PROJETO DE LEI Nº 116/2014 Poder Executivo

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1 DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, sexta-feira, 20 de junho de PRO 1 PROJETO DE LEI Nº 116/2014 Poder Executivo Autoriza o Poder Executivo a contratar, em caráter emergencial e por tempo determinado, recursos humanos para exercerem atividades nos estabelecimentos de ensino da rede pública estadual, para atender necessidade temporária, de excepcional interesse público, e revoga a Lei nº 9.231, de 7 de fevereiro de 1991, que dispõe sobre convocação temporária do membro do Magistério Público Estadual. Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a contratar, em caráter emergencial e por prazo determinado, na forma prevista no inciso IX do artigo 37 da Constituição Federal e nos termos do inciso IV do artigo 19 da Constituição do Estado, recursos humanos para exercerem atividades nos estabelecimentos de ensino da rede pública estadual, nas funções relacionadas no Anexo Único desta Lei. Art. 2º Considera-se caráter emergencial, para os efeitos desta Lei, a necessidade inadiável de admissão de recursos humanos, para suprir as necessidades nos estabelecimentos de ensino público estadual até que seja realizado concurso público para os cargos integrantes das categorias funcionais criadas pela Lei nº , de 14 de janeiro de Parágrafo único. Os contratos autorizados por esta Lei deverão ser substituídos na medida em que forem sendo nomeados(as) servidores(as) aprovados(as) em concurso público especifico para as novas categorias funcionais criadas no Quadro de Servidores de Escola, conforme a Lei nº /2014. Art. 3º O edital de abertura das inscrições deverá ser divulgado pelos meios de comunicação locais, bem como afixado na sede da Secretaria da Educação e das Coordenadorias Regionais de Educação - CREs. Art. 4º A contratação prevista nesta Lei deverá ser precedida de uma seleção simplificada, à qual será dada a devida publicidade e dar-se-á no regime de trabalho de 40 (quarenta) horas semanais. Art. 5º Os contratos emergenciais de que trata esta Lei serão regidos, no que couber, pelo regime estatutário disciplinado na Lei Complementar nº , de 3 de fevereiro de Art. 6º A contratação prevista nesta Lei vigorará pelo prazo de um ano, a contar da data de admissão dos contratados, podendo ser prorrogada por igual período, e ser rescindida a qualquer tempo, por deliberação da contratante, em caso de nomeação de servidores(as) aprovados(as) em concurso especifico para as novas categorias funcionais criadas no Quadro de Servidores de Escola, conforme a Lei nº /2014. Art. 7º A contratação emergencial de que trata esta Lei fica condicionada ao atendimento previsto na Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de Art. 8º Os critérios de classificação, além das escolaridades mínimas exigidas para as funções, previstas no Anexo Único desta Lei, serão divulgados no edital de abertura das inscrições. Art. 9º As funções relacionadas no Anexo Único desta Lei terão remuneração equivalente a do grau A do nível II das categorias funcionais previstas na Lei nº /2014. Art. 10. Em cada CRE será formada uma comissão para avaliar o Cadastro de Inscritos, para fins de admissão, de acordo com os critérios estabelecidos no edital.

2 DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, sexta-feira, 20 de junho de PRO 2 Parágrafo único. A comissão referida no caput deste artigo será composta por três representantes: I - um da respectiva Coordenadoria Regional de Educação; II - um do segmento servidor indicado por sua entidade de representação; III - um regional do segmento pais indicado por seus pares. Art. 11. Ocorrendo a desistência ou a dispensa do(a) contratado(a), a Secretaria da Educação, ao substituir a vaga, deverá observar a rigorosa ordem de classificação do Cadastro Temporário de Servidores de Escola. Art. 12. No prazo de até trinta dias, contados após cada contratação, a Secretaria da Educação publicará no Diário Oficial do Estado os seguintes dados: I nome do(a) servidor(a); II função para a qual foi contratado(a); III setor e lotação; IV carga horária. Art. 13. Fica revogada a Lei nº 9.231, de 7 de fevereiro de 1991, que dispõe sobre a convocação temporária do membro do Magistério público Estadual em exercício no órgão Central da Secretaria da Educação e dá outras providências. Parágrafo único. Ao membro do Magistério convocado pelo disposto na Lei nº 9.231/1991, ficam asseguradas todas as prerrogativas por ela estabelecidas até a data da revogação de sua convocação. Art. 14. As despesas decorrentes da execução desta Lei correrão por conta de dotação orçamentária própria. Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. ANEXO ÚNICO Função Escolaridade Vagas Agente Educacional I: Técnico em Nutrição Técnico em Nutrição de nível médio. 210 Agente Educacional II: Assistente Financeiro Ensino Médio Completo com curso de qualificação na área de Contabilidade; Técnico em Contabilidade de nível médio. 500

3 DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, sexta-feira, 20 de junho de PRO 3 Agente Educacional II: Técnico em Informática Ensino Médio Completo com curso de qualificação na área de Informática; Técnico em Informática de nível médio. 210 Agente Educacional II: Tradutor e Intérprete de Língua de Sinais - LIBRAS Ensino Médio completo e Curso de Tradutor/Intérprete de LIBRAS, com certificação da instituição de ensino, vinculada à FENEIS (Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos), e/ou Ensino Médio com Proficiência em LIBRAS. 60 JUSTIFICATIVA O Quadro de Servidores de Escola foi criado pela Lei nº , de 6 de janeiro de 2000 e reorganizado pela lei , de 26 de setembro de Para atender aos novos desafios que a educação vem enfrentando nesta última década, foram criadas novas categorias funcionais, por meio da Lei nº de 14 de janeiro de 2014, são elas: Agente Educacional I - Técnico em Nutrição, Agente Educacional II - Assistente Financeiro, Técnico em Informática e Tradutor e Intérprete de Língua de Sinais. Por oportuno, evidencia-se a seguir aspectos relevantes no que concerne a cada uma das categorias mencionadas que justificam a sua necessidade. No respeita ao Agente Educacional I - Técnico em Nutrição, sabemos que as políticas públicas construídas na área da alimentação escolar trabalham com um conceito de merenda que vai além de referir-se à alimentação na escola, ou seja, objetivam contribuir para o desenvolvimento, a aprendizagem e o rendimento escolar dos estudantes, bem como promover a formação de hábitos alimentares saudáveis, por meio de ações de educação alimentar e nutricional e da oferta de refeições que cubram as suas necessidades nutricionais no período letivo, previstos no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), considerando o disposto na Constituição Federal nos artigos 6º, 205, 208, inciso VII, e artigo 211. Agrega-se a isso o Projeto Escola de Tempo Integral do qual participam 29 unidades da rede estadual de ensino, que visa a atender crianças e adolescentes de baixo poder aquisitivo de determinadas regiões do Estado em torno de uma proposta pedagógica que responda às necessidades básicas dos alunos das escolas públicas estaduais. O projeto mencionado oferece educação de qualidade no turno regular, oficinas pedagógicas no turno inverso, e cada estudante recebe, no mínimo, três refeições diárias, garantindo melhores condições para o seu aprendizado. Neste cenário, destaca-se o trabalho dos Técnicos em Nutrição, como responsáveis pelo programa de alimentação em escolas, tendo como atribuições: a elaboração e adequação de cardápios, controle higiênico dos alimentos, orientações quanto à prevenção e educação para a saúde, elaboração das

4 DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, sexta-feira, 20 de junho de PRO 4 informações a respeito dos valores nutricionais dos alimentos e orientações quanto aos procedimentos higiênicos em todas as etapas da elaboração das refeições, formação de servidores responsáveis pela alimentação escolar sobre o modo de preparo, a distribuição e o horário das refeições e todas as demais tarefas afins. Estes profissionais serão lotados nas Coordenadorias Regionais de Educação CREs, onde atuarão em conjunto com a direção e com a coordenação pedagógica da escola, garantindo a integração entre os servidores de escola da área da alimentação e a equipe diretiva. Quanto ao Agente Educacional II - Assistente Financeiro, ressalta-se que a SEDUC vem implementando de forma progressiva a descentralização da gestão dos recursos financeiros destinados à gestão das escolas públicas estaduais, em atenção a uma antiga reivindicação das comunidades escolares. Desta forma, houve a ampliação dos recursos da autonomia financeira das escolas que passaram de 15 mil para 150 mil reais para obras e de 8 mil para 80 mil reais para equipamentos, descentralizando as ações a fim de agilizar cada um desses processos sob a coordenação das Direções e acompanhamento e fiscalização direta da comunidade escolar. O Decreto , de 14 de agosto de 2013, dispõe sobre a autonomia financeira das escolas da rede estadual. A nova legislação atualiza critérios que definem o montante dos recursos a serem destinados a cada escola estadual. Os novos critérios possibilitarão que todas as escolas recebam mais recursos, mesmo com a gradativa redução de matrículas anual. Somente em relação à educação profissional, o percentual de aumento para as escolas será de 150%. Esta realidade impõe que haja um suporte técnico à direção das escolas, uma vez que estas são constituídas de professores, muitas vezes alheios à rotina de atividades que envolvem as políticas de recebimento, uso e prestação de contas de recursos públicos. A seu turno, temos o Agente Educacional II - Técnico em Informática. A introdução da tecnologia da informática no processo educativo é uma realidade no cotidiano escolar, e o sistema deve propor políticas públicas, objetivando instrumentalizar as escolas com as condições necessárias e adequadas para que professores e alunos utilizem essa ferramenta de forma competente no processo de construção do conhecimento. A SEDUC vem desenvolvendo o projeto Província de São Pedro, com o objetivo de modernizar a rede do ponto de vista tecnológico, destinando um computador por aluno e professor. A perspectiva é tirar aproveito da tecnologia, propiciando aos alunos a vivência da linguagem digital, na condição de parceira no trabalho pedagógico desenvolvido pelos docentes. Diante desta realidade, a SEDUC propõe disponibilizar um profissional da área de informática, que terá a função de assessorar e orientar os professores estaduais no manuseio da ferramenta tecnológica de forma a instrumentalizar aluno e professor para avançarem profissionalmente e evidenciar maior qualidade no seu trabalho cotidiano. Sinais Por derradeiro, cabe mencionar-se o Agente Educacional II - Tradutor e Intérprete de Língua de

5 DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, sexta-feira, 20 de junho de PRO 5 A Constituição Federal/88 define a educação como direito de todos, e o ensino fundamental como etapa obrigatória de direito subjetivo, além de garantir o atendimento educacional especializado para os alunos com deficiência. Observa-se que cada um desses direitos é individual e não substitutivo um do outro. Também, a LDB, Art. 59, inciso I, trata da obrigatoriedade dos sistemas de ensino de garantia do desenvolvimento das atividades pedagógicas para atender às especificidades dos alunos e promover seu acesso ao currículo. Essas atividades da educação especial, realizadas no atendimento educacional especializado, de forma complementar ou suplementar, devem estar inseridas no projeto pedagógico das escolas. A concepção de educação especial, como modalidade transversal a todas as etapas, níveis e modalidades, que realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza recursos e serviços e orienta quanto a sua utilização no processo de ensino aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular, está expressa no documento da nova Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (MEC/SEESP 2008). Nessa quadra, constata-se que os quadros de servidores das (duas mil, quinhentas e setenta e quatro) escolas estaduais ativas estão carentes destas categorias de servidores, motivo pelo qual a SEDUC entende de fundamental importância a contratação de servidores para os referidos cargos, em caráter emergencial e temporário, que irão atuar no sistema estadual de ensino nas diferentes funções acima citadas, até a realização do primeiro concurso público, cujo edital já está em elaboração. Estas são, pois, as razões que justificam a presente proposição. RC 106/2014 OF.GG/SJL/UAL Porto Alegre, 20 de maio de Senhor Presidente: Dirijo-me a Vossa Excelência para encaminhar-lhe, no uso da prerrogativa que me é conferida pelo artigo 82, inciso III, da Constituição do Estado, o anexo Projeto de Lei que autoriza o Poder Executivo a contratar, em caráter emergencial e por tempo determinado, recursos humanos para exercerem atividades nos estabelecimentos de ensino da rede pública estadual, para atender necessidade temporária, de excepcional interesse público, e revoga a Lei nº 9.231, de 7 de fevereiro de 1991, que dispõe sobre convocação temporária do membro do Magistério Público Estadual, a fim de ser submetido à apreciação dessa Egrégia Assembleia Legislativa, no regime de urgência previsto no artigo 62 da Carta Estadual. proposta. A justificativa que acompanha o Expediente evidencia as razões e a finalidade da presente Atenciosamente, TARSO GENRO, Governador do Estado.

6 DIÁRIO OFICIAL DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Porto Alegre, sexta-feira, 20 de junho de PRO 6 Excelentíssimo Senhor Deputado GILMAR SOSSELLA, Digníssimo Presidente da Assembleia Legislativa, Palácio Farroupilha, NESTA CAPITAL.