ANO XXIV ª SEMANA DE JULHO DE 2013 BOLETIM INFORMARE Nº 29/2013
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- Catarina Minho Cunha
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1 ANO XXIV ª SEMANA DE JULHO DE 2013 BOLETIM INFORMARE Nº 29/2013 IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE RENDIMENTOS DO TRABALHO SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO - TRIBUTAÇÃO NA FONTE Pág. 435 ASSUNTOS SOCIETÁRIOS SOCIEDADE ENTRE CÔNJUGES - CONSIDERAÇÕES GERAIS... Pág. 439
2 IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE Sumário RENDIMENTOS DO TRABALHO SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO Tributação na Fonte Introdução 2. Fato Gerador 3. Rendimentos Alcançados Prestação de Serviço de Transporte - Base de Cálculo 4. Deduções da Base de Cálculo Pensão Alimentícia Dependentes Contribuição Previdenciária 5. Determinação do Imposto 6. Mais de 1 (um) Pagamento no Mês 7. Responsabilidade Pelo Recolhimento 8. Dispensa de Retenção de Valor Igual ou Inferior a R$ 10,00 (Dez Reais) 9. Prazos de Recolhimento e Código do DARF do Imposto 10. Tratamento do Rendimento e do Imposto 11. Exemplos 1. INTRODUÇÃO A remuneração do trabalho sem vínculo empregatício, quando paga por pessoa jurídica a pessoa física, sob o título de comissões, corretagens, gratificações, honorários, direitos autorais ou outras remunerações sob quaisquer títulos, aí incluídas as empreitadas de obras exclusivamente de trabalho e as decorrentes de serviços de transporte de cargas e passageiros, serão tributadas na fonte consoante normas dispostas no art. 628 do RIR/1999, Instrução Normativa SRF nº 15/2001, Instrução Normativa RFB nº 1.142/2011, Lei nº /2007, com a redação dada pela Lei nº /2009 e a Lei nº / FATO GERADOR O fato gerador do Imposto de Renda Retido na Fonte será a importância efetivamente paga por pessoa jurídica à pessoa física. 3. RENDIMENTOS ALCANÇADOS Além das importâncias recebidas em dinheiro, compõem o rendimento para fins de tributação: a) valor do reembolso de quilometragem; b) indenização adicional paga pela empresa em virtude de acidente de trabalho; c) reembolso de despesas pessoais do beneficiário; d) salários indiretos; e) passagens de cortesia em troca de serviços; f) gratificações e as remunerações por serviços extras Prestação de Serviço de Transporte - Base de Cálculo No caso de prestação de serviços de transportes, em veículo próprio, locado ou adquirido com reserva de domínio ou alienação fiduciária, o rendimento bruto corresponderá a, no mínimo: IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE JULHO - 29/
3 a) 10% (dez por cento) do rendimento decorrente do transporte de carga, para os fatos geradores que ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 2013 (art. 9º, inc. I da Lei nº 7.713/1988, com a redação dada pelo art. 18 da Lei nº /2013); b) 60% (sessenta por cento) do rendimento quando relativo a transporte de passageiros. 4. DEDUÇÕES DA BASE DE CÁLCULO Na determinação da base de cálculo do imposto poderão ser feitas as deduções dispostas nos subitens 4.1 a 4.3 a seguir Pensão Alimentícia Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência do Imposto de Renda, poderão ser deduzidas as importâncias pagas a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão ou acordo judicial, inclusive a prestação de alimentos provisionais, de acordo homologado judicialmente, ou de escritura pública a que se refere o art A da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de Código de Processo Civil, observando-se o seguinte: a) é vedada a dedução cumulativa dos valores correspondentes à pensão alimentícia e de dependente, quando se referirem à mesma pessoa, exceto na hipótese de mudança na relação de dependência no decorrer do anocalendário; b) quando a fonte pagadora não for responsável pelo desconto da pensão, o valor mensal pago poderá ser considerado para fins de determinação da base de cálculo sujeita ao Imposto de Renda na Fonte, desde que o prestador forneça o comprovante do pagamento Dependentes Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência do Imposto de Renda, no ano-calendário 2013, poderá ser deduzida do rendimento tributável a quantia equivalente à R$ 171,97 (cento e setenta e um reais e noventa e sete centavos), por dependente, sendo vedada a dedução concomitante de um mesmo dependente por mais de um contribuinte. Podem ser considerados como dependentes, para efeito do Imposto de Renda: a) o cônjuge; b) o companheiro ou a companheira, desde que haja vida em comum por mais de 5 (cinco) anos ou por período menor, se da união resultou filho; c) a filha, o filho, a enteada ou o enteado: c.1) até 21 (vinte e um) anos; c.2) de qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho; ou c.3) maior, até 24 (vinte e quatro) anos, se ainda estiver cursando estabelecimento de ensino superior ou escola técnica de segundo grau; d) o irmão, o neto ou o bisneto, sem arrimo dos pais: d.1) até 21 (vinte e um) anos; d.2) de qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho; ou d.3) maior, até 24 (vinte e quatro) anos, se ainda estiver cursando estabelecimento de ensino superior ou escola técnica de segundo grau; IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE JULHO - 29/
4 e) o menor pobre, até 21 (vinte e um) anos, que o contribuinte crie e eduque e do qual detenha a guarda judicial; f) os pais, avós ou os bisavós, desde que os rendimentos tributáveis ou não auferidos no ano-base pelos mesmos não ultrapassem a R$ 1.710,78 (um mil, setecentos e dez reais e setenta e oito centavos); correspondente à parcela isenta dos rendimentos provenientes de aposentadoria e pensão; g) o absolutamente incapaz (louco, surdo-mudo e pródigo, assim declarado judicialmente), do qual o contribuinte seja tutor ou curador. No caso de pais separados, o contribuinte poderá considerar, como dependentes, os que ficarem sob sua guarda em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, sendo vedada a dedução concomitante de um mesmo dependente na determinação da base de cálculo de mais de um contribuinte Contribuição Previdenciária Serão admitidas como deduções as contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, cujo ônus tenha sido do próprio contribuinte e desde que destinadas a seu próprio benefício. Quando a fonte pagadora não for responsável pelo desconto da contribuição previdenciária, o valor pago a esse título poderá ser considerado para fins de dedução da base de cálculo sujeita ao imposto mensal, desde que haja anuência da empresa e que o beneficiário forneça o original do comprovante de pagamento. 5. DETERMINAÇÃO DO IMPOSTO O Imposto de Renda deve ser calculado aplicando-se sobre a base de cálculo a seguinte tabela progressiva, vigente para o ano-calendário 2013: Tabela Progressiva Mensal Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a Deduzir do IR (R$) Até 1.710, De 1.710,79 até 2.563,91 7,5 128,31 De 2.563,92 até 3.418, ,60 De 3.418,60 até 4.271,59 22,5 577,00 Acima de 4.271,59 27,5 790,58 6. MAIS DE 1 (UM) PAGAMENTO NO MÊS O imposto deve ser retido por ocasião de cada pagamento e, se houver mais de um pagamento pela mesma fonte pagadora, aplica-se a alíquota correspondente à soma dos rendimentos pagos à pessoa física, no mês, a qualquer título, compensando-se o imposto retido anteriormente. 7. RESPONSABILIDADE PELO RECOLHIMENTO Compete à fonte pagadora do rendimento o recolhimento do imposto. 8. DISPENSA DE RETENÇÃO DE VALOR IGUAL OU INFERIOR A R$ 10,00 (DEZ REAIS) Está dispensada a retenção de Imposto de Renda na Fonte de valor igual ou inferior a R$ 10,00 (dez reais), incidente sobre rendimentos que devam integrar a base de cálculo do imposto devido na declaração anual (Art. 724 do RIR/1999). 9. PRAZOS DE RECOLHIMENTO E CÓDIGO DO DARF DO IMPOSTO Para os fatos geradores ocorridos em 2013, o Imposto de Renda Retido deverá ser pago até o último dia útil do segundo decêndio do mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores (Art. 70, inc. I, alínea d, da Lei nº /2005, com a redação pelo o art. 5º da Lei nº /2009). Em todos os casos, o recolhimento deverá ser efetuado em DARF, sob o código IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE JULHO - 29/
5 10. TRATAMENTO DO RENDIMENTO E DO IMPOSTO Os rendimentos auferidos na prestação de serviço sem vínculo empregatício comporão a base de cálculo do imposto na Declaração de Ajuste Anual do beneficiário e o imposto retido será considerado redução do devido na declaração de rendimentos da pessoa física. 11. EXEMPLOS Admitindo-se que uma pessoa jurídica tenha remunerado os serviços de um profissional autônomo no mês de janeiro de 2013, com as seguintes características: a) no dia 10 de janeiro, pagamento pelos serviços de contabilidade referente ao mês de dezembro de 2012, na importância de R$ 1.000,00. Neste caso, não fez qualquer retenção do Imposto de Renda, uma vez que a remuneração ficou abaixo do limite mínimo de tributação constante do item 5. b) no dia 15 de janeiro, efetuou o pagamento da primeira parcela dos serviços de auditoria contratados, no valor de R$ 2.000,00. Neste caso, a fonte somou as remunerações pagas dentro do mesmo mês para a apuração do IRRF. Assim, temos: Pagamento efetuado no dia R$ 1.000,00 (+) Pagamento efetuado no dia R$ 2.000,00 (=) Total da remuneração paga até R$ 3.000,00 Aplicando-se a tabela progressiva, temos: R$ 3.000,00 X 15% = R$ 450,00 R$ 450,00 - R$ 320,60 = R$ 129,40 O valor de R$ 129,40 foi retido pela fonte a título de Imposto de Renda Retido na Fonte. c) no dia 30 de janeiro, efetuou o pagamento de serviços extraordinários referentes a este mesmo mês, no valor de R$ 1.000,00. A fonte procedeu à soma dos pagamentos anteriores, dentro do mesmo mês, para a verificação da nova base de cálculo do imposto a ser retido, como segue: Pagamento efetuado no dia R$ 1.000,00 (+) Pagamento efetuado no dia R$ 2.000,00 (+) Pagamento efetuado no dia R$ 1.000,00 (=) Total das remunerações pagas até R$ 4.000,00 Aplicando-se a tabela progressiva, temos: R$ 4.000,00 X 22,5% = R$ 900,00 R$ 900,00 - R$ 577,00 = R$ 323,00 IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE JULHO - 29/
6 Como já houve retenção sobre os pagamentos anteriores dentro do mesmo mês, a fonte descontou, do valor apurado acima, o valor já retido anteriormente: R$ 323,00 - R$ 129,40 = R$ 193,60 O valor de R$ 129,40, retido quando do primeiro pagamento, foi adicionado ao valor de R$ 193,60, retido quando do segundo pagamento, e recolhido em DARF com o código e na data indicada no item 9 acima. Nota: Nos exemplos acima não foram considerados dependentes e nem contribuição previdenciária. Fundamentos Legais: Os citados no texto. ASSUNTOS SOCIETÁRIOS Sumário SOCIEDADE ENTRE CÔNJUGES Considerações Gerais 1. Introdução 2. Conceito de Casamento no Regime de Comunhão universal de Bens, Comunhão Parcial e Separação Obrigatória 3. Casos em Que São Permitidos a Constituição de Sociedades Entre Cônjuges 4. Sociedades Entre Cônjuges Constituídas Antes da Vigência do Código Civil/ INTRODUÇÃO De acordo com o art. 977 do Novo Código Civil, é permitido aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens ou no da separação obrigatória. Nos itens a seguir abordaremos os critérios para a constituição de sociedades entre cônjuges com base no regime de casamento. 2. CONCEITO DE CASAMENTO NO REGIME DE COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS, COMUNHÃO PARCIAL E SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA O regime de comunhão universal é aquele em que todos os bens dos cônjuges, adquiridos antes ou depois do matrimônio, tornam-se comuns, constituindo um só patrimônio comum, do qual cada cônjuge passa a ter o direito à metade ideal. No regime da comunhão parcial comunicam-se apenas os bens adquiridos na constância do casamento. Tratando-se do regime de separação de bens, estes permanecerão sob a propriedade e administração exclusiva de cada um dos cônjuges, após o casamento. O art do Novo Código Civil estabelece que é obrigatório o regime da separação de bens no casamento, nos seguintes casos: a) das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento (art ): a.1) o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros; a.2) a viúva ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até 10 (dez) meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal; IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE JULHO - 29/
7 a.3) o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal; b) o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas; c) da pessoa maior de 60 (sessenta) anos; d) de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial. 3. CASOS EM QUE SÃO PERMITIDOS A CONSTITUIÇÃO DE SOCIEDADES ENTRE CÔNJUGES A partir da vigência do Novo Código Civil, somente poderão participar de sociedade os cônjuges casados no regime da separação de bens e no regime da separação parcial. 4. SOCIEDADES ENTRE CÔNJUGES CONSTITUÍDAS ANTES DA VIGÊNCIA DO CÓDIGO CIVIL/2002 A restrição prevista no art. 977 do Código Civil/2002, no tocante à constituição de sociedade pelos cônjuges casados no regime da comunhão universal de bens e da separação obrigatória tem gerado várias discussões judiciais, em relação à necessidade da adaptação dos atos constitutivos das sociedades constituídas antes da vigência dessa norma. Há entendimentos de que essa restrição não alcança as empresas constituídas antes da vigência do Código Civil/2002, por tratar-se de direto adquirido e que tal norma fere o princípio da preservação da empresa. O Departamento Nacional de registro do Comércio - DNRC se pronunciou sobre a questão por meio do Parecer Jurídico DNRC/Cojur nº 125/2003, o qual transcrevemos abaixo: PARECER JURÍDICO DNRC/COJUR Nº 125/2003 ASSUNTO: Sociedade empresária entre cônjuges constituída antes da vigência do Código Civil, de Senhor Diretor, Em razão da proibição constante do artigo 977 do novo Código Civil, consulta-se este Departamento sobre qual o procedimento a ser adotado em relação àquelas sociedades entre cônjuges, casados sob os regimes da comunhão universal de bens e da separação obrigatória, constituídas anteriormente ao Código Civil de 2002, ou seja, se haverá necessidade de alteração de sócio ou regime de casamento. A norma do artigo 977 do CC proíbe a sociedade entre cônjuges tão somente quando o regime for o da comunhão universal de bens (art ) ou da separação obrigatória de bens (art ). Essa restrição abrange tanto a constituição de sociedade unicamente entre marido e mulher, como destes junto a terceiros, permanecendo os cônjuges como sócios entre si. De outro lado, em respeito ao ato jurídico perfeito, essa proibição não atinge as sociedades entre cônjuges já constituídas quando da entrada em vigor do Código, alcançando, tão somente, as que viessem a ser constituídas posteriormente. Desse modo, não há necessidade de se promover alteração do quadro societário ou mesmo da modificação do regime de casamento dos sócios-cônjuges, em tal hipótese. Brasília, 04 de agosto de Rejanne Darc B. de Moraes Castro Coordenadora Jurídica do DNRC De acordo com os termos do Parecer DNRC/COJUR/Nº 125/03. Brasília, 08 de agosto de Getúlio Valverde de Lacerda Diretor Fundamentos legais: Os citados no texto. IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE JULHO - 29/
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