Universidade Presbiteriana Mackenzie Escola de Engenharia Depto. de Engenharia Civil 2 0 semestre de Aula 5. Características do tráfego (cont.
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1 Universidade Presbiteriana Mackenzie Escola de Engenharia Depto. de Engenharia Civil 2 0 semestre de 2015 Aula 5 Características do tráfego (cont.)
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3 fonte: revista 4 Rodas Publicidade, 1.962
4 5.1. Planejamento da oferta a oferta à circulação de veículos é fornecida pelo sistema viário de uma cidade ou região o sistema viário é resultado da aplicação de medidas urbanísticas de uma cidade ou região, resultantes do planejamento urbano, determinado por seu plano diretor
5 5.1. Planejamento da oferta (cont.) o sistema viário deve ser um dos instrumentos para permitir a mobilidade da população com conforto, rapidez e segurança o plano diretor de uma cidade deve ser pensado em conjunto com o planejamento de transportes portanto, ambos devem ser associados não é racional tentar acompanhar o crescimento da frota expandindo o sistema viário
6 5.1. Planejamento da oferta (cont.) Quatro Rodas, jan.62
7 5.1. Planejamento da oferta (cont.) entre outros elementos, o plano diretor da uma cidade deve conter as regras de uso e ocupação do solo o município deve ter um tratamento legal para a permissão da construção de Polos Geradores de Tráfego - PGTs fonte: Denatran
8 5.1. Planejamento da oferta (cont.) exemplo de desenho urbano: Paris
9 5.1. Planejamento da oferta (cont.) Plano de avenidas do prefeito de São Paulo, Prestes Maia, 1935
10 5.1. Planejamento da oferta (cont.) Plano de vias expressas para a cidade de São Paulo, 1972
11 fonte: Folha de S. Paulo 5.1. Planejamento da oferta (cont.) Plano de vias expressas para a cidade de São Paulo, 2011
12 5.1. Planejamento da oferta (cont.) fonte: O Estado de S. Paulo Exemplo de conflito de interesses envolvendo o planejamento urbano, a Engenharia de Tráfego e os moradores (comunidade), empreendedores (grupos econômicos) e prefeitura (poder público)
13 fonte: Folha de S.Paulo, 1.jul Planejamento da oferta (cont.) A aplicação intensiva de tecnologia (incluindo o ITS) permitirá o planejamento de cidades que minimizem a necessidade de deslocamento por transporte individual (são as chamadas smart cities )
14 5.2. O princípio da hierarquização funcional das vias Em um sistema viário, as vias recebem diferentes tipos de classificação e possibilidade de intervenção. As principais funções das vias em um ambiente urbano são: deslocamentos de longa distância ligação entre os bairros circulação nos bairros acesso às moradias
15 Classificação das vias As vias são classificadas a partir de suas características funcionais e físicas São 4 tipos, segundo o CTB (art. 60): - expressas (ou de trânsito rápido) - arteriais - coletoras - locais
16 Classificação das vias (cont.) Segundo o CTB (Anexo I e art. 61): expressas (ou de trânsito rápido) aquela caracterizada por acessos especiais com trânsito livre, sem intersecções em nível, sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros e sem travessia de pedestres em nível (velocidade máxima = 80 km/h) 80 Km/h
17 Classificação das vias (cont.) arteriais - aquela caracterizada por intersecções em nível, geralmente controlada por semáforo, com acessibilidade aos lotes lindeiros e às vias secundárias e locais, possibilitando o trânsito entre as regiões da cidade (velocidade máxima = 60 km/h) 60 Km/h
18 Classificação das vias (cont.) coletoras aquela destinada a coletar e distribuir o trânsito que tenha necessidade de entrar ou sair das vias de trânsito rápido ou arteriais, possibilitando o trânsito dentro das regiões da cidade (velocidade máxima = 40 km/h) 40 Km/h locais aquela caracterizada por intersecções em nível não semaforizadas, destinada apenas ao acesso local ou a áreas restritas (velocidade máxima = 30 km/h) 30 Km/h
19 Classificação das vias (cont.) CTB, art. 61 foto antiga da Av. Rebouças (São Paulo), uma via arterial, que na época estava com regulamentação de velocidade máxima de 70 km/h
20 Classificação das vias (cont.) A hierarquia das vias e a classificação viária correspondente Classificação pelo CTB Principal Característica Funcional Operacional expressas ou de trânsito rápido deslocamentos de longa distância 80 Km/h arteriais coletoras locais ligação entre os bairros circulação nos bairros acesso às moradias 60 Km/h 40 Km/h 30 Km/h
21 Classificação das vias (cont.) Dados da cidade de São Paulo: dos 15 mil km que formam o sistema viário principal da cidade de São Paulo, 80% são de vias locais ( km) as coletoras representam 13% (1.985 km) o restante (7%) pode ser considerado como de vias arteriais, uma vez que o sistema expresso não chega a 100 km
22 Representação esquemática da hierarquia das vias fonte: Cepam
23 Hierarquia das vias - exemplo Coletora Local Arterial Expressa
24 Analogia: sistema circulatório humano viário e sistema viário
25 5.3. Princípios da hierarquização funcional O sistema viário deve ser balanceado em termos de capacidade, com transição gradativa entre suas vias e contínuo em sua função
26 5.3. Princípios da hierarquização funcional (cont.) balanceado capacidade compatível com a demanda os desbalanceamentos entre oferta e demanda provocam os congestionamentos, que fazem com que os motoristas busquem rotas alternativas, utilizando-se para isso, eventualmente, de vias com funções inadequadas para isso
27 5.3. Princípios da hierarquização funcional (cont.) Exemplo de desobediência aos princípios da hierarquização funcional (balanceamento): no Elevado Costa e Silva (SP), existe um acesso antes de uma saída (sentido Bairro/Centro)
28 5.3. Princípios da hierarquização funcional (cont.) transição gradativa os deslocamentos devem ser efetuados em vias que atendam a organização funcional por exemplo, a saída de um sistema expresso deve se dar por vias arteriais. Antes de se chegar ao sistema viário local, o tráfego dessas arteriais deve ser distribuído por vias coletoras
29 5.3. Princípios da hierarquização funcional (cont.) Outro exemplo de desobediência aos princípios de hierarquização (transição gradativa): a ligação viária entre 2 sistemas expressos (Túnel Ayrton Senna/23 de Maio/Marginal Pinheiros) é feita por uma via arterial (JK), com semáforos
30 5.3. Princípios da hierarquização funcional (cont.) Exemplo de desobediência aos princípios de hierarquização (transição gradativa): a ligação viária Túnel Ayrton Senna/Sena Madureira/Ricardo Jafet (vias expressa/arteriais, todas com 3 faixas) é interrompida pelo trecho das vias Mons. Manuel Vicente e Maurício Klabin, coletoras, esta última com 2 faixas
31 5.3. Princípios da hierarquização funcional (cont.) Proposta de projeto viário para resolver o problema citado no slide anterior (fonte: PMSP)
32 5.3. Princípios da hierarquização funcional (cont.) contínuo transição suave entre as funções (sem gargalos) ao sair de uma via e adentrar em uma outra, de função distinta, esta última deve atender ao fluxo que a ela se destina, sem gerar perturbações na corrente de tráfego ou apresentar gargalos
33 5.3. Princípios da hierarquização funcional (cont.) Gargalo é a seção crítica de uma via ou trecho de via onde ocorre a restrição de capacidade (descontinuidade). Interfere na medida da demanda das seções posteriores Exemplo: acesso da Radial Leste para a Ligação Leste-Oeste, em S. Paulo: a descontinuidade no número de faixas formava um gargalo
34 5.3. Princípios da hierarquização funcional (cont.) Vista da correção do gargalo da Radial Leste: o princípio da continuidade foi aplicado, regularizando-se a seção da via com barreiras de concreto
35 5.4. Variável de oferta veicular Variável de oferta Capacidade (C) Capacidade de tráfego = máximo fluxo que pode normalmente atravessar uma seção ou trecho de via, nas condições existentes de tráfego, geometria e controle, em um determinado período (unidade de C = veíc/h) C = Fluxo máximo = F máx
36 5.5. Alguns fatores que podem afetar a oferta viária geometria da via número de faixas, largura, rampa, curvatura, valetas tipo de pavimento aderência, composição
37 5.5. Alguns fatores que podem afetar a oferta viária (cont.) controle do tráfego sinalização (semáforo; parada obrigatória) aleatoriedade chuva, acidentes movimentos do tráfego entrelaçamentos
38 Exemplos de entrelaçamento Eixo Av. Dr. Arnaldo, São Paulo/Consola ção: o movimento dos ônibus em diagonal restringe a capacidade da via (nesta foto e na seguinte)
39 Exemplos de entrelaçamento (cont.)
40 Exemplos de entrelaçamento (cont.) foto: Autoban Em interligações viárias em forma de trevo, caso os volumes de tráfego sejam altos, pode ocorrer interferência na fluidez devido ao entrelaçamento dos movimentos das alças
41 foto: Autoban Exemplos de entrelaçamento (cont.) Exemplo de interligação de rodovias cujo traçado elimina os efeitos do entrelaçamento
42 Exemplos de entrelaçamento (cont.) foto: Autoban Exemplo de interligação de rodovias usada no Rodoanel (São Paulo) que elimina os efeitos do entrelaçamento através de um arranjo geométrico complexo
43 5.6. Ações de Engenharia que podem interferir na capacidade de uma via alteração de circulação regulamentação de estacionamento melhorias nas condições do controle semafórico melhoria do pavimento faixas reversíveis
44 5.6. Ações de Engenharia que podem interferir na capacidade de uma via (cont.) Faixa reversível: medida operacional para aumento no número de faixas (maior oferta) foto: CET
45 5.6. Ações de Engenharia que podem interferir na capacidade de uma via (cont.) A largura das faixas e a capacidade valor de referência de capacidade para via semaforizada = veíc/h, por faixa, de 3,5 m de largura, plana, bem pavimentada, com tempo bom esse valor é decorrente de vários fatores, incluindo as condições de dirigibilidade (espaçamento do veículo à frente, poder de frenagem etc)
46 Fonte HCM, Ações de Engenharia que podem interferir na capacidade de uma via (cont.) A largura das faixas e a capacidade em vias de fluxo ininterrupto os valores da capacidade são maiores Condições: via sem veículos pesados e motoristas usuários frequentes
47 5.6. Ações de Engenharia que podem interferir na capacidade de uma via (cont.) fonte: 4 Rodas, mar.11 outra possibilidade em teste, usando o ITS: comboios de veículos, no qual o líder assume o controle de todos os integrantes, interconectados eletronicamente, gerando economia e reduzindo o desgaste dos motoristas
48 5.6. Ações de Engenharia que podem interferir na capacidade de uma via (cont.) Redução na largura das faixas (no exemplo, reduzindo- -se de 3,5 para 2,5 m, há um acréscimo de uma faixa) 10,5 m 3,5 m 10,5 m 2,5 m
49 5.6. Ações de Engenharia que podem interferir na capacidade de uma via (cont.) a largura de 2,5 m é a mínima para uma faixa, conforme Resolução 236/07 do Contran fonte: Resolução 236/07 do Contran Manual Brasileiro de Sinalização Volume IV Sinalização Horizontal, Cap. 5
50 5.6. Ações de Engenharia que podem interferir na capacidade de uma via (cont.) a providência de se reduzir a largura das faixas deve ser reservada para casos críticos de falta de capacidade, pois traz desconfortos aos motoristas outra recomendação importante é utilizar a redução na largura somente nas aproximações semafóricas, pois em trechos longos existe dificuldade por parte dos motoristas em manter os veículos em faixas estreitas
51 5.6. Ações de Engenharia que podem interferir na capacidade de uma via (cont.) Redução na largura das faixas O rebalizamento elevou de 3 para 4 o número de faixas, aumentando a capacidade da via 2 3 4
52 5.6. Ações de Engenharia que podem interferir na capacidade de uma via (cont.) Exemplo de outra medida operacional para aumentar a oferta: liberação do uso do acostamento em congestionamento, mediante informação via Painel de Mensagens Variáveis - PMV (outra aplicação do ITS) Fonte: Traffic Technology
53 5.7. Nível de Serviço O nível de serviço é a representação da operação do tráfego e reflete a sua qualidade variáveis do nível de serviço (em regime descontínuo): velocidade e atraso
54 Velocidade Global = distância total O/D tempo de viagem total avaliação da qualidade de serviço do Sistema Viário Percurso = distância total do trecho de medição tempo de viagem no trecho avaliação da operação de uma ou mais vias do Sistema Viário
55 Velocidade (cont.) Exemplo de medida de velocidade global, pesquisada pela CET em rotas pré-determinadas ao longo dos anos
56 Atraso Atraso = tempo real de viagem tempo ideal de viagem Causas do atraso: - sobredemanda - má gestão do trânsito - acidentes e outras aleatoriedades, como por exemplo intempéries, greves etc
57 Características do tráfego - resumo Característica Variável (is) Unidade Demanda Volume veíc/h Oferta Capacidade veíc/h Nível de Serviço Velocidade Atraso km/h minutos
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