Conselho da União Europeia Bruxelas, 12 de fevereiro de 2016 (OR. en)

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1 Conseil UE Conselho da União Europeia Bruxelas, 12 de fevereiro de 2016 (OR. en) 6006/16 LIMITE PUBLIC CLIMA 10 ENV 59 ONU 13 DEVGEN 18 ECOFIN 87 ENER 19 FORETS 6 AGRI 57 MAR 42 AVIATION 22 COMPET 47 NOTA de: para: Assunto: Secretariado-Geral do Conselho Comité de Representantes Permanentes/Conselho Seguimento da COP 21 (Alterações Climáticas) - Debate de orientação 1. Em de outubro de 2014, o Conselho Europeu chegou a acordo sobre o quadro de ação da União Europeia relativo ao clima e à energia para 2030 e decidiu voltar a analisar esta questão após a 21.ª Conferência das Partes na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (CoP 21), realizada em Paris de 30 de novembro a 12 de dezembro de Em 6 de março de 2015, a UE e os seus Estados-Membros comunicaram, como contributo previsto determinado a nível nacional (CPDN) tendo em vista a CoP 21, o compromisso de atingir em conjunto uma meta vinculativa para toda a economia de, pelo menos, 40% de redução interna de emissões de gases com efeito de estufa até 2030 em comparação com os valores de /16 flc/cfs/jcc 1 DG E 1B LIMITE PT

2 3. Em 12 de dezembro de 2015, a CoP 21 em Paris assinalou um momento crucial na ação mundial relativa às alterações climáticas ao adotar o Acordo de Paris, um instrumento juridicamente vinculativo a nível mundial. O Acordo contém a arquitetura da governação em matéria de clima a nível mundial para o período pós-2020, que deverá orientar os esforços mundiais no sentido de prevenir alterações climáticas perigosas limitando o aquecimento global a um nível bem abaixo dos 2 C. 4. Em de dezembro de 2015, o Conselho Europeu congratulou-se com o resultado histórico alcançado em Paris. Convidou a Comissão e o Conselho a avaliar os resultados da CoP 21 até março de 2016, tendo nomeadamente em vista o quadro de ação relativo ao clima e à energia para 2030, e a preparar as próximas etapas. 5. Em fevereiro de 2016, a Comissão deverá publicar uma comunicação sobre os resultados da CoP 21 e as próximas etapas para a UE. A UE e os seus Estados-Membros têm demonstrado forte capacidade de liderança nas negociações internacionais sobre o clima. A fim de tirar partido destes resultados, é necessário que a UE e os seus Estados-Membros continuem a desenvolver uma posição orientada para o futuro, em particular no que respeita à implementação dos seus CPDN através do desenvolvimento do quadro de ação relativo ao clima e à energia para 2030, em conjunto com o ciclo de ambição quinquenal previsto no Acordo de Paris. 6. Em 4 de março de 2016, o Conselho (Ambiente) procederá a um debate de orientação para avaliar os resultados da CoP 21, tendo nomeadamente em vista o quadro de ação relativo ao clima e à energia para 2030, e para preparar as próximas etapas. 6006/16 flc/cfs/jcc 2 DG E 1B LIMITE PT

3 ANEXO Análise dos principais elementos do Acordo de Paris feita pela Presidência O Acordo de Paris é um acordo multilateral juridicamente vinculativo adotado por 195 países. Desenvolvendo esforços consistentes e ativos a nível político, a UE desempenhou um papel importante na negociação de um acordo ambicioso e equilibrado. Graças à eficácia e êxito da Presidência francesa, o desfecho confirmou as expectativas mais elevadas. A Conferência de Paris fica marcada pelo forte empenhamento dos intervenientes estatais e não estatais. Apresentaram os seus CPDN 187 Partes, criando uma nova forma de desenvolver um esforço partilhado à escala mundial no sentido de reduzir as emissões, bem como os riscos e impactos negativos das alterações climáticas. Quando forem implementados, esses contributos resultarão num desvio significativo dos níveis de emissões expectáveis até 2030, mas ainda não serão suficientes para colocar o mundo numa trajetória de cumprimento dos objetivos acordados no que respeita às temperaturas. Os intervenientes não estatais comprometeram-se firmemente a tomar um amplo conjunto de medidas em matéria de atenuação e adaptação, apoiando e complementando assim as ações dos seus governos. O Acordo de Paris define objetivos claros para orientar todos estes esforços, o que constituía uma importante exigência da UE. Relativamente à atenuação, o acordo estabelece o objetivo a longo prazo de manter o aquecimento global a um nível bem abaixo dos 2 C e de prosseguir os esforços para o limitar a 1,5 C. Para o efeito, é necessário inverter o mais rapidamente possível a tendência de aumento das emissões a nível mundial e, em seguida, proceder à sua rápida redução, a fim de alcançar um equilíbrio entre as emissões e os sumidouros (ou seja, a neutralidade climática) na segunda metade do século, com base em dados científicos. O acordo salienta ainda a importância das medidas em matéria de adaptação, estabelecendo um objetivo a longo prazo para a adaptação, a fim de reforçar a resiliência e reduzir a vulnerabilidade em todo o mundo. No cerne do acordo está uma disposição juridicamente vinculativa que estabelece que cada Parte deverá preparar, comunicar e atualizar sucessivos contributos de atenuação determinados a nível nacional que representem uma evolução ao longo do tempo e reflitam a maior ambição possível dessa Parte. Além disso, as Partes procurarão adotar medidas de atenuação internas, com o objetivo de alcançar os objetivos desses contributos. 6006/16 flc/cfs/jcc 3

4 Um dos principais êxitos da UE é a introdução de um ciclo de ambição quinquenal destinado a atualizar regulamente as ambições individuais e coletivas. O primeiro ciclo terá início em 2018, realizando-se um diálogo facilitador em que as Partes farão o balanço dos esforços coletivos no sentido de cumprir o objetivo a longo prazo. O diálogo em 2018 constituirá uma oportunidade para orientar e continuar a desenvolver os procedimentos relativos aos balanços mundiais a apresentar em 2023 e O diálogo em 2018 deverá basear-se, nomeadamente, no relatório especial do Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (PIAC) sobre o impacto do aquecimento global a um valor de 1,5 C acima dos níveis pré-industriais e sobre a correspondente trajetória das emissões mundiais de gases com efeito de estufa. Na sequência desse diálogo, as Partes com objetivos para 2025 deverão apresentar em 2020 o seu contributo sucessivo, enquanto as Partes com objetivos para 2030, como a UE, são convidadas a comunicar ou atualizar o seu contributo nesta data e, posteriormente, de cinco em cinco anos. Os novos contributos das Partes representarão, em termos de ambição, uma evolução relativamente aos contributos anteriores. Se o objetivo do nível "bem abaixo dos 2 C" deve continuar a ser considerado alcançável, o primeiro ciclo de revisão terá de resultar em compromissos adicionais significativos. A UE e os seus Estados-Membros também terão de estar preparados para este primeiro ciclo de ambição. O Acordo de Paris convida igualmente as Partes a apresentarem, até 2020, uma visão a longo prazo para meados do século, através de uma estratégia de desenvolvimento com baixas emissões. A UE e os seus Estados-Membros deverão dar início aos preparativos necessários para essa estratégia. Considera a UE que outro elemento central do acordo é o quadro de transparência comum e reforçado, destinado a proporcionar clareza sobre as ações e o apoio, com flexibilidade incorporada que permita distinguir os compromissos de monitorização, comunicação e verificação à luz das diferentes capacidades das Partes. Este resultado conseguido em Paris é um bom ponto de partida para a elaboração de regras contabilísticas destinadas a verificar o cumprimento dos compromissos assumidos pelas Partes, permitindo ainda o desenvolvimento de novos mecanismos de contabilização das emissões comercializadas. Importante é que muitas destas disposições se aplicam à transparência e responsabilização no que respeita às medidas de adaptação e aos meios de implementação. 6006/16 flc/cfs/jcc 4

5 No que diz respeito ao financiamento da luta contra as alterações climáticas, o acordo define como sua finalidade tornar os fluxos de financiamento compatíveis com a trajetória de redução das emissões de gases com efeito de estufa e de um desenvolvimento resiliente às alterações climáticas. Para tal, será necessária uma reorientação mundial dos fluxos de financiamento privados e públicos. O acordo reafirma também o papel de destaque dos países desenvolvidos na disponibilização de recursos financeiros, encorajando embora as outras Partes a dar o seu contributo. A decisão prolonga até 2025 o objetivo de mobilizar 100 mil milhões de dólares por ano até 2020 e prevê a fixação de um novo valor mais alto para o período após O Acordo de Paris incentiva as Partes a intensificar a ação a nível nacional e a cooperação internacional no domínio da adaptação às alterações climáticas, aumentando a resiliência e reduzindo a vulnerabilidade, bem como das perdas e prejuízos. Neste sentido, serão envidados esforços para alcançar um equilíbrio entre a atenuação e a adaptação no domínio do financiamento da luta contra as alterações climáticas, com especial incidência nas necessidades dos países mais pobres e vulneráveis. Os doadores dos países desenvolvidos também são convidados a apresentar roteiros de financiamento para 2020 como prova do seu contributo para o esforço mundial de mobilização desse financiamento. O acordo contém orientações claras para as Partes no que respeita aos esforços para melhorar a ação pré-2020 e tomar as medidas necessárias na perspetiva da entrada em vigor do acordo. A UE dispõe de diversas oportunidades para demonstrar a sua determinação em cumprir o programa de execução relativo à adaptação, atenuação e financiamento, incluindo a ratificação da Emenda de Doa. A par das medidas formais pré-2020 decididas ao abrigo do Acordo de Paris, o programa de ação Lima-Paris representará uma importante ferramenta para aumentar de forma constante o nível de ambição. A UE e os seus Estados-Membros foram dos primeiros a apresentar o seu CPDN coletivo em 6 de março de A próxima etapa para a UE e os seus Estados-Membros consiste em chegar a acordo sobre as políticas nacionais ao abrigo deste quadro de ação. Ao mesmo tempo, será necessário prepararmo-nos para a ratificação do Acordo de Paris. A UE e os seus Estados-Membros terão agora de cumprir as suas promessas. Mediante ações concretas, a Europa continuará a liderar a transição mundial para uma economia hipocarbónica acordada em Paris. 6006/16 flc/cfs/jcc 5

6 Perguntas aos Ministros Os Ministros são convidados a refletir sobre a análise dos principais elementos do Acordo de Paris feita pela Presidência. A fim de orientar a troca de opiniões no Conselho (Ambiente) de 4 de março de 2016, a Presidência preparou as seguintes perguntas: 1. Concorda com a análise dos resultados da CoP 21 feita pela Presidência? 2. Quais são as suas primeiras reflexões sobre a comunicação relativa aos resultados da CoP 21 e sobre os próximos passos da UE, tal como apresentados pela Comissão Europeia? 6006/16 flc/cfs/jcc 6