saara, é semidesértico, fica na faixa sul da região do Magrebe (Tunísia, Argélia e Marrocos). Estas notas sobre a geografia da África têm também o propósito de chamar a atenção sobre fatores constrangedores que o meio ambiente, no passado muito mais que no presente, causou à vida dos africanos subsaarianos (da África Negra que atrás referimos). O historiador francês da Ecole des Annales, Fernand Braudel, nos adverte disso desde a década de 1960: "Para a compreensão do mundo negro: a geografia prevalece sobre a história. Os contextos geográficos, embora não sejam os únicos a contar, são os mais significativos". Fernand Braudel, historiador francês da École dês Annales. "Para a compreensão do mundo negro: a geografia prevalece sobre a historia. Os contextos geográficos, embora não sejam os únicos a contar, são os mais significativos". 19 Em outro trecho do mesmo livro: "Em suma, a África Negra se abriu mal e tardiamente para o mundo exterior. Não obstante, seria um erro imaginar que suas portas e janelas seriam aferrolhadas ao longo dos séculos. A natureza, que, aqui, comanda de maneira imperativa, não é, entretanto, a única a ditar suas ordens: a história teve frequentemente a sua palavra a dizer". Sob a direção de africanos, asiáticos e europeus o pangaio, embarcação indiana, o camelo do Saara e as caravelas européias foram, durante séculos, os instrumentos da história que mantiveram a África Subsaariana ligada ao mundo.

19 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page Povos, línguas e religiões Sob a direção de africanos árabes, asiáticos e europeus, o pangaio, embarcação do oceano Índico, o camelo do Saara e as caravelas européias foram durante séculos os instrumentos da história que mantiveram a África Subsaariana ligada ao mundo. Apesar de ser o continente com a maior taxa de crescimento demográfico do mundo (2,7%, quase o dobro da mundial), a África apresenta uma baixa densidade demográfica - 22 hab/km 2. Melhor dizendo, é um continente com enorme desigualdade na sua distribuição populacional. Isto não deve causar surpresa, na medida em que a geografia africana apresenta condições ecológicas bastante discrepantes mesmo em áreas relativamente próximas umas das outras. Desta forma, enquanto regiões como a dos Grandes Lagos apresentam densidades superiores a 200 hab/km 2, os países com áreas desérticas mal atingem 2 a 3 hab/km 2, como é o caso da Mauritânia e da Namíbia. Em Angola, cerca de 90% da população ocupa a metade oeste do país. Uma segunda característica da população africana é ser demasiado jovem: a média de idade anda à volta de 19 anos. Maurício, no Índico, tem a taxa mais elevada, 29 anos; a de Angola é de 18 anos. É um continente velho habitado por jovens. A taxa de mortalidade infantil é a mais alta do mundo, 88%, quinze vezes a da Europa. No entanto, a taxa de natalidade é também alta, embora tenha, na última década, baixado para 39% (média mundial, 23%). A taxa de fecundidade anda à volta de 5,4 por mulher, quase o dobro da média mundial de 2,9. Esta profusão de números, difíceis de pesquisar e apresentando algumas diferenças segundo as fontes, tem para nós como objetivo a possibilidade de uma comparação freqüente entre a África e o mundo e entre países de diversas regiões africanas. Pretende também possibilitar o sentido de proporção e avaliar, tanto quanto possível, a evolução do continente. A África é, provavelmente a região do planeta onde seja mais viva a dinâmica da continuidade e da mudança, da

20 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page 21 permanência e da ruptura. O veterano cientista político queniano, Ali Mazrui costumava dizer que nenhum outro continente sofreu em tão pouco tempo, menos de um século, tantas mudanças impostas ou vindas do exterior quanto a velha e rural África. Mudanças políticas, como a do colonialismo, novas religiões, novas línguas; uma economia que não era majoritariamente monetarizada passa de repente a ser globalizada ou ao risco da marginalização. Em resposta a tudo isso, os africanos ofereceram resistência, mas, quase ao mesmo tempo, se preparavam para a mudança e até mesmo, quando indispensável, para a ruptura. Voltando-nos agora para as populações do continente, chamamos a atenção para a sua diversidade de origem. Não nos referimos aqui à propalada "pulverização de tribos e dialetos", causa apresentada como a única e decisiva de todos os males e conflitos da África. Isto não é mais só apanágio de publicações de espírito colonialista. Na quase totalidade das vezes parece mesmo desleixo intelectual dos seus autores. Traçando uma panorâmica sobre os povos africanos e suas línguas, procuraremos identificar as línguas e povos de maior influência demográfica e peso político. Começamos pela África do Norte onde a grande maioria da população é árabe, sendo a minoria mais expressiva, a dos berberes que habitam sobretudo o Magrebe (Marrocos, Argélia e Tunísia). Os árabes constituem cerca de 140 milhões de habitantes, o que equivale a perto de 20% da população total do continente. É de lembrar que é a África do Norte, e não o Oriente Médio, a região com maior população árabe. O árabe é a língua africana mais falada no continente. Sete dos 53 países do continente têm o árabe como língua oficial. Mais significativo do que isso é o fato de 18 países africanos terem mais de A idade média da população africana é de 19 anos. É um continente velho habitado por jovens. Bom para o futuro, problemático no presente. 21

21 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page A África é, provavelmente, a região do planeta que, em menos de um século sofreu mais mudanças impostas ou assimiladas do exterior. Em resposta, os africanos ofereceram resistência no que lhes era imposto. Porém, no mesmo tempo, se preparavam para mudanças e, quando indispensável, até para a ruptura. 40% da sua população islamizada, onde a língua religiosa é o árabe do Corão. Disto resulta em que 30% dos africanos sejam muçulmanos. Para melhor reconhecer a variedade étnica da África temos de recorrer, em grande medida, à língua. É o que faremos. Entre as línguas mais faladas na África, uma parte substantiva é de línguas veiculares, as chamadas línguas francas, de contato. São faladas por vários povos, embora, grosso modo, cada um deles tenha a sua própria língua materna. Falamos de línguas veiculares de origem africana antes de mencionarmos, ainda que com estimativas precárias, os falantes de línguas européias. Estas têm, na maior parte dos países do continente, o estatuto de língua oficial oriunda da ex-metrópole. Refira-se, de passagem, que na grande maioria dos casos, a língua européia não era a mais falada quando esta foi escolhida, no processo de independência, como a língua oficial do país. Vários argumentos foram levados em consideração para isso: facilidade de comunicação inter-africana e internacional, facilidades e proveitos na educação, etc. Um argumento de muito peso foi o de que a escolha de uma língua africana do país, mesmo que majoritária nele, implicaria no detrimento das outras línguas. A escrita não seria decisiva: pode-se usar o árabe ou o latim. Este é usado, por exemplo, em línguas nativas do Zimbábue e da África do Sul no ensino fundamental. No caso dos países com sociedades crioulas, onde há uma cultura de síntese e população majoritariamente mestiça - arquipélagos e ilhas do Atlântico e do Índico - a língua crioula é falada por todos, mas grande parte da população, frequentemente a maioria, fala também a língua européia. Aliás, diga-se de passagem, a maioria dos habitantes do planeta fala mais de uma língua.

22 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page 23 A diversidade lingüística na África é excepcional, embora próxima da asiática. Tem cerca de duas mil línguas com suas variações dialetais. Contudo, somente cerca de 50 delas são faladas por mais de dez milhões de habitantes. Ocorre também que certas línguas são reconhecidas com nomes ou grafias diferentes, consoante o país ou região. É o caso de peules, fulbês ou fulas (na área de língua portuguesa). Outro fato são as variações dialetais: o mandinga, por exemplo, tem pelo menos dez variações dialetais: malinkê, bambara, diula, etc. As línguas africanas são geralmente agrupadas em quatro famílias. Do norte para o sul, temos a família afro-asiática que compreende, entre as línguas mais utilizadas o árabe, o berbere (Marrocos e Argélia), o amárico (Etiópia) e o haussa (norte da Nigéria e países vizinhos). Elas cobrem a África do Norte e parte da região do Chifre e do oeste africano. A segunda família, a maior, que se estende por uma boa parte do continente, de Dakar a Mombaça e, ao sul, até a Cidade do Cabo, é a nígero-kordofiana. Ela inclui dois grandes grupos, o banto e o sudanês, que tanto enriqueceram - e ainda enriquecem - o vocabulário brasileiro. As línguas sudanesas, como o ioruba, predominam na África Ocidental, à qual os árabes chamavam de Bilad al-sudan ("terra dos negros"). É uma região que se estende desde o Senegal até o leste do rio Níger; ela não deve ser confundida com o Sudão, país do sul do Egito, na região nilótica. O outro grupo é o banto; recebeu dos lingüístas essa designação pelo fato de todas as línguas do grupo usarem o sufixo ntu para designar o ser humano. O prefixo ba designa o plural. Daí a palavra bantu [pessoas], aportuguesada para banto. Ocupam uma vasta área do centro e do sul do continente, abaixo da linha que ligaria os O árabe é a língua mais falada do continente. Sete dos 53 países da África têm o árabe como língua oficial. Quanto à religião muçulmana, 18 países africanos têm mais de 40% da sua população islamizada, onde a língua religiosa é o árabe do Corão. Disto resulta em que 30% dos africanos sejam muçulmanos. 23

23 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page A diversidade lingüística da África é excepcional, próxima da asiática. Contudo, somente 50 delas são faladas por mais de dez milhões de habitantes. As línguas africanas podem ser, grosso modo, agrupadas em quatro famílias: a afro-asiática, a nígero-kordofiana (que incluem os dois grandes grupos banto e sudanês), a nilo-saariana e a dos grupos não negróides (pigmeus e koisan). Camarões à região dos Lagos, a leste. Cerca de 70% dos afrodescendentes brasileiros têm ascendência banto, com predominância da área Congo-Angola. As línguas africanas e o inadequado termo tribo constituem a diversidade do continente mais referida pelos brasileiros. As línguas são aqui frequentemente classificadas como dialetos no falso pressuposto da sua inferioridade porque quase todas elas não têm alfabeto próprio. O haussa usa o alfabeto árabe, por exemplo, e as da África do Sul e do Zimbábue, que têm o seu ensino fundamental em línguas nacionais, usam o alfabeto latino, usado pela língua inglesa. Dizem os lingüístas que não é a escrita mas uma estrutura própria o que determina o estatuto de língua. Na África, como em toda a parte, as línguas têm variações dialetais. Quanto ao termo tribo - que os brasileiros conhecem de perto dos nossos índios - ele é marcado mais por significar não só uma etnia, mas um tipo de organização social. Na África dos tempos modernos é a cultura que predomina, daí a designação adequada ser a de etnia. Voltando às línguas africanas. A seguir à segunda família, a nigero-kordofiana, temos a terceira, a nilo-saariana, que abarca uma área bem mais restrita e engloba as línguas nilóticas (como a dinka, do sul do Sudão) e as línguas da região dos Grandes Lagos A quarta família pretende abranger os povos não-negróides, isto é os pigmeus e os do grupo khoisan (khoi-khoi e san, mais conhecidos como bosquímanos e hotentotes). Os primeiros vivem na região central, na floresta equatorial, os últimos nos desertos do Kalahari e do Namibe. Os khoi-san eram os habitantes da região central do continente e foram empurrados para as regiões áridas pela migração

24 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page 25 dos bantos. Processo semelhante, havia ocorrido com os pigmeus que ficaram na floresta equatorial. Nos arquipélagos e nas ilhas isoladas do Atlântico e do Índico, bem como em áreas litorâneas de alguns países continentais predomina uma língua de síntese cultural produzida há séculos, a partir dos primeiros contatos de africanos árabes e europeus na produção dos escravismos atlântico e árabe. Essas línguas crioulas, que são expressões de sociedades culturalmente mestiças, são faladas pela quase totalidade dos seus cidadãos. O papel das línguas européias não é somente o de ser língua oficial. É a língua do saber erudito, da média e alta administração e, sobretudo, elas são um elo de ligação entre países africanos, vizinhos ou distantes, com o mundo. No entanto, raramente são faladas na vida cotidiana por mais de 20% da população, embora sejam usadas nas escolas e universidades. A exceção vai para as sociedades crioulas dos arquipélagos e ilhas. Um caso raro: em Angola, em pesquisa recente, fez-se uma estimativa em que as pessoas que falavam, pelo menos razoavelmente, o português eram cerca de 65%. Um levantamento posterior verificou que 26% da população urbana tinha como língua materna o português. Isso não foi obra do colonialismo português. Foi obra da luta de libertação ( ) e dos anos de guerra civil ( ) onde o português era a língua de comunicação e o exército, que se deslocava por todo o país, e seu agente. Acrescente-se um fator importante: cerca de 25% da população de Angola, com predominância de jovens, reside na capital, Luanda, área histórica de implantação do português. Nelson Mandela (1918) foi o mais renomado chefe de estado do final do século XX. Depois de 28 anos de prisão como líder do Congresso Nacional Africano foi prêmio Nobel da Paz em 1993 e eleito Presidente da República no ano seguinte, aposentando-se em

25 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page 26 Para resumir, um quadro com as línguas africanas mais faladas no continente, por mais de dez milhões de falantes. 26 Máscara ritual Cokwe de Angola. LÍNGUAS AFRICANAS E SEUS USUÁRIOS: - Com mais de 130 milhões: árabe - Com mais de 50 milhões: haussa (Nigéria e países vizinhos ao norte), suaíli (swahili), na Tanzânia (língua oficial), Quênia e Uganda (língua nacional) litoral do Índico até centro do Congo-Zaire. - Com mais de 20 milhões: amárico (Etiópia) e berbere (Marrocos e Argélia). - Com mais de 10 milhões: ioruba e ibo (Nigéria), grupo nguni (África do Sul: zulu e xhosa), mandinga (vários países no oeste africano). Grupo sotho (África do Sul), malgache (Madagascar), lingala (Congo/Zaire), kikongo (os Congos e norte de Angola). Fonte: Africa at a Glance. Instituto Africano da África do Sul, 1998, com estimativas de outras fontes. AS RELIGIÕES NA ÁFRICA - estimativas em milhões de fiéis. Muçulmanos Cristãos (católicos e evangélicos) Religiões tradicionais Igrejas africanas independentes Outros Fonte: L'Atlas Jeune Afrique do Grupo Jeune Afrique, Paris, 1993, e outras fontes.

26 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page 27 HISTÓRIA - UM PRIMEIRO OLHAR Depois de ter sido o berço da Humanidade, a África foi, a partir de cerca de a.c. palco de uma das mais brilhantes civilizações do mundo, a egípcia. Suas raízes se encontram desde a.c., na Núbia, no vale do Nilo, se estendendo até os planaltos etíopes, às regiões da bacia do Chade e ao coração do continente negro, o rio Níger. Nessa época, o Saara ainda não havia ressecado e constituía na época uma verdejante encruzilhada de povos. O Egito, após dois mil e quinhentos anos de irradiação de ciência e cultura, cai em poder dos persas, em 525 a.c.. Entretanto, um novo poder surgia: os fenícios, vindos do fundo de saco do Mediterrâneo. Por volta de 1200 a.c. eles fundaram Cartago, na atual Tunísia. A partir daí seu comércio deu-lhe o domínio da região, que ia desde a Cirenaica (a atual Líbia) até o Marrocos. Seu poder ainda se estenderia até o sul da Europa, da Ibéria até a Sicília. Depois de prolongadas guerras púnicas, por volta de 200 a.c., Cartago perde o poder para Roma que passará a dominar grande parte do norte da África durante cerca de cinco séculos. Segue-se a grande vaga árabe, a partir do século VII que se expande pelo norte do continente, do Egito até o Marrocos e daí ocupa por vários séculos quase toda a Península Ibérica. Faz uma incursão no reino Cristão da Abissínia (atual Etiópia) onde islamiza quase metade da sua população. A partir do século XI, os árabes ultrapassam o deserto do Saara, a caminho do Sul e passam a hegemonizar o poder, através de negros islamizados, dos "reinos de ouro" do Sudão ocidental, à volta da curva do rio Níger. 27

27 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page 28 Pormenor de um mapa da África desenhado pelo catalão Abrãao Cresques. Em destaque, o imperador do Mali recebendo um dignatário árabe (1375). Muito antes disso, logo que se estende o ressecamento do Saara, os povos negros que viviam na região emigravam para o centro e o sul do continente. Parte desses negros fica no oeste e outra parte, os bantos, então ocupando o centro do continente, descem até o sul, desde o início da era cristã até quase o século XV. Os povos do oeste, quando já organizados em Estados, estabeleceram contatos com os árabes que, graças a caravanas de camelos atravessam o Saara, iniciam com eles um duradouro comércio. O primeiro foi com o reino sarakolê do Ghana, que controlava o ouro da região. O reino, ainda não islamizado, sucumbe à invasão, na segunda metade do século XI, dos árabes da dinastia dos Almorávidas. 28

28 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page 29 O sucessor de Ghana no comércio com os árabes foi o império do Mali, englobando reinos vizinhos, sob a liderança, de Sundiata Keita, muçulmano negro, no início do século XIII. Cresce o intercâmbio com os árabes que, com o comércio africano do ouro abastecem a Europa medieval, sequiosa desse metal. Ele atingia cotações muitíssimo mais elevadas que a prata européia. Um novo Estado hegemoniza o poder na região, com uma estrutura militar e administrativa bem mais complexa: é o império de Songhai, que tem Gao como capital e que vai dominar o comércio do ouro por mais de dois séculos. A leste do Níger surgem os reinos de Kanem e de Bornu, atual Norte da Nigéria. Com a descoberta dos metais nas Américas, perde importância o comércio do ouro com a África. Inicia-se o tráfico de escravos, sobretudo com o Brasil, Caribe e Sul dos Estados Unidos. Entretanto, no século XI, no sudoeste da Nigéria atual, surgem os reinos iorubas. Depois de Ifê, ergue-se uma civilização original, a do Benin que iria surpreender, já no século XVI com sua refinada arte de bronze, os portugueses. Estes haviam estabelecido, desde o final do século XIV, relações amistosas com o reino do Kongo que duraram quase um século antes de se degradarem no tráfico. Antes do tempo do tráfico de escravos, a imigração dos bantos para o sul do continente já havia proporcionado a formação de Estados. Uma vez mais, a riqueza mineral era a base de um comércio intermediado pelos árabes em direção à Ásia. Este foi o caso do Monomotapa, governado pelos shonas, com o apogeu por volta do século XV, e que ainda se manifesta através de grandes construções de pedra como atestam as ruínas do Zimbábue. No nordeste do continente, na região do Chifre, a velha Abissínia, no início do século XVI sofreu um ataque dos nômades A Etiópia tornou-se uma referência de continuidade histórica e de independência milenar. Encarnação do panafricanismo, as cores do império etíope, verde, amarela e vermelha estão nas bandeiras de muitos dos países africanos. Hoje em dia, estão também nos gorros de milhões de afrodescendentes espalhados pelo mundo e participando da grande diáspora negra. 29

29 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page gallas. Nos anos mil e oitocentos, o velho reino, sob a liderança de Menelik, se tornou um império com a conquista dos povos vizinhos, assumindo então o nome de Etiópia. Venceu os italianos em 1896 e só foi ocupado por eles de 1936 a Tornou-se assim uma referência de continuidade de história e independência. Isto fez do país um símbolo para os africanos e para toda a diáspora negra. Encarnação do pan-africanismo, sua capital, Adis Abeba, sediou a Organização de Unidade Africana, desde 1963 e continua a sediar a da organização sucessora da OUA, a União Africana - UA, criada em As cores do império etíope, verde, amarela e vermelha, estão nas bandeiras de muitos países africanos independentes. Hoje em dia, estão também nos gorros de milhões de afro-descendentes espalhados pelo mundo e participando da imensa diáspora negro-africana. Voltando-se ao século XVI, sobretudo XVII, defrontamo-nos com uma nova inserção da África na economia da Europa, desta vez, o tráfico de escravos que os europeus destinavam para as plantações das Américas, sobretudo para o Brasil, destino de cerca de 40% deles. No seu conjunto, o tráfico para o mundo árabe e para as Américas, foi o responsável pela expulsão da África de cerca de 20 milhões de seres humanos. Isso contribuiu em muito para a estagnação demográfica e econômica do continente negro. O triunfo em relativamente pouco tempo do Islão em território africano, tem como conseqüência a ligação irreversível do norte do continente com o mundo islâmico do Oriente Médio. A desagregação do império árabe, de certa forma já anunciada a partir do século XI, deixa o campo livre para os muçulmanos turcos do império Otomano. Este conquista e, de certa forma, unifica em seu proveito a quase

30 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page 31 totalidade da África do Norte, da Argélia ao Egito, permanecendo o Marrocos relativamente independente. A partir do século XVII, o comércio atlântico de escravos vai favorecer, na região do Golfo da Guiné, a expansão de Estados africanos parceiros dos europeus nessa empreitada. É o caso dos reinos de Daomé (atual Benin), Oyo (atual Nigéria), o Ashanti e a confederação Fanti (atual Gana). 31 O asaustehene (rei) do Ashnti (atual Gana) recebe na sua côrte J. Bowdich, emissário do governo britânico, em maio de 1817.

31 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page No início do século XIX dá-se uma retomada de fervor e conquista no Islão Negro que provocará um remanejamento territorial e político na vasta área do velho Sudão ocidental. Os peules (fulas) erguem o grande sultanato de Sokoto (atual Nigéria), liderados por Osman Dan Fodio, os tuculeros (toucouleurs) se estabelecem á volta do Níger, e dá-se também algo semelhante a uma restauração do império do Mali, chefiada por Samory Touré que tem como epicentro a Guiné dos mandingas. Ele conquista uma vasta área que custará bastante aos franceses conquistar a partir de O Egito emancipa-se do império Otomano e ensaia uma modernização com Mehemet Ali, entre 1820 e Mais tarde, os ingleses conseguirão, depois de algumas derrotas, vencer o novo líder, o "messias" Mahadi e impor a sua hegemonia no Egito e junto com ele estabelecer um condomínio anglo-egípcio sobre o território. No extremo sul do continente, na região do Cabo, a Companhia das Índias Orientais, holandesa, estabelece o que viria a se tornar uma colônia de povoamento dos bôeres (holandeses) que terão vários conflitos militares com os povos locais e até com os ingleses (guerra anglo-bôer, ). Estes se apossaram não só da província do Cabo como também de Natal e dos territórios bôeres de Orange e do Transvaal, o que deu lugar à moderna África do Sul. Antes disso, no início do século XIX surge uma nova formação política criada por Shaka, estratega citado sempre pelas histórias militares contemporâneas. Ele liderou uma espécie de "Esparta negra", a partir de uma facção dos ngunis que passaram a se chamar zulus. Numa extensa campanha para o norte, designada de mfecane (esmagamento) elas conquistam uma área que chega até o Malavi, marcando a história de quatro países atuais e alguns

32 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page 33 outros vizinhos: a África do Sul, o Zimbábue, a Zâmbia e Moçambique. No Índico, Madagascar torna-se um Estado centralizado no planalto, dominado pelos merinas, de origem indonésiomalaia, com os súditos africanos ocupando as áreas costeiras da maior ilha da África. Somente a partir das duas últimas décadas do século XIX, os europeus iniciaram a conquista da África, que viria a redundar na ocupação de 90% de todo o continente. Até perto dessa data, a presença fixa deles mal ultrapassava a estreita faixa litorânea da parte continental da África, já que arquipélagos e ilhas, no Atlântico e no Índico, haviam sido ocupados séculos antes. Foi nessa faixa litorânea que os europeus construíram, em função do tráfico de escravos, portos, fortes e feitorias. Entre o fim do tráfico - início do século XX para os ingleses - e o início da ocupação colonial, reinos da costa atlântica, que haviam participado do tráfico, estabeleceram sobretudo com os ingleses, uma relação comercial na qual os africanos passaram a fornecer produtos agrícolas tropicais necessários para a Revolução Industrial européia: óleos vegetais, cacau, e outros. Foi um curto período mercantilista da África Ocidental, mas que proporcionou a formação de novas classes fundiárias e comerciais e uma extraordinária elite africana, embora assimilada aos valores cristãos. Essa área incluía as atuais Gana, Nigéria, Serra Leoa, Libéria e Gâmbia. Do lado francês, esse comércio, no caso menos volumoso, fazia-se com as conhecidas seis "comunas" do atual Senegal - Gorée (antigo porto de embarque de escravos). Dakar, Saint Louis e Rufisque, bem como com os entrepostos no Gabão e no Congo. Os portugueses, que já haviam se implantado há Shaka (C ), um dos maiores guerreiros da História. Criou o império Zulu à moda de Esparta, que se espalhou por cinco países da África Austral. 33

33 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page 34 Somente a partir das últimas décadas do século XIX, os europeus iniciaram a conquista da África, que viria a redundar na ocupação de 90% de todo o continente. Até perto dessa data, a presença fixa deles mal ultrapassava a estreita faixa litorânea do continente. muito em Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, bem como em cidades do litoral da Guiné-Bissau, como Bolama e Cacheu, exploravam o comércio com Benguela e Luanda, incluindo uma faixa do rio Quanza até Malanje. Em Moçambique, a Beira, e não a atual capital Maputo, era o centro comercial português num sistema de "feitorias" designado por prazos. Essa realidade iria mudar em pouco tempo. 34 "Mwana-Pwo" (Donzela), Máscara Quioca.

34 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page 35 COLONIALISMO, RACISMO, DESCOLONIZAÇÃO O nosso objeto de estudo neste capítulo é o colonialismo contemporâneo, fruto da revolução industrial européia, e que teve como conseqüência a ocupação militar e política de quase toda a África e de grande parte da Ásia. Não cabe neste ponto a análise do chamado colonialismo da Idade Moderna, que resultou na conquista do Novo Mundo e na formação das primeiras colônias de povoamento branco, entre as quais os Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e a Colônia do Cabo, na África do Sul. Esse se refere a um momento histórico anterior ao que tratamos. Corresponde à fase que marca a transição do feudalismo para o capitalismo, conhecida como "mercantilismo". A ocupação colonial da África corresponde a um período de perda da hegemonia britânica no comércio internacional. Até então, a Inglaterra desempenhava uma tal supremacia industrial, marítima e colonial que ela não via necessidade de anexar novos territórios para encontrar mercados. Ela reinava sobre os quatro continentes. A perda dessa hegemonia absoluta dá-se pela intervenção, sobretudo na África, do conjunto das potências ocidentais, apresentando-se então uma concorrência entre todas elas que levou à codificação da partilha do continente africano. Elucidar as causas profundas da partilha da África remete, portanto, à determinação das causas dessa conjuntura de expansão das potências européias. França e Alemanha em especial. Essas razões O colonialismo como um processo global 35

35 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page Além da ascensão dos países ocidentais derivada da revolução industrial e de um novo estágio do capitalismo, os europeus tiveram a seu favor a decadência de alguns Estados africanos no póstráfico, a desagregação provocada pelo escravismo mercantil na maioria do continente e a desestruturação do império otomano, até então dominante no norte da África. estão na ascensão do mundo capitalista ocidental no seu conjunto a um elevado nível econômico, capaz de competir com a Inglaterra, senhora até então dos mercados asiáticos e africanos. Com efeito, a partir da segunda metade do século XIX, essas novas potências industriais estavam maduras para a expansão colonial e dela necessitavam. Tinham diante de si o modelo imperial inglês e sentiamse até em condições de superá-lo, através da utilização de novas técnicas oriundas do aprofundamento da revolução industrial (navios a vapor, ferrovias, siderurgia etc.) e de uma concentração financeira e industrial superior inclusive à britânica. Por outro lado, para além da ascensão dos países ocidentais ao estágio imperialista, ocorreu uma conjuntura extremamente favorável à extensão dos domínios coloniais: a decadência dos Estados asiáticos e africanos. Assistimos assim, a partir do século XIX, à desagregação dos principados indianos, das províncias turcas e, na África, as conseqüências da desestruturação de impérios e reinos, cujas bases haviam sido minadas desde o período do tráfico escravo. No interior das nações capitalistas o fenômeno da colonização não foi realizado sem um reajuste de interesses das diversas frações da burguesia. A fração comercial, representada pelas grandes companhias de comércio, atuantes já antes da partilha colonial, mostrava-se reticente quanto a uma colonização que levasse à ocupação efetiva dos territórios. Deve-se ter em vista que a razão principal da atuação dessas companhias era a possibilidade de comerciar em regiões litorâneas livres de fronteiras, como por exemplo, na África, onde obtinham, através de transações com as classes dominantes locais, produtos comerciáveis na Europa com lucros altamente compensadores. Com a partilha e a conseqüente

36 jose maria.qxp 4/5/ :59 Page 37 fronteirização e protecionismo coloniais, essas companhias ficariam restritas aos territórios conquistados pelas suas metrópoles. A burguesia industrial, por sua vez, era a mais interessada nesse empreendimento. A existência de recursos naturais disponíveis praticamente inesgotáveis e uma grande massa de mão-de-obra lhe abriam perspectivas de lucros sem precedentes, as quais serão confirmadas no decorrer da colonização, quando a dominação política por via militar permitirá a imposição de salários baixíssimos, inferiores ao nível necessário de subsistência. Esta será complementada pelo que resta da economia tradicional africana, précapitalista. Uma repressão constante será encarregada de frustrar qualquer tentativa de resistência autóctone. A burguesia financeira interessava-se pela empresa de exploração e de colonização, já que esta demandava grandes capitais, recurso obrigatório, portanto aos empréstimos bancários, embora as oportunidades maiores dessa burguesia estivessem fora da África. Neste continente, os grandes investimentos só surgiram com a mineração na África Austral e com as estradas de ferro. No entanto, alguns dos seus setores teriam preferido um tipo de exploração tal como a burguesia comercial vinha exercendo, isto é, tratando diretamente e em termos de troca desigual com os governos africanos e asiáticos. A concorrência cada vez mais acirrada das demais potências na disputa colonial, impunha, porém, o uso da força para a conquista e manutenção dos territórios. Esse uso da força só pode ser organizado por uma metrópole transformada em Estado colonialista, em condições de fornecer um exército regular, e não tropas mercenárias, como antes, a serviço das companhias para impor a troca desigual aos A diversidade nas formas de colonização, ou os meios de apropriação colonial, não resultaram apenas da política colonial de cada potência ou das condições geoclimáticas do território ocupado. Essa diversidade derivou sobretudo dos tipos de estruturas políticas e sócioeconômicas vigentes na sociedade a ser colonizada e do grau de desenvolvimento do capitalismo no país europeu colonizador. 37

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