SIMULAÇÃO EMPRESARIAL
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- Alícia Cipriano Neto
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1 SIMULAÇÃO EMPRESARIAL Regis Garcia 1 Neste texto, que será base para as avaliações virtuais 1 e 2 veremos conteúdos importantes sobre a SIMULAÇÃO EMPRESARIAL, sob pelo menos dois aspectos a serem destacados: Perspectiva acadêmica Perspectiva corporativa profissional Sob a primeira perspectiva você certamente já pensou, afinal está em um curso no qual a disciplina é parte integrante. Ela tem sido inserida em vários cursos voltados à formação de profissionais de variadas áreas, principalmente: administração; economia; ciências atuariais; engenharia, além é evidente da contabilidade e controladoria. Todos esses cursos tem em comum a necessidade de desenvolver o raciocínio lógico analítico no aluno preparando-o para solucionar problemas no cotidiano profissional que lhe exigirão habilidades especiais que o processo de simulação pode contribuir para desenvolver e aprimorar. Sob o segundo aspecto, já contando com profissionais em exercício profissional, as organizações buscam a economia de recursos por meio da simulação utilizando-a inclusive nos processos de seleção de candidatos e de projetos de investimentos com grandes montantes de inversão de capital. A disciplina, portanto irá contribuir bastante no sentido de demonstrar as contribuições que o processo de simulação proporciona para a academia, mas principalmente para a melhoria da eficácia do processo decisório das organizações impondo dessa forma a necessidade de conhecimento e domínio de seus conteúdos por parte dos futuros profissionais de mercado relacionados aos processos de gestão corporativa e de recursos humanos. 1 Contador, doutorando em Ciência da Informação pela UNESP e Mestre em Contabilidade pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Atuo como diretor executivo em um grupo empresarial e sou professor universitário da Unopar e da Universidade Estadual de Londrina, de graduação e também dos cursos de pós-graduação.
2 1) PERSPECTIVA ACADÊMICA DA SIMULAÇÃO Vamos começar este texto conhecendo uma das perspectivas: a acadêmica. Não que estaremos falando apenas de simulação no contexto da escola ou universidade, mas envolvendo o assunto formação e educação profissional. Os principais aspectos que serão abordados nessa unidade dizem respeito à aplicação da simulação no ambiente de aprendizado em alguns ambientes de preparação para o mercado de trabalho. Comecemos acessando no link abaixo um caso interessante de aplicação da simulação sendo discutida na Oficina de Simulação empresarial do IV Congresso Mineiro de Ciências Gerenciais da FAMINAS. LINK: Como você pode ver nesse vídeo ilustrativo, a simulação como ferramenta de aprendizado é um anseio de profissionais de todos os níveis e de várias áreas. O projeto de pesquisa postado no portal administradores.com (o portal da administração), um portal que divulga várias iniciativas de pesquisa e estudos de casos traz algumas matérias que envolvem o tema, vale a pena acessá-lo: dê uma navegada e pesquisa o tema por lá buscando a perspectiva que estamos destacando nesta unidade. O empresário, diretor da Digitec Cursos de Informática e da CursoDigital - Sistema Interativo de Ensino Edmilson é formado em Administração de empresas e propõe um projeto de pesquisa interessante envolvendo simulação empresarial no qual ele considera que esse tipo de atividade pode contribuir substancialmente para a formação profissional. Na introdução do projeto de pesquisa Edmilson considera que o ensino da Administração no Brasil baseiase em um sistema herdado da pedagogia, o que coloca a formação em uma situação delicada devido à incompatibilidade do sistema tradicional (quadro x giz) com as aceleradas mudanças e incertezas do mundo dos negócios. Acrescenta que para formar profissionais preparados para o mundo dinâmico do ambiente empresarial as instituições de ensino superior, no âmbito
3 dos cursos de administração e similares, precisam adequar seus projetos pedagógicos à atual realidade, buscando novas ferramentas de ensino que consigam conciliar teoria e prática, proporcionando aos acadêmicos uma visão holística de sua futura profissão. Para Edmilson nesse contexto, os Jogos de Negócios constitui-se uma proposta alternativa, pois não deixa de considerar as várias linhas de pensamentos e teorias de ensino, mas contempla os aspectos dinâmicos da sociedade contemporânea. Essa ferramenta pode favorecer a aprendizagem através da prática simulada, dando maior conhecimento vivencial aos profissionais que estão sendo preparados. Vejam que a formação profissional é vista realmente como um dos principais aspectos a serem considerados quando se insere o processo de simulação no contexto dos cursos independentemente de qual área. O processo de simulação, então é meio e não fim em termos de aprendizado e isso é importante ser frisado porque mais importante do que se aprender como se desenvolve o processo simulatório é a compreensão dos objetivos que estão por trás da metodologia geralmente especificamente elaborada. O texto a seguir representa uma síntese referencial que compôs o trabalho de conclusão de curso feita por Graziela da Universidade de Santa Catarina e que é bastante ilustrativo no que diz respeito ao papel da simulação no contexto acadêmico em comparação com outros métodos didáticos. PARA SABER MAIS: O trabalho completo e mais detalhes envolvendo a prática de simulação no contexto acadêmico educacional estão disponíveis na internet no link: O referencial teórico citado pela autora está no final do trabalho. Graziela diz que dentre os inúmeros métodos utilizados no processo de ensino aprendizagem, a simulação merece destaque e vem conquistando cada vez mais espaço e é também conhecido como jogos de empresa, o que causa ainda algumas confusões acerca da conceituação da expressão. Ela acrescenta que Marion e Marion (2006) prefere utilizar a expressão simulação
4 empresarial, o que realmente é o termo mais comumente encontrado na literatura e nos demais materiais envolvendo as práticas de simulação. No curso de Ciências Contábeis da Universidade do Contestado Campus Mafra/SC, os jogos empresariais são trabalhados dentro da disciplina Laboratório Contábil III, durante a sétima fase do curso. Os termos jogos de empresas e simulação empresarial costumam causar dúvidas quanto ao emprego e sua utilização. O termo jogos de empresas é mais antigo, visto que foi mencionado pela primeira vez em 1950, quando a técnica surgiu. Já o termo simulação empresarial é mais recente e tem sido utilizado com a finalidade de substituir o termo anteriormente citado. Essa tendência se justifica em função de que a palavra jogos pode assumir um caráter lúdico, deixando de lado a real finalidade do jogo. A prática do método de simulação empresarial contribui para o interesse e participação do aluno, permite ao professor conhecer individualmente o aluno, observando o desempenho, propiciando a tomada de decisões mediante dados contábeis e mercadológicos. Tal método surgiu nos EUA a partir dos conhecimentos dos jogos de guerra, difundidos principalmente na época da Segunda Guerra Mundial. Cabe esclarecer que a utilização da palavra jogo ou simulação depende da finalidade, sendo que jogo pode vir a definir um modelo de representações das atitudes de agentes autônomos; já a palavra simulação pode significar imitar, simular, sendo considerada a representação de um fenômeno. O resgate feito por Graziela é bem interessante, principalmente quanto à definição de Marion; Marion (2006, p. 85) que definem a simulação como: Método de capacitação gerencial em que os participantes competem entre si através de empresas simuladas, tomando decisões que, processadas por um simulador, geram relatórios gerenciais para que um novo ciclo de análises e tomada de decisões seja realizado. Para Fries (1985) os jogos de empresas são considerados um modelo específico de simulação, visto que a simulação é uma técnica que objetiva manipular modelos representativos e simplificados da realidade complexa e suas dependências, visando obter determinados resultados, que seriam inviáveis de serem obtidos no ambiente real.
5 No recorte teórico desenvolvido pela autora, simulação empresarial é uma técnica de treinamento e desenvolvimento gerencial, que obteve espaço maior nas organizações e um avanço significativo após o surgimento dos computadores, visto que trouxe alterações quanto a maneira de aplicação da simulação empresarial. Para Graziela, de acordo com Fries (1985) jogos de empresas podem ser definidos como abstrações matemáticas simplificadas, de uma situação relacionada com o mundo dos negócios, onde os participantes em grupo ou individualmente - administram a empresa como um todo ou apenas uma parte, através de decisões administrativas. As principais características do método de simulação empresarial se manifestam na capacitação gerencial, através da revisão e assimilação de conceitos aprendidos em outras disciplinas; os participantes competem entre si através da gestão de empresas simuladas; o simulador é um componente essencial de tal método; e seu processo é cíclico. Marion; Marion (2006) revelam como acontece a dinâmica de uma simulação: inicialmente os alunos são divididos em equipes com a finalidade de assumir a gestão de empresas simuladas, que competem entre si num mesmo mercado; as equipes precisam tomar decisões para um determinado período, utilizando relatórios empresariais anteriores; os alunos entregam as decisões ao professor a cada aula e as processa no simulador empresarial. Com os resultados, novos relatórios são gerados, fazendo com que novas decisões possam ser tomadas, tal dinâmica se repete por vários períodos, conforme a necessidade. O trabalho de Graziela sugere que a mesma aplicação que ela fez seja replicada em mais universidades para que se estabeleçam novos parâmetros para análise do impacto das práticas de simulação no processo de ensino aprendizado. A imagem abaixo não poderia ser mais ilustrativa da função educativa da simulação, ou seja, como formar um piloto até que ele esteja preparado para tirar do chão um avião de grande porte sem colocar em risco todo capital envolvido na aquisição de uma aeronave e demais imobilizados que a cercam, os recursos humanos e do próprio piloto?
6 Fonte: Seria impossível treinar um futuro condutor de uma aeronave sem antes submetê-lo a um simulador que na segurança de sua fixação em solo, permite colocá-lo diante das mais variadas situações de voo. Em termos educacionais o processo de simulação permite então levar o estudante ao contato simulado com situações criadas especialmente para fins de treinamento e condicionamento para o enfrentamento de futuras situações reais no cotidiano de trabalho em determinadas profissões. Quais as profissões que você julga possuírem um bom campo de aplicação de simulação no processo de formação dos futuros profissionais? Vamos ver alguns casos nos quais o processo de ensino aprendizagem pode e geralmente envolve processos de simulação durante o curso de formação e capacitação dos futuros profissionais? MBA nos cursos de especialização de praticamente todas as áreas é comum a disciplina de simulação empresarial conhecida geralmente como Business game que envolve a formação de equipes que disputam mercados hipotéticos com situações hipotéticas envolvendo decisões por parte das equipes participantes. O objetivo é treinar o processo decisório. ÁREAS BIOLÓGICAS Como a medicina, odontologia, veterinária etc..., que utilizam processos de simulação envolvendo pacientes bonecos ou
7 partes do corpo humano confeccionados de materiais e componentes que simulam situações das mais variadas para medir a capacidade de reação do profissional diante do problema apresentado. Cirurgias também são desenvolvidas em processos de simulação. O objetivo é o treinamento da destreza e dos aspectos psicológicos envolvidos nas situações reais envolvendo pacientes em ambientes hospitalares reais. PILOTOS Conforme já comentado por meio de simuladores é possível a um aluno experimentar situações de voo mesmo estando em terra. São desenvolvidos exercícios em simuladores que reproduzem realisticamente a cabine de uma aeronave. O mesmo ocorre em treinamento de outros tipos de pilotos como no caso de corridas envolvendo alta tecnologia como é o caso da Fórmula 1 e o caso de viagens espaciais como as empresas americanas, russas e europeias que simulam viagens fora da atmosfera antes de enviarem seus astronautas de forma definitiva. Agora veremos algumas aplicações que foram selecionadas na WEB e que ilustram o importância e eficácia da simulação como mecanismo de formação de profissionais nas mais diversas áreas. Programa de simulação empresarial de distribuição gratuita: SEE - Simulador de Estratégia Empresarial é um jogo estratégico que tem como objetivo analisar as possíveis ações que podem ser tomadas em uma companhia a partir de um cenário de mercado. Basicamente é uma análise causa-efeito aplicada a um sistema de companhias competindo entre si. SEE - Simulador de Estratégia Empresarial pode criar até 21 situações que levariam a mais de 2500 decisões estratégicas. Pode ser jogado em português ou espanhol. Desenvolvido em VB5. LINK:
8 Simuladores de acidentes com veículos em inglês: Você pode acessar os vídeos disponíveis no link abaixo e verificar os efeitos relacionados aos acidentes em vários estágios e situações. Trata-se de uma aplicação didática e importantíssima que demonstra o quanto o processo de simulação pode ser útil para a formação da pessoa sob várias perspectivas. LINK: Aplicação em ambiente bancário competitivo: É um jogo de negócios (com simuladores de apoio à decisão) que simula um ambiente bancário competitivo. Possibilita aos participantes a prática e o desenvolvimento de suas competências gerenciais e comerciais voltadas para a gestão de uma Agência Bancária de Varejo. O InterBanks, produto único no mercado, é baseado nas mais avançadas técnicas de modelagem matemática e simulação de mercado e no estado-da-arte em sistemas computacionais e psicologia comportamental. LINK: Aplicação na simulação de investimentos mobiliários: O Folhainvest, parceria da BM&FBOVESPA e da Folha de S.Paulo, é um simulado que oferece aos participantes a oportunidade de conhecer o mercado de ações na prática. Em 1998, a BM&FBOVESPA realizou uma parceria com o caderno de investimentos do jornal Folha de S.Paulo para a criação do Folhainvest, um simulado que oferece aos participantes a oportunidade de conhecer o mercado de ações na prática. O objetivo é proporcionar ao público em geral, familiarização e conhecimentos básicos sobre o mercado de ações no Brasil, permitindo vivenciar o dia-a-dia das operações em bolsa de valores.
9 Por meio de aplicações virtuais, os participantes podem testar seus conhecimentos para avaliar as empresas listadas na bolsa. Cada participante recebe, ao se inscrever, um capital fictício de R$ 200 mil e mais lotes de ações de características idênticas e em quantidade pré-fixada pela BM&FBOVESPA das 15 (quinze) ações mais líquidas que compõem o índice IBrX, visando obter a melhor rentabilidade de sua carteira, em cada período, executando operações de compra e venda de ações. LINK: Aplicações mais populares e disponíveis no Brasil e que tem convênio com grandes universidades e empresas. Um dos sistemas de maior destaque é o Bernard Simulação Empresarial: A Bernard, segundo a própria empresa, é destaque nacional no desenvolvimento de sistemas de simulação gerencial, a Bernard traz uma moderna linha de simuladores voltados à capacitação gerencial. Atuando no setor desde 1992, a empresa é referência na metodologia da simulação gerencial. Seus softwares, utilizados em cursos de graduação e pósgraduação, são sinônimo de qualidade e inovação no processo de aprendizagem e possui convênio com várias universidades. LINK: Um outro produto é distribuído pela OGG simulação empresarial: Segundo a OGG seu produto de Simulação Empresarial pode auxiliar a buscar os objetivos de aliar a teoria à prática. Atualmente dispoe de simuladores empresariais (jogos de empresas ou business game) inovadores para treinamento desde alunos de graduação e pós-graduação até empresários e executivos. SIMULADORES FULL WEB (cursos presenciais, mistos ou a distância). A OGG atende a mais de 70 instituições de ensino no Brasil que utilizam nossos simuladores em cursos de graduação e pós-graduação.
10 LINK: Aplicação na área acadêmica vinculada a entidades de fomento aos negócios, no caso micro e pequenas empresas: Desafio Sebrae: Veja o objetivo na figura abaixo: O envolvimento das equipes, alunos e professores gera uma atmosfera interessante que acaba refletindo realmente um ambiente próximo àquele vivenciado no mercado de trabalho, no mundo empresarial. No ano de 2011, segundo as próprias palavras de uma das semifinalistas da competição nacional, Fernanda Oliveira, a informação é importante, mas a falta dela não pode ser vista como uma desculpa para maus resultados. Veja a seguir um trecho da reportagem feita pela equipe de jornalismo do Sebrae que traz algumas informações interessantes: A equipe do Desafio SEBRAE realizou, na semana passada, um café promocional para a divulgação do jogo, em São Paulo SP. O evento contou com a presença de representantes das principais instituições de ensino da região e a participação especial de Fernanda Oliveira semifinalista da edição Em seu depoimento, a ex-aluna da Faculdade de Tecnologia de Araçatuba (FATEC) mostrou a professores e reitores as mudanças que essa experiência trouxe para sua vida e defendeu a importância do apoio das universidades aos participantes.
11 Nem todas as equipes contam com esse apoio. Nos dois anos em que participou do Desafio, a equipe de Fernanda encarou tudo sozinha. Os professores precisam ter uma papel mais ativo, opina. Para ela, a falta de conhecimento dentro das faculdades sobre o Desafio SEBRAE é um problema. Mas com a realização de palestras, depoimentos de alunos e a nova versão DEMO do jogo que aumenta a participação dos orientadores isso tem mudado. Quando as universidades sabem mais sobre a competição, tendem a incentivar as equipes. Com o apoio da instituição e dos professores, os grupos competem melhor e aprendem mais. Segundo a ex-competidora, o que mais inspira os professores a ajudar seus alunos é saber que eles estarão aprendendo a se colocar no mercado de trabalho. Fernanda ganha o público quando conta que ao chegar à etapa nacional, entendeu que promover a cultura empreendedora não significa apenas incentivar alguém a abrir um negócio, mas ter atitudes empreendedoras no dia-a-dia. Trabalho em equipe, pesquisa de mercado, postura profissional e atitudes inovadoras estão na lista. Ela decidiu fazer Engenharia de Produção depois de se formar em Tecnologia em Biocombustíveis por causa do jogo. Eu ia fazer uma Pós, mas decidi começar outro curso, para agregar valor ao meu curriculum, conta. Quando escutam isso, todos ficam tentados a participar. Fernanda conta que a principal pergunta dos professores é como podem ajudar. Sua resposta é sempre a mesma: o mais importante é buscar informação. Para ela, os novos inscritos no Desafio SEBRAE 2012 devem pesquisar muito. Tanto sobre o mercado, quanto sobre os termos técnicos do mundo dos negócios com os quais se deparam a cada rodada. Falta de informação não é desculpa! Para saber mais: Se você se interessar por notícias e destaques sobre o desafio SEBRAE, basta acessar o site do programa: Aplicação na formação de profissionais da área biológicas: O Centro de Treinamento e Simulação em Ciências da Saúde da Anhembi Morumbi adquiriu o primeiro SimMan 3G da América Latina, um
12 manequim de última geração que chora, sangra, convulsiona e responde a mais de 100 medicamentos. Desenvolvido pela instituição norueguesa Laerdal Medical of Nowway, o robô é capaz de responder a estímulos químicos, biológicos, radiológicos e nucleares, bem como simular inúmeras situações clínicas, tais quais ataques cardíacos, politraumatismos, descompensações respiratórias, entre outras (confira aqui todas as aplicabilidades do SimMan 3G). A próxima geração de simulação Laerdal. O novo simulador de pacientes SimMan 3G é avançado, sendo realmente fácil de operar. Seja reprogramando um cenário, utilizando um cenário programado previamente ou utilizando o SimMan 3G on the fly, temos tido uma experiência bem sucedida na simulação do modo mais simples possível. Saiba mais em: e em BRASIL/Universidade-adquire-um-dos-melhores-simuladores-de-paciente-domundo.html A mensagem que está por traz do anúncio acima não é apenas a de que a tecnologia está avançada no que se refere a bonecos de simulação para formação de profissionais de medicina e áreas afins, a principal mensagem que espero que tenham percebido é a seguinte: O processo de simulação sob a perspectiva acadêmica implica na preocupação com o simulador e com a precisão das situações simuladas. Quanto mais próximas da realidade sob a qual o estudante estará submetido, mais eficaz é o processo, portanto as simulações em todos os exemplos dados até aqui envolvem alta tecnologia e estudos minuciosos além de cálculos probabilísticos e metodologias estatísticas que visam aproximas as hipóteses das verdadeiras situações por elas representadas, como é o caso da simulação dos doentes, dos acidentes de automóveis, dos simuladores de voo, dos jogos de empresas etc...
13 2) PERSPECTIVA CORPORATIVA DA SIMULAÇÃO Agora veremos a perspectiva corporativa da simulação, ou seja, sua aplicação e seus objetivos relacionados ao mercado de trabalho e ao mercado empresarial propriamente dito. Veremos alguns tipos de simulação ocorridos dentro de empresas que não envolvem processos empresariais em si, mas que visam evitar prejuízos ocasionados por desastres, perdas materiais, riscos de vidas entre outros e que impactam seriamente as projeções econômicas e financeiras das empresas. Também será possível se analisar um pouco sobre o mercado mobiliário e a sequência das simulações acadêmicas de investimento vista na unidade I quando citamos a folha invest. A importância do mercado mobiliário, sua volatilidade e o fato de envolver ganhos e perdas constantes o torna, um grande exemplo de área fértil para aplicação de mecanismos que permitam avaliação de riscos. Trabalharemos com alguns conceitos sobre a aplicação da simulação empresarial no mercado corporativo independentemente de qual área seja o seu foco de atuação. O objetivo é demonstrar que a simulação visa a economia de recursos e o aumento da eficácia das organizações: DIAS e CORREA (1998), em seu artigo apresentado no SIMPOI no ano de 1998 na Fundação Getúlio Vargas em São Paulo, apresentam alguns aspectos que podem justificar esses objetivos como segue: A simulação é a tentativa de replicação de um sistema real. Através da construção de um modelo matemático tão parecido quanto possível com a realidade. A idéia geral é: Imitar uma situação real matematicamente Estudar seu comportamento, e Tirar conclusões e tomar decisões com base na simulação. As vantagens do uso da simulação é: 1. A modelagem de sistemas reais obriga a organização a entender o papel de cada componente do sistema e as possíveis interações entre elas.
14 2. O desenvolvimento do modelo de simulação ajuda a organização a separar os parâmetros controláveis daqueles que não são controláveis e estudar a influencia de cada um deles sobre o sistemas. 3. O resultado da simulação permite que a gerência avalie os recursos necessários, ou ainda como os recursos disponíveis devem ser alocados. 4. É uma técnica flexível com relação às limitações impostas aos modelos. 5. Aplica-se à análise de problemas de grande escala e complexidade que não podem ser resolvidos por técnicas tradicionais de gestão de operações. 6. Particularidades da situação real podem ser consideradas, como por exemplo a utilização de qualquer curva de probabilidade que o problema exija, e que seja diferente do padrão assumido por técnicas analíticas. 7. Permite a análise de longos períodos num curto espaço de tempo. 8. Permite a análise de sensibilidade do tipo what-if (o que aconteceria se...). Várias políticas de decisão podem ser testadas e comparadas rapidamente. 9. A simulação possibilita o estudo individual de cada componente ou variável do modelo para determinar qual é realmente importante. 10. Em suma, para aqueles problemas que na prática são resolvidos por regras intuitivas (rules of the thumb) a simulação é uma ferramenta forte para o apoio a decisão permitindo que soluções potencialmente boas sejam encontradas. Embora apresente essas vantagens algumas desvantagens devem também ser consideradas: 1. Um bom modelo de simulação pode se tornar caro e levar vários meses para desenvolvimento, especialmente quando os dados são de difícil obtenção. 2. Apesar dos novos softwares de simulação possuírem ferramentas de busca que podem ajudar na obtenção de bons resultados, a simulação não é uma técnica otimizante. 3. A simulação não gera bons resultados sem inputs adequados. A construção e a alimentação do modelo requerem um trabalho árduo e criterioso.
15 4. Cada modelo de simulação é único. Geralmente não é possível a utilização de um modelo em diferentes situações, prejudicando a possibilidade de ganhos de escala. Para saber mais: Além dessas considerações os autores trazem outros trabalhos interessantes em seu site que podem ajudá-lo a ampliar seus conhecimentos sobre o assunto. Acesse: Em mercados com muito volume de tráfego a utilização de simulação implica não apenas na questão de formação do profissional operador como vimos no caso do piloto, do médico, do motorista que necessita evitar um acidente etc. Envolve a busca de otimização de rota, de redução de desperdício e outros aspectos importantes na busca de economia de recursos. Veja as notícias abaixo e tire suas própria conclusões: A. Conhecimento e otimização de mercado Oceânica conclui acordo para fornecimento de Simulador para CBO A Oceânica Offshore possui, desde 2007, uma parceria com Maritime Research Institute Netherlands (MARIN), organização especializada em P&D para o setor offshore, naval e náutico. Através deste acordo, a Oceânica disponibiliza para o mercado Brasileiro a opção de adquirir e customizar simuladores de navio e de tráfego em função da necessidade de cada cliente, com a opção de implementar em um único ambiente a virtualização completa de uma cabine de comando de navios com uma ou duas estações de manobra. A mais novo fornecimento deste produto foi firmado com a Companhia Brasileira de OffShore (CBO), empresa lider no setor de apoio marítimo às plataformas de petróleo, com capital 100% nacional. Assinado em Outubro passado, o contrato preve o fornecimento de um simulador com vizualização de aproximadamente 300 graus, estação de vante de manobra e estação de ré com posicionamento dinâmico. Para Daniel Cueva, diretor da Oceânica, a utilização de simulações em tempo real em uma ponte virtualizada permite não só o treinamento de novas equipes, mas também a avaliação prévia de operações específicas, ajudando a minimizar riscos e aumentando a eficiência operacional.
16 Com este novo fornecimento passa para 3 o número de simuladores instalados no Brasil com tecnologia Oceânica-Marin, tornando a parceria uma referencia para instrução, treinamento e análises técnicas no mercado náutico. B. Sequenciamento de linhas de montagem múltiplas no ambiente de produção enxuta um estudo simulado para minimizar o risco de paradas O modelo proposto visa elaborar um modelo matemático para sequenciamento de linhas de montagem múltiplas em ambiente de Produção Enxuta. Considerando como que Linhas de Montagem múltiplas são linhas de montagem abastecidas pelos mesmos fornecedores internos (kanbans/componentes/submontagens). As linhas múltiplas são muito encontradas em ambiente real. Entre as principais contribuições, pode-se destacar a possibilidade de se utilizar a lógica de sequenciamento múltiplo para desenvolvimento de softwares de programação, analisando simultaneamente o risco de paradas e suas conseqüências no conjunto das linhas. Também se apresenta uma aplicação de um modelo matemático em seus gradativos níveis de aleatoriedade e dependência, caracterizando a complexidade, que exige a aplicação de um recurso específico como simulação. C. Reposicionamento de marca [...] O projeto de reposicionamento da marca foi conduzido em duas etapas. A primeira: apresentação da nova logomarca ao mercado durante o coquetel de lançamento do projeto de expansão. A segunda: apresentação da nova proposta do shopping, representada sob a forma de um conceito de comunicação, um ano depois. A nova logomarca foi resultado de dinâmicas de brainstorm, pesquisas de percepção conduzida junto ao conselho de administração, clientes, lojistas, bem como, público freqüentador do centro da cidade. Pré-teste e simulações foram conduzidos minimizando riscos e maximizando as chances de receptividade positiva. [...] Para saber mais:
17 D. Situações de decisão sob consultoria administrativa e de gestão Tome decisões conscientes baseadas nos seus processos, por: Atualmente as empresas competem em um ambiente cada vez mais dinâmico e competitivo, e seus gestores precisam tomar decisões importantes para o futuro da empresa como corte de custos, investimento em capacidade de suas instalações, diversificação do mercado em que atuam, entre outras. Muitas vezes estas decisões são tomadas sem a obtenção e análise de todos os dados necessários, prejudicando os resultados atingidos. Entretanto, mesmo com todos os dados analisados, as decisões tomadas por gestores em ambientes empresariais de alta pressão são sempre baseadas em hipóteses. Estas hipóteses se manifestam de diversas maneiras: hipótese sobre previsões de demanda e comportamento da base de clientes, hipóteses sobre as reações futuras dos concorrentes, hipóteses sobre as condições de produção de um determinado produto ou serviço e assim por diante. Entretanto, qualquer hipótese carrega consigo um determinado grau de incerteza em relação a sua confirmação. Esta incerteza depende de uma série de fatores complexos e inter-relacionados que muitas vezes não são entendidos pelos tomadores de decisão de uma forma adequada. A técnica de simulação para apoio à tomada de decisão busca minimizar os custos em testar hipóteses, diminuindo o grau de comprometimento destes testes e visando diminuir as incertezas relacionadas às decisões de investimento. Alguns exemplos de situações em que a simulação seria de grande valor para as empresas podem ser visualizados abaixo: Caso 1: Uma grande rede de varejo decide centralizar seus estoques através da adoção de um Centro de Distribuição. Como saber se a nova estratégia conseguirá manter ou melhorar o nível de serviço da entrega dos produtos reduzindo o estoque imobilizado total da empresa? Caso 2: Uma grande indústria petroquímica decide ampliar seu parque de tancagem com a construção de novos tanques de armazenamento. A construção de cada um destes tanques pode custar milhões de dólares.
18 Quantos tanques construir para suportar o fluxo de produtos projetado? Como assegurar o correto dimensionamento das bombas e linhas de dutos necessários para apoiar o sistema? Caso 3: Uma área de TI decide implantar um sistema de workflow e pretende verificar o ganho nos tempos de execução de cada um de seus processos. Como definir novos prazos de entrega dos serviços, de forma a obter uma vantagem competitiva sobre seus concorrentes? Em todos os casos apresentados, a decisão de colocar em prática cada uma destas ações envolve custos elevados e pode impactar significativamente a imagem da empresa perante sua base de clientes. Para minimizar a incerteza associada a estas decisões e os custos associados, a simulação computacional entra como um mecanismo de assegurar o retorno esperado pelas ações, seja validando as expectativas ou identificando novas necessidades antes não percebidas. E. Análises técnicas, como por exemplo, recursos hídricos e minerais Modelos de Planejamento e Gerenciamento de Recursos Hídricos, por Mario Thadeu Leme de Barros. Ele mescla a visão da simulação e o emprego de modelos: Modelo: representação simplificada do sistema real que se deseja analisar. O emprego do modelo se justifica porque: a análise do sistema real é muito mais cara do que a utilização de modelos O custo de cometer erros e/ou realizar experiências com o sistema real é incomparavelmente maior do que o custo de exploração intensiva do modelo modelos são ferramentas de aprendizado uma vez que processos de tentativa e erro podem ser explorados a custos baixos e não só contribuem para a melhor compreensão do sistema, mas também estimulam a concepção de novas idéias e linhas de ação
19 modelos são instrumentos muito eficientes para treinamento quando desenvolvidos ou adaptados especificamente para esta finalidade modelos conferem flexibilidade às análises porque: encurtam o tempo pois permitem que muitos anos sejam analisados em tempos extremamente curtos, diferentes alternativas podem ser analisadas muitas vezes mediante simples alterações de parâmetros A simulação prevê que haja um processo de sistematização e a elaboração de padrão, ou seja, uma modelagem para que os parâmetros se tornem conhecidos e sejam controláveis. O objetivo da modelagem nesse sentido basicamente pode ser resumido pelos seguintes quesitos: Precisão: deve representar a realidade de forma suficientemente próxima para permitir a tomada de decisões com base em seus resultados Simplicidade:o modelos deve possuir um número reduzido de parâmetros e variáveis além de uma estrutura que representa somente a essência do sistema Robustez: deve representar bem a realidade com o menor número possível de parâmetros (critério associado à validação do modelo) Transparência: o usuário pode testar o modelo e fazer experiências diversas (introduzir alterações) Adequação: o modelo deve dispor de formas de iteração com o usuário que sejam claras, simples e inequívocas (depende do tipo, formação, experiência e conhecimento do usuário). Você poderá ver um processo de simulação bem interessante como introdução à aplicação numa grande empresa de um processo com foco inteiramente voltado para a questão da minimização do risco. Você se lembra
20 do caso visto anteriormente, sobre o mercado náutico, não se lembra? Aqui a preocupação é com o risco de prejuízos com perda de vidas humanas. Além desse destaque inicial para fechar esse conteúdo, você verá mais dois tipos de simuladores envolvendo o mercado de capitais similares ao Folha Invest que já vimos. Comecemos pela notícia abaixo: Na última segunda-feira (19), a educadora voluntária Eliana Pinto, Técnica em Segurança do Trabalho, resolveu envolver os alunos da Usiminas, em Cubatão (56 km de SP), em uma simulação bastante inusitada. Para trabalhar conceitos ligados a acidentes trabalhistas, ela vendou os olhos e prendeu os dedos das mãos de alguns alunos. A proposta era verificar a percepção sensorial deles, o que sentem e como reagem a situações limitantes, diz Eliana. O retorno foi muito positivo. Percebi que eles conseguiram absorver muito de cada aula e, para mim, isso não tem preço, considera a EV. Leia relatos de alunos envolvidos na interação: Iolanda Lúcia da Silva Santos "Considero a segurança essencial em um trabalho, pois, no momento em que você sofre um acidente, seu lado psicológico fica abalado e, muitas vezes, você se torna dependente de outra pessoa. Participei do teste tampando completamente a minha visão com óculos. Em poucos minutos de simulado, percebi o impacto que a perda da visão causa na vida de um acidentado: falta segurança ao andar, ao pegar algo ou ao utilizar qualquer coisa que necessite totalmente da visão.. Jessica Helen da Silva "Acidentes de trabalho não afetam apenas o acidentado, mas também os que estão à sua volta. Ao se acidentar, o indivíduo passa a depender da boa vontade de outras pessoas, perde sua liberdade e não consegue trabalhar para o sustento da sua família.
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