Cresce mercado para empregos verdes. Sacolas plásticas: podemos viver sem elas? O meio ambiente visto pela medicina

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1 Ano 18 n Cresce mercado para empregos verdes Sacolas plásticas: podemos viver sem elas? O meio ambiente visto pela medicina Quilombolas lutam por terra e respeito às suas tradições

2 Foto da capa: Luiz Claudio Marigo Editores Anna Beatriz de Almeida Waehneldt Claudia Guimarães Editoração Centro de Comunicação Corporativa Projeto Gráfico, Programação Visual e Diagramação Cynthia Carvalho Revisão Fabiano Gonçalves Produção Gráfica Sandra Regina Fernandes do Amaral Senac Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial Conselho Nacional Antonio Oliveira Santos Presidente Departamento Nacional Sidney Cunha Diretor-Geral Senac/Departamento Nacional Av. Ayrton Senna Barra da Tijuca CEP Rio de Janeiro - RJ - Brasil senacnet@senac.br da revista: educaambiental@senac.br Os artigos assinados são de inteira respon sabilidade dos seus autores e sua reprodução, em qualquer outro veículo de informação, só deve ser feita após consulta à editoria da publicação Senac e Educação Ambiental. Senac e edicação ambiental, Vol. 1, n.1 (1992)-. Rio de Janeiro : Senac/DN, v. : il. Semestral 1.Educação ambiental - Periódicos, 2. Ecologia Periódicos. I. Senac. Departamento Nacional CDD Referência bibliográfica conforme as normas adotadas pelo Sistema de Informações Bibliográficas do Senac. Ano 18 n.2 julho/dezembro de Senac e Educação Ambiental

3 Você já pensou em fugir do burburinho da cidade e trabalhar em um lugar tranqüilo e arborizado, plantando mudas? Ou aproveitar resíduos sólidos que se prestam a reciclagem e a partir deles criar novos produtos? E que tal investir na área de tecnologias para o setor de energia renovável eólica, solar, biomassa? Essas são apenas algumas das inúmeras possibilidades que se abrem no mercado para os chamados empregos verdes tema de capa desta edição. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), em todo o mundo, devem ser criados até 2 bilhões de novos empregos relacionados à substituição de práticas não sustentáveis por procedimentos produtivos menos agressivos ao meio ambiente. É nesse sentido que já se encaminham muitas empresas no Brasil, entre elas a Natura, cujo diretor de Sustentabilidade, Marcos Vaz, entrevistamos para essa edição. Quem resolveu, de fato, conduzir sua atividade dentro dos princípios da sustentabilidade percebeu que isso não é custo, mas sim, investimento. É uma forma de inovar, se diferenciar. Acreditamos que ser sustentável é uma oportunidade de se aprimorar e de crescimento constante, afirmou. Em outra escala, encontramos esses mesmos princípios de sustentabilidade permeando o trabalho de artesãs, que, em diferentes regiões do país, se dedicam a transformar fibras vegetais em belas peças de artesanato, como podemos ver na reportagem da seção Cultura. O caminho para práticas sustentáveis, em todos os âmbitos da sociedade, não é fácil, como fica claro na dificuldade de se colocar em prática um conjunto de medidas que viabilizem a redução no uso de sacolas plásticas tema da matéria da seção 3Rs. Se o uso individual parece pesar pouco na conta da degradação ambiental, quando este arraigado hábito é contabilizado em termos planetários, chega-se à cifra de 500 bilhões de unidades utilizadas a cada ano. Grande parte delas termina sendo jogada em rios e mares, provocando enorme dano à fauna e flora do planeta, que, aliás, serão objeto de maior atenção em todo o mundo em 2010, decretado pela ONU como o Ano Internacional da Biodiversidade. Apesar de todos os percalços, há avanços para se comemorar, como vemos em outras matérias dessa edição. Entre eles, estão a crescente sensibilização de adeptos dos esportes de aventura para a importância da preservação ecológica, a mobilização em prol do meio ambiente mediante o uso das ferramentas disponíveis na internet e a cada vez maior atenção que as questões ambientais recebem dos profissionais da área da saúde. Por último, cabe destacar nessa edição a reportagem sobre a luta dos quilombolas de Alcântara, no Maranhão, pela preservação das suas terras e tradições culturais, tema central da entrevista exclusiva que o ministro Edson Santos, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), nos concedeu. foto: dreamstime.com Senac e Educação Ambiental 3 Ano 18 n.2 julho/dezembro de 2009

4 8 Entrevista Natura: referência empresarial em gestão sustentável Em entrevista a Senac & Educação Ambiental, o diretor de Sustentabilidade da Natura, Marcos Vaz, revela como a empresa coloca na prática os valores socioambientais que defende e revela os principais desafios no sentido de reduzir a sua pegada ecológica. 12 Capa A expansão dos empregos verdes O desafio climático impõe a substituição de práticas nãosustentáveis por procedimentos produtivos mais limpos, tendência que está gerando cada vez mais postos de trabalho em áreas como energia, transporte, construção civil, sistemas de água, esgoto e lixo, e atividades como reflorestamento e paisagismo. 42 Populações Tradicionais Quilombolas de Alcântara lutam pela preservação de suas terras e cultura Município maranhense abriga importantes comunidades quilombolas, que lutam há anos pela preservação de suas terras e de suas culturas, ameaçadas com a instalação da base de lançamento de foguetes. 47 Para os quilombolas, a terra é mais do que um bem econômico Em entrevista exclusiva para Senac & Educação Ambiental, o ministro Edson Santos, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), fala dos avanços e dos obstáculos ao reconhecimento dos direitos dos quilombolas e explica os critérios para a demarcação dessas terras. Ano 18 n.2 julho/dezembro de Senac e Educação Ambiental

5 20 Cultura 32 Saúde 40 Comunicação Mulheres transformam fibras em peças de arte Artesãs de diferentes regiões se unem para superar uma realidade de pobreza por meio do artesanato, transformando em peças de arte os frutos que a natureza generosamente lhes oferece. 24 Biodiversidade 2010: o Ano Internacional da Biodiversidade No Ano Internacional da Biodiversidade, a ser comemorado com diversos eventos ao longo de 2010, especialistas do mundo inteiro alertam para a crescente destruição da fauna e flora do planeta e apontam experiências bemsucedidas em diferentes países. O meio ambiente visto pela medicina Os impactos causados pelo desequilíbrio ambiental na saúde humana mobilizam, em todo o mundo, profissionais da área médica e de saúde coletiva, que começam a dar particular importância aos efeitos das mudanças climáticas sobre a população. 36 Educação Ambiental Adeptos dos esportes de aventura se engajam na preservação ecológica O aumento da consciência ecológica entre os praticantes de esportes de aventura é uma tendência que tem levado a ações concretas de preservação e educação ambiental. O ativismo ambiental via internet Cada vez mais, ativistas do mundo inteiro recorrem às diferentes ferramentas da internet para trocar informações, denunciar agressões ao meio ambiente e organizar protestos. Seções Editoral 3 Cartas 7 Notas 19 Estante 23 foto: dreamstime.com 29 3Rs O desafio de substituir as sacolas plásticas Amplamente utilizado na vida moderna, o plástico leva séculos para se decompor na natureza. Só de sacolas, calcula-se um consumo de mais de 500 bilhões de unidades por ano. O mais grave é que só 0,6% delas são recicladas. Senac e Educação Ambiental 5 Ano 18 n.2 julho/dezembro de 2009

6 Para expor suas opiniões na Senac e Educação Ambiental ou divulgar projetos e programas voltados para a resolução de problemas socioambientais, escreva para: Senac Nacional Diretoria de educação Profissional Centro de Educação a Distância Av. Ayrton Senna, Barra da Tijuca CEP Rio de Janeiro - RJ Fax: (21) educaambiental@senac.br Atendimento ao leitor: Kátia Kitzinger Atenção As cartas devem trazer o nome, o endereço completo do remetente (no caso de , a cidade e o estado) Senac e Educação Ambiental está na Internet: t u r x s e g u n d a - f e i r a, 4 d e j a n e i r o d e : 0 4 : 5 4 0

7 Meu nome é Daisymara, sou bióloga e professora da rede particular de ensino e tenho interesse em receber gratuitamente a revista. Gostaria desde já parabenizar pelo empenho em manter uma edição cujo principal foco seja a educação ambiental nas escolas e a preocupação com o meio ambiente. Atenciosamente, Daisymara P. de Almeida Marques... Tenho muito prazer em trabalhar com a educação ambiental, pois acredito que seja uma alternativa para nossa sobrevivência. Por razões essas, é que utilizo a revista de educação ambiental, pois os artigos são umas pérolas. Desta forma, quero continuar a recebendo a revista, pois sou professora do Senac Maringá-PR e faz tempo que não recebemos a revista. Desde já agradeço, fico no aguardo de sua resposta. Maria Lúcia Mariani Maringá - PR... Sou antiga admiradora da qualidade da revista do Senac e tenho achado muitas pérolas em suas páginas. Sou professora e a revista sempre me ajuda a pensar. Sheila Mendes Accioly Natal - RN... Parabéns pelo importante trabalho de divulgação da educação ambiental. Eu tenho os números antigos, porém depois deixei de receber a revista. Eu gostaria muito de receber novamente e também gostaria de ajudar com sugestões de matérias. Eu sou professor e pesquisador e atualmente coordeno o projeto Comunidade Educadora da ONG Care Brasil, aqui no Rio de Janeiro. Esse projeto tem várias ações tais como: construímos um biodigestor que está tratando o esgoto de uma escola pública e produzirá metano para abastecer a cozinha da mesma instituição; formamos jovens como mediadores de leitura, educadores ambientais e pesquisadores populares para resgatar a memória e a história local. Além disso, desenvolvemos muitas outras atividades de pesquisa e ensino que realizamos em parceria com diferentes instituições públicas e privadas. Renovando os votos de admiração pelo belíssimo trabalho, Marcelo Aranda Stortti Rio de Janeiro - RJ... Prezados senhores Meu nome é Nilton, sou estudante de Gestão Ambiental e estive lendo através da internet a revista Senac & Educação Ambiental. Gostei muito dos assuntos ali reportados, bem como do estilo da revista que é voltado exclusivamente para a matéria que estou cursando. Peço que, se possível, nos inclua entre as pessoas que recebem a mesma. Informo que após lê-la estarei repassando para a Faculdade onde estudo para que seja deixada à disposição para os demais alunos. Nilton Gonçalves dos Santos Santa Cecília do Pavão - PR... Sou Educadora ambiental e atuo no projeto Vila Viva Califórnia da Urbel, em Belo Horizonte, que é um projeto de urbanização de vilas e favelas. Gostaria muito de continuar recebendo a revista afinal ela sempre traz notícias e matérias que me são muito úteis. Monika Beatriz Tschoepe Belo Horizonte - MG... Em primeiro lugar parabenizo o Senac por esta excelente publicação! Sou Gestor de Recursos Naturais e Professor do Ensino Superior em Goiânia. Recebia exemplares da Senac & Educação Ambiental no local de meu emprego anterior. Solicito, se possível, que atualizem meu endereço para poder continuar a receber a revista. Desde já agradeço. Cláudio Rodrigues da Silva Goiânia - GO... A revista que recebemos está realmente maravilhosa, podemos dizer que estamos de parabéns, por estar na lista dos contemplados da mesma. Trabalhamos muito com palestras nas escolas, fazendo a nossa parte na Educação Ambiental e a Revista é um ótimo instrumento de trabalho para todos nós do GEAN. As reportagens são atuais e esclarecedoras, além de trazerem muita informação. Obrigado e parabéns pelo ótimo trabalho! Lair Soares Corrêa Coordenadora do GEAN - Grupo Ecológico Amantes da Natureza Arroio Grande - RS... Prezados senhores, Que revista maravilhosa! Tive a oportunidade de conhecê-la no site do Senac-SP., Gostaria de saber quais os procedimentos para adquirir rotineiramente a revista Senac e Educação Ambiental. Atenciosamente, William Fernandes... Conheci a revista Senac e Educação Ambiental através do meu supervisor do estágio e achei muito interessante. Faço Engenharia Ambiental e me interesso por tudo relacionado ao meio ambiente. Quero de parabenizá-los pelo belíssimo trabalho e saber como faço para receber exemplares da revista. Aguardo retorno e agradeço a atenção. Gabriela... Recebi a revista Senac & Educação Ambiental e gostei muito. Meus parabéns a todos que participaram dessa publicação! Maria da Graça Vasconcelos Uberlândia - MG Senac e Educação Ambiental 7 Ano 18 n.2 julho/dezembro de 2009

8 Natura: água de reúso Em entrevista a Senac & Educação Ambiental, o diretor de Sustentabilidade da Natura, Marcos Vaz, revela como a empresa coloca em prática os valores socioambientais que defende e revela os principais desafios para reduzir a sua pegada ecológica Por André Trigueiro Vendendo cosméticos sem maquiagem verde fotos: divulgação Natura Dar publicidade ao seu passivo ambiental, eleger metas de desempenho e eficiência que constrangem o "business as usual" no Brasil e reconhecer as próprias limitações, podem ser algumas das pistas que nos ajudam a entender o fenômeno Natura. De grande empresa do setor de cosméticos, a Natura virou case de gestão comprometida com sustentabilidade e inovação. Com um milhão de consultoras espalhadas pelo país, a empresa associa seus produtos a valores éticos como o banimento de testes em animais, a neutralização das emissões de C02, o apoio a comunidades de baixa renda que atuam como parceiras no processo produtivo e rígidos níveis de exigência impostos aos fornecedores que são periodicamente avaliados e auditados. Diretor de Sustentabilidade da Natura, Marcos Vaz é responsável pelas áreas de Sustentabilidade, Assuntos Regulatórios, Auditoria de Sistemas de Gestão, Segurança de Produtos e Cosmetovigilância. É ele quem explica como a empresa procura colocar em prática, em toda a sua cadeia produtiva, a preocupação com as questões socioambientais, atitude que a levou a se tornar referência na área empresarial em gestão sustentável. Ano 18 n.2 julho/dezembro de Senac e Educação Ambiental

9 S&EA A Natura exige de seus fornecedores o cumprimento de várias exigências (selos, certificações, normas técnicas, etc.) incomuns para a maioria das empresas do país. Que critérios foram adotados para a formulação dessas exigências e em que medida isso determinou efetivamente mudanças nas rotinas desses fornecedores? MV Em 2004, criamos o Qlicar (Q=Qualidade; L=Logística; I=Inovação; C=Competitividade; A=Atendimento; R=Relacionamento), para assegurarmos qualidade na aquisição de matérias-primas, produtos e serviços de nossos fornecedores, bem como para a avaliarmos critérios relacionados à responsabilidade corporativa deles. Os fornecedores que participam do programa são submetidos a avaliações rigorosas ao longo de todo o ano, feitas mensalmente, por meio do Score Card de Fornecedores da Natura, que congrega todos os elementos do Qlicar. Atualmente, o Qlicar abrange 68 fornecedores que foram selecionados ao longo dos anos em função do histórico e volume de negócios com a Natura. Em 2008, todos eles foram auditados em requisitos de qualidade, meio ambiente e responsabilidade social, incluindo aspectos relacionados aos direitos humanos. Todos os contratos exigem, por exemplo, a não utilização de mãode-obra infantil, trabalho forçado ou análogo ao escravo. S&EA É cada vez maior o número de empresas em diversos setores da economia que anunciam a compensação das emissões de gases estufa, normalmente com o plantio de árvores. Entretanto, nem sempre se conhece com clareza os critérios utilizados para fazer essa conta. Como a Natura vem promovendo a compensação e também a redução das emissões de C02? MV Em 2007, a Natura assumiu o compromisso de se transformar em uma empresa carbono neutro e passamos a oferecer aos nossos clientes um portfólio composto por linhas de produtos que têm suas emissões de gases de efeito estufa totalmente neutralizadas. Criado a partir de um modelo que preza pela transparência, o Projeto Carbono Neutro envolve toda a cadeia de negócios e pode ser considerado o mais importante marco do nosso engajamento com a questão das mudanças climáticas. Nossa opção foi a de assumir a responsabilidade total de nossas emissões, indo além de práticas como a compra de créditos de carbono no Marcos Vaz: "Sustentabilidade não é custo, mas sim investimento" mercado. O foco da Natura está na redução das emissões e tudo aquilo que não é possível reduzir de imediato está sendo compensado pelo apoio a projetos externos, dotados de benefícios socioambientais evidentes. Dentro do Projeto Carbono Neutro, a Natura identificou a possibilidade de reduzir em 33% as emissões relativas da cadeia de negócios no prazo de cinco anos, tendo como base as emissões de A meta deve ser alcançada até Já conseguimos, com as práticas de 2007 e 2008, alcançar 9% de redução. No dia 10 de dezembro a Natura anunciou sua adesão ao programa Defensores do Clima do WWF-Brasil e seu compromisso em reduzir em 10% as emissões absolutas dos seus processos operacionais até 2012, em relação ao ano de O anúncio foi feito em Copenhague, em um evento paralelo à 15ª Conferência das Partes (COP-15) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima. Defensores do Clima é o nome de um programa da Rede WWF. No Brasil, o programa está sendo inaugurado pelo acordo firmado entre Natura e WWF-Brasil, organização não governamental brasileira que trabalha em articulação com a Rede WWF, a maior rede independente de conservação da natureza. O programa global conta com 22 empresas participantes, dentro as quais Coca-Cola, IBM, Tetrapak, Nokia, National Geographic e Sony. Juntas, essas empresas reduzirão suas emissões de gases do efeito estufa em 50 milhões de toneladas de CO2 até 2010, o equivalente às emissões anuais da Suíça. Para atingir a meta, a Natura investirá no uso de energias renováveis. Ela substituirá o combustível dos seus fornos de calor por biomassa e etanol, insumos renováveis, e usará etanol em sua frota própria de veículos. S&EA Alvo de pressões de ONGs ambientalistas, a Natura anunciou em 2006 ter banido completamente os testes com animais para garantir a segurança de seus produtos. Por que é tão difícil para a indústria de cosméticos se comprometer com o fim desses testes considerados cruéis e desnecessários? MV Desde dezembro de 2003 começamos o processo para eliminar os testes em animais por completo da nossa cadeia. Já em 2003, nossos produtos finalizados não eram testados em animais ou em tecidos de animais criados exclusivamente para pesquisa. Em dezembro de 2006, eliminamos também por completo estes testes em todas as etapas de pesquisa e avaliação de matériasprimas desenvolvidas exclusivamente para nós, seja internamente como em parceiros externos. Senac e Educação Ambiental 9 Ano 18 n.2 julho/dezembro de 2009

10 fotos: Pedro Martinelli O processo levou tempo, pois não existia no Brasil nenhum fornecedor de pele reconstituída e também porque precisávamos garantir que nossos fornecedores também não testariam os ativos. É importante ressaltar que não fizemos isso por pressão de ONGs e sim porque acreditamos na promoção do Bem Estar, que é a relação harmoniosa do indivíduo consigo mesmo, com os outros e com o mundo do qual fazemos parte. A eliminação dos testes em animais foi alcançada sem abrir mão dos exigentes critérios de segurança de nossos produtos. Investimos na busca, na validação e na implementação de métodos alternativos internacionalmente aceitos, como testes in vitro (em culturas de células) e posterior confirmação em voluntários humanos seguindo os preceitos éticos da Declaração de Helsinque. Para difundir a eliminação dos testes em animais, incentivamos nossos fornecedores de insumos a rejeitar essa prática em toda sua produção, mesmo aquela destinada a outras empresas. Assim, garantimos a segurança de uso de nossos produtos, sempre de forma ética e sem o uso de animais. S&EA A empresa recruta os serviços de quase 2 mil famílias em comunidades espalhadas pela Amazônia e Mata Atlântica. A própria Natura reconhece alguns riscos e problemas inerentes ao relacionamento com essas comunidades locais. Quais foram os principais desafios enfrentados até aqui? MV O uso sustentável de insumos da biodiversidade brasileira é nossa principal plataforma tecnológica. Entendemos que o desenvolvimento das comunidades fornecedoras é fundamental para a conservação do patrimônio ambiental. Estabelecer e manter essa rede de relacionamentos e inseri-la no modelo de negócios é um desafio que a Natura assumiu há alguns anos, com o propósito de incentivar a conservação ambiental e valorizar o conhecimento tradicional. A complexidade da logística de abastecimento (que envolve custos, qualidade e rastreabilidade dos insumos); o marco regulatório ainda em construção que rege os diversos aspectos desse relacionamento; e a diversidade cultural e social das comunidades envolvidas compõem um cenário que exige esforço contínuo. Atualmente, temos 23 comunidades parceiras da Natura, localizadas nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil e em um país da América Latina (Equador). Ao todo, reúnem famílias. Esse conjunto de comunidades caracteriza-se por uma grande diversidade, tanto cultural, quanto socioeconômica. Além disso, estão localizadas em diferentes ecossistemas e apresentam diferentes formas de organização social e institucional. Fazem parte desse público desde pequenos grupos de agricultores familiares no Sul do Brasil até comunidades tradicionais extrativistas com grande número de famílias no Norte do País. A Natura estimula a organização e a capacitação dos fornecedores rurais e busca participar da construção de cadeias de valor e de preço justo das Parceiros da Natura: conhecimento tradicional valorizado matérias-primas, visando à promoção do progresso social e econômico desses fornecedores e a adoção de processos produtivos de menor impacto ambiental. Sua atuação segue as recomendações da Organização Internacional do Trabalho, do Estatuto da Criança e do Adolescente, dos programas de certificação ambiental e da legislação vigente. Vários são os processos e os sistemas de gestão específicos ligados à questão da biodiversidade na Natura: seleção de ativos candidatos à pesquisa, regulamentação para pesquisa desses ativos, desenvolvimento de produtos e testes, desenvolvimento de fornecedores de grande, médio e pequeno porte e identificação de comunidades fornecedoras, certificação ambiental e os processos ligados aos impactos socioambientais que a atividade produtiva provoca nas comunidades fornecedoras, entre outros. Antecipando-se à evolução da legislação brasileira sobre o tema da biodiversidade, fomos a primeira empresa brasileira a fechar acordos de remuneração sobre o conhecimento tradicional associado, realizando, inclusive, protocolo para obtenção de autorização de acesso perante o Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN). S&EA A Natura fez história na Bolsa de Valores de São Paulo quando decidiu abrir o capital em 2004 e viu a procura pelos papéis da empresa superar dez vezes a oferta. Acionistas aumentam tremendamente a pressão por lucros incessantes e, de preferência, cada vez maiores. Como compatibilizar essa expectativa tão amplamente disseminada no mercado financeiro com políticas empresariais efetivamente sustentáveis? Dá para conciliar sempre ou, às vezes, é preciso sacrificar uma das partes? MV Temos aí um falso paradigma. Essa concepção só existe nas empresas que tratam a sustentabilidade como uma moda ou ação de marketing. Quem resolveu, de fato, conduzir sua atividade dentro dos princípios da sustentabilidade percebeu que sustentabilidade não é custo, mas sim, investimento. É uma forma de inovar, se diferenciar. Acreditamos que ser sustentável é uma oportunidade de se aprimorar e de crescimento constante. Se pu- Ano 18 n.2 julho/dezembro de Senac e Educação Ambiental

11 Em 2006, a Natura eliminou por completo os testes com animais foto: Divulgação Natura déssemos resumir em um conceito o que é sustentabilidade, diríamos que é cuidar das relações, com colaboradores, fornecedores, investidores, imprensa, consumidores, todos que ajudam na construção da marca e a garantir a longevidade da empresa. S&EA Em outubro deste ano, a Natura alcançou a marca de 1 milhão de consultoras. Para quem se revela tão preocupada em consolidar uma imagem de ambientalmente responsável, que garantias existem de que esse exército de revendedores(as) têm conseguido explicar e praticar os valores da empresa? MV Uma das crenças da Natura é a de aperfeiçoamento contínuo. Acreditamos que "a busca permanente do aperfeiçoamento é o que promove o desenvolvimento dos indivíduos, das organizações e da sociedade." Em 2008, ministramos aproximadamente 165 mil treinamentos iniciais. Preparamos as consultoras não apenas para lidar com o trabalho diário, mas para seu desenvolvimento como pessoa. Toda Consultora Natura (CN) deve passar por um treinamento inicial, no qual tem a oportunidade de conhecer outras consultoras, compartilhar histórias, sonhos e expectativas em relação à atividade de consultoria. A cada 18 dias, a Natura entra num novo ciclo, onde um produto ou linha ganha destaque. Até o 7.º ciclo, a consultora precisa passar pelo treinamento "Paixão por Produto". Além disso, oferecemos cursos de maquiagem, perfumaria e tratamento de pele para que se conheça mais e se divulgue melhor os produtos e os valores da empresa. O setor de cosméticos atrai muitas mulheres porque elas se identificam com o produto e negócio. É um público muito mais suscetível às crenças da empresa e valores sócioambientais. Elas gostam de trabalhar em mercados que dominam e se realizam. Este mercado tem uma profunda intimidade com o mundo feminino. As mulheres percebem que é uma extensão de seu viver. S&EA Em que medida as práticas sustentáveis defendidas pela Natura têm influenciado o consumidor a pensar e agir de forma mais consciente em relação ao planeta? MV Nossas consultoras são um importante canal de disseminação das crenças e valores da Natura. São elas que levam ao consumidor, por exemplo, a informação de que ele, ao optar pela compra do refil de um produto ao invés da embalagem regular, deixa de consumir cerca de 50% de matéria-prima. A consultora Natura além de vender produtos, ajuda a ampliar a consciência do consumidor. Em relação à venda de refis, fechamos o ano de 2008 com resultado acima da meta estabelecida. Na operação brasileira, por exemplo, a porcentagem de refis sobre itens faturados foi de 19,86%. S&EA Do ponto de vista tecnológico, quais os principais desafios da empresa no sentido de reduzir sua pegada ecológica (consumo de matéria-prima, energia, água, produção de lixo, etc)? MV A Natura busca desenvolver projetos e orienta os investimentos visando a compensação ambiental pelo uso de recursos naturais e pelo impacto causado por suas atividades. Busca organizar a sua estrutura interna de maneira que o meio ambiente não seja um tema isolado, mas que permeie todas as áreas da empresa, sendo considerado a cada produto, processo ou serviço que desenvolve ou planeja desenvolver. Isso permite à empresa prevenir-se de riscos, além de reduzir custos, aprimorar processos e explorar novos negócios voltados para a sustentabilidade ambiental, favorecendo a sua inserção no mercado. Sem alterar seu padrão tecnológico atual, procuramos reduzir o consumo de energia, água, produtos tóxicos e matérias-primas, e implantar processos de destinação adequada de resíduos. A Natura investe na atualização de seu padrão tecnológico, visando a redução ou substituição de recursos de entrada; realiza o tratamento de efluentes e de resíduos em geral e promove o uso de matérias-primas renováveis. Possuímos processos para medir, monitorar e auditar os aspectos ambientais associados ao consumo de recursos naturais e à geração de resíduos, estabelecendo periodicamente novas metas. Também procuramos adotar práticas de bom manejo florestal na extração de ativos e na utilização sustentável de recursos naturais básicos; promovemos a reciclagem e o reúso de materiais, o gerenciamento da qualidade do ar, da água e do solo, o controle de efeitos sonoros, a redução do desperdício e privilegiamos o uso de materiais biodegradáveis, entre outras iniciativas. A Natura implementou em 2006 o Sistema Natura de Gases de Efeito Estufa. O sistema mapeia emissões, identifica oportunidades de redução de gases, desde a cadeia de fornecimento ao descarte final, e gerencia planos de ação. Em 2007, lançamos o Programa Carbono Neutro, com ações mitigatórias e compensatórias. S&EA A Natura estimula seus funcionários a estudarem meio ambiente ou complementarem seus estudos na área ambiental? No caso de novas admissões, valoriza-se como quesito importante a formação do candidato em alguma disciplina relacionada a meio ambiente para o preenchimento de cargos? MV Na contratação de novos colaboradores a Natura busca pessoas alinhadas com suas crenças, pessoas que acreditam na construção de um mundo melhor, na importância das relações e na preservação do meio ambiente, na atuação sustentável. Todos os colaboradores da Natura são sensibilizados para o tema, seja por treinamentos específicos ou por ações de comunicação interna da empresa. Senac e Educação Ambiental 11 Ano 18 n.2 julho/dezembro de 2009

12 Cana-de-açúcar: combustível verde gera 1 milhão de empregos no Brasil Ações pelo clima geram milhões de postos de trabalho Organismos internacionais, como o Pnuma e a OIT, estimulam países a fazer do combate ao aquecimento atmosférico uma oportunidade para mudanças de padrões econômicos e inserção social pelo emprego. Por Procópio Mineiro foto: joão Roberto Ripper Quando faltavam três semanas para a Cúpula de Copenhague, o Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) lançou, em 18 de novembro, seu relatório "Estado da população mundial 2009", destacando o papel preocupante que as mudanças climáticas globais tendem a exercer sobre as comunidades humanas, sobretudo as mais pobres. As alterações climáticas, segundo o relatório, vão acelerar migrações, destruir fontes de subsistência, abalar sistemas econômicos e as possibilidades de desenvolvimento de muitos países. Como se fosse pouco, se desenhou um cenários de escassez de água e de alimentos. De um ponto de vista mais esperançoso, porém, órgãos internacionais do sistema da ONU, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), vêm trabalhando para uma mobilização mundial que minimize ou mesmo reverta o processo de aquecimento global, apontando para a necessidade de legislações nacionais que privilegiem atividades dedicadas a melhorar as condições ambientais nas cidades, nos campos e nos sistemas de produção. Partem do relatório "Empregos verdes: trabalho decente em um mundo sustentável e com baixas emissões de carbono", lançado em meados de 2008, mas efetivamente disseminado e debatido no correr de O ponto central dessa campanha, que não tem data para terminar, é a de que o desafio climático deve levar a uma mobilização de governos, empresas e centros de desenvolvimento tecnológico, como as universidades, visando a substituição de práticas não-sustentáveis por procedimentos produtivos mais limpos aliados a programas públicos de preservação ambiental, que vão de reflorestamento e paisagismo a uma gestão eficiente dos sistemas de energia e transporte, de água e esgoto e do lixo urbano. A OIT faz uma projeção positiva do envolvimento mundial por metas ambientais em todos os setores da atividade humana: até dois bilhões de novos empregos podem ser criados nessa mobilização pelo clima, o que, em tal proporção, seria capaz de varrer o desemprego da face do planeta ameaçado. Ano 18 n.2 julho/dezembro de Senac e Educação Ambiental

13 Mas, por enquanto, é hora de criar consciência e convocar a humanidade a posicionar-se para a batalha, que envolve aspectos tecnológicos, governamentais, empresariais e sociais. Mas saber que é possível, já é um grande passo e ajuda a alimentar o sonho de um futuro melhor. Economia verde, empregos verdes O alarme ambiental está tocando na cabeceira da humanidade sonolenta há cerca de 40 anos. Mas foi só com a Conferência Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio- 92), realizada no Rio de Janeiro, em 1992, que, efetivamente, a população do planeta começou a se dar conta do tamanho da encrenca em que se meteu. A Rio-92 ocorreu há 17 anos e o Protocolo de Quioto, primeiro grande compromisso global em defesa da estabilidade do clima, será substituído em dois anos sem que se tenha avançado o quanto se desejava. Mas é consenso que a questão ambiental tornou-se tema tão presente e urgente que, mais cedo ou mais tarde, surgirão as adequações necessárias exigidas pelos perigos que as alterações climáticas estão criando para todos na Terra. Sendo essas alterações do clima provocadas pela forma de produzir e consumir da humanidade, especialmente dos países industrializados, os maiores causadores das emissões de gases de efeito estufa na atmosfera, sabe-se que, forçosamente, mudanças terão que acontecer na economia de hoje. Preocupada em produzir limpo, essa economia verde será movida a empregos verdes. E como, na realidade, essa economia já começa a estruturar-se por força de maior conscientização, de novas leis e por adesão de parte do empresariado, novas oportunidades de empregos começam também a surgir. A OIT, como diz o título de seu estudo, pretende que essas novas ocupações sejam decentes, isto é, estejam cercadas das garantias legais e ofereçam ao trabalhador condições adequadas de atuar profissionalmente e de usufruir de bom padrão de vida. Uma evolução Para Paulo Sérgio Muçouçah, coordenador de empregos verdes e trabalho decente do escritório da Organização Internacional do Trabalho em Brasília, o Brasil já possui uma significativa quantidade de pessoas envolvidas em atividades ligadas diretamente à preservação ambiental ou a ela relacionadas de forma indireta. No momento, já seriam cerca de dois milhões de pessoas, entre as quais cerca de 500 mil dedicadas à coleta e reciclagem de lixo, e mais de um milhão na área agrícola que gera etanol e biodiesel, combustíveis que contam com um grande futuro num mundo necessitado de carburantes com baixa emissão de carbono. Com terras apropriadas para a expansão da cana-de-açúcar nas diversas regiões do país, o Brasil tem condições de responder por grande parte da demanda por combustíveis verdes, criando, simultaneamente, centenas de milhares de empregos nessa área. Conhecido historicamente pela precariedade predominante nas relações de trabalho, o setor canavieiro precisaria, na visão da OIT, empenhar-se em obter eficiência também na qualidade das relações trabalhistas, de modo a expandir, igualmente, o chamado emprego verde decente. Nas entrevistas que tem concedido para divulgar o estudo da OIT, Muçouçah vem destacando a expansão de oportunidades também em outros segmentos, a partir de iniciativas empresariais e governamentais. Considera que tem grande poder de geração de empregos o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal, pois princípios ambientais vêm sendo incorporados aos prédios, como a energia solar. Esse setor, portanto, receberá uma demanda que o levará a abrir muitas vagas de empregos especializados. Pneus: reciclados, se transformam em piso rodoviário Assim, de uma economia suja se passará a uma economia verde, dirigida pelos princípios ambientais quanto ao uso de energias, insumos, utilização de recursos naturais, emprego de novas tecnologias, percepção mais integrada da relação entre a produção e a sociedade, e a busca de redução das desigualdades entre os que consomem demais e os que consomem de menos. foto: Delfim Martins/Tyba Senac e Educação Ambiental 13 Ano 18 n.2 julho/dezembro de 2009

14 foto: Ricardo Azoury/Tyba Áreas privilegiadas Em um mundo que está sendo convocado a alterar profundamente algumas engrenagens de sua economia tradicional, certas áreas despontam como aquelas que ocuparão lugar privilegiado na nova economia verde. A primeira delas é a da energia, até hoje gerada, predominantemente (85%), por petróleo e carvão mineral, os vilões liberadores do gás carbônico, o CO2. Por sua importância central na questão do aquecimento atmosférico, darão lugar, em um processo cuja duração é difícil precisar, a outras fontes energéticas, como os ventos e o sol, ou a biomassa, de que resultam o etanol e misturas de produtos vegetais com fósseis, como o biodiesel. Nos cálculos da OIT, cerca de 630 bilhões de dólares serão aplicados em energia renovável nos próximos 20 anos, levando à criação de 20 milhões de postos de trabalho. Energia solar: expansão desse setor vai gerar mais empregos Durante a "2ª Semana do Etanol: compartilhando a experiência brasileira", promovida em novembro de 2009 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em Ribeirão Preto/SP, com a presença de especialistas, empresários e representantes de governos de 20 países, o assessor de Energia do Itamarati, Augusto Pestana, frisou o poder de inclusão social da agroenergia: Hoje, a produção de etanol movimenta mais de R$ 20 bilhões na economia brasileira e emprega mais de um milhão de pessoas. Queremos levar essa experiência brasileira para todos os países em desenvolvimento. O objetivo desse encontro internacional foi o de estimular outros países a plantar cana e produzir etanol, de modo a criar uma oferta mundial do produto capaz de torná-lo uma commodity internacionalmente aceita, superando os boicotes atuais que limitam as exportações brasileiras do combustível verde. Com a ampliação futura de produtores, mais o mercado se expandirá, criando maior número de postos de trabalho, como prevê a OIT, para a qual atividades benéficas ao clima acabarão por desenvolver uma economia verde com crescente número de empregos. Segundo a assessora internacional da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Geraldine Kutas, os maiores emissores de CO 2, como Estados Unidos, Europa e Japão, impõem barreiras tarifárias à importação do etanol brasileiro, preferindo manter a matriz energética poluidora. Diretamente ligado à energia está o setor de transportes rodoviários, que queimam gasolina e óleo, e se movem sobre pneus de borracha, considerados dos mais poluentes descartes. Readequações para o transporte sobre trilhos, melhorias na tecnologia dos motores, aperfeiçoamentos ou substituição de combustíveis e adoção da eletricidade em veículos envolvem a expectativa de desenvolvimento de múltiplas atividades geradoras de empregos. A atividade de reciclagem, em constante crescimento, é a que oferece a melhor perspectiva de multiplicação de mão de obra a curto prazo, à medida que a consciência ambiental se expande, sobretudo na população urbana, levando os governos a adotarem procedimentos mais efetivos quanto à coleta e tratamento do lixo. Os dados da OIT registram 500 mil pessoas envolvidas nessa atividade no Brasil, número considerado ainda modesto ante os dez milhões de trabalhadores atuantes nesse segmento na China. O saneamento desponta como uma atividade verde de grande poder empregador, sobretudo nos países em desenvolvimento, devido à demanda reprimida de tais serviços. Mesmo em grandes e cosmopolitas capitais do Terceiro Mundo, os sistemas de saneamento deixam a desejar ou são inexistentes em amplos setores das cidades, particularmente nas periferias. Fornecimento de água tratada, oferta de sistemas de esgotos com tratamento final dos dejetos, eficiência na coleta e deposição do lixo são atividades ambientais de grande efeito e cada vez mais necessárias. Outra área considerada destinada a crescer é a silvicultura, ante a consciência de que florestas são as melhores armas naturais de absorção do gás carbônico da atmosfera. Produzir mudas, reflorestar e conservar flofoto: Ricardo Funari\BrazilPhotos Privilegiado em qualquer área dessas possibilidades, o Brasil pode contar com uma larga estrada à frente para expandir a produção energética e, com ela, o número de braços e cérebros envolvidos no processo. A coleta e reciclagem de lixo envolvem 500 mil pessoas no Brasil Ano 18 n.2 julho/dezembro de 2009 Senac e Educação Ambiental

15 Hidrelétricas: fonte renovável garante matriz energética limpa foto: Luiz Claudio Marigo restas ainda existentes tendem a se transformar em atividades capazes de absorver grande número de trabalhadores, especializados ou não. No caso do Brasil, que se destaca como um dos últimos grandes refúgios florestais do planeta, apesar do desmatamento ininterrupto de mais de 500 anos, o apelo para atividades preservacionistas, conjugadas com atividades de exploração econômica sustentável na área, é inquestionável. Em cada um dos 17 estados do bioma da Mata Atlântica, milhares de empregos poderão ser gerados, caso tenha bom andamento o plano de reflorestar cerca de 10% da área nas próximas décadas, elevando a proporção de bosques do sistema costeiro. Outro projeto ambiental de largo poder empregador é o de recuperação do Rio São Francisco, que envolverá um grande esforço de reflorestamento em Minas Gerais, Bahia e Pernambuco. Esse plano é desdobramento da ação de transposição de águas do rio para regularização e perenização de bacias hidrográficas em Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, e já em andamento, mas sob fortes críticas de alguns setores ambientalistas, que pedem prioridade para a revitalização da bacia hidrográfica. Embora os estudos técnicos demonstrem que o percentual de água a ser extraído cerca de 1% da vazão não ameaçará o rio, os mesmos estudos preveem, a longo prazo, a redução da torrente em consequência do intenso desmatamento na porção mineira, com prejuízo para os afluentes, que foto: Cris Kizzy/BrazilPhotos por isso abastecerão cada vez menos o São Francisco. Os compromissos voluntários do governo brasileiro para a redução da emissão de carbono incluem uma forte redução no desmatamento e nas queimadas. O foco é a Amazônia, mas certamente a larga destruição das matas mineira e baiana será alcançada pelas novas políticas, tornando inevitável que ações de reflorestamento, engenharia e saneamento comecem na extensa bacia hidrográfica do Rio São Francisco, com efeito positivo na oferta de empregos verdes nos sertões e veredas mineiras, baianas e pernambucanas. Construção "verde": preocupação crescente em reduzir impacto ambiental A construção civil já usa o argumento ambiental como tema de vendas e, na avaliação da OIT, é uma atividade capaz de incorporar, de forma crescente, elementos e tecnologias de grande efeito ecológico, criando funções para uma abundante mão de obra verde. Iluminação, aeração, sistemas de água e esgoto mais eficientes, aproveitamento espacial, arborização, geração alternativa de energia, como a solar, emprego de materiais menos poluentes e descarte correto dos seus resíduos, entre outros itens, são aspectos em que a construção civil, tradicionalmente uma das áreas que mais empregam no Brasil e no mundo, pode ampliar sua contribuição para a sustentabilidade do meio ambiente. Revolução energética Mudanças de padrões certamente abrem oportunidades a novos meios de produzir e de auferir renda. Mas, igualmente, podem tornar obsoletas as formas dominantes da economia do momento e de sua estrutura de trabalho. Isso se torna ainda mais verdade quando o desafio ambiental está propondo uma revolução energética que se baseie em fontes renováveis, acenando com o desmonte ou redução dos sistemas tecnológicos, financeiros e geopolíticos ligados à exploração das fontes nãorenováveis, o petróleo e o carvão mineral, ainda as matérias-primas energéticas dominantes, em torno das quais o mundo tem girado com um olhar imediatista e de forma nada pacífica. As resistências às mudanças, portanto, não devem surpreender. Ainda assim, o potencial de criação de empregos verdes no Brasil coloca-se na linha otimista do estudo da Organização Internacional do Trabalho, dependendo, apenas, da ação planejadora, orientadora e regulamentadora do governo, da adesão e do senso de oportunidade do empresariado urbano e rural, e da consciência ambiental da sociedade nacional. Senac e Educação Ambiental 15 Ano 18 n.2 julho/dezembro de 2009

16 Caminhada rumo à economia verde Na sala da Escola de Engenharia da Universidade Federal Fluminense, em Niterói, o ambiente é típico e lembra qualquer outra escola superior brasileira: os móveis já aparentam longevidade, embora não reclamem, e os armários são em menor número do que o necessário. Mas um pequeno detalhe atrai o olhar. É uma obra de arte, um quadro na parede, expressivo em seu marrom claro, composto pela imaginação e perícia de um artesão verde, com fios de mangue. A arte também pode ser verde, comenta o engenheiro e professor titular Antônio da Hora, especialista em recursos hídricos, meio ambiente e energia, e que, por essas qualidades, é também subsecretário de Ambiente do Estado do Rio de Janeiro. Antônio da Hora concorda com as esperanças da OIT quanto a uma profusão de ocupações novas a serem estimuladas pelas atividades ambientais. Vê o Brasil como um país especialmente vocacionado para essa tarefa. Mas tece uma série de considerações sobre o desenvolvimento da economia verde e seus empregos anti-co 2. Recomenda criatividade, compromisso da sociedade, inteligente aplicação de recursos e planejamento governamental capaz de induzir o empresariado a adotar uma produção limpa. A criação de empregos verdes no Brasil, segundo ele, exigirá uma postura ativa dos governos, com planejamentos de longo prazo, compromisso com a melhoria ambiental e regulações que deem tranquilidade ao setor empresarial para investir em tecnologias limpas e outros aperfeiçoamentos. Precisamos também de uma engenharia nova, para tornar rotineiro o reaproveitamento de bens escassos como a água. Haveria consequências positivas, tanto ambientais quanto econômicas, produti- vas e sociais, propõe o professor, que sonha um dia ver uma empresa reciclar toda a água que usa em seus processos de produção para de novo reusá-la, reduzindo drasticamente novos aportes hídricos. Essa purificação da água industrial é já por si um mercado de trabalho, porque exigirá invenção da tecnologia e sua aplicação constante. Podemos generalizar esse raciocínio para diversos bens da natureza e para a área de maquinário, buscando sempre um melhor aproveitamento e produtividade. Um bom exemplo de bem natural que pode gerar novas tecnologias e empregos é o da cana-de-açúcar, em que o Brasil está na frente, mas pode se desenvolver muito ainda. Além da produção do setor, como açúcar e álcool, o processo produtivo rende, como sobras, muito bagaço e palha. São restos que podem ser aproveitados para gerar energia através da queima, como já se faz. Mas se desenvolvermos métodos de processamento que transformem esses restos em briquetes prensados, pequenos tijolos, poderíamos não apenas desenvolver uma especialidade, mas também aumentar o poder energético dessa biomassa. Isto porque o bagaço e a palha, queimados em seu estado natural, rendem um d e t e r m i n a d o poder calórico, o que os torna próprios para alguns usos. Já o briquete, resultante do processo de prensagem desses materiais, teria poder calórico quatro vezes maior e uma maior gama de aplicações como combustível verde capaz de substituir um combustível mais sujo, ensina o professor. Os ecopolos O professor Antônio da Hora especula sobre as virtudes de outro tipo de sistema de produção verde, que, alerta, exigiria a indução do poder público junto às empresas e associações empresariais, em conjunto com as universidades. Trata-se de polos de produção ou ecopolos, que preferimos chamar simplesmente de polos industriais, nos quais o descarte de uma empresa possa servir como insumo de outra fábrica, estabelecendo-se uma espécie de encadeamento de reaproveitamentos, gerando-se no processo uma série de ocupações e serviços complementares. Em suma, esses polos reuniriam empresas com complementariedade de uso de rejeitos, explica. Vamos exemplificar com a canade-açúcar, cuja usina descartou bagaço e palhas. Ao lado, haveria uma indústria especializada em transformar esse bagaço e a palha Em dezembro, o governo fez o primeiro leilão de energia eólica foto: Luiz Claudio Marigo Ano 18 n.2 julho/dezembro de Senac e Educação Ambiental

17 em briquetes ou pallets, para uso energético da própria usina ou de outras fábricas. Aliás, esse processo de briquetagem via prensagem pode ser utilizado para todo resíduo de origem agrícola e florestal, resultando em produtos de alto valor calórico. A palha da soja é outro bom exemplo. É um processamento industrial bem simples, mas que resulta em um produto de utilização energética importante. Poderíamos chamá-lo de carvão verde. Para Antônio, esse encadeamento produtivo geraria novas riquezas: Mas, para acontecer, seriam necessárias novas especialidades profissionais e serviços relacionados, levando à criação de tecnologias e empregos em diversos níveis. O mercado que pode resultar das preocupações ambientais e do combate aos gases de efeito estufa tem vasto potencial. Solução para os pneus usados Nessa linha, o professor aponta a reciclagem de pneus, atividade que abre grandes perspectivas de ocupação. Os pneus são dos descartes mais poluidores de nossa civilização motorizada. Hoje já existe tecnologia para reciclar sua borracha e transformá-la em piso rodoviário, em mistura com asfalto, aumentando a durabilidade do revestimento das estradas. pneus velhos. O pneu usado e descartado, que continua a ser uma dor de cabeça ambiental, é um bom exemplo do potencial da reciclagem ambiental na geração de atividades e emprego. Hoje já existe até associação de recicladores dos pneus, os quais, além do asfalto-borracha, podem virar outros produtos, como mangueiras e tubos. Esse pessoal vive à caça de pneus velhos, o que é uma grande ação ambiental e se tornou um ativo setor econômico, de alto benefício ambiental e que gera riqueza, renda e empregos verdes, exemplifica Antônio. O papel do governo O professor atribui um grande papel aos diversos níveis de governo na indução de atitudes que incentivem a criação de atividades e empregos com foco ambiental: Ao criar leis e regulamentos ou ao estabelecer certos incentivos fiscais, o governo tem condições de estimular setores econômicos a adotar políticas que resultem em benefício ambiental e, para alcançar resultados, tais segmentos tenderão a criar postos de trabalho voltados para aqueles objetivos. Um estímulo desse tipo, já existente aqui no Rio de Janeiro, mas voltado Obra de saneamento: atividade fundamental para reverter degradação ambiental para as prefeituras, é o ICMS Verde, destinado a contemplar municípios com um acréscimo na distribuição do ICMS. A contrapartida, explica, é que alcancem determinadas metas ambientais, como ampliação do sistema de esgotos, melhorias na coleta e destinação do lixo, ampliação e conservação de áreas verdes, entre outros aspectos. Dessa forma, as prefeituras são induzidas a desenvolver atividades ambientais que requerem novos serviços e mão de obra. Algo semelhante pode se estender às empresas, com redução fiscal àquelas que avançarem em suas metas ambientais, como redução do consumo de água, por meio da reutilização ou controle da energia, entre outros. Para alcançar suas metas, essas empresas acabariam criando postos de trabalho e recorrendo a serviços especializados da linha verde, completa. (Procópio Mineiro) Poluição industrial: solução exige novas tecnologias e mão de obra qualificada foto: Luiz Claudio Marigo foto: Andre Valentim/Tyba Algumas ruas do Rio de Janeiro já estão revestidas por esse asfalto-borracha, com resultados tão bons, que o Arco Rodoviário, de 129 quilômetros de extensão, já tem previsão de usar o produto. Se as condições de preço permitirem, toda a rodovia terá o piso de asfalto-borracha, o que corresponderá à reciclagem de 70 milhões de Senac e Educação Ambiental 17 Ano 18 n.2 julho/dezembro de 2009

18 Setor público e empresariado criam oportunidades Comércio: ênfase na conscientização ambiental do quadro de funcionários Uma semana antes da abertura da Conferência sobre Mudanças Climáticas, em Copenhague, a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro inovou ao se tornar a primeira administração municipal do Brasil a traçar metas ambientais para os próximos dez anos, especificando percentuais de redução de emissão de gás carbônico: menos 8% em 2012, menos 16% em 2016 e menos 20% em 2020, tendo como referência as emissões de É o Programa Rio Sustentável. Para alcançar tais objetivos nada fáceis, a prefeitura carioca estabeleceu um plano de ações em quatro áreas: a) mitigação das emissões dos grandes grupos emissores de CO2 resíduos e transportes; b) recuperação e ampliação da cobertura vegetal; c) projetos e medidas de gestão sustentável; d) disseminação da cultura de sustentabilidade e de eficiência energética. Nessas ações, são visíveis possibilidades de geração de novos empregos, via incremento da reciclagem do lixo domiciliar e industrial, mudanças na estrutura dos transportes, ampliando-se o transporte por trilhos, e a expansão do uso de combustíveis verdes na frota de veículos rodoviários, além do reflorestamento. Até 2011, toda a cidade do Rio de Janeiro e provavelmente também seu entorno, de cinco milhões de pessoas terá a coleta seletiva de lixo, para facilitar a reciclagem. A criação de empregos verdes é uma meta explícita da prefeitura, já que o Rio Sustentável tem por orientação articular a defesa ambiental com a ampliação de empregos nessa atividade, embora não haja ainda uma projeção do número de postos de trabalho a serem criados. Na área industrial, iniciativas já estão em marcha, como as executadas pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan): a Bolsa de Resíduos e a Troca Ambiental, além do Grupo Executivo da Agroindústria, este voltado também para a expansão de atividades florestais. A Troca Ambiental envolve o compartilhamento de experiências e tecnologias desenvolvidas por uma indústria para as outras, gerando adaptações de funções nas equipes respectivas e até contratações para gestão ambiental. Desse programa já participam a Companhia Municipal de Limpeza Urbana, Petrobrás, Indústrias Nucleares do Brasil, Companhia Siderúrgica Nacional, Michelin, Ambev, empresas automobilísticas, Fábrica Carioca de Catalisadores e dezenas de outras. A Bolsa de Resíduos, por sua vez, visa o reaproveitamento de rejeitos de uma indústria por outra e abre mercado para recicladoras. Os restos reaproveitáveis vão de papel e papelão, vidros, latas, madeiras e plásticos, até inúmeros tipos de óleos usados, borracha, lodo com metais pesados, produtos farmacêuticos e veterinários, solventes e metais ferrosos e não ferrosos, entre muitos outros. Há quem ofereça 13 toneladas semanais de óleo vegetal usado, quanto quem procure 100 toneladas semanais do mesmo produto. Na linha do proposto pelo professor Antônio da Hora, esse mecanismo de reutilização de rejeitos industriais possui um horizonte de expansão infinito, contribuindo tanto para reduzir o lixo industrial lançado na natureza quanto para criar possibilidades de empregos. Já o segmento comercial não se vê como um criador direto de empregos verdes, segundo o posicionamento expresso pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio/RJ), embora o setor seja grande produtor de descartes, sobretudo de embalagens e outros resíduos recicláveis. Segundo nota da Fecomércio, no setor a conscientização ambiental é crescente, mas a adequação a exigências ambientais não passa necessariamente pela contratação de novos profissionais, mas pela sensibilização do quadro de funcionários existente quanto às dimensões social, ambiental e econômica da sustentabilidade. A produção e o comércio têm meios de fornecer produtos ecologicamente corretos, mas estes precisam ser viáveis economicamente, despertar a demanda do consumidor e envolver a cadeia de ponta a ponta. (Procópio Mineiro) foto: Rogerio Reis/Tyba Ano 18 n.2 julho/dezembro de Senac e Educação Ambiental

19 Conferência Mundial do Clima: resultados e impasses A Conferência Mundial do Clima, COP-15, reuniu durante duas semanas, em Copenhague, líderes mundiais de 193 países com o objetivo de elaborar um novo acordo global do clima com prazos e metas para a redução das emissões de gases estufa, e mecanismos de ajuda financeira e tecnológica aos países que mais vão sofrer os efeitos das mudanças climáticas. A maior conferência do clima da História atraiu, em dezembro, as atenções do mundo inteiro para a capital da Dinamarca, que abrigou milhares de jornalistas, representantes de delegações oficiais e também de organizações não governamentais. Apesar dessa mobilização sem precedentes para uma Conferência das Partes, o tão esperado acordo não se concretizou. A COP-15 serviu para avaliar a disposição das principais economias do mundo em assumir compromissos rígidos de redução das emissões de gases estufa em atendimento aos alertas do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU). Os Estados Unidos e a China, principais poluidores do mundo, não modificaram suas propostas originais de redução das emissões, e deflagraram uma disputa particular durante toda a conferência em relação às regras de aferição internacional dos resultados dos planos de ação voluntários apresentados pelos países emergentes. Apenas no último dia da COP-15, os chineses aceitaram submeter seus resultados à checagem internacional, como exigiam os americanos. Os países pobres especialmente os africanos e também as nações-ilha do Pacífico paralisaram a conferência com reclamações ostensivas contra a morosidade dos países ricos em assumir prazos e metas de redução mais ousados. O Brasil, que se aliou em diversos momentos com o G-77 ( grupo de países que se articula como bloco no combate aos interesses dos países ricos) surpreendeu na reta final com um veemente discurso feito de improviso pelo presidente Lula que dirigiu um apelo em favor do consenso no último dia da Conferência, denunciando as barganhas e os interesses de curto prazo das nações mais poderosas. Naquele momento, explicitou-se o impasse. Pelos corredores do Bela Center, cenário da conferência, denunciava-se a intransigência de alguns países e a falta de empenho de outros. Diante do sentimento de frustração e até do possível fracasso da conferência, o presidente francês Nicolas Sarkozy convidou, no penúltimo dia do evento, o presidente Lula para organizar uma reunião de emergência com alguns chefes de Estado. A França decidiu manter o Protocolo de Quioto e a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, aceitou a criação de um fundo internacional de 100 bilhões de dólares para ajudar os países pobres a combater os efeitos do aquecimento global sugestão defendida pelo governo brasileiro e os países que formam o grupo G77. Após a reunião de emergência, o encontro final foi feito a portas fechadas no último dia da conferência, contando com chefes de Estado de 25 países, incluindo o Brasil. Mas, uma das principais bandeiras dos países em desenvolvimento, a manutenção do Protocolo de Quioto, não foi assinada pelos EUA. Foi elaborado o Acordo de Copenhague, liderado pelos EUA e China, um documento político sem força de lei que não definiu condições concretas para alcançar os objetivos principais da COP-15, mas apenas intenções, como: não aumentar a temperatura global em mais de 2 C até o final do século, reduzir as emissões de CO2, entre 25% a 40%, até 2020, por parte dos países ricos, e a criação de um fundo internacional com 100 bilhões de dólares por ano, até 2020, para mitigar os efeitos das mudanças climáticas em países em desenvolvimento. Entretanto, a conclusão da COP-15 previa a apreciação do acordo final na última plenária da conferência. Os delegados dos países em desenvolvimento do G77, principalmente Sudão, Bolívia, Cuba, Venezuela e Nicarágua, criticaram duramente o documento, já que não havia compromissos jurídicos para garantir o que foi definido no acordo, mas apenas intenções políticas. Assim, as Nações Unidas assumiram o acordo como uma carta de intenções, incluindo a reprovação dos países discordantes. O que ficou como resultado da COP-15, além de algumas intenções gerais de cunho político, foi a continuidade dos debates para a COP-16, que será realizada no México, em foto: A. Mendes Senac e Educação Ambiental 19 Ano 18 n.2 julho/dezembro de 2009

20 Artesãs de diferentes regiões se unem para superar uma realidade de pobreza por meio do artesanato, transformando em peças de arte os frutos que a natureza generosamente lhes oferece. Por Elias Fajardo Fotos de Lena Trindade O artesanato conserva a cicatriz quase apagada que comemora a fraternidade original dos homens, já que pertence a um mundo anterior à separação entre o útil e o belo. Com seu texto poético, o mexicano Octavio Paz, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1990, nos informa também que o artesanato não é único como a obra de arte e pode ser substituído por outro objeto parecido, mas nunca idêntico. Ele nos ensina a morrer e, em consequência, nos ensina a viver. Mas as atividades artesanais não possuem apenas aspectos simbólicos. Elas também são meio de vida para milhares de pessoas. Segundo o Programa do Artesanato Brasileiro, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, a modalidade representa 3% do Produto Nacional Bruto e mobiliza mais de 8,5 milhões de pessoas, das quais 85% são mulheres. Como sempre cuidaram da casa e da alimentação, as mulheres se desenvolveram nas artes ligadas ao fazer manual e, historicamente, têm feito de suas habilidades uma fonte de renda. Mas, para sobreviver no competitivo mundo industrial, o artesanato busca renovar-se sem perder a tradição. Um dos pioneiros nessa área é o designer Renato Imbroisi, cujas oficinas para grupos de artesãs as ajudam a criar peças com aquilo que a natureza local lhes oferece, além de reaproveitar materiais industriais. Os exemplos são inúmeros e atestam a habilidade e o talento de nossas artesãs. O Programa Talentos do Brasil, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, reúne peças elaboradas por cerca de pessoas, organizadas em 15 grupos de artesãs de 12 estados brasileiros. Elas participam de oficinas anuais realizadas, entre outros, pelo estilista Jum Nakao, pela designer Eloísa Crocco e a criadora de joias Virginia Scotti. Daí surgem coleções de roupas, acessórios, tapetes e objetos de fibras naturais, comercializados em uma feira anual de agricultura familiar. O artesanato brasileiro é feito principalmente com barro, madeira e trançados de fibras vegetais. Entre os materiais destacam-se ainda o tecido, a renda, o couro, a pedra, conchas e sementes. As fibras são um capítulo à parte. Duras ou maleáveis; fáceis de conseguir, muitas vezes crescendo na porta das casas das artesãs; ou exigindo longas caminhadas na floresta ou na caatinga para serem coletadas, elas têm a alma da nossa natureza que se transforma nas mãos hábeis das artesãs. Caroá O caroá (Neoglaziovia variegata) é uma bromélia espinhosa que cresce no Nordeste. Dá poucas folhas, dispostas em roseta, das quais se Ano 18 n.2 julho/dezembro de Senac e Educação Ambiental

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