EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 45ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DE SÃO PAULO SP.

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1 fls. 754 EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 45ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DE SÃO PAULO SP. Processo de nº MICROSOFT INFORMÁTICA LTDA. ( Microsoft Informática ), sociedade empresária por responsabilidade limitada, com sede na Avenida das Nações Unidas, nº , Torre Norte, 27º, andar, Município de São Paulo/SP, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas sob nº / , representada por quem de direito, nos termos da última alteração do seu contrato social consolidado, por seus advogados, nos autos da demanda de obrigação de fazer com pedido de tutela antecipada proposta por AÉCIO NEVES DA CUNHA vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, tempestivamente e com fundamento nos artigos 357, 359, inciso I, 360, 844, 845, todos Código de Processo Civil e demais disposições legais aplicáveis à espécie, apresentar sua CONTESTAÇÃO, pelas razões fáticas e jurídicas a seguir expostas: I. SÍNTESE DA DEMANDA 1. O Autor ajuizou a presente demanda alegando em síntese que tomou conhecimento que diversos sites de conte pudo estariam denegrindo a sua imagem como homoem politico e possível candidato à presidência da república Nesse sentido, afirma que através do site de buscas denominado BING, referido conteúdo é facilmente encontrado pelo internauta, o que vme lhecausando inúmeros problemas e constrangimentos. 1 docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

2 fls Diante de tais informações, afirma que notificou a Ré para que esta impedisse a localização de resultados que apontassem para referidos sites. Posteriormente, não tendo obtido êxito em sua empreitada, ajuizou a presente demanda para obter provimento judicial que authorize a esclusão das matérias em questão do site de busca administrado pela empresa Microsoft Corporation 1.3. Em sede de análise do pedido de antecipação de tutela, foi indeferido, decisão esta que foi mantida em sede de agravo de instrumento Não obstante, conforme será demonstrado, a presente demanda deverá ser julgada inteiramente improcedente. II. DECISÃO PROFERIDA PELO STF EM CASO ANÁLOGO, CONTENDO ELEMENTOS ESSENCIAIS PARA A CORRETA AVALIAÇÃO DO PRESENTE RECURSO 2. Antes de combater diretamente omérito, imperiosa a profunda análise da decisão recentemente proferida pelo Superior Tribunal de Justiça, em caso análogo de grande impacto social, envolvendo o buscador Google e a apresentadora Maria das Graças Xuxa Meneghel Em referido processo, a Eminente Relatora Ministra Nancy Andrighi, fundamentada em irretorquível conhecimento técnico a respeito da matéria, delineou com primazia todas as questões envolvendo a atuação, responsabilidade e limite da atividade dos buscadores, devendo ser considerado fonte indispensável para a prolação de qualquer decisão a respeito do tema Nesse sentido, sem prejuízo de futuras remissões ao conteúdo do voto, necessário se faz a transcrição de sua ementa (recurso especial nº RJ, julgado em 26 de junho de 2012): CIVIL E CONSUMIDOR. INTERNET. RELAÇÃO DE CONSUMO. INCIDÊNCIA DO CDC. GRATUIDADE DO SERVIÇO. INDIFERENÇA. PROVEDOR DE 2 docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

3 fls. 756 PESQUISA. FILTRAGEM PRÉVIA DAS BUSCAS. DESNECESSIDADE. RESTRIÇÃO DOS RESULTADOS. NÃO-CABIMENTO. CONTEÚDO PÚBLICO. DIREITO À INFORMAÇÃO. 1. A exploração comercial da Internet sujeita as relações de consumo daí advindas à Lei nº 8.078/ O fato de o serviço prestado pelo provedor de serviço de Internet ser gratuito não desvirtua a relação de consumo, pois o termo mediante remuneração, contido no art. 3º, 2º, do CDC, deve ser interpretado de forma ampla, de modo a incluir o ganho indireto do fornecedor. 3. O provedor de pesquisa é uma espécie do gênero provedor de conteúdo, pois não inclui, hospeda, organiza ou de qualquer outra forma gerencia as páginas virtuais indicadas nos resultados disponibilizados, se limitando a indicar links onde podem ser encontrados os termos ou expressões de busca fornecidos pelo próprio usuário. 4. A filtragem do conteúdo das pesquisas feitas por cada usuário não constitui atividade intrínseca ao serviço prestado pelos provedores de pesquisa, de modo que não se pode reputar defeituoso, nos termos do art. 14 do CDC, o site que não exerce esse controle sobre os resultados das buscas. 5. Os provedores de pesquisa realizam suas buscas dentro de um universo virtual, cujo acesso é público e irrestrito, ou seja, seu papel se restringe à identificação de páginas na web onde determinado dado ou informação, ainda que ilícito, estão sendo livremente veiculados. Dessa forma, ainda que seus mecanismos de busca facilitem o acesso e a consequente divulgação de páginas cujo conteúdo seja potencialmente ilegal, fato é que essas páginas são públicas e compõem a rede mundial de computadores e, por isso, aparecem no resultado dos sites de pesquisa. 6. Os provedores de pesquisa não podem ser obrigados a eliminar do seu sistema os resultados derivados da busca de determinado termo ou expressão, tampouco os resultados que apontem para uma foto ou texto específico, independentemente da indicação do URL da página onde este estiver inserido. 7. Não se pode, sob o pretexto de dificultar a propagação de conteúdo ilícito ou ofensivo na web, reprimir o direito da coletividade à informação. Sopesados os direitos envolvidos e o risco potencial de violação de cada um deles, o fiel da balança deve pender para a garantia da liberdade de informação assegurada pelo art. 220, 1º, da CF/88, sobretudo considerando que a Internet representa, hoje, importante veículo de comunicação social de massa. 8. Preenchidos os requisitos indispensáveis à exclusão, da web, de uma determinada página virtual, sob a alegação de veicular conteúdo ilícito ou ofensivo notadamente a identificação do URL dessa página a vítima carecerá de interesse de agir contra o provedor de pesquisa, por absoluta falta de utilidade da jurisdição. Se a vítima identificou, via URL, o autor do ato ilícito, não tem motivo para demandar contra aquele 3 docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

4 fls. 757 que apenas facilita o acesso a esse ato que, até então, se encontra publicamente disponível na rede para divulgação. 9. Recurso especial provido A íntegra de referido acórdão segue anexo (doc. 01), sendo documento essencial ao julgamento do presente recurso, seja por sua precisão técnica, seja por sua aplicação imediata ao caso em questão. III. ILEGITIMIDADE PASSIVA - PERSONALIDADES JURÍDICAS DIVERSAS 3. Não obstante, necessário evidenciar que o pleito autoral não deverá ser acolhido, posto manejada contra quem, de fato, nem sequer poderia integrar, como parte, o pólo passivo da demanda Isso porque, de fato, não é a Ré a responsável, direta ou indiretamente, pelo serviço de buscador denominado BING Apenas para demonstrar sua boa-fé e lisura de conduta, bem como diferentemente do que presumiu o Autora, a Ré Microsoft Informática Ltda., com sede na Avenida das Nações Unidas, n , não é responsável, não administra e não tem qualquer relação com o serviço de busca referido, não possuindo nenhuma ingerência sobre sua atividade, tornando impossível a execução da ordem judicial emanada! 3.3. Conforme se afere do contrato social da Ré, a Microsoft Informática Ltda. é uma sociedade por quotas de responsabilidade limitada, controlada por suas únicas sócias, as empresas Microsoft Corporation (sociedade organizada e existente de acordo com as Leis do Estado de Washington, Estados Unidos da América), MSHC LLC (sociedade organizada e existente de acordo com as Leis do Estado de Nevada, Estados Unidos da América) e Round Island One Limited (sociedade organizada e existente de acordo com as Leis da Irlanda) Quer-se com isso, apenas para evitar a possível alegação de nulidade processual, esclarecer que a Microsoft Informática Ltda. e a Microsoft Corporation são pessoas jurídicas completamente distintas, sendo esta última a única responsável pela disponibilização dos serviços de busca BING, serviço este que é prestado diretamente a partir dos Estados Unidos da América, local onde se encontram todos os equipamentos necessários para tanto. 4 docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

5 fls Tanto é assim que, ao acessar a política de privacidade disponibilizada no site (Microsoft Online Privacy Notice Highlights), facilmente é verificado que todos os direitos sobre referido serviço são de propriedade da empresa Microsoft Corporation ( 2012 Microsoft Corporation. Todos os direitos reservados), inexistindo condições, técnicas e legais, para que a Ré venha a cumprir qualquer ordem judicial que recaia sobre aludido serviço Por tais motivos, frente a incontestável ilegitimidade passiva da empresa Ré, não resta dúvidas de que o r. despacho ora combatido deverá ser reformado na sua totalidade. IV. DA DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E SERVIÇOS DA INTERNET E A RESPONSABILIDADE SOBRE A DIVULGAÇÃO DA INFORMAÇÃO. 4. Caso não seja esse o entendimento deste D. Juízo, o que se admite apenas por hipótese, necessário demonstrar a total inexistência dos requisitos ensejadores da concessão do pedido de tutela antecipada formulado na inicial. Para tanto, vale destacar que a complexidade e delimitação de responsabilidades decorrentes dos serviços prestados por meio da internet demanda a obrigatoriedade do estudo pormenorizado da atividade de cada empresa que integra os ramos da atividade comercial em referido universo para, assim, confirmar a impossibilidade de imputação à Ré, da ordem judicial ora combatida, seja por sua ilegalidade, seja por sua imprestabilidade Nesse sentido, necessária a apresentação de um panorama a respeito dos serviços oferecidos pelo site de buscas BING, de modo que se possa, posteriormente, definir os limites legais e técnicos de sua responsabilidade Para tal desiderato, passa a Ré a analisar, com acuidade, a imensa variedade de serviços que são prestados no mundo virtual. A própria internet pode ser definida como uma rede internacional de computadores, conectados entre si, possibilitando o intercâmbio de informações de toda a natureza, em escala global, sem que haja governo, organismo internacional ou entidade que exerça o controle ou domínio absoluto sobre referido sistema. Nos ensinamentos de MARCEL LEONARDI 1, a internet pode ser definida como uma rede internacional de 1 Cfr. Responsabilidade Civil dos Provedores de Serviços de Internet, Editora Juarez, 2005, pg docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

6 fls. 759 computadores conectados entre si. É hoje um meio de comunicação que possibilita o intercâmbio de informações de toda a natureza, em escala global, com um nível de interatividade jamais visto anteriormente Trata-se de uma teia de conexões, estabelecida no denominado cyberespeaço, que ultrapassa fronteiras para alcançar, instantaneamente, um gigantesco universo de pessoas. A possibilidade de estabelecimento de referidas conexões decorre, diretamente, da utilização de inúmeros provedores, cada um com uma função específica que, em conjunto, permitem ao usuário o acesso aos infindáveis serviços ofertados na internet São os denominados intermediários, que tendem a receber, processar e fornecer as informações que serão divulgadas na internet, destacando-se, no caso, os provedores de backbone (ou infraestrutura), (ii) provedores de acesso, (iii) provedores de correio eletrônico, (iv) provedores de hospedagem, (v) provedores de conteúdo, (vi) provedores de informação e, por fim, (vii) provedores de pesquisa. Por certo, a definição de cada uma dessas atividades auxiliará na delimitação de suas responsabilidades, conforme o próprio MARCEL LEONARDI 2 definiu: É comum a confusão entre provedores de backbone, provedores de acesso, provedores de correio eletrônico, provedores de hospedagem, provedores de conteúdo e provedores de informação, atividades completamente distintas que podem ser prestadas por uma mesma empresa a um mesmo usuário ou por diversas empresas, separadamente. Provedor de serviços de internet é o gênero do qual as demais categorias são espécies. Na prática, a separação entre provedores de acesso a internet e provedores de serviços de internet tende a diminuir, conforme aquelas empresas passem a oferecer mais e mais serviços em conjunto com o acesso. Apesar disto, a diferença conceitual subsiste e é de fundamental importância para a compreensão da responsabilidade de tais empresas, variável conforme a atividade específica exercida Evidentemente, o entendimento mais profundo a respeito dos serviços de cada provedor de internet serve a individualizar a própria responsabilidade técnica e jurídica, como muito bem asseverou a Eminente Ministra do STJ, Nancy Andrighi, em trecho extraído do REsp SP (2010/ ), que analisa com precisão os diversos tipos de serviços prestados pelos provedores de internet. Confira-se: 2 Ob. Cit., pg. 19/20 6 docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

7 fls. 760 A world wide web (www) é uma rede mundial composta pelo somatório de todos os servidores a ela conectados. Esses servidores são bancos de dados que concentram toda a informação disponível na internet, divulgadas por intermédio das incontáveis páginas de acesso (webpages). Os provedores de serviços de internet são aqueles que fornecem serviços ligados ao funcionamento dessa rede mundial de computadores, ou por meio dela. Trata-se de gênero do qual são espécies as demais categorias, tais como: (i) provedores de backbone (espinha dorsal), que detêm estrutura de rede capaz de processar grandes volumes de informação. São os responsáveis pela conectividade da internet, oferecendo sua infraestrutura a terceiros, que repassam aos usuários finais acesso à rede; (ii) provedores de acesso, que adquirem a infraestrutura dos provedores backbone e revendem aos usuários finais, possibilitando a esses conexão com a internet ; (iii) provedores de hospedagem, que armazenam dados de terceiros, conferindo-lhes acesso remoto; (iv) provedores de informação, que produzem as informações divulgadas na internet ; e (v) provedores de conteúdo, que disponibilizam na rede as informações criadas ou desenvolvidas pelos provedores de informação. É frequente que provedores ofereçam mais de uma modalidade de serviço de internet; daí a confusão entre essas diversas modalidades. Entretanto, a diferença conceitual subsiste e é indispensável à correta imputação da responsabilidade inerente a cada serviço prestado. (STJ - REsp SP (2010/ ) Rel. Sra. Ministra Nancy Andrighi, dj )(G.N.) 4.6. Naquilo que para esse feito interessa, tem-se que 3 : - provedor de conteúdo: é toda a pessoa natural ou jurídica que disponibiliza na internet, as informações criadas ou desenvolvidas pelos provedores de informação, utilizando servidores próprios ou os serviços de um provedor de hospedagem para armazená-la. - provedores de informação: é toda pessoa natural ou jurídica responsável pela criação das informações divulgadas através da internet, ou seja, o efetivo autor da informação disponibilizada por um provedor de conteúdo. - provedor de pesquisa: O site de busca ou motor de busca é um sistema idealizado para encontrar informações localizadas na web a partir de palavras-chave indicadas pelo utilizador, reduzindo o tempo necessário para encontrar informação 4. Trata-se de um serviço utilizado para 3 Cfr. LEONARDI, MARCEL, Responsabilidade Civil na Internet e nos demais meios de comunicação, Ed. Saraiva, 2007, p.57 4 Cfr. Acesso em 02/02/ docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

8 fls. 761 procurar informações na internet, através de diferentes métodos que executam a indexação de palavras-chaves dentro do universo das informações criadas pelos provedores de informação e disponibilizadas pelos provedores de conteúdo Circunscrevendo o estudo aos serviços prestados pela Ré, conclui-se que os sites de pesquisa são um conjunto de programas de computador que executam diversas tarefas com o objetivo de possibilitar a localização de arquivos e web sites que contenham ou guardem relação com a informação inicial oferecida pelo usuário (palavras-chaves). Com base em referida indexação, o site de busca varrerá o cyberespaço, localizando todos os sites (provedores de informação e/ou conteúdo) que divulgaram alguma informação relacionada, direta ou indiretamente, com as palavras indexadas Os provedores de busca, nesse sentido, exercem a função de compilar todos os sites que possuam menção direta ou indireta, às palavras lançadas pelo usuário, apresentando os resultados decorrentes da pretendida pesquisa Por óbvio, o site de buscas não é o detentor da informação publicada, não tendo nenhuma ingerência sobre os provedores de conteúdo ou de informação que, efetivamente, publicam matérias, ofertas, informações, etc., possuindo, como dito, apenas a função de apresentar os resultados decorrentes da busca efetuada a partir das palavras e/ou verbetes fornecidos pelo usuário, facilitando o acesso ao conteúdo almejado Trata-se de uma atividade meio, um instrumento disponibilizado aos internautas para facilitar a localização de informação Quanto mais genéricos forem os termos utilizados para efetuar uma busca, maior será o número de informações compiladas na página de resultados. Dentro desse universo, fácil concluir que o site de busca não possui meios de controlar as milhares de informações que foram inseridas no grande espaço virtual da internet, ainda mais porque não tem ele acesso ao conteúdo, mas sim e tão somente à apresentação do resultado alcançado pela busca efetuada Com base em referida assertiva, os Tribunais firmaram entendimento de que os provedores de busca não possuem responsabilidade sobre o conteúdo publicado na internet, reconhecendo, por outro lado, sua posição de mero facilitador no alcance da informação. 8 docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

9 fls Importante acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro apresenta a real dimensão de análise da responsabilidade do provedor de busca, conforme se depreende de seu texto abaixo transcrito. Ação de Obrigação de fazer c.c. Indenização. Provedor de acesso à internet. Site de buscas. Mero meio físico de interligação de computadores. Ausência de responsabilidade do apelado. Sentença de improcedência correta. Desprovimento do agravo retido e do recurso. (AC , TJ/RJ, 11ª Câm. Cív. Des. Rel. Paulo S. P. Santos, j ) Ora, de fato, se assim não fosse, a própria estrutura do serviço estaria comprometida, diante da total impossibilidade de o provedor de busca fiscalizar o inimaginável volume de conteúdo publicado na internet Fácil concluir, portanto, que a responsabilidade pelo conteúdo da informação divulgada na internet está nas mãos dos provedores de informação e/ou conteúdo, que, balizados pela liberdade de manifestação do pensamento (art. 5º, inciso IV, CF) e livre expressão da atividade de comunicação (art. 5º, inciso IX, CF), cooperam para o alcance do efetivo acesso à informação Transportando tais premissas para o caso concreto, resta claro que o pedido formulado transfere ao buscador inquestionável dever de avaliação do conteúdo que é divulgado por terceiros. Tal pedido acarreta a clara obrigação de a Ré, doravante, exercer juízo de valor para excluir, ou não, qualquer conteúdo da internet, o que inviabiliza, diretamente, seu negócio O valor normativo constante de referido pedido traz a lume a clara obrigação de a Ré fiscalizar, continuamente, todas as notícias que são divulgadas pelos provedores de conteúdo e, deparando-se com a divulgação, direta ou indireta, de eventual prática ilegal envolvendo o tema descrito na exordial, retirar tais resultados de suas buscas O que vale dizer que, caso o conteúdo dito impróprio não seja retirado das buscas, deverá a Ré ser responsabilizada por conduta negligente, o que determinará, futuramente, eventual aplicação de sanção pela não observância da norma jurídica emanada. 9 docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

10 fls Tal prerrogativa normativa estabelece à Ré draconiana obrigação acerca da análise de conteúdo e sua conseqüente responsabilidade por eventual inclusão nos resultados da busca efetuada pelo usuário Ou seja, sob o ponto de vista do Autor, os sites de busca, mesmo não sendo os criadores da informação (conforme demonstrado), deverão assumir a obrigação prévia de avaliar o conteúdo de bilhões de sites para, posteriormente, impedir a divulgação dos resultados que apontem para sites que tragam qualquer relação imprópria com o conteúdo descrito na exordial A grosso modo pretende o Autor estabelecer um novel tipo de responsabilidade civil, por via reflexa e indireta, ao criar uma proibição normativa (proibir a inclusão de referidos sites no resultado das buscas) decorrente de uma obrigação de fazer, caracterizada pela constante análise do conteúdo elaborado e divulgado por terceiros Sendo atribuída a responsabilidade pela análise do conteúdo e, consequentemente, pela (ex)inclusão desse conteúdo em suas buscas, sua responsabilidade sobre o próprio conteúdo estaria então configurada, o que não poderá ser admitido em momento nenhum Pela natureza da prestação do serviço, a Ré não pode ser responsabilizada pelo conteúdo publicado pelos provedores de informação e/ou conteúdo, sendo apenas um meio de indexação dos resultados de buscas obtidas por intermédio de palavras e expressões lançadas, de modo discricionário, pelo usuário Não há, em momento nenhum, qualquer valoração ou ingerência dos provedores de busca sobre o conteúdo que é incluído, por terceiros, na internet, não havendo como estabelecer, por via reflexa, referida responsabilidade, sob pena de acarretar a própria inviabilidade dos serviços prestados pelos buscadores Aliás, necessário asseverar que os sites de busca não possuem conhecimento técnico específico para avaliar a ilegalidade do material que é publicado na internet, impedindo, por consequência, a elaboração do relatório determinado no despacho em questão. 10 docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

11 fls E não é por outro motivo, conforme já salientado, que os Tribunais têm afastado, corriqueiramente, qualquer responsabilidade dos sites de busca sobre o conteúdo da informação que é incluída no cyberespaço. Não olvidando o excelente voto da Ministra Nancy Andrighi já suscitado, segue mais um julgado que corrobora referida decisão. Divulgação de matéria ofensiva à honra do autor em sites da internet ré que apenas permite o acesso dos usuários mediante a ferramenta de busca que disponibiliza na rede, não podendo ser responsável pelo conteúdo das notícias ali veiculadas responsabilidade que deve ser atribuída ao criador do endereço eletrônico. (...) Primeiro, convém anotar que a apelada não é a responsável pelo conteúdo divulgada na Web em todos os sites então disponíveis, diga-se de passagem, em número indeterminado. Apenas disponibiliza aos usuários o acesso à imensa gama de endereços eletrônicos disponíveis na rede mediante a inserção do nome de palavras chaves em seu aplicativo. (Apelação cível /5-00 TJ/SP Des. Relator Salles Rossi, j ) Por evidente, não pode ser o site de busca responsabilizado pelo controle do que é disponibilizado na internet pelos provedores de informação, ficando limitada sua responsabilidade na correta indexação dos parâmetros apresentados pelo usuário (o que mais adiante será analisado). Como exemplo, seria o mesmo que responsabilizar uma biblioteca pelo conteúdo publicado em um livro constante de seu acervo Em outra recente decisão, proferida pelo E. Tribunal de Justiça de São Paulo, o Judiciário reconheceu a impossibilidade de os sites de busca efetuarem a fiscalização determinada pela decisão recorrida, corroborando, integralmente, as disposições até o momento defendidas pela Ré: OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER - INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. Internet. Autora que pretende a condenação do réu a abster-se de divulgar, em sua ferramenta de busca na rede mundial de computadores, endereços eletrônicos de empresas que atuam no controle de pragas em desconformidade com as exigências legais Pretensão de indenização aos associados da autora pelos danos morais e materiais experimentados - Responsabilidade do provedor de hospedagem não caracterizada. Ausência de controle do conteúdo ou monitoramento preventivo do material divulgado, não se podendo impor dever de fiscalização. Recurso não provido. (TJ/SP, docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

12 fls , Apelação, Relator(a): Moreira Viegas, Comarca: São Paulo, Órgão julgador: 5ª Câmara de Direito Privado, Data do julgamento: 24/01/2012) Na prática Excelência, não há como atribuir tal responsabilidade aos buscadores, sob o risco de obstar a própria prática da atividade comercial. Milhares de informações são incluídas na internet diariamente, não havendo, em absoluto, meios para que o controle determinado seja praticado Sedimentando referido entendimento, segue ementa de brilhante acórdão proferido pela 5ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo. CAUTELAR INOMINADA - LIMINAR DEFERIDA PARA QUE A RÉ PROVIDENCIE OS MEIOS NECESSÁRIOS PARA ATUALIZAÇÃO DE NOTÍCIAS REFERENTES AO AUTOR - INADMISSIBILIDADE - INFORMAÇÕES LANÇADAS NA INTERNET POR TERCEIROS - EMPRESA-RÉ QUE APENAS ADMINISTRA SITE QUE CONTÉM FERRAMENTA DE BUSCA, SEM QUALQUER INGERÊNCIA NO CONTEÚDO DOS SITES PESQUISADOS - RECURSO PROVIDO. (TJ/SP , Agravo de Instrumento / RESP CIVIL EXTRA CONTRATUAL, Relator(a): Erickson Gavazza Marques, Comarca: São Paulo, Órgão julgador: 5ª Câmara de Direito Privado, Data do julgamento: 26/08/2009) (G.N.) Diante de tais considerações, por ser o provedor de busca mero facilitador para a localização da informação, resta inconteste a impossibilidade de exercer qualquer ingerência, análise ou fiscalização sobre o conteúdo que é divulgado na internet, resta inconteste a necessidade de reconhecimento da total improcedencia da demanda. V. DA IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO PEDIDO GENÉRICO 5. Por outro lado, necessário demonstrar que a abstração e abrangência do pedido formulado na inicial torna o cumprimento da decisão recorrida absolutamente impossível, conforme será demonstrado A possibilidade jurídica do pedido formulado pelo Autor está diretamente relacionada à viabilidade, pelo direito objetivo, de cumprimento efetivo da obrigação que se 12 docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

13 fls. 766 pretende seja imposta à Ré. Por óbvio, não basta ser o Autor titular do direito subjetivo se, na prática, não há como levá-lo a efeito de forma objetiva, caracterizando-o como de impossível execução Por tal motivo, a análise do pedido inicial abarca a necessidade de avaliação fática da possibilidade de cumprimento da ordem judicial almejada, resguardando os litigantes contra a imposição de obrigação que, em última análise, não poderá ser cumprida Não há como negar que o pleito inicial pretende impor a Ré o cumprimento de obrigação que, na prática, é inviável, por ser, dentre outras razões, demasiadamente genérica. Assim, impor à Ré a obrigação descrita no despacho ora guerreado é impingir, de forma draconiana, imenso ônus que, em última análise, é impossível de ser cumprido A quantidade de informações constantes da internet que envolve o nome do Autor é imensa. Além disso, a quantidade de combinações de verbetes que podem apontar para links relacionados às matérias objeto da demanda é, também, significativa, especialmente se considerarmos que boa parte dessas combinações abrange termos desconhecidos pela própria Ré Ora Nobre Julgador, a combinação dos verbetes indicados pelo Autor gera, na prática e sem nenhum exagero, BILHÕES de resultados diferentes, nem sempre ligados ao vídeo objeto da presente demanda De fato, a obrigação imposta pela decisão ora combatida foge completamente do conceito basilar da razoabilidade. É IMPRATICÁVEL!!!! IMPOSSÍVEL!!!! 5.7. Isso sem mencionar que os resultados em questão poderão ser acessados por inúmeros outros verbetes não previstos no despacho ora combatido e que nem sequer são de conhecimento da Ré ou mesmo do Autor Não bastasse isso, o volume de informações é dinâmico, podendo sofrer alterações, para mais ou menos, em curtíssimo espaço de tempo (em frações de segundos), o que potencializa o ônus negativo que a concessão da tutela pode gerar. A tutela concedida transfere ônus insuperável à Ré, prejudicando seriamente o exercício de sua atividade. 13 docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

14 fls Avaliando com propriedade referida obrigação, a ministra Nancy Andrighi assim dispões em seu voto proferido nos autos do processo movido pela apresentadora Maria das Graças Xuxa Meneghel: E finaliza. No que tange à filtragem do conteúdo das pesquisas feitas por cada usuário, não se trata de atividade intrínseca ao serviço prestado, de modo que não se pode reputar defeituoso, nos termos do artigo 14 do CDC, o site que não exerce esse controle sobre os resultados das buscas. (...) Por outro lado, há de se considerar a inviabilidade de se definirem critérios que autorizam o veto ou o descarte de determinada página. Ante à subjetividade que cerca o dano psicológico e/ou à imagem, seria impossível delimitar parâmetros de que pudessem se valer os provedores para definir se um conteúdo é potencialmente ofensivo. Por outro lado, seria temerário delegar esse juízo de discricionariedade aos provedores. (...) Ora, se a página possui conteúdo ilícito, cabe ao ofendido adotar medidas tendentes á sua própria supressão, com o que estarão, automaticamente, excluídas dos resultados de busca virtual dos sites de pesquisa. Não se ignora a evidente dificuldade de assim proceder, diante da existência de inúmeras páginas destinadas à exploração de conteúdo ilícito sobretudo imagens íntimas, sensuais e/ou pornográficas, como é o caso dos autos mas isso não justifica a transferência, para mero provedor de serviço de pesquisa, da responsabilidade pela identificação desses sites, especialmente porque teria as mesmas dificuldades encontradas por cada interessado individualmente considerado. Com efeito, é notório que nosso atual estágio de avanço tecnológico na área da ciência da computação, notadamente no ramo da inteligência artificial, não permite que computadores detenham a capacidade de raciocínio e pensamento equivalente à do ser humano. Vale dizer, ainda não é possível que computadores reproduzam de forma efetiva faculdades humanas como a criatividade e a emoção. Em síntese, os computadores não conseguem desenvolver raciocínios subjetivos, próprios do ser pensante e a seu íntimo. Diante disso, por mais que os provedores de informação possuam sistemas e equipamentos altamente modernos, capazes de processar enorme volume de dados em pouquíssimo tempo, essas ferramentas serão incapazes de identificar conteúdos reputados ilegais. 14 docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

15 fls E não é só. De acordo com a decisão liminar, a Ré teria que exercer referido monitoramento de modo contínuo, senão diário, diante da constante disponibilização, a cada instante, de novas informações, pelos provedores de conteúdo. A generalidade do pedido formulado torna impossível sua execução, trazendo ônus insuportável à Ré que, na prática, estaria objetiva e tecnicamente impedida de cumprir tal ordem Não há como negar que o conteúdo publicado na internet sofre constante e imediata alteração, de modo que a cada segundo novas informações, podem ser divulgadas por terceiros e que, diante do mecanismo de busca, seriam eventualmente compiladas nos resultados A ordem recorrida impõe à Ré a obrigação de avaliar o conteúdo disponibilizado na internet, exercendo autoritário juízo de valor e assumindo, por conseqüência, a responsabilidade sobre o que foi divulgado por terceiros. Não há como impor à Ré esse ônus Referida linha de entendimento encontra eco na jurisprudência nacional: Agravo de instrumento Ação de obrigação de fazer. Site de buscas mantido pelo GOOGLE indicando referência ao fato (real) de o autor, conhecido narrador esportivo, ter sido detido por dirigir embriagado. Concessão da tutela antecipada de modo genérico. Julgamento conjunto com o AgIn n.º , interposto pela corré YAHOO. Imposição de sacrifícios à provedora da internet em razão das especificidades alegadas para o cumprimento. Revogação da liminar, determinando-se nova reapreciação do pedido diante das impugnações técnicas apresentadas - Provimento para revogar a liminar (TJ/SP, Processo: AI SP , Relator(a): Enio Zuliani, Julgamento: 06/10/2011, Órgão Julgador: 4ª Câmara de Direito Privado, Publicação: 12/10/2011) Com efeito, não existem meios técnicos para cumprimento da obrigação extremamente genérica determinada pela decisão que ora é combatida. Para que fosse possível, a decisão deveria ser voltada aos provedores de conteúdo e não aos provedores de busca que, na prática, são meros facilitadores da localização da informação. 15 docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

16 fls Por conseqüência, fácil verificar que o implemento da decisão proferida pelo Juízo de piso jamais servirá à proteção do dano de difícil reparação descrito na inicial. Nesse sentido: TUTELA ANTECIPADA - OBRIGAÇÃO DE FAZER E INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E MATERIAL - ALEGADA OFENSA PROPALADA EM SITE DE ORIGEM DESCONHECIDA - PROPOSITURA CONTRA A GOOGLE BRASIL INTERNET LTDA - PRETENSÃO À EXCLUSÃO DE SITE DE TERCEIRO, DO QUAL A RÉ NÃO É PROVEDORA - IMPOSSIBILIDADE, EM PRINCÍPIO - ANTECIPAÇÃO INDEFERIDA - RECURSO IMPROVIDO. (TJ/SP, , Agravo de Instrumento, Responsabilidade Civil, Relator: Elliot Akel, Comarca: São Paulo, Órgão Julgador: 1ª Câmara de Direito Privado, Data do Julgamento: 16/11/ Não há como verificar a proteção ao alegado dano descrito na inicial, através de medida que, de fato, é absolutamente impossível de ser levada a efeito, emergindo, por conseqüência, a inexistência de nexo entre a proteção esperada e a medida concedida Portanto, diante dos fatos ora alinhavados, que demonstram a impossibilidade técnica e fática de dar cumprimento à obrigação pretendida pela autora, não resta dúvidas de que a presente demanda deverá ser julgada extinta, com aplicação direta do quanto constante do artigo 267, VI, do Código de Processo Civil. VI. DA FALTA DE INTERESSE DE AGIR - INUTILIDADE DO PROVIMENTO JUDICIAL ALMEJADO 6. Não obstante, necessário destacar, ainda, que a decisão em questão deverá ser reformada em razão da total falta de interesse de agir da Autora, evidenciada pela inexistência de utilidade/necessidade da medida judicial pleiteada Isso porque a providência direcionada aos sites de busca, não servirá para obstar a divulgação das notícias e informações indicadas na petição inicial, que permanecerão publicadas nos sites de origem (provedor de informação/conteúdo). 16 docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

17 fls De fato, o provimento judicial emanado não servirá à finalidade almejada pela Autora, pois a informação que pretende seja negativada poderá ser acessada por outros provedores e de inúmeras outras formas Como já dito anteriormente, a pesquisa poderá ser realizada por inimagináveis combinações de verbetes que trarão como resultado os sites que possuem as informações ilícitas evidenciadas Inquestionável a inutilidade do provimento concedido em primeira instância, pois na prática jamais será alcançado (pacificação do conflito). A pretensão, nesse caso, não é adequada à finalidade almejada pela Autora, o que importa na total falta de interesse de agir e, consequentemente, na necessidade de reforma da decisão ora combatida Por outro lado, não resta dúvida de que a imprestabilidade do provimento está relacionada, também, aos infindáveis sites especializados em buscas na internet, que poderão oferecer a mesma informação que é compilada pelo site BING Google, o Yahoo ou o BING não são os únicos provedores de busca existentes na internet, sendo que inúmeros outros poderão ser utilizados, pelos usuários, para a localização de informações a respeito dos vídeos objetos da demanda, o que demonstra, mais uma vez, a inutilidade do provimento almejado 6.9. Ora Exa., a mesma informação que o autor pretende seja excluída da pesquisa do BING, será localizada facilmente em outros sites. E tal fato repete-se em buscadores como e inúmeros outros Centenas de milhares de resultados diferentes envolvendo, direta ou indiretamente, os termos e links indicados na inicial, em pesquisas efetuadas em incontáveis provedores de buscas existentes na internet, apontam para a mesma informação que, na presente demanda, o Autor pretende seja censurada do resultado da busca realizada pelo BING A ordem jurídica é inócua, seja em razão da possibilidade de obtenção da mesma informação diretamente do provedor de informação/conteúdo original, seja em razão da possibilidade de a pesquisa ser realizada em inúmeros outros sites de busca. 17 docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

18 fls Não há nenhuma comprovação da necessidade/adequação do provimento adotado, de modo que a ordem judicial concedida, em última análise, é IMPRESTÁVEL aos efeitos que a fundamentam, tornando imperiosa a rejeição do pedido autoral Utilizando as mesmas premissas, referida imprestabilidade foi tema de ponderação da Ministra Nancy Andrighi, no julgamento do destacado recurso especial nº RJ, conforme transcrição do texto abaixo. Devemos, pois, partir da realidade concreta, qual seja, a de que os sistemas dos provedores de pesquisa responderão a comandos objetivos, como aqueles impostos na decisão de primeiro grau de jurisdição, no sentido de que se abstenha de disponibilizar aos seus usuários, no site de busca GOOGLE, quaisquer resultados/links na hipótese de utilização dos critérios de busca Xuxa, pedófila, Xuxa Meneghel. A partir daí, deve-se questionar a razoabilidade de se impor esse tipo de restrição aos provedores de pesquisa. Nesse aspecto, destaco em primeiro lugar a pouca efetividade de se impor critérios objetivos de limitação às pesquisas. Diferentemente das máquinas, o ser humano é criativo e sagaz, e em pouco tempo encontraria meios de burlar as restrições de busca, por intermédio da utilização de termos ou expressões semelhantes ou equivalentes que, repise-se, não serão filtradas pela limitada capacidade de raciocínio dos computadores. Aliás, a medida até certo ponto produz um efeito negativo. É sabido que boa parte dos usuários de computador se motiva pelo desafio de superar os obstáculos criados pelo sistema. São os chamados hackers técnicos em informática que se dedicam a conhecer e modificar dispositivos, programas e redes de computadores, buscando resultados que extrapolam o padrão de funcionamento dos sistemas que invariavelmente conseguem contornar as barreiras que gerenciam o acesso a dados e informações. (...) A medida também se torna inócua pelo fato de que eventual restrição não alcançaria os provedores de pesquisa localizados em outros países, através dos quais também é possível realizar as mesmas buscas, obtendo resultados semelhantes Diante da clara inexistência de interesse de agir, evidenciada pela total falta de necessidade/adequação do provimento em relação aos seus efeitos práticos, a demanda contra a ré deverá ser julgada extinta, sem julgamento do mérito, com fulcro no quanto constante dos artigos 267, VI do Código de Processo Civil. 18 docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

19 fls. 772 VII. DA MANIFESTA ILEGALIDADE DO PEDIDO FORMULADO PELA AUTORA CENSURA. 7. Não obstante a inexistência de interesse na concessão da medida ora combatida, bem como a impossibilidade jurídica de cumprimento de tal mandamento, necessário se faz analisar, profundamente, a inviabilidade/ilegalidade da imputação de exclusão, por parte da Ré, de todos os resultados obtidos com a indexação das palavras mencionadas na inicial. Referida ilegalidade, por sua vez, denota a total falta de verossimilhança das alegações iniciais, de modo que a decisão ora combatida deverá ser integralmente reformada Isso porque referida regra de conduta deverá ser analisada de acordo com todo o contexto do ordenamento jurídico, operando a necessidade de ponderação entre eventuais direitos que entrarão em conflito, sempre no interesse de assegurar o alcance do bem comum Nesse sentido, não há dúvidas de que o provimento judicial ora combatido esbarra diretamente no princípio constitucional de livre acesso à informação e à liberdade de manifestação do pensamento Vale ressaltar que de forma nenhuma a Microsoft defende a divulgação da atividade ilegal ou a manutenção de referida prática, mas, do contrário, vem discorrer acerca da aplicação do ordenamento jurídico ao caso em comento, a fim de encontrar a correta resposta jurídico legislativa para a solução do impasse Para tanto, necessário ponderar que o acesso à informação e, consequentemente, a liberdade de comunicação e expressão, é tema solidamente defendido pela maioria das sociedades contemporâneas, como meio de proteção do homem e do exercício da democracia Tais valores estão estampados, de forma expressa, na declaração universal dos direitos do homem, que, em seu artigo 11º, determina: 19 docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

20 fls. 773 Art. 11. A livre comunicação das idéias e das opiniões é um dos mais preciosos direitos do homem; todo cidadão pode, portanto, falar, escrever, imprimir livremente, respondendo, todavia, pelos abusos desta liberdade nos termos previstos na lei. abertamente: 7.6. Por outro lado, o artigo XIX do mesmo diploma internacional, estipula Todo homem tem direito à liberdade de opinião e expressão, este direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.(g.n.) 7.7. Em evidente continuidade, adesão e respeito às normas alienígenas, nosso ordenamento jurídico protege constitucionalmente o direito à livre manifestação do pensamento e ao acesso à informação, como cláusulas pétreas, por meio dos incisos IV, IX e XIV do artigo 5º do texto maior, conforme abaixo transcrito. IV é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato IX é livre a expressão da atividade intelectual, artística e científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença XIV é assegurado a todos o acesso à informação (...) 7.8. Com efeito, o direito à manifestação do pensamento e, consequentemente, o Direito à Informação, encontram reforçado amparo legislativo, tanto nacional como internacional, dando vazão à ampla e necessária proteção social à liberdade de expressão. Trata-se da proteção de um dos mais valiosos patrimônios da sociedade moderna, que visa, acima de tudo, garantir a plena execução da democracia Uma sociedade impedida de expressar abertamente seu pensamento está fadada a ser subjugada por um governo autoritário, totalitário e lastreado no abuso do direito e desrespeito ao ser humano. Não é à toa que reiterados casos de prejuízo à liberdade de manifestação do pensamento provém de Estados que oprimem abertamente os direitos de sua população. 20 docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

21 fls Diante desse fato, a própria Constituição Federal, resguardando a prática da livre manifestação do pensamento e da liberdade de expressão, normatizou o exercício de referidos direitos, ao dispor, expressamente: Art A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística A dimensão pragmática das normas constitucionais em questão estabelece, diretamente, uma ordem de proibição ao próprio Estado de criar regras que venham a obstar o livre exercício da manifestação do pensamento. Trata-se da norma jurídica editada como forma de controle do comportamento social, determinando efetiva proibição voltada a resguardar um direito maior, alicerce do próprio exercício da Democracia O discurso estruturado da norma, nesse sentido, traz em seu bojo o fato de que certas expectativas, dentro do ordenamento jurídico, deverão prevalecer independentemente de o comportamento exigido ocorrer ou não. E aqui a prevalência está voltada à liberdade de manifestação do pensamento e acesso à informação Nesse sentido, vale destacar que a proteção de referido direito deverá atingir todos os estágios para sua obtenção, compondo verdadeira cadeia de acesso à informação e liberdade de manifestação do pensamento que, em momento nenhum, poderá ser prejudicada. Não por outro motivo é que o texto magno proíbe a prática, pelo Estado, de qualquer tipo de censura (avaliação posterior do conteúdo a ser publicado) ou exigência de licença (necessidade de autorização prévia para que determinado conteúdo seja criado) para o exercício da manifestação e ou acesso à informação O Estado não pode exercer nenhuma ingerência sobre a criação, busca e/ou divulgação da informação, garantindo o livre exercício do direito constitucional em questão, 21 docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

22 fls. 775 devendo preocupar-se, por outro lado, com a fiscalização e eventual punição de quem exerceu seu direito de forma abusiva Seguindo essa mesma linha de raciocínio, José Afonso da Silva, citado por Hugo Cesar Hoeschl 5, assim descreveu a liberdade de informação: Nesse sentido, a liberdade de informação compreende a procura, o acesso, o recebimento e a difusão de informações ou idéias, por qualquer meio, sem dependência de censura, respondendo cada qual pelos abusos que cometer Por evidente, toda a cadeia de acesso à informação está sob a proteção constitucional, não restando dúvidas de que os meios oferecidos pela internet, tanto através dos buscadores, como pelos demais provedores, sofrerão, diretamente, a incidência de tais normas Por conseqüência, o direito à busca da informação está protegido como direito social, de forma que toda e qualquer tentativa de obstar o acesso à informação em questão, acarretará em efetiva prática de censura, o que não poderá ser aceito, em absoluto, pela sociedade e pelo Poder Judiciário O Estado, por sua vez, estará limitado a exercer mera fiscalização a fim de evitar que o particular venha a abusar de seu direito ao acarretar danos a terceiros e /ou praticar eventual atividade delituosa. Nesse sentido entendeu Helenilson Cunha Pontes 6, ao dispor que o direito à informação e manifestação do pensamento não pode ser considerado absoluto, determinando ao Estado a obrigação de fiscalizar sua prática, mas nunca, em momento nenhum, a usurpação de seu exercício. A política pública relativa à comunicação social é nitidamente uma política pública que pode ser executada em grande parte pela sociedade civil através do conselho de comunicação social, desde que para isso, obviamente, o Estado Brasileiro se disponha. 5 Cfr. HOESCHL, Hugo Cesar, A Liberdade de expressão na Internet, Revista Trimestral de Jurisprudência dos Estados, vol, 160, pg Cfr. PONTES, Helenilson Cunha, A Liberdade de Informação, a Livre Iniciativa e a Constituição Federal de Revista dos Tribunais, nº 22, pg docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

23 fls. 776 Assim, a mera disciplina e fiscalização da atividade desenvolvida por aqueles que exploram a comunicação social não configura qualquer inconstitucionalidade, pelo contrário, reveste-se de verdadeiro imperativo, uma vez que é necessária à verificação do cumprimento dos objetivos constitucionalmente traçados para o setor (art. 221). Deve-se, portanto, fiscalizar se a atividade está sendo desenvolvida no sentido dos fins estabelecidos na Constituição. Censurar, por outro lado, é impedir (i) que, dentro dos objetivos fixados à atividade de comunicação social, haja embaraço aos meios livremente criados por aqueles que desenvolvem tal atividade ou (ii) à rigorosa determinação pelo estado dos meios em que deve ser expresso o pensamento, a criação, a expressão e a informação Conclui-se, portanto, que o Estado não poderá, sob a pecha de proteção do particular, obstar a prática de um direito social, em qualquer estágio de sua execução, seja na divulgação, na criação ou na mera busca pela informação cabendo, por outro lado, a fiscalização e punição de quem exerceu seu direito de forma abusiva Exatamente para a consecução de referida obrigação é que a liberdade de manifestação do pensamento está acompanhada da vedação ao anonimato, resguardando, assim, que eventual ofendido possa exercer o seu direito de resposta, proporcional ao agravo (inciso V do art. 5º aludido), além de pleitear a correspondente indenização por danos morais, materiais ou a imagem Dentro desse panorama, o próprio Supremo Tribunal Federal (STF), em notável decisão proferida em Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental, tratou com acuidade os termos e limites de utilização da liberdade de manifestação do pensamento e acesso à informação, estabelecendo padrões de atividade que deverão, sem sombra de dúvidas, ser atribuídos a todos os integrantes da corrente de divulgação do conteúdo à sociedade Nesse sentido, segue a transcrição integral da ementa: ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (ADPF). LEI DE IMPRENSA. ADEQUAÇÃO DA AÇÃO. REGIME CONSTITUCIONAL DA "LIBERDADE DE INFORMAÇÃO JORNALÍSTICA", EXPRESSÃO SINÔNIMA DE LIBERDADE DE IMPRENSA. A "PLENA" LIBERDADE DE IMPRENSA COMO CATEGORIA JURÍDICA PROIBITIVA DE QUALQUER TIPO DE CENSURA 23 docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

24 fls. 777 PRÉVIA. A PLENITUDE DA LIBERDADE DE IMPRENSA COMO REFORÇO OU SOBRETUTELA DAS LIBERDADES DE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO, DE INFORMAÇÃO E DE EXPRESSÃO ARTÍSTICA, CIENTÍFICA, INTELECTUAL E COMUNICACIONAL. LIBERDADES QUE DÃO CONTEÚDO ÀS RELAÇÕES DE IMPRENSA E QUE SE PÕEM COMO SUPERIORES BENS DE PERSONALIDADE E MAIS DIRETA EMANAÇÃO DO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. O CAPÍTULO CONSTITUCIONAL DA COMUNICAÇÃO SOCIAL COMO SEGMENTO PROLONGADOR DAS LIBERDADES DE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO, DE INFORMAÇÃO E DE EXPRESSÃO ARTÍSTICA, CIENTÍFICA, INTELECTUAL E COMUNICACIONAL. TRANSPASSE DA FUNDAMENTALIDADE DOS DIREITOS PROLONGADOS AO CAPÍTULO PROLONGADOR. PONDERAÇÃO DIRETAMENTE CONSTITUCIONAL ENTRE BLOCOS DE BENS DE PERSONALIDADE: O BLOCO DOS DIREITOS QUE DÃO CONTEÚDO À LIBERDADE DE IMPRENSA E O BLOCO DOS DIREITOS À IMAGEM, HONRA, INTIMIDADE E VIDA PRIVADA. PRECEDÊNCIA DO PRIMEIRO BLOCO. INCIDÊNCIA A POSTERIORI DO SEGUNDO BLOCO DE DIREITOS, PARA O EFEITO DE ASSEGURAR O DIREITO DE RESPOSTA E ASSENTAR RESPONSABILIDADES PENAL, CIVIL E ADMINISTRATIVA, ENTRE OUTRAS CONSEQUÊNCIAS DO PLENO GOZO DA LIBERDADE DE IMPRENSA. PECULIAR FÓRMULA CONSTITUCIONAL DE PROTEÇÃO A INTERESSES PRIVADOS QUE, MESMO INCIDINDO A POSTERIORI, ATUA SOBRE AS CAUSAS PARA INIBIR ABUSOS POR PARTE DA IMPRENSA. PROPORCIONALIDADE ENTRE LIBERDADE DE IMPRENSA E RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANOS MORAIS E MATERIAIS A TERCEIROS. RELAÇÃO DE MÚTUA CAUSALIDADE ENTRE LIBERDADE DE IMPRENSA E DEMOCRACIA. RELAÇÃO DE INERÊNCIA ENTRE PENSAMENTO CRÍTICO E IMPRENSA LIVRE. A IMPRENSA COMO INSTÂNCIA NATURAL DE FORMAÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA E COMO ALTERNATIVA À VERSÃO OFICIAL DOS FATOS. PROIBIÇÃO DE MONOPOLIZAR OU OLIGOPOLIZAR ÓRGÃOS DE IMPRENSA COMO NOVO E AUTÔNOMO FATOR DE INIBIÇÃO DE ABUSOS. NÚCLEO DA LIBERDADE DE IMPRENSA E MATÉRIAS APENAS PERIFERICAMENTE DE IMPRENSA. AUTORREGULAÇÃO E REGULAÇÃO SOCIAL DA ATIVIDADE DE IMPRENSA. NÃO RECEPÇÃO EM BLOCO DA LEI Nº 5.250/1967 PELA NOVA ORDEM CONSTITUCIONAL. EFEITOS JURÍDICOS DA DECISÃO. PROCEDÊNCIA DA AÇÃO. (STF, ADPF 130 / DF - DISTRITO FEDERAL, ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL, Relator(a): Min. CARLOS BRITTO, Julgamento: 30/04/2009, Órgão Julgador: Tribunal Pleno, PUBLIC ). 24 docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

25 fls Do corpo de referida decisão, extrai-se importante passagem que aproxima a liberdade de imprensa à atividade mantida pelos buscadores de internet, mote da análise de responsabilidade da presente demanda. A liberdade de informação jornalística é versada pela Constituição Federal como expressão sinônima de liberdade de imprensa. Os direitos que dão conteúdo à liberdade de imprensa são bens de personalidade que se qualificam como sobredireitos. Daí que, no limite, as relações de imprensa e as relações de intimidade, vida privada, imagem e honra são de mútua excludência, no sentido de que as primeiras se antecipam, no tempo, às segundas; ou seja, antes de tudo prevalecem as relações de imprensa como superiores bens jurídicos e natural forma de controle social sobre o poder do Estado, sobrevindo as demais relações como eventual responsabilização ou consequência do pleno gozo das primeiras. A expressão constitucional "observado o disposto nesta Constituição" (parte final do art. 220) traduz a incidência dos dispositivos tutelares de outros bens de personalidade, é certo, mas como consequência ou responsabilização pelo desfrute da "plena liberdade de informação jornalística" ( 1º do mesmo art. 220 da Constituição Federal). Não há liberdade de imprensa pela metade ou sob as tenazes da censura prévia, inclusive a procedente do Poder Judiciário, pena de se resvalar para o espaço inconstitucional da prestidigitação jurídica. Silenciando a Constituição quanto ao regime da internet (rede mundial de computadores), não há como se lhe recusar a qualificação de território virtual livremente veiculador de idéias e opiniões, debates, notícias e tudo o mais que signifique plenitude de comunicação Ora, Excelência, resta claro que o buscador de internet, ainda mais por não possuir responsabilidade pelo conteúdo, presta um serviço social de localização e facilitação de acesso à informação, direito essencial para o estabelecimento do exercício da Democracia. Qualquer decisão judicial que restrinja referido acesso, por conseqüência, avilta os mais basilares princípios constitucionais de proteção da sociedade brasileira, o que deve ser rechaçado veementemente pelo Poder Judiciário Não por outro motivo o próprio STF asseverou, por meio da decisão acima exposta: RELAÇÃO DE MÚTUA CAUSALIDADE ENTRE LIBERDADE DE IMPRENSA E DEMOCRACIA. A plena liberdade de imprensa é um patrimônio imaterial que corresponde ao mais eloquente atestado de evolução político-cultural de todo um 25 docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

26 fls. 779 povo. Pelo seu reconhecido condão de vitalizar por muitos modos a Constituição, tirando-a mais vezes do papel, a Imprensa passa a manter com a democracia a mais entranhada relação de mútua dependência ou retroalimentação. Assim visualizada como verdadeira irmã siamesa da democracia, a imprensa passa a desfrutar de uma liberdade de atuação ainda maior que a liberdade de pensamento, de informação e de expressão dos indivíduos em si mesmos considerados. O 5º do art. 220 apresenta-se como norma constitucional de concretização de um pluralismo finalmente compreendido como fundamento das sociedades autenticamente democráticas; isto é, o pluralismo como a virtude democrática da respeitosa convivência dos contrários. A imprensa livre é, ela mesma, plural, devido a que são constitucionalmente proibidas a oligopolização e a monopolização do setor ( 5º do art. 220 da CF). A proibição do monopólio e do oligopólio como novo e autônomo fator de contenção de abusos do chamado "poder social da imprensa". (G.N.) Transpondo referido entendimento ao caso em comento, verifica-se, facilmente, que a ordem judicial ora vergastada caracteriza-se, claramente, como verdadeira censura, ao impedir que toda e qualquer informação envolvendo as palavras descritas na exordial, seja localizada pelo internauta através dos provedores de busca. E, como se verá adiante, não se trata aqui de defender a divulgação de informações relacionadas a suposto ato ilícito. Trata-se, a bem da verdade, da defesa da divulgação de informações que em nada tocam o caso dos autos, mas que poderiam ser objeto de resultado através da busca efetuada através de verbetes citados pela Autora Enfim, trata-se de claro aviltamento ao livre direito de acesso à informação sob a alegação de que tal conduta poderia obstar a prática delituosa descrita. Ora Excelência. NÃO HÁ VEROSSIMILHANÇA NAS ALEGAÇÕES INICIAIS QUANDO O ORDENAMENTO JURÍDICO É EXPRESSO AO PROTEGER, DE FORMA VEEMENTE, O DIREITO À INFORMAÇÃO!!!! Por outro lado, a censura determinada pela decisão combatida não afetará somente os sites que disponibilizam os vídeos reportados na inicial, mas sim inúmeros outros que em nada tocam o caso apresentado nos autos. 26 docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

27 fls Nesse sentido, resta claro que impedir a localização de referidos resultados equivale a efetiva prática de censura prévia e genérica que, conforme o acórdão abaixo, a título meramente exemplificativo, é veementemente repudiada por todo o Poder Judiciário. Ementa AGRAVO DE INSTRUMENTO.TUTELA ANTECIPADA - Decisão que obsta a empresa "Google" de oferecer qualquer dado, informação, registro perfil ou qualquer outra vinculação na Web que envolva o nome ou a pessoa da autora, ora Autora, exceto seus s pessoais -Descabimento.Apenas o perfil no ORKUT identificado nos autos e reputado como falso e desairoso à imagem pessoal e profissional da autora deve ser eliminado - o que inclusive já teria sido cumprido.descabe impor à Ré que mantenha vigilância destinada a prevenir e evitar qualquer veiculação na Web em desfavor da parte adversa. Ademais, a proteção à imagem deve ser contemporizada com o direito à livre manifestação do pensamento e da informação- Impossibilidade de censura prévia e genérica - Não há como impedir a circulação eletrônica de notícias públicas e verdadeiras,inclusive extraídas de site do Tribunal de Justiça.Compete à autora comprovar nos autos os endereços eletrônicos(urus - Uniform Resource Locator) que sejam lesivos à sua imagem.decisão reformada em parte. Agravo de instrumento provido em parte. (TJ/SP, AG SP, Relator(a): James Siano, Julgamento: 05/05/2010, Órgão Julgador: 5ª Câmara de Direito Privado, Publicação: 11/05/2010) Não há como tornar letra morta o direito de acesso à informação e à própria informação, constituindo importante direito de orientação da sociedade que deverá, por sua vez, ser protegido incontinenti pelo Estado e pelo Poder Judiciário Dentro de referido panorama, e a título exemplificativo, não ficaria espantada a Ré se o próprio magistrado tivesse, em algum momento, utilizado alguma ferramenta de busca da internet (seja qual for) para obter maiores informações a respeito do tema apresentado a julgamento, o que, caso a ordem em comento seja convalidada, estaria severamente prejudicado Não há, portanto, verossimilhança nas alegações da Autora que venha a permitir a concessão da tutela judicial, tendo em vista que a censura imputada pelo Juízo de piso não impede a manutenção da prática delituosa, não retirando da internet o vídeo reportado (sendo que a prática supostamente delituosa continuará sendo exercida) e, por outro lado, prejudicando, o direito social à informação, tornando imperiosa sua revogação. 27 docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

28 fls O acesso à informação e a livre manifestação do pensamento, como base fundamental para o exercício pleno das instituições democráticas, não poderão sofrer nenhuma restrição, cabendo, por outro lado, ao próprio Estado, exercer a fiscalização direta sobre quem, efetivamente, publicou o conteúdo reportado impróprio Ante o exposto, a presente demanda deverá ser julgada totalmente improcedente, com fulcro no artigo 269, I, do Código de Processo Civil. VIII. DO EXCESSIVO ÔNUS DECORRENTE DO PEDIDO AUTORAL NÃO ATENDIMENTO DO PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE. 8. Não obstante, necessário evidenciar que o pleito autoral não só acarreta evidente prática de censura, como também nega atendimento ao princípio da proporcionalidade, conforme será demonstrado Não resta dúvidas de que o Poder Judiciário deverá pautar sua conduta em todo o feixe de normas que compõe o ordenamento jurídico, atendendo aos fins sociais a que ele se destina, bem como às exigências do bem comum (artigo 5º do Decreto Lei 4.657/42 Lei de Introdução), alcançando, assim, a solução pacífica dos conflitos E tal prerrogativa somente é alcançada quando, no exercício da jurisdição, o julgador estabelecer clara relação de causa e efeito entre a decisão emanada e a conseqüência jurídica almejada. Nesse sentido, o Estado Juiz, ao decidir sobre determinado tema deverá atribuir o Direito de forma proporcional à situação que lhe foi apresentada, não olvidando, em momento nenhum, as normas constitucionais aplicáveis à espécie e a intenção do legislador no momento de sua criação Por conta disso, a análise do caso concreto deverá atender, acima de tudo, uma finalidade social, devendo o julgador aplicar com ponderação suas convicções para alcançar os efeitos jurídicos pretendidos pelo particular, com o mínimo de sacrifício ao direito público. 28 docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

29 fls A ponderação, nesse caso, deverá sopesar a causa da decisão e os efeitos práticos que a decisão emanada poderá acarretar, tanto à sociedade, como à própria Ré (vedação de acesso à informação, prática de censura, imputação de obrigação extremamente onerosa) Tais premissas serão norteadoras da aplicação do princípio da proporcionalidade, onde a decisão emanada atenderá ao máximo o direito pleiteado desde que a decisão ofenda o mínimo possível os direitos pertencentes a terceiros. Nos ensinamentos de Gabriel Pintaúde 7 A estrutura fundamental da proporcionalidade consubstancia-se em uma relação de causalidade meio e fim. Ela tem aplicabilidade toda vez que houver uma medida concreta do Poder Público destinada a realizar uma finalidade (constitucionalmente legitimada). Os direitos fundamentais, que na sua formulação lingüística contida na Carta Magna possuem a estrutura deôntica de princípios, sofrem, continuamente, no âmbito político lato sensu, no legiferante, no administrativo e no jurisdicional, uma contínua atividade de concreção e de explicitação semântica, sintática e pragmática, para coordenação dos comportamentos dos agentes sociais, não podendo, todos e ao mesmo tempo, ser satisfeitos em suas pretensões por bens jurídicos tutelados constitucionalmente, que devem estar à disposição para que os valores subjacentes às normas da Constituição federal tenham concretização empírica e fenomênica. Os órgãos do Poder Público em geral, diante das possibilidades jurídicas e fáticas do momento (as circunstâncias do aqui e agora que se apresentam diante do ato concreto de conformação positivadora a considerar), necessitam escalonar (escalada de situações jurídicas) os princípios constitucionais, consoante as características de seu âmbito de atividade específica e de suas competências constitucionais e legais, de acordo com as finalidades constitucionalmente legitimadas e as opções axiológicas da ordem constitucional. Dessa forma, toda vez que uma medida proveniente do Poder Público for concretizada com destinação à realização de uma finalidade, o juízo de proporção acerca dos bens jurídicos será cabível, expresso no postulado da proporcionalidade, para resolução da colisão de direitos fundamentais, formulados conforme a estrutura principiológica. Por isso que o postulado encerra uma relação de causalidade entre meio e fim Remetendo os ensinamentos destacados ao caso concreto, fácil verificar que o provimento combatido pretende adotar meio totalmente inadequado à operação de seus efeitos, 7 Cfr. PINTAÚDE, Gabriel, Proporcionalidade como Postulado Essencial do Estado de Direito, Revista Forense, vol. 387, pg. 103/ docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

30 fls. 783 diante da tentativa de, através da ofensa a princípios fundamentais do Estado Democrático de Direito, alcançar imprecisa vedação à prática de eventual atividade delituosa Além disso, conforme já salientado em preliminar, não bastasse a ofensa direta a preceitos constitucionais, vem a impingir à Ré obrigação extremamente onerosa e, de fato, impossível de ser cumprida O efeito prático pretendido, de fato, não será alcançado, pois (i) a busca poderá ser realizada através de outras formas, seja por infindável combinação de palavras que culminará com a localização da informação, seja através da utilização de outros sites de busca e (ii) o ilícito continuaria sendo praticado, eis que a não localização na busca não acarreta o encerramento da atividade do provedor de informação ou da atividade desenvolvido por usuário deste Veja Exa., a ordem judicial pleiteada não é factível!!!! Avilta seriamente consagrados direitos sociais sem que haja efetividade do mandamento!!! Não por outro motivo referida decisão é inexeqüível, frente a sua insuportável onerosidade, acarretando obrigação extremamente rigorosa, não somente à sociedade, como também a quem, na prática, não conseguirá levá-la a efeito, por evidente, notória e desproporcional inviabilidade da ordem jurídica Incomensuráveis danos serão acarretados à sociedade e a própria Ré, sem que, de fato, o direito pleiteado seja alcançado, destacando evidente descumprimento ao princípio da proporcionalidade Não por outro motivo o Judiciário tem afastado a tese defendida pela Autora, demonstrando a inexequibilidade do pedido em questão. Nesse sentido, transcreve-se o conteúdo do acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE INDENIZAÇÃO. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. PROVEDOR DE SERVIÇOS DE BUSCA NA INTERNET (GOOGLE SEARCH). PROIBIÇÃO DA PUBLICAÇÃO DE ENDEREÇOS DE PÁGINAS ELETRÔNICAS QUE FAZEM ALUSÃO AOS RÉS. NÃO CABIMENTO. 30 docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

31 fls. 784 PÁGINAS QUE MERAMENTE APRESENTAM OS ENDEREÇOS E NÃO O CONTEÚDO. MONITORAMENTO PRÉVIO. NOTÓRIA INVIABILIDADE. BLOQUEIO QUE DEVE SE LIMITAR AOS TEXTOS CONTIDOS EM PÁGINAS HOSPEDADAS EM DOMÍNIOS DE TITULARIDADE DA RÉ. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. (TJ/SC, Processo: AG SC , Relator(a): Victor Ferreira, Julgamento: 06/04/2010, Órgão Julgador: Quarta Câmara de Direito Civil) Não há como negar, diante das considerações ora destacadas, que o ônus acarretado pela decisão ora combatida será extremamente excessivo e desproporcional à situação apresentada nos autos, pelo que não é adequada e, muito menos necessária, à consecução de seus efeitos, tornando-a inteiramente desproporcional A licitude da atividade dos buscadores não depende do constante monitoramento do que é publicado na internet, simplesmente porque tal fato é impraticável, impossível, desproporcional e imprestável à sua finalidade Por tal motivo, não resta dúvidas a respeito do imperioso repúdio às alegações iniciais (no que tange ao pedido formulado em face da ré), de modo que a demanda deverá ser julgada totalmente improcedente, com fulcro no quanto constante do artigo 269, I do Código de Processo Civil, frente a completa falta de atendimento ao princípio da proporcionalidade. IX. CONCLUSÕES 9. Diante de tudo o quanto exposto, extrai-se da presente demanda 1º - A ré não pode ser responsabilizada pelo conteúdo gerado por terceiros constantes da internet, cuja responsabilidade é direta dos provedores de informação/conteúdo; 2º - Por conseqüência, totalmente ilegítima e inócua a imputação, à ré, da obrigação de fiscalizar o conteúdo do que é publicado na internet os buscadores devem ser considerados um meio de obter a informação e não os responsáveis pela manutenção ou exclusão das mesmas; 31 docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

32 fls º - Inexiste norma que proíba a ré de exibir os resultados das buscas levadas a efeito pelo site BING, de modo que qualquer decisão judicial nesse sentido ofenderia diretamente o princípio da legalidade através de evidente e nefasta prática de censura; 4º - O provimento almejado pelo autor não poderá ultrapassar o arcabouço jurídico que protege a manifestação do pensamento e o livre acesso a informação, caracterizando-se, caso mantida a tutela concedida, em efetiva inconstitucionalidade decorrente da falta de atendimento ao princípio da proporcionalidade; 5º - O não atendimento ao princípio da proporcionalidade está estampado, outrossim, na excessiva onerosidade da medida almejada pelos autores, seja da sociedade, seja da própria ré, que ficará obrigada a levar a efeito mandamento judicial impossível de ser realizado. 6º - Por derradeiro, o pleito autoral acaba por aviltar, diretamente, a função social da atividade desenvolvida pela ré Referidas conclusões remetem diretamente à necessidade de extinção da presente demanda em face da ré, o que desde já se requer. X. DO PEDIDO 10. Diante do exposto, requer Vossa Excelência se digne: (a) reconhecer, preliminarmente, a ilegitimidade de parte ofertada pela Ré, tendo em vista não ser ela a real prestadora dos serviços de busca executados pelo site BING, indeferindo a petição inicial e julgando extinta a demanda, com fulcro no artigo 267, I, c/c 295, II do Código de Processo Civil. (b) caso não seja esse o entendimento de V. Exa., acolher a preliminar de impossibilidade jurídica do pedido, julgando a demanda extinta, com fulcro no artigo 267, VI, do Código de Processo Civil. 32 docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

33 fls. 786 (c) caso ainda não seja esse o entendimento de V. Exa., o que se admite apenas por hipótese, acolher a preliminar de falta de interesse de agir, julgando extinta a presente demanda com fulcro no artigo 267, VI, do Código de Processo Civil. (d) ultrapassadas as preliminares, o que não se espera, reconhecendo-se a prevalência do direito à livre manifestação do pensamento e acesso a informação, em detrimento do limitado e inconstitucional pleito autoral, decorrente da desproporção entre o pedido e o efeito prático de sua possível concessão, resguardando, assim, a manutenção de um dos mais basilares princípios do Estado Democrático de Direito, sem olvidar o efetivo reconhecimento da função social dos provedores de busca e a total imprestabilidade do pedido elaborado pelos autores, julgar a presente demanda inteiramente improcedente em face da ora ré, com fulcro no quanto constante do artigo 269, I, do Código de processo Civil. (e) em qualquer caso, condenar a autora nas custas, despesas processuais e honorários advocatícios arbitrados em 20% sobre o valor atribuído à causa. desde já se requer. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, o que Por fim, requer que as intimações relativas ao presente feito sejam publicadas exclusivamente, sob pena de nulidade, em nome dos advogados Drs. Mauro Eduardo Lima de Castro, brasileiro, casado, inscrito na OAB/SP sob o nº e André Del Cistia Ravani, brasileiro, casado, inscrito na OAB/SP sob nº , ambos com escritório sito à Rua Dr. Cardoso de Melo, nº 1340, 12º andar, Vl. Olímpia, São Paulo, SP, CEP Termos em que, Pede deferimento São Paulo, 17 de fevereiro de Mauro Eduardo Lima de Castro André Del Cistia Ravani OAB/SP OAB/SP docs v2 Este documento foi assinado digitalmente por ANDRE DEL CISTIA RAVANI. Protocolado em 17/02/2014 às 15:29:23. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 73F7D3.

34 fls. 810 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 45ª VARA CÍVEL DO FÓRUM CENTRAL DA COMARCA DE SÃO PAULO ESTADO DE SÃO PAULO AULO - SP 45 AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO LIMINAR AUTOS Nº Nº GOOGLE INTERNET BRASIL LTDA devidamente qualificada nos autos da AÇÃO ANTECIPADA NTECIPADA promovida por JOSÉ TDA. ( Google ), por sua advogada e signatária, ÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM PEDIDO DE TUTELA OSÉ LEVY FIDELIX DA CRUZ RUZ ( Autor ou Levy Fidelix ), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar tempestivamente sua CONTESTAÇÃO nos termos do artigo 300 e seguintes do Código de Processo Civil (Lei Federal nº /73) de modo a demonstrar a: (i) impossibilidade e ineficácia de remoção do conteúdo indicado pelo Autor de seu site de buscas, uma vez que o Google Search apenas agrega o conteúdo já existente na internet, sem qualquer interferência no conteúdo, o qual, apenas deixará de aparecer como resultado da busca, caso seja removido pelo site que o hospeda, (ii) impossibilidade de manipulação de conteúdo de terceiros dos resultados na pesquisa, (iii) impossibilidade de manipulação dos resultados das sugestões de pesquisa porque as previsões do preenchimento são automáticas e determinada por algoritmo, (iv) absoluta impossibilidade de realizar o monitoramento prévio dos conteúdos atrelados aos resultados das pesquisas realizadas, e (v) necessidade de assegurar a garantia constitucional de liberdade de informação preconizada pelo artigo 220, 1º da CF. Vejamos: 1 Este documento foi assinado digitalmente por ELIANA RAMOS SATO. Protocolado em 25/02/2014 às 11:21:11. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 768A26.

35 fls D 1. DOS FATOS Trata-se de Ação de Obrigação de Fazer com Pedido Liminar proposta em face da Google Brasil Internet Ltda ( Google ), Yahoo! Do Brasil Internet ( Yahoo ) e Microsoft Informática Ltda ( Microsoft ) objetivando (i) a desindexação dos resultados de pesquisa da ferramenta de busca conteúdos que exibam os 19 (dezenove) termos apontados pelo Agravado às fls. 45/46, (ii) desindexar dos resultados de pesquisa as URL's constantes do documento 07, (iii) impedir que os conteúdo classificados como prejudiciais constem dos resultados de busca por meio da desindexação dos termos de busca desvio 4,3 bi, desvio 4,3 bilhões, desvio de 4,3 di da saúde, 4,3 bilhões da saúde e outros correlatos nas sugestões de busca quando o usuário busca por Aécio ou Aécio Neves e demais variações, (iv) abstenção de comunicação ao(s) usuário(s) responsáveis pelos resultados, e (v) decretação do segredo de justiça. Narra o Autor que: está sendo vítima de crime virtual, consubstanciado na propagação massiva (mais de resultados) de matéria caluniosa 1, fruto da divulgação de conteúdos distorcidos relacionados à Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público de Minas Gerais ajuizada com a finalidade de apurar a natureza e destinação de verbas públicas, no contexto orçamentário do Estado, à época em que inexistia legislação própria. Nesse contexto, sustentou que as publicações, anônimas até o momento, ao alterarem a realidade processual, retratam conteúdos inverídicos e agressivos no intuito de denegrir honra e imagem do Autor, acusando-o de desviar verba pública no Estado de Minas Gerais, no período em que foi governador. Pautado na ausência de irregularidade na destinação das verbas públicas, afirmou que o conteúdo: extrapola os limites objetivos da informação verdadeira e de opinião que goza de proteção constitucional 2. Conclui o Autor que há disseminação organizada e em larga escala de falsas acusações que podem interferir no ambiente pré-eleitoral em razão da possibilidade de sua pré-candidatura à Presidência da República. Após discorrer sobre a suposta prejudicialidade dos conteúdos, o Autor defendendo que é profissional com notória e respeitosa dedicação à vida pública ingressou com a presente ação na esperança de erradicar os conteúdos repita-se, supostamente prejudicais, formulando pedido de desindexação de conteúdos a partir de termos e expressões assim como as sugestões de busca e decretação do segredo de justiça, o que foi indeferido pelo MM. Juízo a quo em razão da manifesta insubsistência das pretensões. 1 Trecho extraído da inicial de fls Trecho extraído da inicial de fls Este documento foi assinado digitalmente por ELIANA RAMOS SATO. Protocolado em 25/02/2014 às 11:21:11. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 768A26.

36 fls. 812 Como não poderia deixar de ser, a presente demanda não merece prosperar em face da Google diante da inexistência manifesta improcedência dos pedidos autorais conforme detalhado nos tópicos seguintes D 1. P 1. PRELIMINARMENTE 1.1. DA AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR A Google evidencia a carência de interesse processual do Autor ao pleitear a remoção das matérias relacionadas no documento 7 apresentado com a inicial, medida inadequada e absolutamente ineficaz para o alcance de sua pretensão. O artigo 3º do CPC dispõe que para propor ou contestar ação, é necessário ter interesse e legitimidade. A doutrina, por sua vez, define o interesse de agir como sendo aquele que leva alguém a procurar uma solução judicial, sob pena de, não o fazendo, ver-se na contingência de não poder ver satisfeita a sua pretensão. 3 Assim sendo, verifica-se que o interesse processual deve se traduzir numa relação de necessidade e adequação do provimento postulado. Logo, o interesse de agir surge da necessidade de se obter por meio do processo a proteção do interesse substancial. Mas, para tanto, o procedimento escolhido deve ser correto e adequado ao pedido que se postula. Isso significa que no momento da propositura da demanda, caso o autor da demanda eleja a via errada ou inadequada, ou o provimento buscado não seja capaz de garantir a proteção dos direitos por ele defendidos, restará evidente a falta de interesse processual do Autor para prosseguir na escolha feita. Essa é justamente a hipótese dos autos. A composição dos resultados que são relacionados nas buscas realizadas no site da Google é feita de modo automatizado e refletem fielmente o conteúdo disponível na internet, relativo ao termo de busca utilizado. Portanto, somente com a remoção das matérias nos sites nos quais estão hospedados, por mais numerosos que sejam, será possível verificar a inibição dos links de resultados das pesquisas feitas no ferramenta de pesquisas Google Search. Em outras palavras, com a remoção do conteúdo do próprio site em que se encontrava hospedado, automaticamente, a informação supostamente relacionada ao Autor deixará de ser localizada pela ferramenta de busca da Google. 3 ALVIM, Arruda. Manual de direito processual civil. 8ª ed., v. 1, São Paulo: RT, fls Este documento foi assinado digitalmente por ELIANA RAMOS SATO. Protocolado em 25/02/2014 às 11:21:11. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 768A26.

37 fls. 813 É neste aspecto que a Google chama a atenção para o fato de que a providência requerida nesta demanda é INEFICAZ, uma vez que a (inviável) inibição/remoção dos resultados das buscas não impedirá que novos links sejam localizados ante a existência e permanência de conteúdo supostamente relacionado ao Autor associado ao texto tido por prejudicial à sua imagem. Diante do exposto, é medida que se impõe a extinção do processo sem julgamento de mérito por falta de interesse de agir, nos termos dos artigos 267, inciso VI, cumulado com o artigo 295, inciso III, ambos do CPC D 1.2. DA AUSÊNCIA DE ILEGITIMIDADE PASSIVA DA GOOGLE PARA REMOÇÃO DE CONTEÚDO DE TERCEIROS Sem prejuízo da análise dos tópicos precedentes, cumpre ressaltar que falta à Google legitimidade passiva para promover a remoção de conteúdo hospedado por terceiro, no que diz respeito ao Google Search, acarretando inevitavelmente na extinção do processo sem resolução do mérito, o que desde já se requer, nos termos do artigo 267, VI, do CPC. Sabe-se que a legitimidade de parte consiste no aspecto subjetivo da causa, ou seja, trata dos sujeitos do processo, aqueles que devem integrar o polo ativo e passivo da ação. Alfredo Buzaid define a legitimidade de parte como a pertinência subjetiva da ação 4. Ou seja, a regra geral no direito brasileiro é que será legitimado para atuar em juízo tãosomente o titular do interesse levado a juízo pela demanda, razão pela qual, fala-se, nesta hipótese, em legitimidade ordinária. No tocante ao Google Search, a Google apenas efetua a busca, trazendo à baila as informações introduzidas na internet por outros sites, não restando dúvida que não foi a Ré quem criou ou inseriu na internet o conteúdo ora reclamado. Com efeito, não pode a Google figurar no polo passivo da presente demanda, pois não é ela a responsável pela criação da matéria ofensiva ao Autor tampouco foi ela quem publicou tal conteúdo. Nesse sentido, colaciona-se sentença proferida em caso análogo em que se reconheceu a ilegitimidade passiva da Google (Processo nº ª Vara da Fazenda Pública do Estado de Goiás): (...) A ilegitimidade passiva da Ré decorre da operacionalidade e funcionalidade da ferramenta Google Search. Isso porque a ferramenta nada mais é do que um sistema de buscas que 4 BUZAID, Alfredo, Do agravo de petição no sistema do Código de Processo Civil, p Este documento foi assinado digitalmente por ELIANA RAMOS SATO. Protocolado em 25/02/2014 às 11:21:11. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 768A26.

38 fls. 814 compila e organiza informações já disponíveis em sites na internet, não sendo responsável pelo conteúdo postado em tais sites ou mesmo pela sua veiculação. O sistema de buscas se restringe a indicar quais são as páginas existentes na internet cujo conteúdo guarda relação com as expressões utilizadas pelos internautas no momento em que realizam sua pesquisa (utilizando a ferramenta). Portanto, a Ré não pode ser parte passiva desta demanda, pois é evidente que não foi ela quem criou a página da onde estariam sendo divulgadas as informações que relacionam o Autor ao crime de furto, tendo ficado claro dos elementos trazidos sobre o funcionamento do serviço em questão que O GOOGLE SEARCH NÃO PASSA DE UMA FERRAMENTA DE BUSCA DE INFORMAÇÕES HOSPEDADAS E EXIBIDAS EM SITES TERCEIROS. Saliente-se que as informações que o Autor entende prejudiciais à sua imagem foram veiculadas por terceiros, precisamente o site da Polícia Militar, portanto distinto da ora Ré. Conforme já dito, tratando-se, ainda, de site oficial da Polícia Militar do Estado de Goiás, poderia muito bem o Autor diligenciar junto à equipe de suporte que gerencia o conteúdo lotado no site, ou tomando as medidas que entendesse cabível em face daqueles que são os verdadeiros responsáveis pela informação constante no seu website. Com efeito, uma vez removida a notícia dos servidores do site da Polícia Militar, que hospeda originalmente a informação conduta essa que somente poderá vir a ser exigida em face desse terceiro, tal conteúdo não mais aparecerá nos resultados de buscas realizadas na internet por sistemas como o Google Search, pois deixará de existir no ambiente virtual. Logo, é certo que a solução não pode ser outra senão o reconhecimento da ilegitimidade da Google para responder a quaisquer das pretensões veiculadas, haja vista que o Google Search apenas localiza os sites hospedados em servidores de terceiros, até mesmo porque a Google não tem meios de remover as páginas de terceiros, onde efetivamente estão armazenadas as informações relacionadas ao Autor, haja vista que a Google não tem ingerência em sites de terceiros(...) Em face do exposto, excluindo GOOGLE BRASIL INTERNET LTDA do pólo passivo por absoluta ilegitimidade, julgo procedente o pedido em relação ao Estado de Goiás, e o condeno ao pagamento de indenização de dano moral para o autor no valor de R$ 6.000,00 corrigido e acrescido de juros a partir dessa data. Portanto, é inquestionável a ilegitimidade passiva da Google porque (i) a ferramenta de busca Google Search apenas e tão somente indexa o conteúdo já existente de modo que não exerce controle sobre os resultados de buscas, e; (ii) a Google não possui qualquer ingerência sobre o conteúdo de terceiros para que possa removê-los ou manipular seu conteúdo. Desse modo, não havendo pertinência a presença da Google para responder à pretensão Autoral, mostra-se imperiosa a extinção do processo, sem resolução do mérito, nos exatos termos do art. 267, inciso VI do CPC, matéria que, neste contexto 2. D 2. DOS ESCLARECIMENTOS QUANTO ÀS ATIVIDADES DA GOOGLE 5 Este documento foi assinado digitalmente por ELIANA RAMOS SATO. Protocolado em 25/02/2014 às 11:21:11. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 768A26.

39 fls. 815 A Google Internet Brasil Ltda., é uma sociedade limitada constituída sob as leis brasileiras, com personalidade jurídica própria, tendo como sócias as sociedades Google Inc. e a Google International LLC, ambas constituídas sob as leis do Estado de Delaware dos Estados Unidos da América. A Google Inc., sócia detentora de apenas uma quota do capital social da Google Brasil, é uma empresa fundada em 1988 por dois jovens pós doutorandos da Universidade de Stanford, nos E.U.A, que se tornou mundialmente famosa pela eficiência de seu mecanismo de busca de assuntos na internet, reconhecida como a melhor ferramenta desse tipo, de uso gratuito por todos, disponível em mais de 110 idiomas e que apresenta resultados ordenados por relevância em uma fração de segundos. A Google Inc. é a empresa que detém a titularidade de todo o conteúdo da internet relacionado aos seus serviços e produtos, que são disponibilizados aos usuários do mundo todo, por meio da operação dos seus servidores localizados em Mountain View, Califórnia/E.UA. 2.1 G 2.1 GOOGLE SEARCH O maior e mais famoso dos produtos da empresa Google Inc., o Google Search, é um mecanismo gratuito de buscas de páginas na internet, onde o usuário fornece termos e expressões relacionados ao resultado desejado (critérios) e através de um simples clique no mouse, aciona um complexo sistema computadorizado que associa os subsídios oferecidos para a pesquisa com os dados indexados e armazenados nos servidores da empresa (database), resultando em uma listagem de páginas que combinam com os critérios utilizados pelo internauta. Tal ferramenta é de indispensável utilização nos tempos atuais, pois possibilita a localização das informações buscadas pelos usuários na internet, com muito mais facilidade. Apenas para que se tenha uma ideia do volume de conteúdo que trafega nesta ferramenta, atualmente o Search da Google recebe algo em torno de 200 milhões de pesquisas por dia e conta com uma database de mais de um trilhão de páginas indexadas. 6 Este documento foi assinado digitalmente por ELIANA RAMOS SATO. Protocolado em 25/02/2014 às 11:21:11. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 768A26.

40 fls. 816 Por trás desse fabuloso mecanismo existe um complexo e moderno sistema de hardware e software que interligados possibilitam o processamento dos dados e o resultado da pesquisa em uma fração de segundos. Tudo isso é possível graças a um sistema projetado em torno de uma rede que reúne milhares de computadores que, em conjunto, processam as informações de forma partilhada, mais rápida e eficaz. Esse processamento paralelo permite que múltiplos cálculos possam ser realizados simultaneamente, significando no aumento da velocidade de processamento e, via de consequência, refletindo na rapidez com que o resultado é alcançado. A operação do searchengine pode ser resumida em três etapas: a) Googlebot, um robô que rasteja pela web a procura de páginas; b) a indexação que seleciona cada palavra, em cada página e o resultado de tal procedimento é armazenado em um imenso servidor (database); c) o processador de pesquisa que compara os termos da busca feita pelo usuário com a indexação armazenada nos servidores recomendando quais documentos são mais relevantes para a sua pesquisa. Portanto, em suma, o Google Search organiza o conteúdo disponibilizado na internet, facilitando a localização da informação pelos usuários, sem divulgação do conteúdo propriamente dito. O resultado obtido corresponde à mera indicação de páginas na internet que contenham o material relacionado aos termos de pesquisa utilizados pelos internautas DA LOCALIZAÇÃO DAS PÁGINAS - GOOGLEBOT A localização das páginas pode ocorrer de duas formas distintas: através de um formulário preenchido pelo interessado na publicação de sua página ( ou através da navegação realizada pelo Googlebot pela web. O Googlebot é o robô que trafega pela internet a procura de páginas a serem enviadas ao indexador da Google, Inc. É fácil imaginá-lo como uma pequena aranha que rasteja pelos canais do ciberespaço a procura de novos conteúdos. Mas esse robô não navega por toda a rede indiscriminadamente. Esse mecanismo trabalha mais ou menos como um browser de internet (navegador) emitindo solicitações aos provedores das páginas, para que o conteúdo possa ser integralmente gravado (downloaded) e entregue ao indexador da Google. O Googlebot é constituído por inúmeros computadores que procuram e solicitam simultaneamente milhares de páginas diferentes, em uma velocidade extremamente rápida. 7 Este documento foi assinado digitalmente por ELIANA RAMOS SATO. Protocolado em 25/02/2014 às 11:21:11. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 768A26.

41 fls. 817 Quando o Googlebot encontra uma página, os links encontrados são inseridos numa espécie de lista de espera para aguardar a gravação do conteúdo desta página. Colhendo os links das páginas, o Googlebot pode rapidamente construir uma lista de amplo alcance e profundidade da web, reunindo um maior número de informações em pouco tempo. Esse método permite que as buscas sejam relevantes e possibilita uma análise mais completa das páginas interligadas. Considerando complexidade existente na internet, esse procedimento pode levar certo tempo, e, visando manter atualizado o seu índice (indexador), o Googlebot constantemente re-examina as páginas. Importante destacar que esta atualização ocorre de forma mais frequente com as páginas que são alteradas com maior frequência. Pode-se citar como exemplo, as páginas de jornais ou de noticiários que diariamente sofrem atualizações, assim, o banco de dados da Google não fica estático DO INDEXADOR DA GOOGLE Depois de capturadas as páginas pelo robô Googlebot ou informadas através do formulário pelos interessados em dar publicidade a sua webpage, a integralidade dos textos são entregues ao indexador (índice). Essas páginas são armazenadas no banco de dados da Google e seus termos são alocados em ordem alfabética. Cada indicador é composto por um termo de busca e nele é armazenada uma lista de documentos que se relacionam pelos termos contidos no mesmo. Esse mecanismo funciona mais ou menos como um índice de um livro. Toda a informação trazida pelo Googlebot é separada e organizada em uma determinada categoria dentro do indexador. 8 Este documento foi assinado digitalmente por ELIANA RAMOS SATO. Protocolado em 25/02/2014 às 11:21:11. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 768A26.

42 fls DO PROCESSADOR DE PESQUISAS DA GOOGLE O processador de pesquisas é constituído por inúmeras partes, incluindo a interface com o usuário (searchbox) e o engine - mecanismo que avalia a pesquisa e as combinações relevantes dos documentos. Quando o usuário utiliza certos termos para realizar sua pesquisa no Google Search, o programa processa as informações indicadas pelo usuário e associa tais termos com os documentos armazenados e organizados dentro dos indicadores. Por exemplo, quando a pesquisa realizada deseja receber informações acerca de páginas que tratem de assuntos relativos ao Código Civil, dentro do indexador a palavra civil pode estar contida nos documentos 3, 8, 22, 56, 68, e 92, enquanto que a palavra código pode ocorrer nos documentos 2, 8, 15, 22, 68, e 77. Dessa forma, o sistema associa as páginas que contenham conteúdo semelhante (no caso as páginas 8, 22 e 68) e resulta na listagem desses documentos na tela do usuário. Antes da exibição do resultado na tela do usuário, os documentos são submetidos a um software de busca, o PageRank. É nele que está o coração do sistema de busca. O PageRank (TM) é um sistema que organiza as páginas na web. A classificação das páginas (PageRank) confia na natureza excepcionalmente democrática da Web, usando sua vasta estrutura de links como um indicador do valor de uma página individual. 9 Este documento foi assinado digitalmente por ELIANA RAMOS SATO. Protocolado em 25/02/2014 às 11:21:11. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 768A26.

43 fls. 819 Essencialmente, a Google interpreta um link da página A para a página B como um voto da página A para a página B. O sistema considera além do volume de votos, o resultado da página que deu o voto, assim, os votos dados por páginas importantes têm maior relevância e ajudam a tornar outras páginas importantes. Ou seja, sites importantes, de alta qualidade recebem uma nota de avaliação maior, que a Google grava a cada busca feita. Assim, o sistema de busca da Google combina automaticamente os resultados de alta qualidade com a busca que se está realizando para que o resultado seja o mais relevante possível. 2.5 DA M MEMÓRIA CACHE ACHE Como verificou-se acima, a Google armazena páginas rastreadas pelo robô Googlebot e permite que esse conteúdo seja localizado de maneira mais rápida e eficaz. No entanto, aqui é necessário esclarecer que nem toda a busca realizada gera um novo mapeamento do Googlebot, ocorrendo, por vezes, simples verificações se a página analisada foi ou não alterada no seu conteúdo. Esta alteração é que será analisada se o conteúdo se tornou mais ou menos relevante para busca no determinado parâmetro de busca. Assim, se o conteúdo não foi alterado ou se o Googlebot ainda não retornou àquela página, o conteúdo que aparecerá como resultado da busca poderá ser aquele armazenado na memória cachê, que é a memória do conteúdo encontrado no último rastreamento do robô da Google. 10 Este documento foi assinado digitalmente por ELIANA RAMOS SATO. Protocolado em 25/02/2014 às 11:21:11. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 768A26.

44 fls D 3. M 3. MÉRITO 3.1. DA IMPOSSIBILIDADE DA REMOÇÃO DE CONTEÚDO DE TERCEIROS DO GOOGLE SEARCH Em sua exordial, o Autor requereu que a Google seja compelida a desindexar dos resultados de pesquisa do Google Search as URL's especificadas no DOC. 07. Ocorre que a desindexação/remoção de conteúdos de terceiros do Search ocorrerá somente se o provedor de hospedagem o remover, com a atualização automática do Googlebot e da memória cachê. Isto significa que se houver a remoção dos conteúdos nos sites originários aí sim os conteúdos indesejados pelo Agravante não seriam mais encontrado. A Google não é dona da internet e por tal razão não tem condições de desindexar os conteúdos hospedados por terceiros de seu site de buscas até mesmo porque tal providência seria absolutamente ineficaz, porque a permanência dos conteúdos nos sites de origem. 11 Este documento foi assinado digitalmente por ELIANA RAMOS SATO. Protocolado em 25/02/2014 às 11:21:11. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 768A26.

45 fls. 821 Diante disso, a Google não pode ser compelida a remover todo e qualquer conteúdo que a busca supramencionada eventualmente indicar, tendo em vista que há inúmeros sites que se utilizam dos caracteres referidos na composição do conteúdo semelhante, mas que, como dito acima, não tem qualquer tipo de relação com a sua imagem ou nome. Se agisse desta forma, a Google certamente acabaria por afetar direitos de terceiros, removendo equivocadamente suas páginas disponibilizadas na internet. Esse entendimento adentrou no cerne da questão no que diz respeito especificamente ao Google Search, a Google consigna que conforme se constata nos termos de funcionalidade do site de buscas, a elaboração do conteúdo dos sites apontados nos resultados do seu programa de buscas, não é realizada pela Google, mas sim por terceiros que inserem em suas páginas o conteúdo que desejarem, sendo que na situação dos autos, terceiros inseriram conteúdo, no caso as matérias que desagradaram o Autor. Assim, o trabalho do Google Search é organizar o conteúdo lançado na internet, a fim de facilitar a localização da informação pela sociedade cibernética. Não há divulgação, elaboração e alteração do conteúdo propriamente dito. O que se denota do resultado obtido pelo sistema é a indicação de páginas na internet que contenham material relacionado aos termos utilizados pelos internautas no momento em que os mesmos efetivam a sua pesquisa. Logo, a conclusão lógica da questão é de que a Google não tem como promover controle ou desindexação de páginas de terceiros, uma vez que não é responsável pelas inserções e, ainda que tivesse como o fazer, a medida seria sempre ineficaz, pois outros sites de busca continuariam a informar os resultados há o site Yahoo ou Altavista ou Bing, que também aglutinam conteúdo existente na Internet, porquanto impossível a remoção dos sites pessoais e bloquear a criação de novos com o mesmo conteúdo. Em outras palavras, a GOOGLE NÃO POSSUI INGERÊNCIA SOBRE OS CONTEÚDOS INDICADOS PELO AGRAVANTE, PELO QUE, OBVIAMENTE, NÃO POSSUI MEIOS DE DESINDEXAR O CONTEÚDO NELE HOSPEDADO! Portanto, oportuno salientar: A GOOGLE NÃO É DONA DA INTERNET! Frise-se que o Google Search apenas localiza conteúdo, sendo que não pode promover a desindexação dos conteúdos das páginas de terceiros, porque o resultado das buscas é um espelho da realidade da internet, cabe ao Autor buscar contra esses sites de terceiros que veicularam os conteúdos impugnados, ainda que sejam muitos. Além do mais, é importante destacar que se a informação sobre a existência de 12 Este documento foi assinado digitalmente por ELIANA RAMOS SATO. Protocolado em 25/02/2014 às 11:21:11. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 768A26.

46 fls. 822 determinado conteúdo, nos sites de terceiros, for, eventualmente, removida do Google Search, isto não resolverá a questão da presente lide. Os internautas continuarão a ter acesso aos conteúdos sobre a Agravante nos sites de origem e até mesmo através de outras ferramentas busca, já que a exclusão de determinado conteúdo do site de buscas da Google, não remove automaticamente, o mesmo conteúdo das páginas de origem, uma vez que não pertencem aos domínios da Google AUTOMATIZAÇÃO DAS FERRAMENTAS - IMPOSSIBILIDADEI DE MANIPULAÇÃO DOS RESULTADOS DA - I BUSCA REALIZADA PELO GOOGLE SEARCH Por todos os esclarecimentos prestados acima, já se pôde concluir que a operacionalidade das ferramentas se dá de forma totalmente automatizada. Nem poderia ser diferente em razão do volume de conteúdo inserido na internet a cada instante e em tempo real. No caso do Google Search, como dito, as páginas são vasculhadas por um robô que tem a função de alimentar o indexador. Esse robô tem autonomia própria para percorrer as vias da rede mundial na busca de novos conteúdos e é responsável pela gravação de mais de 1 bilhão de páginas, bem como de sua atualização. No entanto, tal autonomia não permite que o robô seja dirigido. Não há como manipulá-lo a fim de evitar que determinados sites ou conteúdos não sejam rastreados. Quanto ao indexador, este tem o ofício de separar os termos idênticos (palavras) e organizá-los numa espécie de índice remissivo. Assim, após o site ter sido lido pelo Googlebot, seus termos são separados e organizados nos campos correspondentes aos mesmos. Já o processador de pesquisa é do que um software que processa os termos informados na pesquisa com os contidos no indexador, para apontar quais são os documentos (páginas) que contém termos em comum. O resultado de todo esse procedimento é a listagem mostrada na tela do usuário. Note-se que toda a sistemática é realizada por computadores munidos de modernos softwares. A participação das pessoas só ocorre para a criação e manutenção do sistema. O sistema de busca da Google opera de forma autônoma, não necessitando do controle humano - até porque isso não é possível em razão do volume de informações que trafegam por ele. A CONCLUSÃO DE TUDO ISSO É QUE NÃO HÁ COMO ATRIBUIR COMANDOS (FILTROS) COMO, POR EXEMPLO, desvio 4,3 bi, desvio 4,3 bilhões, desvio de 4,3 bi da saúde, 4,3 bilhões da saúde e outros correlatos, E ORDENAR QUE, EM CADA ETAPA, OU SOMENTE NA PRIMEIRA (GOOGLEBOT), SEJA EXCLUÍDO O MATERIAL QUANDO REALIZADA A BUSCA ATRAVÉS DE VARIAVÁVEIS DO NOME OU PARTE DO NOME DO AUTOR 13 Este documento foi assinado digitalmente por ELIANA RAMOS SATO. Protocolado em 25/02/2014 às 11:21:11. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 768A26.

47 fls. 823 AÉCIO NEVES. O sistema não tem capacidade de realizar a necessária ponderação e avaliação do conteúdo inserido nos sites a fim de chegar à conclusão se relativo material corresponde à matéria, supostamente, ofensiva e caluniosa citada pelo Autor ou não. No dia em que for possível conceder aos programas de computador ou aos robôs a habilidade de desenvolver o raciocínio, ai sim, tal medida poderá ser efetivada. A obrigação pretendida é tão infundada que quando analisada sob a velocidade com que as informações trafegam pela internet e frente a arquitetura dos sistemas em comento. Ademais, o direito tecnológico necessita de uma tutela eficaz que entenda as possibilidades e as limitações do plano virtual. Há que se atentar que uma determinada medida plausível no mundo real pode não ser no mundo virtual. Assim, considerando que não há como manipular os resultados de buscas tampouco as sugestões de buscas, não há como ser exigida da Google a exclusão de todo e qualquer conteúdo relativos ao nome ou parte do nome do Autor como termo de busca. Diante do exposto, resta devidamente comprovada a inviabilidade de cumprimento do pedido autoral razão pela qual a presente demanda deverá ser julgado improcedente DA IMPOSSIBILIDADE DE INTERFERÊNCIA NA FERRAMENTA DE SUGESTÃO DE PARÂMETROS DE PESQUISA GOOGLEG SUGGEST G O preenchimento automático oferecido pelo Google Suggest é uma funcionalidade da plataforma de busca do Google, que mostra resultados preditivos para ajudar o usuário a achar o que procura mais rapidamente. Estas buscas são produzidas automaticamente baseadas em diversos fatores, incluindo a popularidade dos termos buscados. Também é importante explicar que as sugestões de busca são decorrentes, dentre outros critérios (localidade, preferências, idioma) da própria atividade dos usuários, sendo que a Google não interfere nesses parâmetros, até mesmo porque não há possibilidade técnica para isso, vide parecer técnico que instrui a presente. Quanto mais determinados parâmetros de busca são utilizados pelos usuários, mais ele se torna relevante para a sugestão de busca, inclusive, as várias pesquisas do Autor nesse sentido, contribuem para que a sugestão da busca seja ainda mais relevante, surgindo o efeito contrário ao pretendido. Vejamos a seguir alguns exemplos da funcionalidade da ferramenta. 14 Este documento foi assinado digitalmente por ELIANA RAMOS SATO. Protocolado em 25/02/2014 às 11:21:11. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 768A26.

48 fls. 824 Termo pesquisado: world cup. No momento em que o usuário começa a digitar os termos de busca, já é possível observar sugestões de busca, pelos termos considerados mais relevantes pelos próprios usuá- rios, como demonstra a imagem acima. A ordem em que aparecem as sugestões de busca se dá pela própria importância dos termos para uma determinada comunidade de usuários sobre aquele termo. Com base nas palavras (e letras) que são digitadas, opções de pesquisa começam a aparecer baseados em: Uso de dispositivo móvel para realização da busca. Uso de um desktop para realização da busca. Identificação de perfil de usuário. A existência de um histórico de busca que possa ser usado para definir interesses do usuário. Tipo de conexão. Velocidade de conexão. Configurações do browser (como língua usada). Qual a frequência que determinada sugestão foi utilizada como busca quando apresentada. 15 Este documento foi assinado digitalmente por ELIANA RAMOS SATO. Protocolado em 25/02/2014 às 11:21:11. Se impresso, para conferência acesse o site informe o processo e o código 768A26.

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