Natureza pecaminosa e salvação

Transcrição

1 APLICAÇÃO - Buscar bons exemplos a quem imitar e ser um bom exemplo a ser imitado. PENSAMENTO A busca da excelência ministerial em Cristo agrada a Deus. 47 VERSÍCULO PARA DECORAR A Graça seja com todos os que amam a nosso Senhor Jesus Cristo, em sinceridade. A- mém. v. 24; ORAÇÃO Obrigado Senhor pelos Teus ensinamentos através do irmão Paulo. REFLEXÕES FINAIS Natureza pecaminosa e salvação Após o acolhimento do Evangelho, como nos ensinou Jesus, somos transformados em habitação de Deus. A mente de Cristo ou a natureza divina assume a direção do nosso ser através da ação do Espírito Santo. Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará e viremos para ele e faremos nele morada. João (ARA). Um novo ser que expressa no caráter o caráter de Deus é construído. A imagem e a semelhança de Deus, perdidas com a queda, são refeitas. A semelhança com Jesus Cristo, o Filho de Deus, é o alvo. Considerando que a natureza pecaminosa já estava confortavelmente instalada e nos havíamos acostumado com o seu domínio sob o governo de Satanás e de nossos maus desejos, a chegada e a obediência ao Evangelho deram início a uma luta interna entre a natureza pecaminosa e a natureza divina. Somente com a submissão às Escrituras e ao comando do Espírito Santo que habita os salvos é possível manter acorrentada e sem ação a natureza pecaminosa. O apóstolo Paulo relata essa luta interna do salvo e apresenta a estratégia de vitória. Vamos parafraseá-lo: Deixem-se conduzir pelo Espírito Santo para que não tenham o desejo de fazer o que a natureza pecaminosa recomenda. A carne tem aspirações contrárias ao Espírito e luta contra Seus propósitos em relação a nós. Por sua vez o Espírito Santo se opõe aos desejos da carne e nos ensina como podemos verdadeiramente agradar a Deus. Nessa oposição recíproca nem sempre o que desejamos ou o que Deus quer de nós é feito em perfeição. Gálatas As Escrituras nos desafiam a manter permanente rebelião contra a natureza pecaminosa e a nos submeter à natureza divina concedida por Cristo. Após essa explicação inicial sobre a incompatibilidade dos interesses da natureza pecaminosa e da natureza divina em nós, o apóstolo Paulo apresenta duas listas: na primeira está o caráter da natureza pecaminosa e na segunda o caráter de Deus. Gálatas Deus conhece a fragilidade dos nascidos de novo e por isso coloca as Escrituras a sua disposição para que ouçam a Sua voz e assim possam agradar-lhe em tudo enquanto crescem na fé até à maturidade. Se há limite para o crescimento físico, não há limite para o crescimento espiritual. Alcançar a estatura de Cristo é um desafio permanente ao salvo. Efésios A oração é outra fonte de crescimento espiritual. Através dela os filhos de Deus confessam ao Pai o que os aflige, pedem perdão pelos pecados cometidos, buscam capacitação nas decisões, pedem proteção contra o inimigo, intercedem pelos fracos na fé e O adoram pelo que é e faz. Em nossa breve estadia na terra a luta entre a natureza pecaminosa e a divina durará até o final de nossa história. A natureza humana pecaminosa algemada pela natureza divina jamais se dá por vencida e tudo faz para se livrar das algemas ou colocar obstáculos à vida dos filhos de Deus. Nossa vitória definitiva sobre a natureza humana pecaminosa que está indissoluvelmente ligada à morte virá no arrebatamento da igreja quando ocorrerá a primeira ressurreição e a transformação plena dos salvos que estiverem vivos nesse dia. Em novos e incorruptíveis corpos sem pecado, a natureza divina será expressa plenamente em nós. Nesse dia de cele-

2 48 bração a luta inexistirá. 1 Coríntios 15; 1 Tessalonicenses Para que Deus eliminasse na presente era a natureza pecaminosa seria necessário que a- pós a salvação em Cristo ou o novo nascimento, o salvo morresse, deixasse esse mundo para estar espiritualmente com Deus no aguardo da ressurreição. Se isso ocorresse, muitos rejeitariam a salvação porque a natureza pecaminosa ama o mundo presente e se deixa seduzir por ele e por quem a comanda. Numa tal situação o anúncio do Evangelho seria impossível porque o mundo (pessoas e sistema) jaz no maligno. Ao orar por nós o Senhor Jesus assim se expressou: Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio de sua palavra. João , 20. (ARA). A realidade da luta entre as duas naturezas em nós é conhecida de Deus e diante de nossa fragilidade e da possibilidade de sermos derrotados pela permanente investida satânica, o Senhor Jesus enviou-nos da parte do Pai o Espírito Santo que em nós habita e habilita para sermos vencedores. Somente a permanência de Deus em nós garante a vitória sobre o mal. Com Ele o pecado não tem poder sobre nós. Essa luta exige que submetamos nossa vontade à vontade de Deus. Deus luta por nós quando nos tornamos impotentes, mas deseja lutar através de nós para que o inimigo seja humilhado e Seu Nome glorificado. Para entendermos esse raciocínio vale a pena conhecer a história de Jó e do apóstolo Paulo. Na fraqueza Deus os fortaleceu a fim de que tivessem paz, alegria e ousadia na exaltação do seu Senhor e Salvador. As palavras do apóstolo Paulo e de Pedro representam desafio, compromisso e encorajamento na luta. O salvo ou o nascido de novo declara: Fui crucificado com Cristo. Assim já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim. Gálatas 2, 20. (NVI); Pois que vantagem há em suportar açoites recebidos por terem cometido o mal? Mas se vocês suportam o sofrimento por terem feito o bem, isso é louvável diante de Deus. 1 Pedro (NVI). Até o Senhor Jesus que não possuía natureza pecaminosa, a exemplo de Adão antes de pecar, não estava isento de pecar. Ele era tão humano quanto nós neste mundo. Sua conduta irrepreensível ao resistir ao Diabo e aos desejos inerentes à natureza humana é a prova de que firmados nas Escrituras e submissos à direção do Espírito Santo podemos vencer todo tipo de tentação se estivermos determinados a obedecer a Deus e agradá-lo em tudo. João Ao se assemelhar a nós, com exceção do pecado, o Senhor Jesus se tornou legalmente o perfeito modelo de vida agradável a Deus e por isso foi constituído pelo Pai para ser o nosso substituto. Ele tomou sobre Si o que a Justiça de Deus havia determinado como punição aos pecadores. O apóstolo Paulo O chama sabiamente de segundo Adão porque Nele Deus criou a geração dos salvos. O Filho do Homem só não caiu porque estava determinado a obedecer ao Pai e Lhe fazer a Vontade, boa, agradável e perfeita. Sua origem adâmica por parte de Maria não foi vista por Ele como empecilho na obediência ao Pai. Na obediência ao que Deus determina inexiste o pecado. João 4. 34; 6. 38; 8. 29; Romanos ; Tiago Esse é o segredo da vida cristã vitoriosa. Daí a necessidade da vigilância e oração como nos recomendou Jesus. Mateus ; Romanos 6. 13; 1 Coríntios Concluímos: a manutenção da natureza pecaminosa sob domínio agrada a Deus porque nossa luta contra ela é a prova de que O amamos. Ao nos deixarmos conduzir pelo Espírito Santo, a natureza divina age de tal maneira em nosso ser que temos não somente o suficiente, mas muito mais, abundantemente, e além do que imaginamos ou precisamos a cada dia para viver em santidade. Efésios O a- póstolo Pedro sob inspiração divina nos encoraja: Seu divino poder nos deu tudo de que necessitamos para a vida, e para a piedade, por meio do pleno conhecimento daquele que nos chamou para sua própria glória e virtude. Dessa maneira, ele nos deu as suas grandiosas e preciosas promessas, para que por elas, vocês se tornassem participantes da natureza divina e fugissem da corrupção que há no mundo, causado pela cobiça. (NVI). Grifo nosso. 2 Pedro A esse respeito o apóstolo Paulo declarou aos salvos: Quem conheceu a mente do Senhor para que possa instruí-lo? Nós, porém, temos a mente de Cristo, 1 Coríntios Grifo nosso. Quem possui a mente de Cristo cultiva em si a natureza divina implantada pelo Espírito Santo. Por outro lado mantém inerte em seu interior a natureza pecaminosa. Sabe, porém, que ela

3 49 sendo má, age como vírus oportunista e se manifesta vigorosa e aparentemente invencível diante da fragilidade ou da falta de vigilância. Daí a recomendação bíblica para que vigiemos nossos sentidos a fim de que as emoções, atitudes e ações negativas não se manifestem para tristeza do Espírito Santo, desonra nossa, danos nos relacionamentos e desserviço ao Evangelho. Os apóstolos de Jesus Cristo não estiveram imunes a esse ataque. Somos salvos ou estamos sendo salvos? A natureza pecaminosa é pródiga (abundante) em justificativas e não se omite até na exposição de ensinos falsos sobre o nosso relacionamento com Deus principalmente no que se refere à salvação. Jesus nos ensinou que Nele somos salvos. A certeza da salvação é a garantia que Ele nos dá em Sua Palavra. Não deixou qualquer dúvida sobre o ato perfeito de Deus em nossa salvação ou novo nascimento quando acolhemos a Graça de Deus pela fé em Jesus Cristo. As Escrituras nos garantem que em Cristo somos plenamente salvos no presente e essa salvação, seguida dos seus frutos, nos acompanhará na eternidade com Deus. Seu ato salvífico é perfeito. Assim declarou Jesus na cruz:... Está consumado. Com isso curvou a cabeça e entregou o espírito. João (NVI). Leia Hebreus Alguns intelectuais da fé, contemporâneos, advogam o pensamento de que em Cristo estamos sendo salvos. Crêem num nascimento que não se completa em vida; crêem numa salvação imperfeita para a era presente e que poderá ser retirada ou renovada de acordo com nossas obras. Tiram o foco da promessa de Deus e a colocam nos méritos humanos. Esses mestres de homens se esquecem de que o novo nascimento ou salvação conforme está registrado nas Escrituras é ato perfeito e irreversível de Deus. João , 36; No mundo natural, após o nascimento, vem o processo do crescimento, do alcance da maturidade e da frutificação seguidos pela morte. No mundo espiritual, preparado por Deus aos salvos, após o novo nascimento vem o processo de crescimento, do alcance da maturidade e da frutificação que serão seguidos pela vida eterna com Deus na plenitude do ser após a ressurreição. Podemos falar em crescimento contínuo na vida espiritual e não de um nascimento contínuo. Este se opõe à lógica natural e à lógica divina. Alegra-nos a perfeição da Palavra de Deus que repele todo conceito que não está de acordo com sua plenitude de verdade. Devemos crer no que Deus diz em Sua Palavra e não no que pensamos ou ouvimos de homens cujas idéias estão presas a sua insegurança espiritual. Leia Salmo , 140, 151, 160; Provérbios 30. 5; 2 Coríntios ; Quem verdadeiramente foi gerado filho de Deus pela ação do Espírito Santo jamais poderá voltar à condição de não filho. Seu novo caráter visto na vida de santidade e compromisso com Deus são marcas inequívocas do novo nascimento ou salvação. João 3. 16; 5. 24; Romanos Na salvação necessariamente estão presentes a Graça de Deus e a fé nessa Graça. Jesus Cristo, o Salvador, deixou bem claro esse vínculo entre Salvador e salvo. As Escrituras não apóiam qualquer raciocínio humano onde a Soberania de Deus seja exercida à parte de Sua Graça ao impor a salvação a quem não crê ou a negar a salvação a quem crê. O ministério do Espírito Santo é convencer o pecador e ajudá-lo no conhecimento de Deus e na exposição de Sua Palavra, mas jamais tomar a decisão por ele. João ; ; Deus conhece o coração daqueles que O chamam de Senhor, mas não fazem o que Ele determina. Assim como o agricultor tem a perícia necessária para separar o joio que está misturado ao trigo, Deus conhece quem é Dele. Surpresas aguardam a igreja no dia arrebatamento! Um dia os falsos e os sinceros se manifestarão. Mateus ; ; Lucas 6. 46; ; João 3. 16, 36. O fato de acolhermos a Graça de Deus em nada fere Sua Soberania. Mesmo morto em seus delitos e pecados o homem é capacitado por Deus a crer em Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Paulo se colocou como exemplo dessa ação divina. 1 Coríntios 15. 9; Gálatas 3. 22; Efésios ; 1 Timóteo A salvação não tem caráter coercitivo ou discriminatório porque Deus não faz acepção de pessoas e nem usa Sua Soberania e poder para salvar alguns e sonegar a salvação a outros. João 3. 16; Atos ; Romanos 2. 11; Tiago 2. 9; 1 Pedro Os apóstolos detalharam

4 50 esse ensinamento nas Escrituras. Atos 4. 12; ; 1 Timóteo Os antigos profetas, antes da vinda do Salvador Jesus Cristo, manifestaram a Vontade de Deus no que escreveram. Ezequiel , 32. Somos salvos ou estamos sendo salvos? Compare as traduções abaixo e veja qual delas está de acordo com o sentido que Deus dá a Sua Palavra e ao que faz na salvação. Vamos ler 1 Coríntios 1. 18: Pois a mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus. (NVI). Grifo nosso. O mesmo conceito é repetido nas traduções da Bíblia Século 21 (A21), da Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH) e na tradução ecumênica TEB. Felizmente essas Bíblias se corrigem em Atos e Efésios Leia. Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós que somos salvos, poder de Deus. Grifo nosso. Almeida Atualizada (ARA); Almeida Revista e Corrigida (ARC). Tradução coerente com Atos e Efésios Uma terceira tradução apresenta o homem como agente de sua própria salvação ou divide o crédito dela com Deus. Com efeito, a linguagem da cruz é loucura para aqueles que se perdem, mas para aqueles que se salvam, para nós, é poder de Deus. Grifo nosso. Bíblia de Jerusalém (BJ) e Bíblia Pastoral (BP). Felizmente essas Bíblias se corrigem em Atos e Efésios Quem se diz filho de Deus e age como se não fosse filho, desonrando o Pai e Sua família, jamais foi verdadeiramente um filho de Deus. O caráter e as obras que dele procedem mostram sua verdadeira origem. Jesus Cristo nos ensinou a discernir o falso e o verdadeiro. Mateus ; Romanos ; 2 Coríntios 13. 5; 2 Coríntios Em sua história a igreja tem sofrido a ação sutil de Satanás que permanentemente coloca em dúvida a Pessoa e a perfeita obra divina na salvação. Leia o que o apóstolo Paulo disse à liderança da igreja em Éfeso por ocasião de sua despedida antes de partir para Jerusalém. A- tos Há aqueles que consideram que o cristão está sujeito a perder a salvação, caso suas obras não correspondam ao dom ou aos dons recebidos. Vinculam obras humanas à salvação. Criase uma relação de medo com o Salvador. Esses líderes religiosos ao passarem uma imagem errônea do Deus de amor, desejam com isso ter domínio até sobre a consciência dos salvos e se colocam como seus gurus e juízes. Oferecem uma falsa cobertura espiritual aos liderados e assim usurpam o que está restrito a Deus. Ele sim é o nosso refúgio e socorro em todos os tempos. Esquecem-se de que as obras a serem praticadas pelo cristão já foram estabelecidas por Deus. É Deus quem determina qual deve ser o procedimento e as obras do salvo que Lhe agrada. Efésios Finalmente há aqueles que anunciam o alcance da salvação pelas obras, méritos e sacrifícios humanos. Neste caso é o homem quem determina para Deus as regras de sua própria salvação. A obra substitutiva de Jesus Cristo na cruz é minimizada ou anulada. Tornam sem valor o valor que Deus deu ao sacrifício substitutivo de Jesus Cristo. Ao estabelecerem essa parceria com o Criador em sua própria salvação, o homem considera Deus incompetente para salvar porque necessita da ajuda humana na realização dessa obra. As Escrituras não fornecem fundamento para essa insensatez religiosa. A Graça de Deus basta-se a si mesma na salvação de quem crê em Jesus como Senhor e Salvador. A salvação é expressão do amor de Deus e jamais esse amor convive com o medo ou à possibilidade de a perdermos. Romanos Convido o leitor a refletir sobre o que foi exposto a fim de que o nosso relacionamento com Deus esteja de acordo com o que Ele estabeleceu nas Escrituras e não na doutrina de homens que desejam transferir sua autossuficiência para a obra perfeita de Deus. A igreja de Jesus Cristo, a exemplo do Seu fundador possui natureza divina e humana. É humana porque é formada por pessoas salvas e que pela fé em Jesus Cristo como único e suficiente Senhor e Salvador foram alcançadas pela Graça de Deus. É divina porque sendo corpo de Cristo tem a Ele como sua cabeça. Não podemos considerar igreja de Cristo uma igreja acéfala, isto é, que não O tenha como cabeça. Jesus Cristo age na terra através do Seu corpo

5 51 que é a igreja também chamada por Ele de noiva e esposa. Que o Senhor nos abençoe e nos dê discernimento e inteligência espiritual para que honremos o Seu Nome no breve período de nossa permanência na terra. Seu irmão em Cristo Joel Evangelista Bueno. Fontes de pesquisa Bíblias: ARC (Almeida, revista e corrigida); ARA (Almeida, revista e atualizada; NVI (Nova Versão Internacional); BNTLH (Nova tradução na linguagem de hoje); ( BV (Bíblia Viva); BJ (Bíblia de Jerusalém). Livros e meios eletrônicos para a coleta de dados históricos: Comentário Ritchie - Efésios (Edições Cristãs Ourinhos - SP); Enciclopédia Wikipédia Internet; Dicionário Aulete - Internet Auto-ajuda através da Bíblia, programa de computador elaborado por: Ricardo da Costa Alba, Nivaldo Rocha Vieira, Ismael A. R. Vieira fornecido gratuitamente pelo site