Pesquisa Econômica Perspectivas Econômicas

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1 Pesquisa Econômica Perspectivas Econômicas Pesquisa Macroeconômica Itaú Abril 2017

2 Roteiro Internacional Perspectivas para a economia global continuam favoráveis A tendência de crescimento global continua positiva, com uma aceleração disseminada dos indicadores de atividade; Nos EUA, uma nova decepção com a agenda do governo de Donald Trump adiciona riscos limitados para a economia e para os preços de ativos. Esperamos que o crescimento acelere no 2T17; Na Europa, a atenção está voltada para as eleições francesas, que representam um risco de curto prazo importante para a economia global há também um aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio e na Ásia. Enquanto isso, o crescimento continua sólido na zona do euro; As perspectivas para a China permanecem estáveis. Brasil Inflação segue em queda, Banco Central acelera o passo PIB deve registrar crescimento positivo no 1T17 devido à alta da produção agrícola; A tramitação da reforma da Previdência continuará em abril. Esperamos aprovação no Congresso até o 3T17; Mantivemos nossas projeções de taxa de câmbio (3,35 reais por dólar ao fim de 2017 e 3,45 por dólar ao fim de 2018); Reduzimos a projeção para o IPCA deste ano para 3,9% (antes, 4,1%). Para 2018, mantivemos nossa projeção em 3,8%; O Banco Central acelerou o ritmo de corte de juros. Projetamos que a taxa Selic atinja 8,25% no fim de 2017 e 2018.

3 Economia global: nossas projeções Mundo 3,4 3,2 3,1 3,6 3,6 EUA 2,4 2,6 1,6 2,3 2,4 Zona do Euro 1,2 1,9 1,7 1,6 1,3 Japão 0,0 1,2 1,1 1,4 1,0 China 7,3 7,2 6,7 6,4 5,8 Fonte: Itaú, Haver Analytics

4 1T15 2T15 3T15 4T15 1T16 2T16 3T16 4T16 1T17 2T17 3T17 4T17 1T18 2T18 3T18 4T18 EUA: melhora nos fundamentos limita riscos de decepções com a agenda do governo Trump A confiança dos consumidores parece alta quando comparada aos fundamentos. Mas, a confiança dos empresários não parece excessiva, e reflete principalmente a melhora na economia global; Uma correção do excesso de otimismo relacionado à agenda do governo Trump reduziria nosso Índice de Atividade Corrente (IAC) de 4,0% para 3,0%. Deve-se notar que uma queda para 3% ainda representa um ritmo sólido e está em linha com a nossa a projeção de que o PIB acelerará para 3,0% no 2T17, encerrando 2017 em 2,3%; Continuamos projetando o crescimento do PIB dos EUA em 2,3% e 2,4% para 2017 e 2018, respectivamente. Confiança do consumidor Índice Confiança do Consumidor 0 Modelo (*) jan-02 jun-04 nov-06 abr-09 set-11 fev-14 jul-16 dez-18 (*) Variáveis do modelo: inflação, taxa de desemprego, índice S&P500 Fonte: Itaú, Haver Analytics Crescimento do PIB %, anualizado 5,5% 4,5% 3,5% 2,5% 1,5% 0,5% -0,5% -1,5% -2,5% Trimestral 1,6% Anual 2,3% 2,4%

5 1T13 2T13 3T13 4T13 1T14 2T14 3T14 4T14 1T15 2T15 3T15 4T15 1T16 2T16 3T16 4T16 1T17 2T17 3T17 4T17 1T18 2T18 3T18 4T18 Europa: atenção voltada para as eleições francesas À medida que nos aproximamos do primeiro turno das eleições francesas em 23 de abril, os mercados devem se tornar voláteis, com os investidores se protegendo de um resultado negativo; O risco de um segundo turno entre o candidato de extrema-esquerda, Jean-Luc Mélenchon, e a candidata de extrema direita, Marine Le Pen, vem crescendo. No entanto, nosso cenário base é que Le Pen e Macron avancem para o segundo turno, e que este último vença as eleições. Macron tem ficado consistentemente acima de Le Pen em 20 p.p. nas pesquisas de segundo turno; Se as eleições francesas não trouxerem uma surpresa negativa, as perspectivas para a Europa devem melhorar para o restante do ano. Intenções de voto Eleição na França % Crescimento do PIB (Zona do euro) % anualizado 30% 25% 2,5% 2,0% 1,5% 1,7% 1,6% 1,3% 20% 1,0% 15% 0,5% 0,0% 10% Hamon Macron 5% Fillon Le Pen Mélenchon 0% dez-16 jan-17 fev-17 mar-17 abr-17 Fonte: Haver Analytics, Institutos de Pesquisa Nacionais, Itaú -0,5% -1,0% -1,5% Trimestral Anual

6 1T14 2T14 3T14 4T14 1T15 2T15 3T15 4T15 1T16 2T16 3T16 4T16 1T17 2T17 3T17 4T17 1T18 2T18 3T18 4T18 China: crescimento segue estável A atividade econômica na China permaneceu estável em março. O índice PMI oficial subiu para 51,8, avançando para seu nível mais alto desde julho de O índice PMI do Caixin, caiu de 51,6 para 51,2, mas continua em um patamar elevado; Ainda esperamos que o crescimento econômico na China enfraqueça no 2S17, diante das medidas de aperto adotadas pelo governo; Projetamos um crescimento do PIB de 6,4% para 2017, com uma desaceleração no 2S17, e crescimento de 5,8% para Índices de Gerentes de Compras (PMI) Índice NBS PMI Caixin Manufatura 35 abr-05 abr-07 abr-09 abr-11 abr-13 abr-15 abr-17 Fonte: Haver Analytics, Itaú, NBS Crescimento do PIB %, anualizado 8,5% 8,0% 7,5% 7,0% 6,5% 6,0% 5,5% 5,0% 4,5% 4,0% Trimestral 6.7% Anual 6.4% 5,8%

7 LatAm: condições financeiras e crescimento econômico permanecem desvinculados O ambiente global continua favorável para os ativos latino-americanos, e o desempenho do peso mexicano superou o de seus pares; A atividade econômica segue fraca na América do Sul, mas ainda resistente no México. Reduzimos nossas projeções de crescimento neste ano para Peru, Chile e Colômbia, mas subimos a estimativa para o México; Há viés de flexibilização monetária na maioria dos países sul-americanos, enquanto no México houve redução do ritmo de elevação dos juros Ambiente de mercado Índice (desvios-padrão do valor histórico) 4 2 Índice é medido como desvios-padrão em relação ao seu valor histórico América Latina ex-méxico México Fonte: Itaú -10 mar-07 mar-09 mar-11 mar-13 mar-15 mar-17

8 Latam: nossas projeções Peru México PIB - % PIB - % PEN / USD (Dez) MXN / USD (Dez) Taxa de juros - (Dez) - % Taxa de juros - (Dez) - % IPC IPC Colômbia Chile PIB - % PIB - % COP / USD (Dez) CLP / USD (Dez) Taxa de juros - (Dez) - % Taxa de juros - (Dez) - % IPC IPC Argentina PIB - % ARS / USD (Dez) Taxa Repo 7 dias (Dez) - % n/a IPC - % (Buenos Aires) Fonte: Itaú

9 Brasil: o que esperamos no curto prazo? Atividade econômica PIB (%) 0,5-3,8-3,6 1,0 4,0 Desemprego (%) Dezembro (PNAD cont.) 7,1 9,7 12,6 13,8 13,6 Inflação IPCA (%) 6,4 10,7 6,3 3,9 3,8 Política monetária Taxa SELIC (%) 11,75 14,25 13,75 8,25 8,25 Fiscal Superávit primário (% PIB) -0,6-1,9-2,5-2,2-1,7 Balança de pagamentos Câmbio (fim de período) 2,66 3,96 3,25 3,35 3,45 Conta corrente (% PIB) -4,3-3,3-1,3-1,5-2,5

10 2013.I 2013.II 2013.III 2013.IV 2014.I 2014.II 2014.III 2014.IV 2015.I 2015.II 2015.III 2015.IV 2016.I 2016.II 2016.III 2016.IV 2017.I 2017.II 2017.III 2017.IV 2018.I 2018.II 2018.III 2018.IV Produção agrícola deve garantir crescimento positivo do PIB no 1T17 Produção industrial estagnada no início de 2017; Entretanto, a forte alta das safras de soja e milho ante 2016 e o carrego positivo da produção industrial indicam crescimento positivo do PIB no 1T17. Os ajustes na metodologia das pesquisas mensais do comércio e de serviços divulgados na semana fortalecem ainda mais o PIB do 1º trimestre; Nosso cenário de crescimento de 0,5% no trimestre deve ser revisado para cima em breve, conforme incorporamos as informações recentes. Mantemos o cenário de crescimento de 1,0% do PIB em 2017, e de 4,0% em Produção Industrial Nível Dessaz. Var. trimestral 83 Nível (AS) 82 Variação trimestral (d) Média 4T16 Média 1T17 81 jan-16 abr-16 jul-16 out-16 jan-17 Fonte: Itaú, IBGE 3% 2% 1% 0% -1% -2% -3% -4% -5% PIB trimestral Variação trimestral dessazonalizada 3,0% 2,0% 1,0% 0,0% -1,0% -2,0% -3,0% Realizado Projeção -1,0% -2,2% -1,2% -0,9% 0,7% 1,1%

11 Recuperação econômica deve levar mais tempo para estabilizar o desemprego Queda no emprego formal segue se atenuando. Em fevereiro, houve criação líquida de 35,6 mil empregos formais (segundo dados do Caged). Em dados dessazonalizados, a média móvel de três meses melhorou de -62 mil para -35 mil; Apesar da atenuação observada no Caged, a taxa de desemprego nacional subiu para 13,2% em fevereiro ante 12,6% em janeiro. Incorporando a dinâmica recente do mercado de trabalho, elevamos as projeções de desemprego para 13,8% ao fim de 2017 (antes, 13,4%), e para 13,6% no quarto trimestre de 2018, com uma mesma recuperação econômica demorando mais tempo para estabilizar o desemprego. Taxa de desemprego %, com ajuste sazonal ,8 5 dez-12 dez-13 dez-14 dez-15 dez-16 dez-17 Criação de emprego formal (CAGED) Média móvel 3 meses, Milhares, com ajuste sazonal Fonte: IBGE, Itaú, FGV

12 Fiscal: foco na reforma da Previdência A proposta, como enviada pelo governo, teria um impacto no resultado primário do governo federal de 2,0 p.p. do PIB em 2025, na comparação ao cenário em que nenhuma reforma é aprovada; No entanto, o governo anunciou que o parecer do relator Arthur Maia (PPS-BA) vai propor modificações em cinco pontos da proposta original. Acreditamos que a reforma da Previdência será aprovada pelo Congresso Nacional, mas com um impacto de 1,2 p.p. do PIB, ou de 60% da proposta enviada pelo governo. 0,0% Despesas com Previdência % PIB -1,0% -2,0% -3,0% -3,3% -4,0% -5,0% -6,0% Resultado da Previdência + BPC/LOAS Reforma proposta Expectativa reforma aprovada Sem reforma -4,1% -5,3% Fonte: Tesouro nacional, Itaú Fonte: Tesouro Nacional, Itaú

13 Superávit comercial recorde no primeiro trimestre do ano O superávit comercial acumulado no primeiro trimestre deste ano é recorde na série histórica (desde 1992). Revisamos para cima a nossa projeção de superávit, refletindo principalmente o aumento da quantidade exportada de petróleo e combustíveis; Projetamos agora superávit comercial de US$ 52 bilhões em 2017 (ante US$ 49 bilhões) e de US$ 37 bilhões em 2018 (ante US$ 35 bilhões). Déficit em conta corrente, no entanto, deve aumentar ao longo dos próximos anos; Mantivemos a projeção de taxa de câmbio em 3,35 reais por dólar ao fim de 2017, e em 3,45 reais por dólar ao fim de O aumento de juros nos EUA ao longo do ano e a queda dos preços de commodities em relação aos patamares atuais justificam um câmbio mais depreciado do que o observado hoje. Saldo comercial Acumulado no ano, US$ bilhões Taxa de Câmbio BRL/USD, final de período 4,50 4,00 3,50 3,35 3, ,00 2,50 2,00 3, ,50 Fonte: Itaú, BCB

14 Reduzimos a projeção para a inflação deste ano para 3,9% Essa revisão levou em conta uma reavaliação nas projeções para alimentação no domicílio e preços industriais, em meio a resultados mais favoráveis na margem, principalmente no âmbito do atacado; Em termos desagregados, projetamos alta de 3,4% dos preços livres (3,7%, anteriormente), e de 5,3% dos preços administrados (5,5%, anteriormente); Para o ano de 2018, mantivemos a projeção para a inflação em 3,8%. Decomposição IPCA Variação em 12 meses 20% 18% 16% 14% 12% IPCA Livres (76%) Administrados (24%) 10% 8% 6.3% 6% 4% 3,9% Fonte: Itaú, IBGE 2% projeção 0% dez-11 dez-12 dez-13 dez-14 dez-15 dez-16 dez-17

15 Ritmo acelerado de corte de juros O Banco Central realizou um corte de juros de 1,0 p.p. em sua reunião de política monetária de abril, levando a taxa Selic para 11,25%; No comunicado que acompanhou a decisão, o BC sinalizou que a extensão do ciclo de flexibilização monetária dependerá das estimativas de taxa de juros estrutural da economia brasileira, mas também da evolução da atividade econômica, das projeções e expectativas de inflação, além de outros riscos; Projetamos que a taxa Selic atinja 8,25% no fim de 2017 e Esperamos mais um corte de 1,00 p.p. na reunião de maio, dois movimentos de 0,75 p.p. (julho e setembro) e um de 0,50 p.p. (outubro). 15% Selic % p.a. 14% 13% 12% 11% 10% 9% 11,25% 8,96% 9,88% 8% 8,25% 8,25% 7% Fonte: Itaú, Bloomberg Projeção equipe econômica Itaú Apreçamento da SELIC implícito na curva de DI futuro Apreçamento calculado com dados de 13/abr

16 Conclusão Internacional Perspectivas para a economia global continuam favoráveis A tendência de crescimento global continua positiva, com uma aceleração disseminada dos indicadores de atividade; Nos EUA, uma nova decepção com a agenda do governo de Donald Trump adiciona riscos limitados para a economia e para os preços de ativos. Esperamos que o crescimento acelere no 2T17; Na Europa, a atenção está voltada para as eleições francesas, que representam um risco de curto prazo importante para a economia global há também um aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio e na Ásia. Enquanto isso, o crescimento continua sólido na zona do euro; As perspectivas para a China permanecem estáveis. Brasil Inflação segue em queda, Banco Central acelera o passo PIB deve registrar crescimento positivo no 1T17 devido à alta da produção agrícola; A tramitação da reforma da Previdência continuará em abril. Esperamos aprovação no Congresso até o 3T17; Mantivemos nossas projeções de taxa de câmbio (3,35 reais por dólar ao fim de 2017 e 3,45 por dólar ao fim de 2018); Reduzimos a projeção para o IPCA deste ano para 3,9% (antes, 4,1%). Para 2018, mantivemos nossa projeção em 3,8%; O Banco Central acelerou o ritmo de corte de juros. Projetamos que a taxa Selic atinja 8,25% no fim de 2017 e 2018.

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