CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA II UIA 3 LUCRO PRESUMIDO
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- Marcos Fernandes Dreer
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1 VERSÃO PARA IMPRESSÃO CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA II UIA 3 LUCRO PRESUMIDO
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3 3 SUMÁRIO Aula 9 Contexto atual, Definições e Aspecto Legal Contexto Atual Explicando o Lucro Presumido Aspectos Legais... 6 Aula 10 Base Legal dos Percentuais de Presunções Base Legal dos Percentuais Atividades e Seus Percentuais de Presunções (Imposto de Renda) Atividades e Seus Percentuais de Presunções (Contribuição Social Sobre o Lucro) Aula 11 Apuração da Contribuição Social Sobre o Lucro Explicando a Sistemática de Cálculo da Contribuição Social Sobre o Lucro Cálculos Práticos da Contribuição Social Sobre o Lucro Aula 12 Apuração do Imposto de Renda Explicando a Sistemática de Cálculo do Imposto de Renda Cálculos Práticos do Imposto de Renda... 19
4 4 Aula 9 CONTEXTO ATUAL, DEFINIÇÕES E ASPECTO LEGAL Olá, estudante, bem-vindo(a) à terceira Unidade de Interação e Aprendizagem (UIA). Após duas unidades de conteúdos, chegou a hora de continuar nosso percurso, desta vez, estudando, nesta UIA, os assuntos relativos ao lucro presumido. Fique atento e bons estudos! n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n Acesse o material de estudo, disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), e assista à videoaula e tenha uma breve introdução dos principais tópicos que serão abordados na UIA 3. n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n 9.1. CONTEXTO ATUAL No Brasil, a legislação oferece às pessoas jurídicas três formas de tributação do lucro empresarial; Lucro Real, Arbitrado e Presumido. A escolha da tributação pelo Lucro Presumido poderá ser exercida desde que não haja nenhum impedimento legal para o exercício dessa opção. Da mesma forma como ocorre na tributação pelo Lucro Real (Trimestral Definitivo) e Arbitrado, o Imposto de Renda (IR) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), apurados com base no Lucro Presumido, são determinados por períodos de apuração trimestrais, encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário. O tópico a seguir explica essa forma diferenciada de tributação do lucro empresarial EXPLICANDO O LUCRO PRESUMIDO O Lucro Presumido é uma forma resumida de apuração da base de cálculo do IR e da CSLL por meio da aplicação de percentuais, determinados de acordo com as atividades exercidas pela pessoa jurídica, sobre somente os valores das receitas empresariais. Em vista disso, essa sistemática tributária não permite a dedução de qualquer despesa na determinação da base de cálculo dos dois referidos tributos. Quanto aos cálculos do IR e da CSLL, a legislação também não permite a dedução de incentivos fiscais quando dos seus recolhimentos. Contudo, é permitida a dedução de valores retidos na fonte no valor devido de IR e CSLL a recolher.
5 5 O artigo 25 da Lei Federal nº 9.430/1996 estabelece que o Lucro Presumido será determinado pela soma das seguintes parcelas: Art. 25. O lucro presumido será o montante determinado pela soma das seguintes parcelas: I. o valor resultante da aplicação dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, sobre a receita bruta definida pelo art. 12 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, auferida no período de apuração de que trata o art. 1º, deduzida das devoluções e vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos; e (Redação dada pela Lei nº , de 2014) (Vigência) II. os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras, as demais receitas, os resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas pelo inciso I, com os respectivos valores decorrentes do ajuste a valor presente de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e demais valores determinados nesta Lei, auferidos naquele mesmo período. (Redação dada pela Lei nº , de 2014) (Vigência) 1º O ganho de capital nas alienações de investimentos, imobilizados e intangíveis corresponderá à diferença positiva entre o valor da alienação e o respectivo valor contábil. (Incluído pela Lei nº , de 2014) (Vigência) 2º Para fins do disposto no 1º, poderão ser considerados no valor contábil, e na proporção deste, os respectivos valores decorrentes dos efeitos do ajuste a valor presente de que trata o inciso III do caput do art. 184 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de (Incluído pela Lei nº , de 2014) (Vigência) 3º Os ganhos decorrentes de avaliação de ativo ou passivo com base no valor justo não integrarão a base de cálculo do imposto, no momento em que forem apurados. (Incluído pela Lei nº , de 2014) (Vigência) 4º Para fins do disposto no inciso II do caput, os ganhos e perdas decorrentes de avaliação do ativo com base em valor justo não serão considerados como parte integrante do valor contábil. (Incluído pela Lei nº , de 2014) (Vigência) 5º O disposto no 4º não se aplica aos ganhos que tenham sido anteriormente computados na base de cálculo do imposto. (Incluído pela Lei nº , de 2014) (Vigência). (BRASIL, 1996) Sobre a opção, isto é, a forma de manifestação pelo Lucro Presumido, esta ocorre, conforme estabelece o artigo 26 da Lei nº 9.430/1996, com o pagamento da primeira quota ou quota única do imposto devido correspondente ao primeiro período de apuração de cada ano-calendário, sendo considerada definitiva para todo o ano-calendário. As pessoas jurídicas que tenham iniciado suas atividades a partir do segundo trimestre do ano-calendário manifestarão a sua opção por meio do pagamento da primeira ou única quota do imposto devido relativa ao período de apuração do início de atividade. Art. 26. A opção pela tributação com base no lucro presumido será aplicada em relação a todo o período de atividade da empresa em cada ano-calendário. 1º A opção de que trata este artigo será manifestada com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido correspondente ao primeiro período de apuração de cada ano-calendário. 2º A pessoa jurídica que houver iniciado atividade a partir do segundo trimestre manifestará a opção de que trata este artigo com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido relativa ao período de apuração do início de atividade. 3º A pessoa jurídica que houver pago o imposto com base no lucro presumido e que, em relação ao mesmo ano-calendário, alterar a opção, passando a ser tributada com base no lucro real, ficará sujeita ao pagamento de multa e juros moratórios sobre a diferença de imposto paga a menor. 4º A mudança de opção a que se refere o parágrafo anterior somente será admitida quando formalizada até a entrega da correspondente declaração de rendimentos e
6 6 antes de iniciado procedimento de ofício relativo a qualquer dos períodos de apuração do respectivo ano-calendário. (BRASIL, 1996) Sobre a possibilidade de mudança da opção de tributação utilizando o REDARF, Higuchi (2017, p. 54) ressalta que: A legislação em vigor não permite mudar a forma de tributação de lucro presumido para lucro real ou desta para aquela forma. A opção exercida no primeiro pagamento do imposto de renda ou da CSLL em cada período de apuração é definitiva. Inúmeras empresas procuram fazer o REDARF, isto é, retificação do código de pagamento de tributo para viabilizar a mudança da forma de tributação. A IN nº 672, de , que disciplinou a retificação de erros no preenchimento de DARF, dispõe em seu art. 11 que serão indeferidos os pedidos de retificação que versem sobre alteração de código de receita que corresponda à mudança no regime de tributação do IRPJ, quando contrariar o disposto na legislação específica. (HIGUCHI, 2017, p. 54) O próximo tópico abordará os aspectos legais sobre a tributação pelo Lucro Presumido ASPECTOS LEGAIS O artigo 13 da Lei Federal nº 9.718/1998, determina as condições que permitem à pessoa jurídica exercer a opção de tributação pelo Lucro Presumido. São elas (BRASIL, 1998): cuja receita total no ano-calendário anterior tenha sido igual ou inferior a R$ ,00 (setenta e oito milhões de reais) ou a R$ ,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses em atividade no ano-calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses; e que não estejam obrigadas à tributação pelo Lucro Real em função da atividade exercida ou da sua constituição societária ou natureza jurídica. Você sabia que, até 31/12/2013, o limite anual era de R$ ,00? Vale destacar também que a opção pelo Lucro Presumido só poderá ser exercida pela pessoa jurídica que não se enquadrar em nenhum dos impedimentos estabelecidos no art. 14 da Lei nº 9.718/1998. Veja agora as situações que obrigam a pessoa jurídica a tributar pelo Lucro Real: 1. Cuja receita total no ano-calendário anterior seja superior ao limite de R$ ,00 (setenta e oito milhões de reais) ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a 12 (doze) meses; 2. Cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta; 3. Que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;
7 7 4. Que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto; 5. Que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 2 da Lei n 9.430, de 1996; 6. Que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring); e 7. Que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do agronegócio. Abaixo, a transcrição do artigo 13 da Lei nº 9.718/1998, para ratificação da regra de opção pelo Lucro Presumido: Art. 13. A pessoa jurídica cuja receita bruta total no ano-calendário anterior tenha sido igual ou inferior a R$ ,00 (setenta e oito milhões de reais) ou a R$ ,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses, poderá optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido. (Redação dada pela Lei nº , de 2013) (Vigência). 1 A opção pela tributação com base no lucro presumido será definitiva em relação a todo o ano-calendário. 2 Relativamente aos limites estabelecidos neste artigo, a receita bruta auferida no ano anterior será considerada segundo o regime de competência ou de caixa, observado o critério adotado pela pessoa jurídica, caso tenha, naquele ano, optado pela tributação com base no lucro presumido. (BRASIL, 1998) Para fins de verificação do limite anual de R$ 78 milhões, a Receita Federal considera como receita bruta: 1. o produto da venda de bens nas operações de conta própria; 2. o preço da prestação de serviços em geral; 3. o resultado auferido nas operações de conta alheia; e 4. as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não compreendidas nos itens I a III. Na receita bruta incluem-se os tributos sobre ela incidentes e o ajuste a valor presente de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, das operações vinculas à receita bruta. Serão acrescidas à receita bruta as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica (BRASIL, 1976). Em razão do exposto, a receita líquida será a receita bruta diminuída de: 1. devoluções e vendas canceladas; 2. descontos concedidos incondicionalmente; 3. tributos sobre ela incidentes; e 4. valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, das operações vinculadas à receita bruta. Na receita bruta não se incluem os tributos não cumulativos cobrados, destacadamente, do comprador ou contratante pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de mero depositário.
8 8 Ainda sobre o limite de R$ 78 milhões, Higuchi (2017, p. 52) destaca que: O limite de R$ refere-se à receita total do ano-calendário anterior. A Receita Federal tem esclarecido em seus manuais de orientação que integram a receita total: a. a receita bruta auferida na atividade objeto da pessoa jurídica (venda de mercadorias ou produtos ou da prestação de serviços etc.); b. as receitas de quaisquer outras fontes não relacionadas diretamente com os c. objetivos sociais da pessoa jurídica; d. os ganhos de capital; e. os ganhos líquidos obtidos em operações de renda variável; f. os rendimentos auferidos em aplicações financeiras de renda fixa; g. os rendimentos decorrentes de participações societárias. A lei diz receita total e não receita bruta total. As duas expressões são totalmente diferentes. Na receita total estão compreendidas a receita bruta, outras receitas operacionais e as receitas não operacionais, além dos ganhos de capital. (HIGUCHI, 2017, p. 52) A partir de 1º/01/2015 ou a contar de 1º/01/2014, nos termos do art. 75 da Lei nº , de 2014, a base de cálculo do Imposto de Renda sobre o Lucro Presumido será apurada a partir da receita bruta apurada de acordo com o art. 2º da Lei nº , de 2014 (BRASIL, 2014). Cabe mencionar que as empresas submetidas ao Programa de Recuperação Fiscal (REFIS), conforme ressalta Higuchi (2017, p. 51), poderão optar pelo Lucro Presumido enquanto estiverem pagando o parcelamento de tributos: O art. 4º da Lei nº 9.964/00 dispõe que as pessoas jurídicas de que tratam os incisos I, III, IV e V do art. 14 da Lei nº 9.718/98 poderão optar, durante o período em que submetidas ao REFIS, pelo regime de tributação com base no lucro presumido. Isso significa que enquanto estiver pagando o parcelamento de tributos de acordo com o Programa REFIS, a pessoa jurídica poderá optar pelo lucro presumido, ainda que: I. a receita total do ano-calendário anterior tenha sido superior a R$ ,00; II. tenha lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; III. usufrua de benefício fiscal de isenção ou redução de imposto sobre o lucro; IV. no decorrer do ano-calendário, tenha efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa. Não deixe de acessar o conteúdo completo da Lei Federal nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, por meio do link a seguir. E para ler a Lei Federal nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, use este próximo link!
9 9 n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n Acesse o material de estudo, disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), e assista à videoaula sobre a importante aula 9, que trata se do contexto atual, definições e aspecto legal do lucro presumido. n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n n A base legal dos percentuais de presunção também é assunto importante no estudo do Lucro Presumido, conteúdo a ser tratado na próxima aula. Termina aqui nossa primeira aula desta unidade. Introduzimos conceitos que serão importantes ao longo desta parte do conteúdo. Vá em frente! Aula 10 BASE LEGAL DOS PERCENTUAIS DE PRESUNÇÕES Estudantes, após estudarmos o contexto atual, as definições e o aspecto legal do Lucro Presumido na aula anterior, aqui, falaremos sobre Base Legal dos Percentuais de Presunções. Continue os estudos desta disciplina e boa aula! BASE LEGAL DOS PERCENTUAIS O Lucro Presumido é apurado em consequência da presunção calculada sobre a receita bruta da atividade exercida pela pessoa jurídica acrescido das demais receitas auferidas pela empresa, no período trimestral de apuração dos tributos devidos. Os percentuais que devem ser utilizados pela pessoa jurídica para apuração da base de cálculo do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), são determinados pela legislação tributária e, por essa razão, devem ser observados rigorosamente no cumprimento da obrigação tributária principal. Quanto ao IR, os percentuais de presunção estão estabelecidos no artigo 15 da Lei Federal nº 9.249/1995. Sobre a CSLL, tais percentuais constam do artigo 20 da referida Lei Federal. O próximo tópico apresentará as atividades e os percentuais determinados para a presunção decorrente da receita bruta da pessoa jurídica ATIVIDADES E SEUS PERCENTUAIS DE PRESUNÇÕES (IMPOSTO DE RENDA) O quadro 1 mostra as atividades e percentuais que deverão ser utilizados na apuração da base de cálculo presumida, incidente sobre a receita bruta, e consequentemente do cálculo e recolhimento do IR.
10 10 Artigos Descrição A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do percentual de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o disposto no art. 12 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, deduzida das devoluções, vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos, sem prejuízo do disposto nos arts. 30, 32, 34 e 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de (Redação dada pela Lei nº , de 2014) (Vigência) 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de: I. um inteiro e seis décimos por cento, para a atividade de revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural; II. dezesseis por cento: Art. 15 a. para a atividade de prestação de serviços de transporte, exceto o de carga, para o qual se aplicará o percentual previsto no caput deste artigo; b. para as pessoas jurídicas a que se refere o inciso III do art. 36 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, observado o disposto nos 1º e 2º do art. 29 da referida Lei; III. trinta e dois por cento, para as atividades de (Vide Medida Provisória nº 232, de 2004): a. prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas, desde que a prestadora destes serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária Anvisa; (Redação dada pela Lei nº , de 2008) b. intermediação de negócios; c. administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; d. prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). e. prestação de serviços de construção, recuperação, reforma, ampliação ou melhoramento de infraestrutura vinculados a contrato de concessão de serviço público. (Incluído pela Lei nº , de 2014) (Vigência) 2º No caso de atividades diversificadas será aplicado o percentual correspondente a cada atividade. 3º As receitas provenientes de atividade incentivada não comporão a base de cálculo do imposto, na proporção do benefício a que a pessoa jurídica, submetida ao regime de tributação com base no lucro real, fizer jus. 4º O percentual de que trata este artigo também será aplicado sobre a receita
11 11 financeira da pessoa jurídica que explore atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à venda, bem como a venda de imóveis construídos ou adquiridos para a revenda, quando decorrente da comercialização de imóveis e for apurada por meio de índices ou coeficientes previstos em contrato. (Incluído pela Lei nº , de 2005). Quadro 1. Atividades e percentuais utilizados na apuração do Lucro Presumido (IR). Fonte: Brasil (1995) Cabe mencionar que os percentuais apresentados no quadro anterior deverão ser utilizados somente para apuração da base de cálculo presumida sobre a receita bruta. Depois dessa apuração, a base presumida deverá ser adicionada aos valores das demais receitas, auferidas no período de apuração pela pessoa jurídica, para fins de determinação da base de cálculo final do Imposto de Renda. Ressalta-se que os percentuais de presunção, para fins de apuração da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro, são distintos dos utilizados nos cálculos do Imposto de Renda, assunto a ser tratado no próximo tópico ATIVIDADES E SEUS PERCENTUAIS DE PRESUNÇÕES (CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO) A seguir, o Quadro 2 apresenta os percentuais e as atividades que deverão ser observadas na apuração da base de cálculo presumida, incidente sobre a receita bruta, para fins de cálculo e recolhimento da CSLL. Artigos Art. 20 Descrição A base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido devida pelas pessoas jurídicas que efetuarem o pagamento mensal ou trimestral a que se referem os arts. 2º, 25 e 27 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, corresponderá a 12% (doze por cento) sobre a receita bruta definida pelo art. 12 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, auferida no período, deduzida das devoluções, vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as atividades a que se refere o inciso III do 1º do art. 15, cujo percentual corresponderá a 32% (trinta e dois por cento). (Redação dada pela Lei nº , de 2014) (Vigência) 1º A pessoa jurídica submetida ao lucro presumido poderá, excepcionalmente, em relação ao 4º (quarto) trimestre-calendário de 2003, optar pelo lucro real, sendo definitiva a tributação pelo lucro presumido relativa aos 3 (três) primeiros trimestres. (Renumerado com alteração pela Lei nº , de 2005) 2º O percentual de que trata o caput deste artigo também será aplicado sobre a receita financeira de que trata o 4º do art. 15 desta Lei. (Incluído pela Lei nº , de 2005). I. trinta e dois por cento, para as atividades de (Vide Medida Provisória nº 232, de 2004): a. prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas, desde que a
12 12 Inciso III do 1º do art. 15 da Lei Federal nº 9.249/1995 prestadora destes serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária Anvisa; (Redação dada pela Lei nº , de 2008) b. intermediação de negócios; c. administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; d. prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). e. prestação de serviços de construção, recuperação, reforma, ampliação ou melhoramento de infraestrutura vinculados a contrato de concessão de serviço público. (Incluído pela Lei nº , de 2014) (Vigência) Quadro 2. Atividades e percentuais utilizados na apuração do Lucro Presumido (CSLL). Fonte: Brasil (1995) A leitura da legislação é essencial para desenvolver as competências relacionada a esta parte do conteúdo. Acesse a Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, e a Lei nº , de 13 de maio de 2014, por meio dos links a seguir. Continue estudando! A sistemática de cálculo para fins de apuração da Contribuição Social sobre o Lucro é o assunto a ser tratado na próxima aula. Até lá! Aula 11 APURAÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO Nesta aula, terceira da nossa Unidade de Interação e Aprendizagem (UIA), falaremos mais especificamente da Apuração da Contribuição Social sobre o Lucro. Boa aula! EXPLICANDO A SISTEMÁTICA DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO Na tributação trimestral pelo Lucro Presumido, o cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) deve seguir a mesma sistemática utilizada na apuração dos cálculos do Imposto de Renda (IR). Logo, se o IR for calculado pelo Lucro Presumido, a CSLL deverá ser determinada por essa mesma sistemática.
13 13 Conforme menciona Higuchi (2017, p. 70), É vedada a mudança de opção no decorrer do ano ou no ato de entrega da declaração. Com isso, a pessoa jurídica que optar pelo lucro presumido deverá apurar o imposto de renda e a contribuição social sobre o lucro por períodos trimestrais. A CSLL será determinada mediante a aplicação da alíquota sobre a base de cálculo presumida. De acordo com a Lei Federal nº 7.689, de 15 de dezembro de 1988, a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido será de (BRASIL, 1988): 1. 20% (vinte por cento), no período compreendido entre 1º de setembro de 2015 e 31 de dezembro de 2018, e 15% (quinze por cento) a partir de 1º de janeiro de 2019, no caso das pessoas jurídicas de seguros privados, das de capitalização e das referidas nos incisos I a VII e X do 1º do art. 1º da Lei Complementar no 105, de 10 de janeiro de 2001; 2. 17% (dezessete por cento), no período compreendido entre 1 º de outubro de 2015 e 31 de dezembro de 2018, e 15% (quinze por cento) a partir de 1 º de janeiro de 2019, no caso das pessoas jurídicas referidas no inciso IX do 1º do art. 1º da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001; Lei nº , de 2015); e 3. 9% (nove por cento), no caso das demais pessoas jurídicas. Em síntese, para realizar os cálculos da CSLL a recolher, a empresa que adota o Lucro Presumido deverá seguir a seguinte sequência de procedimentos: a. identificar a atividade exercida pela empresa; b. verificar o percentual de presunção determinado na legislação tributária; c. aplicar o referido percentual sobre o valor da receita bruta; d. adicionar ao valor apurado no item anterior os valores das demais receitas auferidas pela pessoa jurídica; e e. calcular a CSLL de acordo com a alíquota prevista na legislação. O próximo tópico mostrará os cálculos práticos da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CÁLCULOS PRÁTICOS DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO Sobre os cálculos da CSLL com base no Lucro Presumido, de acordo com as regras estabelecidas nos artigos 15 e 20 da Lei nº 9.249/1995, Higuchi (2017, p. 70) destaca que: O art. 20 da Lei nº 9.249, de 1995, na redação dada pela lei nº , de 2014, dispõe que a base de cálculo da CSLL devida pelas pessoas jurídicas que efetuarem o pagamento mensal ou trimestral, corresponderá a 12% sobre a receita bruta definida pelo art. 12 do Decreto-lei nº 1.598, de 1977, auferida no período, deduzida das devoluções, vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as atividades a que se refere o inciso III do 1º do art. 15, cujo percentual corresponderá a 32%. (HIGUCHI, 2017, p. 70)
14 14 Nesse contexto, os quadros 3, 4, 5 e 6 apresentam exemplos de apuração da base de cálculo e do montante devido a título de CSLL durante um exercício social (janeiro a dezembro). No exemplo dos cálculos, a atividade exercida pela pessoa jurídica é a de Compra e Venda de Mercadorias. Conforme estabelece a legislação, essa atividade implica na aplicação, para a presunção sobre a receita bruta, de um percentual de 12% (doze por cento). Os valores da receita bruta e das demais receitas, para ilustração dos cálculos, serão de: a. Primeiro trimestre: receita bruta: R$ ,00 e demais receitas R$ ,00. b. Segundo trimestre: receita bruta: R$ ,00 e demais receitas R$0,00. c. Terceiro trimestre: receita bruta: R$ ,00 e demais receitas R$50.000,00. d. Quarto trimestre: receita bruta: R$ ,00 e demais receitas R$ ,00. Cabe mencionar que a atividade exercida pela empresa é condição fundamental para a definição do(s) percentual(ais) de presunção(ões) a ser(em) utilizado(s) na apuração do lucro tributável. Descrição Valor em R$ Comentários Receita Bruta da pessoa jurídica apurada no trimestre Percentual de Presunção da Base de Cálculo ,00 Esse valor é obtido da DRE do período de apuração ou dos registros efetuados nos livros fiscais auxiliares. 12% O percentual é decorrente da atividade exercida pela pessoa jurídica. Com relação à CSLL os percentuais são apenas dois: 12% ou 32%. (=) Base de Cálculo Presumida ,00 R$ ,00 x 12% (+) Demais Receitas Ganhos de Capital Outras Receitas , , ,00 De acordo com a legislação tributária, os ganhos de capital e as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica devem ser adicionados à base de cálculo presumida (=) Base de cálculo da CSLL ,00 R$60.000,00 (base presumida pelo percentual de 12%) + R$ ,00 (demais receitas) CSLL apurada à alíquota de 9% ,00 R$ ,00 x 9% Quadro 3. Exemplo de apuração no primeiro trimestre da base de cálculo e da CSLL no Lucro Presumido Descrição Valor em R$ Comentários Receita Bruta da pessoa jurídica apurada no trimestre ,00 Esse valor é obtido da DRE do período de apuração ou dos registros efetuados nos livros fiscais auxiliares.
15 15 Percentual de Presunção da Base de Cálculo 12% O percentual é decorrente da atividade exercida pela pessoa jurídica. Com relação à CSLL os percentuais são apenas dois: 12% ou 32%. (=) Base de Cálculo Presumida ,00 R$ ,00 x 12% (+) Demais Receitas 0,00 De acordo com a legislação tributária, os ganhos de capital e as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica devem ser adicionados à base de cálculo presumida (=) Base de cálculo da CSLL ,00 R$84.000,00 (base presumida pelo percentual de 12%) + R$0,00 (demais receitas) CSLL apurada à alíquota de 9% 7.560,00 R$84.000,00 x 9% Quadro 4. Exemplo de apuração no segundo trimestre da base de cálculo e da CSLL no Lucro Presumido Descrição Valor em R$ Comentários Receita Bruta da pessoa jurídica apurada no trimestre Percentual de Presunção da Base de Cálculo ,00 Esse valor é obtido da DRE do período de apuração ou dos registros efetuados nos livros fiscais auxiliares. 12% O percentual é decorrente da atividade exercida pela pessoa jurídica. Com relação à CSLL os percentuais são apenas dois: 12% ou 32%. (=) Base de Cálculo Presumida ,00 R$ ,00 x 12% (+) Demais Receitas Ganhos de Capital Outras Receitas ,00 0, ,00 De acordo com a legislação tributária, os ganhos de capital e as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica devem ser adicionados à base de cálculo presumida (=) Base de cálculo da CSLL ,00 R$96.000,00 (base presumida pelo percentual de 12%) + R$50.000,00 (demais receitas) CSLL apurada à alíquota de 9% ,00 R$ ,00 x 9% Quadro 5. Exemplo de apuração no terceiro trimestre da base de cálculo e da CSLL no Lucro Presumido
16 16 Descrição Valor em R$ Comentários Receita Bruta da pessoa jurídica apurada no trimestre Percentual de Presunção da Base de Cálculo ,00 Esse valor é obtido da DRE do período de apuração ou dos registros efetuados nos livros fiscais auxiliares. 12% O percentual é decorrente da atividade exercida pela pessoa jurídica. Com relação à CSLL os percentuais são apenas dois: 12% ou 32%. (=) Base de Cálculo Presumida ,00 R$ ,00 x 12% (+) Demais Receitas Ganhos de Capital Outras Receitas , ,00 0,00 De acordo com a legislação tributária, os ganhos de capital e as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica devem ser adicionados à base de cálculo presumida (=) Base de cálculo da CSLL ,00 R$ ,00 (base presumida pelo percentual de 12%) + R$ ,00 (demais receitas) CSLL apurada à alíquota de 9% ,00 R$ ,00 x 9% Quadro 6. Exemplo de apuração no quarto trimestre da base de cálculo e da CSLL no Lucro Presumido Com base no quadro anterior, é possível verificar que os cálculos da tributação pelo Lucro Presumido são parecidos com os apurados na tributação pelo Lucro Real Anual (estimativa mensal), diferenciando-se apenas com relação ao período de apuração. Sobre esse assunto, Higuchi (2017, p. 70), menciona que A lei que apura a base de cálculo da CSLL no lucro presumido é a mesma da antecipação mensal no lucro real. (HIGUCHI 2017, p. 70) Com relação ao valor devido da Contribuição Social pela empresa, a legislação permite a dedução da CSLL paga antecipadamente, ou retida na fonte, sobre as receitas que integram a base de cálculo do tributo. Quanto à avaliação pelo valor justo e ao ajuste a valor presente, Higuchi (2017, p. 75) ressalta que: Em diversos artigos da Lei nº , de 2014, constam os procedimentos a serem seguidos pelas empresas tributadas pelo lucro presumido em relação aos ajustes a valor justo ou presente. O art. 16 dispõe que na mudança de regime de tributação de lucro presumido para real deverá incluir na apuração do lucro presumido os ganhos decorrentes de avaliação a valor justo que façam parte do valor contábil. O seu 1º permite o diferimento da tributação no novo regime. A avaliação a valor justo ou presente não tem nenhum efeito tributário nas empresas tributadas pelo lucro presumido porque o imposto é pago com base nas receitas. As duas avaliações, além da burocracia que cria na contabilidade, é muito oneroso pela necessidade de contratar especialistas. (HIGUCHI, 2017, p. 75) Sobre a omissão de receitas na apuração da base de cálculo, Higuchi (2017, p. 73) menciona que:
17 17 O art. 24 da Lei nº 9.249/95 alterou a tributação da receita omitida pelas pessoas jurídicas. O valor do imposto de renda e do adicional, bem como da contribuição social sobre o lucro será determinado de acordo com o regime de tributação a que estiver submetida a pessoa jurídica no período-base a que corresponder a omissão. No caso de pessoa jurídica com atividades diversificadas tributadas com base no lucro presumido, não sendo possível a identificação da atividade a que se refere a receita omitida, esta será adicionada àquela a que corresponder o percentual mais elevado. A empresa comercial tributada pelo lucro presumido, por exemplo, omitiu a receita da venda de mercadorias no valor de R$ Nesta hipótese, o imposto de renda à alíquota de 15% e o adicional de 10%, se for o caso, serão calculados sobre o lucro presumido de R$ porque o percentual de presunção do lucro na venda de mercadorias é de 8%. A contribuição social sobre o lucro à alíquota de 9% incidirá sobre 12% de R$ (HIGUCHI, 2017, p. 73) Para ler a Lei nº 7.689, de 15 de dezembro de 1988, acesse o link a seguir. Para entender mais sobre a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL, navegue para este outro site, disponível no link a seguir. A apuração prática do Imposto de Renda é o assunto a ser tratado na próxima aula. Os conceitos apreendidos aqui têm grande valia para a formação nessa área. Continue estudando! Aula 12 APURAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA Após nossas três aulas desta Unidade de Interação e Aprendizagem (UIA), chegou a hora de estudarmos a Apuração do Imposto de Renda. Continue os estudos desta disciplina e boa aula! EXPLICANDO A SISTEMÁTICA DE CÁLCULO DO IMPOSTO DE RENDA No Lucro Presumido, não há ordem de preferência para se realizar o cálculo dos tributos devidos sobre o lucro, diferentemente do Lucro Real onde é obrigatório observar a ordem dedutiva da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) estabelecida pela Lei nº 6.404/1976, para efetuar o cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e Imposto de Renda (IR) (BRASIL, 1976). Ou seja, na tributação pelo Lucro Presumido pode-se fazer primeiro o cálculo do IR ao invés da CSLL, ou vice-versa. Isso só é possível, conforme mencionado, porque no Lucro Presumido não se utiliza a ordem das informações evidenciadas na DRE (escrituração contábil) como fonte de ordenamento de apuração da base de cálculo dos dois tributos.
18 18 A alíquota do IR das pessoas jurídicas que são tributadas pelo Lucro Presumido, de acordo com o artigo 3º da Lei Federal nº 9.249/1995, é de 15%. Também haverá incidência de imposto adicional à alíquota de 10% quando a parcela do Lucro Presumido (base de cálculo do Imposto de Renda) exceder a R$60.000,00 no trimestre. Art. 3º A alíquota do imposto de renda das pessoas jurídicas é de quinze por cento. 1º A parcela do lucro real, presumido ou arbitrado, apurado anualmente, que exceder a R$ ,00 (duzentos e quarenta mil reais), sujeita-se à incidência de adicional de imposto de renda à alíquota de dez por cento. 1º A parcela do lucro real, presumido ou arbitrado, que exceder o valor resultante da multiplicação de R$ ,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo período de apuração, sujeita-se à incidência de adicional de imposto de renda à alíquota de dez por cento. (Redação dada pela Lei 9.430, de 1996). (BRASIL, 1995) Do imposto devido pela pessoa jurídica, é permitida a dedução do imposto pago ou retido na fonte sobre as receitas que integraram a base de cálculo do tributo. Conforme também já mencionado, na sistemática de apuração do IR pelo Lucro Presumido é vedada qualquer dedução a título de incentivo fiscal. Sobre a possibilidade de dedução do Imposto de Renda pago ou retido na fonte sobre as receitas que integram a base de cálculo correspondente, Higuchi (2017, p. 73) destaca que: A pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido poderá deduzir, do imposto de renda apurado no trimestre, o imposto de renda pago ou retido na fonte sobre receitas que integram a base de cálculo correspondente. A partir de , o imposto na fonte sobre os rendimentos de aplicações financeiras e sobre os juros de capital próprio passou a ser retido a título de antecipação. Se o imposto de renda pago ou retido na fonte for maior que o imposto devido no trimestre, o saldo credor poderá ser utilizado para compensar com o imposto devido nos trimestres seguintes, mediante apresentação de PER/DCOMP. A partir de , as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presumido não poderão efetuar qualquer dedução a título de incentivo fiscal do imposto de renda devido (art. 10 da Lei nº 9.532/1997). (HIGUCHI, 2017, p. 73) Análogo aos procedimentos de apuração da CSLL a recolher, a empresa, na determinação do IR devido, deverá adotar os seguintes procedimentos: a. Identificar a atividade exercida pela empresa; b. Verificar o percentual de presunção determinado na legislação tributária; c. Aplicar o referido percentual sobre o valor da receita bruta; d. Adicionar ao valor apurado no item anterior os valores das demais receitas auferidas pela pessoa jurídica; e e. Calcular o IR Normal e Adicional de acordo com as regras e alíquotas previstas na legislação. O próximo tópico mostrará os cálculos práticos do Imposto de Renda.
19 CÁLCULOS PRÁTICOS DO IMPOSTO DE RENDA Sobre os cálculos do Imposto de Renda pela sistemática do Lucro Presumido, Higuchi (2017, p. 55) destaca que: A base de cálculo do imposto de renda das empresas tributadas pelo lucro presumido, em cada trimestre, será determinada mediante aplicação de percentuais fixados no art. 15 da Lei nº 9.249/95, de acordo com a atividade da pessoa jurídica, sobre a receita bruta auferida no trimestre, sendo o resultado acrescido de outras receitas, rendimentos e ganhos de capital na forma do art. 25 da Lei nº 9.430/96. Com isso os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras de renda fixa e de renda variável também compõem a base de cálculo do imposto de renda trimestral. O imposto retido na fonte ou pago separadamente é considerado como antecipação do devido no trimestre. (HIGUCHI 2017, p. 55) Diante dessas regras, os quadros 7, 8, 9 e 10 mostram um exemplo de apuração da base de cálculo e do IR devido durante o exercício social. Análogo ao exemplo prático da CSLL (os valores das receitas utilizados nos cálculos da CSLL serão os mesmos para exemplificar os cálculos do Imposto de Renda), a atividade exercida pela pessoa jurídica, para fins de demonstração da tributação pelo Lucro Presumido, é a Compra e Venda de Mercadorias. Conforme estabelece a legislação, artigo 15 da Lei nº 9.249/1995, essa atividade implica na presunção de 8% sobre a receita bruta. A alíquota do IR normal é de 15%. Quando houver excesso ao limite de R60.000,00, no trimestre, haverá incidência do Imposto Adicional à alíquota de 10%. Destaca-se que a atividade exercida pela empresa é condição fundamental para a definição do(s) percentual(ais) de presunção a ser(em) utilizado(s) na apuração do lucro tributável. Descrição Valor em R$ Comentários Receita Bruta da pessoa jurídica apurada no trimestre Percentual de Presunção da Base de Cálculo ,00 Esse valor é obtido da DRE do período de apuração ou dos registros efetuados nos livros fiscais auxiliares. 8% O percentual é decorrente da atividade exercida pela pessoa jurídica. (=) Base de Cálculo Estimada ,00 R$ ,00 x 8% (+) Demais Receitas Ganhos de Capital Outras Receitas , , ,00 De acordo com o artigo 25 da Lei Federal nº 9.430/1996, os ganhos de capital e as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica devem ser adicionados à base de cálculo presumida sobre a receita bruta (=) Base de Cálculo do Imposto de Renda ,00 R$40.000,00 (base presumida pelo percentual de 8%) + R$ ,00 (demais receitas) IRPJ Normal ,00 Apurado à alíquota de 15% sobre a base de cálculo do Imposto (R$ ,00 x
20 20 15%) IRPJ Adicional 8.000,00 Apurado à alíquota de 10% ao que exceder a ao mês (R$ ,00 R$60.000,00 x 10%) Total do Imposto Devido ,00 Quadro 7. Exemplo de apuração no primeiro trimestre da base de cálculo e do IRPJ no Lucro Presumido Descrição Valor em R$ Comentários Receita Bruta da pessoa jurídica apurada no trimestre Percentual de Presunção da Base de Cálculo ,00 Esse valor é obtido da DRE do período de apuração ou dos registros efetuados nos livros fiscais auxiliares. 8% O percentual é decorrente da atividade exercida pela pessoa jurídica. (=) Base de Cálculo Estimada ,00 R$ ,00 x 8% (+) Demais Receitas Ganhos de Capital Outras Receitas 0,00 0,00 0,00 De acordo com o artigo 25 da Lei Federal nº 9.430/1996, os ganhos de capital e as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica devem ser adicionados à base de cálculo presumida sobre a receita bruta (=) Base de Cálculo do Imposto de Renda ,00 R$56.000,00 (base presumida pelo percentual de 8%) + $0,00 (demais receitas) IRPJ Normal 8.400,00 Apurado à alíquota de 15% sobre a base de cálculo do Imposto (R$56.000,00 x 15%) IRPJ Adicional 0,00 Não houve adicional porque a base de cálculo não excedeu a $60.000,00 no trimestre. Total do Imposto Devido 8.400,00 Quadro 8. Exemplo de apuração no segundo trimestre da base de cálculo e do IRPJ no Lucro Presumido Descrição Valor em R$ Comentários Receita Bruta da pessoa jurídica apurada no trimestre ,00 Esse valor é obtido da DRE do período de apuração ou dos registros efetuados nos livros fiscais auxiliares. Percentual de Presunção da Base de 8% O percentual é decorrente da atividade
21 21 Cálculo exercida pela pessoa jurídica. (=) Base de Cálculo Estimada ,00 R$ ,00 x 8% (+) Demais Receitas Ganhos de Capital Outras Receitas ,00 0, ,00 De acordo com o artigo 25 da Lei Federal nº 9.430/1996, os ganhos de capital e as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica devem ser adicionados à base de cálculo presumida sobre a receita bruta (=) Base de Cálculo do Imposto de Renda ,00 R$64.000,00 (base presumida pelo percentual de 8%) + R$50.000,00 (demais receitas) IRPJ Normal ,00 Apurado à alíquota de 15% sobre a base de cálculo do Imposto (R$ ,00 x 15%) IRPJ Adicional 5.400,00 Apurado à alíquota de 10% ao que exceder a ao mês (R$ ,00 R$60.000,00 x 10%= R$54.000,00) Total do Imposto Devido ,00 Quadro 9. Exemplo de apuração no terceiro trimestre da base de cálculo e do IRPJ no Lucro Presumido Descrição Valor em R$ Comentários Receita Bruta da pessoa jurídica apurada no trimestre Percentual de Presunção da Base de Cálculo ,00 Esse valor é obtido da DRE do período de apuração ou dos registros efetuados nos livros fiscais auxiliares. 8% O percentual é decorrente da atividade exercida pela pessoa jurídica. (=) Base de Cálculo Estimada ,00 R$ ,00 x 8% (+) Demais Receitas Ganhos de Capital Outras Receitas , ,00 0,00 De acordo com o artigo 25 da Lei Federal nº 9.430/1996, os ganhos de capital e as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica devem ser adicionados à base de cálculo presumida sobre a receita bruta (=) Base de Cálculo do Imposto de Renda ,00 R$80.000,00 (base presumida pelo percentual de 8%) + R$ ,00 (demais receitas) IRPJ Normal ,00 Apurado à alíquota de 15% sobre a base de cálculo do Imposto ($ ,00 x 15%) IRPJ Adicional ,00 Apurado à alíquota de 10% ao que
22 22 exceder a ao mês (R$ ,00 R$60.000,00 x 10%= R$ ,00) Total do Imposto Devido ,00 Quadro 10. Exemplo de apuração no quarto trimestre da base de cálculo e do IRPJ no Lucro Presumido Nota-se, com base nos quadros anteriores, que os cálculos da tributação pelo Lucro Presumido são idênticos ao apurado no Lucro Real Anual (estimativa mensal), diferenciando-se somente no período de apuração e no cálculo do Imposto Adicional. Contudo, os cálculos do IR pela sistemática do Lucro Presumido são bastante diferentes da forma de apuração pelo Lucro Real Trimestral, que considera os valores das receitas e das despesas da pessoa jurídica, ajustados pelas adições, exclusões e compensações determinadas pela legislação tributária, na definição do lucro tributável. Conclui-se que o conhecimento das formas de tributação do lucro das pessoas jurídicas (Lucro Real, Presumido ou Arbitrado) e as suas implicações no dia a dia das empresas são importantes para auxiliar e contribuir na realização de planejamento tributário, que é a obtenção de redução da carga fiscal de forma lícita. O conhecimento da tributação das rendas das pessoas jurídicas também ajuda a mitigar o risco de efetuar recolhimento indevido (a maior ou menor) de tributos ao fisco e de descumprimento das obrigações acessórias, esta última podendo se transformar em multa pecuniária contra a empresa. Para finalizar nosso percurso de conhecimento nesta Unidade de Interação e Aprendizagem (UIA), acesse os links a seguir e enriqueça seu conhecimento. O primeiro leva ao texto integral da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de O outro, à parte do site da Receita Federal que fala sobre Imposto sobre a renda das pessoas jurídicas (IRPJ). Acesse e saiba mais! Termina aqui nossa Unidade de Interação e Aprendizagem (UIA). Ficou com alguma dúvida? Retorne ao conteúdo ou busque esclarecimentos no Fórum de Dúvidas. Senão, passe para a unidade seguinte. Até lá.
23 23 Você terminou o estudo desta unidade. Chegou o momento de verificar sua aprendizagem. Ficou com alguma dúvida? Retome a leitura. Quando se sentir preparado, acesse a Verificação de Aprendizagem da unidade no menu lateral das aulas ou na sala de aula da disciplina. Fique atento, essas questões valem nota! Você terá uma única tentativa antes de receber o feedback das suas respostas, com comentários das questões que você acertou e errou. Vamos lá?!
24 24 REFERÊNCIAS BRASIL. Lei n o , de 13 de maio de Brasília, Disponível em: < Acesso em: 23 jan BRASIL. Lei n o 6.404, de 15 de dezembro de Brasília, Disponível em: < Acesso em: 20 fev BRASIL. Lei n o 7.689, de 15 de dezembro de Brasília, Disponível em: < Acesso em: 20 fev BRASIL. Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de Brasília, Disponível em: < Acesso em: 20 fev BRASIL. Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de Brasília, Disponível em: < Acesso em: 26 jan BRASIL. Lei nº 9.718, de 27 de novembro de Brasília, Disponível em: < Acesso em: 23 jan HIGUCHI, Hiromi. Imposto de Renda das Empresas: Interpretação e prática. São Paulo: CRC- SP, GLOSSÁRIO CSLL: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido DRE: Demonstração do Resultado do Exercício IRPJ: Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas
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