Newsletter n. 43 janeiro/2013

Transcrição

1 Newsletter n. 43 janeiro/2013 Destaques desta edição PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR O efetivo início da previdência complementar para os servidores públicos: publicação das portarias autorizativas dos planos da SP-PREVCOM... 1 CONTENCIOSO STJ: prorrogação do contrato de locação por prazo indeterminado resulta na manutenção da fiança para os contratos firmados a partir da vigência da Lei nº / JURISPRUDÊNCIA Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro... 3 NOTÍCIAS CVM coloca em audiência pública minuta de instrução que dispõe sobre o Processo Administrativo Sancionador de rito sumário... CVM coloca em audiência pública proposta de alteração à Instrução CVM nº 504, que dispõe sobre o envio de informações de FIDC ao Sistema de Informações de Créditos - SCR do Banco Central do Brasil 4 5 OFÍCIO-CIRCULAR CVM/SIN/Nº1/2013 registro e atuação das Agências Classificadoras de Risco de Crédito... 6

2 Previdência Complementar O efetivo início da previdência complementar para os servidores públicos: publicação das portarias autorizativas dos planos da SP-PREVCOM. Flávio Martins Rodrigues* Andrea Neubarth Corrêa** Foram publicadas, no DOU de , as Portarias da PREVIC que aprovaram os Regulamentos dos Planos de Benefícios PREVCOM RG e PREVCOM RP, planos de benefícios complementares administrados pela Fundação de Previdência do Estado de São Paulo SP-PREVCOM e os respectivos convênios de adesão. Trata-se do novo modelo de previdência para os servidores públicos tal como previsto no art. 40, parágrafos 14 a 16, da Constituição Federal. A União Federal e o Estado do Rio de Janeiro já aprovaram as suas leis autorizativas, mas seus planos ainda não foram aprovados. Dessa forma, as referidas portarias são marcos históricos na evolução dos regimes previdenciários brasileiros. Esse modelo previdenciário é um novo e relevante fator de desenvolvimento da previdência complementar, pois a União e os Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro são grandes empregadores e formadores de opinião para os demais entes federados. A perspectiva é de crescimento da previdência complementar capitalizada e, por conseguinte, do equilíbrio dos regimes previsionais dos servidores públicos, com o fomento da poupança nacional. O esforço desenvolvido para a estruturação dessa entidade e o estabelecimento das regras aplicáveis aos participantes, que estão definidas nos regulamentos ora aprovados, contaram com a efetiva participação do BCCS. Nosso escritório foi contratado pela SP-PREVCOM e vem participando ativamente dessa nova fase da previdência oferecida pelo Estado de São Paulo a seus servidores. * Flávio Martins Rodrigues é sócio de BCCS (frodrigues@bocater.com.br). ** Andrea Neubarth Corrêa é advogada de BCCS (acorrea@bocater.com.br). 1

3 Contencioso STJ: prorrogação do contrato de locação por prazo indeterminado resulta na manutenção da fiança para os contratos firmados a partir da vigência da Lei nº /2009. Marcela Melo Perez * João Beni Borja** Ao julgar o Recurso Especial nº , a Quarta Turma do STJ expôs o entendimento de que a prorrogação do contrato de locação por prazo indeterminado resulta na manutenção da fiança, com exceção dos casos em que exista manifestação contrária expressa no contrato. O entendimento apresentado tem a finalidade de adequar a interpretação da Quarta Turma à redação do artigo 39 da Lei 8.245/1991( Lei do Inquilinato ), atribuída pela Lei nº /2009, segundo a qual, Salvo disposição contratual em contrário, qualquer das garantias da locação se estende até a efetiva devolução do imóvel, ainda que prorrogada a locação por prazo indeterminado, por força desta Lei. Segundo o Ministro Relator Luis Felipe Salomão, antes das alterações introduzidas pela Lei nº /2009, o STJ só admitia a manutenção da fiança nos contratos locatícios prorrogados por prazo indeterminado quando expressamente prevista essa possibilidade no contrato. Seguindo esse entendimento, chegou a ser editada, inclusive, a súmula 214, dispondo que: O fiador na locação não responde por obrigações resultantes de aditamento ao qual não anuiu. Com a nova redação do artigo 39 da Lei do Inquilinato, para os contratos de fiança firmados a partir da vigência da Lei nº /2009 passa-se a aplicar o entendimento de que salvo pactuação em contrário, o contrato de fiança, em caso de prorrogação da locação por força da Lei do Inquilinato, por prazo indeterminado, também prorroga-se automaticamente a fiança (ope legis), resguardando-se, durante essa prorrogação, evidentemente, a faculdade de o fiador exonerar-se da obrigação mediante notificação resilitória. 2

4 Necessário dizer que, embora esse posicionamento tenha sido exposto no julgamento do Recurso Especial nº , em relação a esse caso específico o Ministro Luis Felipe Salomão aplicou a jurisprudência do STJ anterior às alterações legislativas ocorridas em 2009, porque o contrato de fiança em questão era prévio à vigência da Lei nº /2009. Desse modo, como ali não existia expressa pactuação a respeito de manutenção da fiança para a hipótese de prorrogação por prazo indeterminado do contrato de locação, a então fiadora não poderia ser responsabilizada, tendo sido mantido o entendimento do Tribunal a quo caracterizando-a parte ilegítima para responder pelos débitos cobrados em juízo. * Marcela Melo Perez é advogada de BCCS (mperez@bocater.com.br). ** João Beni Borja é estagiário de BCCS (jborja@bocater.com.br). Jurisprudência Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Cível. Comercial. Protesto de cheque prescrito. Pretensão de indenização por danos morais. Sentença de procedência. Apelo do réu. Diferença ontológica entre o protesto do art. 1º da lei n /97 do protesto previsto pela lei 7.357/85. O afastamento da força executória do cheque, como previsto pelos artigos 47 e 48 da lei do cheque não se confunde com o protesto visando preservação de direitos do portador do título. Título protestado que não resta atingido pelo prazo prescricional do art. 206, 5º, inciso I do Cód. Civil em vigor, na forma do artigo Protesto legítimo e efetivado em prazo em que ainda seria possível a propositura de ação de cobrança. Improcedência que se reconhece e se impõe. Precedente desta E. Corte. Existência ademais de outros apontamentos negativos imputados ao autor que depõem desfavoravelmente ao pleito indenizatório deduzido pelo mesmo. Danos morais que se afastam. Provimento do recurso e reforma da sentença recorrida. Inversão das verbas de sucumbência. Honorários arbitrados com base no art. 20, 3º, do CPC. Decisão monocrática nos termos do art. 557, 1º-A do CPC. (TJRJ, Apelação nº , Rel. Des. Pedro Freire Raguenet, julg. em 14 de jan. de 2013). 3

5 EXECUÇÃO FISCAL. MASSA FALIDA VENCIDA NA DEMANDA. DESPESAS PROCESSUAIS. A jurisprudência dos nossos Tribunais tem se posicionado no sentido de ser possível o deferimento dos benefícios da gratuidade de justiça às pessoas jurídicas. No entanto, é imprescindível que seja comprovada a situação de insuficiência de recursos para arcar com as custas processuais. Outrossim, a doutrina entende que, negar à pessoa jurídica tal benefício, significa impor limitação ao acesso à justiça. A hipossuficiência financeira da embargante é comprovada pelos documentos juntados aos autos que demonstram que a embargante apresentou ao Juízo Universal da Falência relatório de Causas e Circunstâncias da Falência, do qual constam cerca de ações em que figura como ré, em diferentes ações propostas tanto na Justiça estadual, quanto na federal e trabalhista. Além disso, a relação de credores, aponta para um passivo de R$ ,42. Ademais, o Eg. Superior Tribunal de Justiça já consolidou o entendimento a respeito da possibilidade da concessão do benefício da gratuidade de justiça à pessoa jurídica que comprove sua hipossuficiência financeira. Nesse sentido, a Súmula nº 481 do STJ: "Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais." PROVIMENTO DO RECURSO. ART.557 DO CPC. (TJRJ, Apelação nº , Rel. Des. Roberto de Abreu e Silva, julg. em 9 de jan. de 2013). Notícias CVM coloca em audiência pública minuta de instrução que dispõe sobre o Processo Administrativo Sancionador de rito sumário. A Comissão de Valores Mobiliários ( CVM ) colocou em audiência pública, no dia , minuta de instrução que dispõe sobre o Processo Administrativo Sancionador de rito sumário, para fins de alterar a disciplina jurídica atualmente aplicável ao tema. 4

6 Com efeito, a referida minuta de instrução colocada em audiência pública tem como principal objetivo atualizar os dispositivos listados na Instrução CVM nº 251/96, sobretudo no que diz respeito às hipóteses de aplicação do rito sumário no processo administrativo. Maiores informações, bem como a íntegra da minuta, estão disponíveis aos interessados no sítio da CVM na rede mundial de computadores ( CVM coloca em audiência pública proposta de alteração à Instrução CVM nº 504, que dispõe sobre o envio de informações de FIDC ao Sistema de Informações de Créditos - SCR do Banco Central do Brasil. A Comissão de Valores Mobiliários ( CVM ) colocou em audiência pública, no dia , minuta de instrução para fins de alterar a Instrução CVM nº 504/11, a qual dispõe sobre o envio de informações de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios ( FIDC ) ao Sistema de Informações de Créditos do Banco Central do Brasil. A referida minuta tem por objetivo ajustar o cronograma de envio das informações das carteiras de crédito por parte dos administradores de FIDC e ampliar a supervisão da base de dados sobre crédito, melhorando sua capacidade de monitorar o risco de crédito. Maiores informações, bem como a íntegra da minuta, estão disponíveis aos interessados no sítio da CVM na rede mundial de computadores ( 5

7 OFÍCIO-CIRCULAR CVM/SIN/Nº1/2013 registro e atuação das Agências Classificadoras de Risco de Crédito. A Comissão de Valores Mobiliários ( CVM ) divulgou no dia , por meio de sua Superintendência de Relações com Investidores Institucionais ( SIN ), o Ofício-Circular CVM/SIN/N 1/2013, para fins de esclarecer ao mercado a forma através da qual a SIN interpreta parte dos dispositivos previstos na Instrução CVM nº 521/12, que disciplina as atividades de classificação de risco de crédito. Maiores informações, bem como a íntegra do Ofício-Circular CVM/SIN/N 1/2013, estão disponíveis aos interessados no sítio da CVM na rede mundial de computadores ( Endereços Av. Rio Branco, º e 40º Andar Centro Rio de Janeiro - RJ CEP: Tel.: (21) Fax: (21) Rua Joaquim Floriano, º Andar Itaim Bibi São Paulo - SP CEP: Tel.: (11) Fax: (11) SAS Quadra 5 Bl K Sala 509 Ed. Office Tower Setor Autarquias Sul Brasília DF CEP: Tel.: (61) / / / O conteúdo desta Newsletter é simplesmente informativo, não devendo ser entendido como opinião legal, sugestão ou orientação de conduta. Quaisquer solicitações sobre a forma de proceder ou esclarecimentos sobre as matérias aqui expostas devem ser solicitados formalmente aos advogados de BCCS. 6