Balanço Eletrolítico e Equilíbrio Ácido-Base

Transcrição

1 Balanço Eletrolítico e Equilíbrio Ácido-Base Junio Flávio Barroso DSM Nutritional Products Realização

2 Balanço Eletrolítico e Equilíbrio Ácido-Base Agenda: -O que é BE? -Cálculo do BE: -Níveis de BE: -Equilíbrio Ácido-Base - Desequilíbrio do Sistema Ácido-Base -Importância do equilíbrio Ácido-Básico -Considerações Finais:

3 O que é Balanço Eletrolítico? Araújo (2011) BE = Diferença entre os principais cátions e ânions da dieta e representa a acidogenicidade ou alcalinidade metabólica da mesma. Na+ Principal Cátion Extracelular Participa em 0,2% do corpo do animal. 93% no plasma. Atua na Transmissão de impulsos nervosos, contrações musculares e cardíacas, absorção de H20 e algumas vitaminas hidrossolúveis;

4 O que é Balanço Eletrolítico? Principais fontes de Na: -Cloreto de Sódio NaCl 39,7% de Na -Bicarbonato de Sódio NaHCO3 27% de Na Recomendações de Na na ração: Rostagno et al. (1996), que recomendam 0,20% de sódio para todas as fases.

5 O que é Balanço Eletrolítico? K+ Principal Cátion Intracelular Representa 0,3% da MS do corpo e 2/3 encontra-se na pele e músculo. Atua na regulação da pressão osmótica, síntese protéica e transporte de O2; Níveis de K na ração: Borges et al (2003) Não recomenda menos que 0,55 a acima de 0,98%.

6 O que é Balanço Eletrolítico? Cl- Principal ânion extracelular Difícil dissociar do Na. Encontrado na secreção gástrica Atua no balanço hídrico, formação do Hcl (ativação enzimática no estômago). Níveis de Cl na ração: Borges et al (2003) Não exceder 0,35% de Cl na ração

7 Cálculo do Balanço Eletrolítico O balanço eletrolítico (BE) da ração possui ligação direta com o equilíbrio ácido-básico interno do animal; Muitos anos os estudos Equação de Mongin (1981) Considera em meq/kg de ração a contribuição dos eletrólitos Na+, K+ e Cl- no cálculo do BE. O cálculo do BE de Mongin (1981) é realizado dividindo a concentração de cada íon na ração (mg/kg), por seu miliequivalente meq (milésima parte de um equivalente grama). BE meq/kg de ração = (mg/kg de Na da ração/22,990) + (mg/kg de K da ração/39,102) mg/kg de Cl da ração/35,453. Fórmula é o resultado da soma dos íons (Na+) + (K+) (Cl-)

8

9 Cálculo do Balanço Eletrolítico Cálculo: Programa de formulação e Manual Após o acerto da fórmula, temos os valores em % de: Sódio positivo 0,20% Cloro negativo 0,30% Potássio positivo 0,78%

10 Cálculo do Balanço Eletrolítico Peso Molecular Sódio = 23 Cloro = 35,5 Potássio= 39,1 Miliequivalentes (mg/kg dividido pelo peso molecular) Sódio 0,20X10.000:23 Cloro 0,30X :35,5 Potássio 0,78X10.000:39,1

11 Cálculo do Balanço Eletrolítico Cálculo final da ração Sódio 86,96 Cloro -84,51 Potássio 199,49 Total 201,94

12 Níveis de Balanço Eletrolítico Recomendações de níveis são variáveis, dependendo da região de criação, época do ano, instalações, manejo, etc. Edwards Jr. (1984) sugeriu que o BE para frangos de corte, nas 3 primeiras semanas, - aproximadamente 250 meq/kg. Ruiz Lopes & Austic (1993) - Ótimo balanço está na faixa de 200 a 350 meq/kg Oviedo-Rondon et al. (1999), Para fase inicial (0-21 dias), o melhor desempenho foi com BE de 246 e 315 meq/kg

13 Níveis de Balanço Eletrolítico Murakami (2000) BE entre 150 e 350 meq/kg de ração Leeson & Summers (2001) 250 meq/kg de ração como ideal Vieites et al. (2005) recomendam BE 160 a 190 meq/kg de ração

14 Níveis de Balanço Eletrolítico Borges et. al. 2002

15 Níveis de Balanço Eletrolítico Tabela 3 Efeito da PB e BE sobre o consumo de ração, ganho de peso e Conversão alimentar em pintos de 1 a 7 dias de idade Borges et. al. 2002

16 Equilíbrio Ácido-Base É um equilíbrio químico entre os ácidos e as bases no organismo para a manutenção da quantidade ideal de íons H+ nos líquidos intracelular e extracelular. É a manutenção do ph do sangue e dos líquidos intra e extracelulares na faixa ideal ou de neutralidade (7,4)

17 Equilíbrio Ácido-Base Ácido: Qualquer substância doadora de íon H+ (Na, K, mg e Ca) Base: Substância receptora de íon H+ (Cl, sulfatos, bicarbonato) Os alimentos leva a uma produção de metabólitos ácidos e básicos que devem ser excretados para que a constância do ph seja mantida.

18 Relacionado diretamente: Equilíbrio Ácido-Base ph Solução Tampão Pulmões Mecanismos reguladores do EAB Rins

19 ph Potencial Hidrogeniônico ph símbolo de grandeza para expressar o potencial hidrogeniônico (Sorensen) "p" - alemão potenz - poder de concentração, "H" - íon de hidrogênio (H+). ph: é um índice que indica o grau de acidez, neutralidade ou alcalinidade de um meio qualquer.

20 Escala de ph

21 Alterações no ph Acúmulo de ácidos Perda de bases Aumento da [H + ] Acidose Queda do ph Escala de ph 7,4 Aumento do ph Alcalose Perda de ácidos Diminuição da [H + ] Acúmulo de bases

22 Alterações no ph A manutenção do ph constante é vital para o organismo animal; Grandes desvios no ph provocam distúrbios metabólicos A constância do ph é mantido pelos sistemas tampões neutralizando os ácidos e as bases provenientes da dieta e metabolismo. Macari (1994). O ph do Sangue em todas as espécies animais deve ser neutro

23 Solução Tampão Soluções "tampão" são soluções que atenuam a variação de ph quando expostos à um desequilíbrio em sua concentração de H+.

24 Sistemas Tampões Sistemas que tendem a se opor à mudanças de ph manter a homeostase Equilíbrio ácido - básico

25 Sistemas Tampões - Sistema Bicarbonato Dióxido de Carbono; (Quantitativamente mais importante) - Sistema Hemoglobina; - Sistema tampão Proteínas e fosfatos.

26 REGULAÇÃO DA VENTILAÇÃO PULMONAR 1. HIPERVENTILAÇÃO: po2 pco2 ALCALOSE RESPIRATÓRIA 1. HIPOVENTILAÇÃO: po2 pco2 ACIDOSE RESPIRATÓRIA

27 Função Renal Os rins excreção de K+, HCO3 e a excreção de H+ na tentativa de manter o equilíbrio ácido-base da ave. Mecanismos Secreção de H+ (reabsorção de HCO3 e de Na+) Secreção de NH3 Excreção de urina

28 Desequilíbrio do Sistema Ácido-Base - Estresse Calórico O EC piora com UR temperatura ambiente Sob EC as aves dificuldade em perder calor temperatura corporal desempenho. EC - quadro de alcalose metabólica gerando uma maior demanda de bicarbonato para formar H2O e CO2 eliminado pela respiração, o ph do sangue.

29 Respostas Fisiológicas das Aves ao estresse Calórico Resposta das aves à temperatura ao estresse calórico Alcalose

30 ESTRESSE CALÓRICO PERDA ZONA DE CONFORTO TÉRMICO DIFICULDADE DE DISSIPAR CALOR INCREMENTO DA TEMPERATURA CORPORAL QUEDA DE DESEMPENHO

31 ESTRESSE CALÓRICO AUMENTO DO CONSUMO DE ÁGUA AUMENTO DA FILTRAÇÃO RENAL PERDA DE Na+ e K+ AUMENTO Cl- NO SANGUE ALTERAÇÃO DOS ELETRÓLITOS NO SANGUE AlCALOSE RESPIRATÓRIA

32 Aves ao estresse Calórico -Vasodilatação periférica - perdas de calor não evaporativo; - Mantém asas afastadas do corpo; -Eriçamento das penas; -Aumento de produção de urina se há consumo de água fria; -Aumento da taxa respiratória - Valeri & Carvalho (2011) - conforto térmico, a FR é de cerca de 25 movim/minuto. Em EC agudo pode-se obter até 250 movimentos/minuto.

33 Vamos escapar deste aviário! Eles não estão se dando conta que estamos morrendo. Eu vou parar de comer só para lascar este produtor!!!

34 Dicas para Atenuar Estresse Calórico Reduzir a densidade de aves / m2; Verificar se o número de bebedouros é suficiente e estão na altura correta; Em aviários com bebedouro tipo nipple e pendular, fazer várias descargas durante o dia; Pintura do telhado com cal (telha brasilit); Não permitir que o sol incida diretamente nas aves; Alimentar as aves durante a parte mais fresca do dia;

35 Dicas para Atenuar Estresse Calórico Em aviários com bebedouros tipo pendular, aumentar o nível de água e o número de bebedouros; Aumentar a densidade nutricional da ração para compensar as reduções no consumo; Aumentar os níveis de gordura e reduzir a inclusão de carboidratos, pois a digestão das gorduras produzem < incremento calórico; Aumentar ventilação sobre as aves para 2-3 m/seg usando ventiladores; Em dias de calor intenso, ligar os ventiladores e nebulizadores ANTES da ave começar a ofegar; Verificar constantemente a temperatura da água; Uso de sais via água (Cloreto de K, Bicarbonato); Uso de Vitamina C via água ou ração.

36 Atenção para a temperatura da água

37 LIBERAR ÁGUA QUENTE DOS ENCANAMENTOS Quando a temperatura da água exceder 23º C? Colocar gelo.

38 Influência da Temperatura da H20 de bebida no estresse calórico Tabela 4 Efeito da temperatura da água nos movimentos respiratórios de aves em alta temperatura Temp. Ambiente Temperatura da H20 Movimentos respiratórios/minuto Adaptado de Furlan et al 2002

39 Influência da Temperatura da H20 de bebida Temp. da Água C Consumo d Água (ml) Ganho de Peso (g) 13 C 470 ml 55,4 g 31 C 466 ml 50, 3 g 42 C 340 ml 47,0 g

40 Importância do Equilíbrio Ácido-Base -Sobrevivência das aves; - Crescimento; - Apetite; -Desenvolvimento ósseo - DT; - Melhor Resposta ao estresse térmico -Imunidade; -Metabolismo de aminoácidos, minerais e algumas vitaminas; -Influência na qualidade da casca do ovo

41 Outros Transtornos Metabólicos ocasionados pelo desequilíbrio Ácido-Básico -Discondroplasia Tibial (DT);

42 Outros Transtornos Metabólicos ocasionados pelo desequilíbrio Ácido-Básico - Síndrome Ascítica (AS)

43

44 Considerações Finais - Inúmeros relatos apontam para os efeitos do BE da ração (Na+K-Cl) sobre o desempenho produtivo das aves; - O BE têm fundamental importância na manutenção do Equilíbrio Ácido-Básico O Balanço Ácido- Básico se refere aos mecanismos homeostáticos que mantém o ph constante. O Estresse calórico deve ser evitado/reduzido a fim de se ter um melhor equilíbrio ácido- base das aves para uma alta produção

45 OBRIGADO!!! DSM - Nutritional Products