N de junho de 2011
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- Júlia Custódio Valverde
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1 N de junho de 2011 PREÇOS DO AÇÚCAR e DO ETANOL HIDRATADO INDUSTRIAL CONTINUAM EM QUEDA E PREÇOS DO ETANOL ANIDRO E HIDRATADO CARBURANTE SOBEM POSIÇÃO: Semana de 06 a 10/06/ Preços médios do açúcar e do etanol levantados pela ESALQ/CEPEA SEMANA VARIAÇÃO 30/05 a 03/06/11 06 a 10/06/11 R$ % PRODUTO R$/kg R$/kg R$ R$ ATR ATR ABMI R$/saco 54,56 0, ,92 0,5020-0,64-1,17 EAC R$/m3 1138,80 0, ,80 0, ,00 1,14 EHC R$/m3 1012,00 0, ,40 0, ,40 7,15 EHI R$/m3 1046,10 0, ,80 0, ,30-1,75 Dólar R$ 1,5847 1,5861-0,0013-0,08 2. Preço líquido do açúcar ao produtor 30/05 a 03/06/11 06 a 10/06/11 VARIAÇÃO PRODUTO R$/t R$/saco R$/t R$/saco R$/t R$/saco % ABMI 895,93 44,80 885,45 44,27-10,48-0,52-1,17 O preço do açúcar apresenta no mês de Junho uma queda de 0,8% (R$ 6,73/t) e na safra apresenta uma queda de 20,4% (R$ 227,48/t ou R$ 11,37/saco). 3. Projeção de preços semanal A projeção de preços apresentada a seguir, foi elaborada com base nos preços do açúcar e do etanol praticados no mercado interno, divulgados pelo CEPEA/ESALQ e da cotação de preços médios de açúcar branco e VHP, projetados com base nas Bolsas de Londres e Nova York, respectivamente. Figura 1. Comportamento dos preços do açúcar de mercado interno (ABMI) e externo, (ABME e AVHP) praticados nos meses de abril e maio de 2011 e os projetados para o mês de junho - SAFRA 2011/2012 1
2 80 TIPOS DE AÇÚCAR R$ POR SACO DE AÇÚCAR A B R I L M A I O J U N H O A B R I L M A I O J U N H O A B R I L M A I O J U N H O ABMI AVHP ABME 3. Preços líquidos do etanol anidro carburante (EAC), do etanol hidratado carburante (EHC) e industrial (EHI), ao produtor A Tabela apresentada abaixo mostra a variação dos preços líquidos do etanol projetados para a Safra 2011/2012. VARIAÇÃO EAC EHC EHI % No Mês 1,1 7,2-1,7 Na Safra -46,0-21,7-27,5 Figura 2. Comparação entre os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI), expresso em preço do etanol anidro e os do Etanol de todos os tipos, praticados nos meses de abril e maio de 2011 e os projetados para o mês de junho - SAFRA 2011/2012 2
3 R$/m3 de anidro ABMI EAC EHC EAI EHI EAE EHE 4. Mercado Futuro No mercado externo (mercado futuro), os preços da Bolsa de Nova York (demerara) e os preços da Bolsa de Londres (refinado), fecharam a semana de 06 a 10/06/11 novamente em alta; o preço do Etanol Hidratado Paulínia (SP) ESALQ/BVMF, fechou a semana também em alta, o mesmo ocorrendo com a cotação do dólar que fechou a semana em alta, em relação à semana anterior (30/05 a 03/06/11). O açúcar de mercado interno continua sem cotação na BM&F. ATIVIDADES DA SEMANA Dias 06 e 07 O Presidente, a Vice-Presidenta, o Diretor Tesoureiro, a Assessoria Técnica e o Assessor da Diretoria, participaram da 3ª Edição do ETHANOL SUMMIT, realizado no Grand Hyatt Hotel, em São Paulo. Dia 09 A Assessoria Técnica e o Assessor da Diretoria participaram da 4ª reunião da CANATEC-SP, quando foram tratados os seguintes assuntos: 1. Aprovação da Ata da reunião realizada em 09/05/2011; 2. Safra 2011/ Produção de cana-de-açúcar, açúcar e etanol posição em 01/06/2011; Qualidade tecnológica da cana-de-açúcar posição em 08/06/2011; Envio das informações para o Sistema ATR; 3. Proposta de trabalhos para aperfeiçoamento do Sistema CONSECANA-SP; 4. Laudo de Homologação dos Refratômetros ATAGO; 5. Revisão das Normas Operacionais Aperfeiçoamento; 6. Manual de Procedimentos: Homologação de Equipamentos, Instrumentos Analíticos e Reagentes; Consulta sobre práticas adotadas por indústrias ou fornecedores de cana em relação às disposições do Manual de Instruções CONSECANA-SP; 7. Outros Assuntos. 3
4 Dia 10 - A Assessoria Técnica participou da Reunião dos Técnicos das Associações filiadas à ORPLANA, na Sede da ORPLANA, em Piracicaba, para tratar dos seguintes assuntos: 1. Custo de produção de cana-de-açúcar elaborado pelo PECEGE Carlos Eduardo Ozório Xavier e Leonardo Zilio; 2. Safra 2011/2012: Produção de cana-de-açúcar, açúcar e etanol Posição atualizada; Qualidade da matéria-prima Posição atualizada; Custos de Produção Maio de 2011; Projeção de preços; Estimativa de produção; 3. Projeto Piloto Condomínio; 4. Balanço dos treinamentos dos monitores de laboratório; 5. Outros assuntos: Data, local e tema para a próxima reunião. Participaram da reunião os representantes das seguintes Associações: Araraquara, Assis, Bariri, Barra Bonita, Capivari, Catanduva, Guariba, Jaú, Lençóis Paulista, Monte Aprazível, Olímpia, Orindiuva, Piracicaba, Quirinópolis (Vídeo Conferência), Santa Bárbara e Sertãozinho. NOTÍCIAS DA SEMANA Secretária prevê novas culturas com o fim da queimada da cana Mônika Bergamaschi será empossada nesta segunda-feira. A nova secretária de Estado da Agricultura, Mônika Bergamaschi, afirmou ontem que as áreas não mecanizáveis de cana na região de Ribeirão poderão ser revertidas para outras culturas. Isso deverá ocorrer com a conclusão do protocolo agroambiental, que prevê o fim das queimadas em Segundo ela, 50% das áreas agrícolas da região são ocupadas por canaviais. Com a abertura para novas culturas, poderá se formar na região um novo sistema agrícola voltado não apenas ao setor sucroalcooleiro. Mônika se desligou ontem da direção da Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão para ser assumir a pasta na segunda (Valor, 4/6/11). Plantio de canaviais atrasa e a oferta de cana adicional crescerá menos em 2012 Em vez de 138 milhões de toneladas, o avanço em cana deve ser de 118 milhões. O excesso de chuvas entre março e abril deste ano atrapalhou o plantio de cana-de-açúcar do Centro-Sul do país. Parte do que se esperava de cana adicional para o ano que vem já foi perdida, segundo estimativa da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica). Inicialmente, a entidade previa que o potencial de crescimento da oferta da matéria-prima era de 138 milhões de toneladas, resultado de uma renovação de canavial de cerca de 1,3 milhão de hectares. Neste momento, já se sabe que pelo menos 20 milhões de toneladas desse volume esperado não devem virar realidade, segundo o diretor-técnico da Unica, Antônio de Pádua Rodrigues. Ele afirma que a cana que é plantada entre fevereiro e abril, a chamada "cana de um ano e meio", foi afetada pelo excesso de chuvas. 4
5 Essa cana é colhida já na safra seguinte com uma produtividade mais alta, próxima de 130 toneladas por hectare, bem acima das 100 toneladas por hectare da cana que está sendo plantada agora entre maio e junho (cana de inverno) e a semeada entre agosto e setembro (cana de um ano). É justamente para a "cana de um ano e meio", com o primeiro corte mais produtivo, que se esperava a maior área plantada e na qual houve a maior queda no plantio, diz Rodrigues. Mais capitalizados, produtores e usinas iniciaram 2011 com planos de renovar 18% (1,3 milhão de hectares) da área de cana do Centro-Sul, acima da média anual de 16%. Desses 1,3 milhão, 1 milhão de hectares estavam planejados para o cultivo dessa cana de um ano e meio. Rodrigues estima que 60% da área prevista para esse período de plantio foi efetivamente cultivada. "Choveu muito no Centro-Sul todo, sobretudo em São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná", diz Rodrigues. Algumas usinas continuam o plantio, mas da cana de inverno que, juntamente com a "cana de um ano" deve ter uma fatia de 300 mil hectares da área de renovação prevista para o ano. "Não teremos todo o potencial previsto inicialmente mas, de qualquer forma, ao renovarmos, estaremos substituindo nessa área um canavial velho, de seis anos de idade e produtividade de 65 toneladas de cana por hectare, por um outro novo, com 100 toneladas por hectare", diz Pádua. Apesar da redução do potencial de crescimento de oferta de cana para 2012, Pádua pondera que o aumento do volume disponível para moagem do ano que vem em comparação com esta safra está garantido. "Há o volume adicional da renovação de canaviais e também as novas áreas vindas dos greenfields", argumenta. Os fornecedores de cana devem ser os mais afetados pelas adversidades no plantio de cana neste ano. Ismael Perina Júnior, presidente da Organização dos Plantadores de Cana do Centro-Sul (Orplana), afirma que apesar de todo o esforço para avançar o plantio, em março os fornecedores de cana não conseguiram cultivar quase nada, por causa das chuvas torrenciais. "Daqui para frente, apenas as usinas plantam, pois o clima fica seco e as indústrias conseguem irrigar com a vinhaça, líquido resultante do processo industrial ", diz. Esta safra em curso, a 2011/12, já é a segunda com oferta escassa de cana. Por isso, a tentativa de ampliar a renovação. A previsão da Unica para este ciclo é de moagem de 568,50 milhões de toneladas de cana. Se concretizada, ficaria 2,11% acima das 556,74 milhões de toneladas processadas no ciclo anterior. Mas, a própria Unica já reconheceu que pode revisar esse número para baixo, por causa da menor produtividade apresentada pelos canaviais neste começo de safra - consequência da forte estiagem que atingiu as áreas de cana no ano passado. A consultoria Datagro já alterou sua estimativa em maio para 554,1 milhões de toneladas de moagem, ante as 561,32 milhões previstas em abril. O mercado já começa a precificar as chances de uma safra menor no Brasil nos futuros de açúcar. Na sexta-feira, os contratos para outubro fecharam em alta de 23 pontos, a 23,61 centavos de dólar por libra-peso na bolsa de Nova York diante de especulações de que a oferta de açúcar no Brasil será limitada. No mercado interno, a safra pressiona. O indicador CEPEA/ESALQ para o cristal caiu 1,5% na sexta-feira, a R$ 53,83 por saca (Valor, 6/6/11). 5
6 Governador de São Paulo desonera geração de energia a partir de resíduos da industrialização de cana-de-açúcar O governador Geraldo Alckmin assinou nesta segunda-feira (6), decreto que desonera a aquisição de bens de capital destinados à produção de energia elétrica a partir de biomassa resultante da industrialização e de resíduos de cana-de-açúcar. O conjunto de medidas representa um estímulo a investimentos do setor sucroalcooleiro que detém potencial expressivo para geração de energia limpa por meio do aproveitamento de palha, bagaço e outros subprodutos do processamento de cana-de-açúcar. A assinatura aconteceu durante a abertura do Ethanol Summit 2011, na Capital, onde o governador também assinou protocolos de certificação para energia limpa com o setor. "Anunciamos hoje aqui a retirada do ICMS para bens de capital para as usinas poderem se modernizar, melhorando sua eficiência energética. O Estado de São Paulo produz 660 megawatts de energia exportada para o sistema elétrico e a nossa meta, até 2015, são megawatts exportados. Ou seja, uma usina de Belo Monte através do bagaço da cana, através da bioeletricidade: uma energia limpa, uma energia verde, renovável", afirmou o governador Alckmin. O decreto prevê a suspensão do lançamento do imposto nas operações de importação de bens de capital, sem similar nacional, destinados ao ativo imobilizado. Os produtores terão direito ao crédito integral do imposto decorrente das compras internas de máquinas e equipamentos para unidades de geração. Esta alteração elimina o fracionamento do crédito do imposto em parcelas mensais e concentra sua apropriação em uma única etapa. Os projetos em fase pré-operacional poderão contar com diferimento do ICMS que incide na saída do bem do fabricante. O incentivo valerá também para os produtores nos casos em que o volume de débitos do imposto não for suficiente para a absorção integral dos créditos. As medidas do governo estadual têm efeito positivo sobre o capital de giro dos empreendimentos e contribuem para o desenvolvimento de projetos ambientalmente sustentáveis no setor de açúcar e álcool (Assessoria de Comunicação, 6/6/11). Álcool precisa de R$ 97 bilhões em investimentos em dez anos Estimativa da Empresa de Pesquisa Energética considera aumento de 170% na demanda. BNDES prevê desembolso quase estável; setor quer etanol mais competitivo diante da gasolina. Os produtores de etanol terão de investir R$ 97 bilhões até 2020 para atender a um aumento de 170% na demanda nesse mesmo período, segundo estimativa divulgada ontem pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética). Somente na produção os investimentos devem somar R$ 90 bilhões. O restante deve ser destinado à estrutura dutoviária e portuária. O volume total projetado para os próximos dez anos é 50% maior do que o previsto para o período A revisão deve-se à maior demanda pelo combustível, puxada principalmente pelo aumento da frota de veículos flex fuel. A EPE calcula que o 6
7 consumo de etanol chegue a 73 bilhões de litros em No ano passado, ele atingiu 27 bilhões de litros. O setor, no entanto, continua esperando uma sinalização do governo para investir. A principal queixa envolve a competitividade do combustível em relação à gasolina, que tem seu preço inalterado nas refinarias desde "Se conseguirmos fazer com que o etanol volte a ser competitivo ante a gasolina, teremos imensos investimentos", disse ontem Marcos Jank, presidente da Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar), após o Ethanol Summit, evento do setor. Segundo Jank, caso a competitividade seja restabelecida, os investimentos podem somar R$ 80 bilhões, resultando na produção adicional de 400 milhões de toneladas de cana e 150 novas usinas. Mas o governo continua descartando reduzir o preço da gasolina. "Vamos tentar manter o preço da gasolina por bem mais tempo ainda", disse o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, presente no mesmo evento. Prevendo problemas de oferta na próxima entressafra, Lobão afirmou que mantém conversas frequentes com usineiros e sinalizou que, se a oferta não for suficiente para atender à demanda, o governo voltará a reduzir a mistura de álcool à gasolina, hoje entre 18% e 25%. INCENTIVOS O cenário para liberação de crédito também não deve sofrer grandes mudanças. Apesar de prever "aceleração dos investimentos", o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou que os desembolsos para o setor devem somar entre R$ 30 bilhões e R$ 35 bilhões nos próximos quatro anos. Considerando o piso dessa faixa, seriam R$ 7,5 bilhões por ano, praticamente em linha com o liberado no ano passado pelo BNDES para o setor: R$ 7,6 bilhões. Para as usinas de São Paulo, ontem o governador Geraldo Alckmin anunciou um incentivo à geração de energia a partir de biomassa. Por meio de decreto, Alckmin desonerou a compra de máquinas e equipamentos destinados à geração de energia a partir do bagaço e palha da cana, pondo fim à alíquota de ICMS de 12% (Folha de S. Paulo, 7/6/11). LOBÃO prevê falta de etanol e diz que mistura da gasolina pode mudar O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse hoje que podem ocorrer novos problemas de abastecimento de etanol no país. Segundo ele, assim como ocorreu neste ano, pode haver falta do combustível em postos durante a próxima entressafra da cana-de-açúcar, que ocorre nos primeiros meses do ano. Esse problema poderia causar novamente uma alta no preço do produto. "Este ano, tivemos algumas dificuldades e estamos prevendo para o próximo ano também algumas dificuldades", afirmou Lobão, após participar da cerimônia de abertura de um congresso sobre etanol realizado em São Paulo. "Temos preocupação com a próxima safra." 7
8 Lobão disse que, devido à possibilidade de escassez do etanol, o governo vem conversando constantemente com empresários do setor sucroalcooleiro para projetar o abastecimento de etanol para o ano que vem. Segundo ele, caso falte combustível, a mistura de etanol na gasolina pode ser reduzida para manter o preço do produto. "Estamos conversando com os produtores para que tenhamos uma produção maior, evitando a elevação de preços", disse ele. "Se isso não for possível, reduziremos aquilo que o governo não quer reduzir, que é mistura [de etanol na gasolina], de 25%, para 22%, para 20%." Em abril deste ano, durante a entressafra da cana, o governo alterou o percentual mínimo de álcool misturado à gasolina. A quantidade mínima obrigatória, que variava de 20% e 25%, passou a variar entre 18% e 25% (Agência Brasil, 6/6/11) Descoberta do pré-sal não reduzirá apoio do governo ao etanol, diz Lobão O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou nesta segunda-feira (6) que a descoberta das reservas do pré-sal no Brasil não reduzirá o apoio do governo para a produção de etanol no Brasil. De acordo com Lobão, o governo vai apoiar o setor sucroenergético a alcançar uma capacidade instalada de 17 mil megawatt (MW) de bioeletricidade a partir de bagaço de cana-de-açúcar até 2019, ante os atuais 6 mil MW. "É preciso ficar bem claro que as decobertas e a exploração das reservas de petróleo e gás do pré-sal em nada afetam a política governamental dos combustíveis renováveis. O consumidor brasileiro acreditou e comprou carros flex", afirmou Lobão, que discursou na abertura do Ethanol Summit 2011, que acontece em um hotel da zona sul de São Paulo. Ainda de acordo com o ministro, o governo prepara um estudo decenal para o setor, a partir do qual serão definidos novos investimentos para garantir a expansão do setor. "Com os resultados desse estudo, poderemos alcanlçar finalmente um ciclo virtuoso e sustentável de financiamentos que garantam esta expansão", afirmou Lobão, que não precisou quando o estudo será concluído. Lobão defendeu ainda o livre comércio do etanol que, segundo ele, sofre com "pesadas taxas no mercado internacional", enquanto o petróleo é negociado livremente. "Brasil defende o livre comércio e luta para transformar o etanol em uma commodity", afirmou. De acordo com Lobão, é o etanol, junto com a "bioeletricidade, as hidrelétricas, o petróleo e o gás do pré-sal", que garantirá "o suprimento energético no Brasil para as próximas décadas". O ministro disse ainda que a utilização do etanol entre 1975 e 2010 fez com que o Brasil evitasse a emissão de mais de 960 milhões de toneladas de gás carbônico, economia de mais de 1,5 bilhão de barris equivalentes de petróleo, o que, segundo ele, "corresponde a quase dois anos da produção brasileira atual" (G1, 6/6/11). Lucro da COSAN cresce 63% no 4º trimestre e sobe a R$ 480,9 milhões Os resultados positivos de todas as unidades de negócios da COSAN contribuíram para que a companhia registrasse no quarto trimestre da safra 8
9 2010/11, encerrada em março deste ano, um lucro líquido de R$ 480,9 milhões, alta de 63,5% em relação ao resultado de igual trimestre do ciclo passado. No entanto, a variação cambial e a adesão ao Refis trouxeram para os doze meses da safra um lucro líquido menor do que na temporada passada. A companhia, que detém 50% da RAÍZEN, empresa em associação com a petroleira Shell, teve lucro de R$ 771,6 milhões no ano fiscal, queda de 26% ante os R$ 1,05 bilhão da safra 2009/10. "Se não fossem essas duas variáveis [mudança cambial e Refis], o resultado da companhia teria sido maior do que o do ano anterior", garante Marcos Lutz, presidente da COSAN. Tanto que a geração de caixa, explica ele, foi maior. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 1,06 bilhão entre janeiro e março deste ano, ante os R$ 646,1 milhões do mesmo intervalo de No acumulado da safra, o EBITDA foi de R$ 2,67 bilhões, ante os R$ 2,18 bilhões da temporada passada. Para o próximo ano fiscal, a empresa prevê Ebitda entre R$ 1,8 bilhão e R$ 2,2 bilhões, resultado que virá das áreas que não foram para a joint venture - Rumo, Radar, COSAN Alimentos e Lubrificantes - e de 50% do resultado esperado da RAÍZEN, que reúne os ativos sucroalcooleiros e de distribuição da COSAN e os de distribuição de combustíveis da Shell. O balanço segue o novo padrão contábil IFRS o que alterou alguns números. Entre eles, explica Lutz, está o impacto positivo de R$ 370,9 milhões no ano (R$ 292,4 milhões no ano anterior) de os tratos culturais no canavial serem considerados investimento e, por conseqüência, sua amortização ser considerada para cálculo do EBITDA, o que melhorou o custo caixa e o EBITDA da área de Açúcar e Álcool. No quatro trimestre da safra 2010/11, a COSAN registrou uma receita de R$ 4,61 bilhões, ante as R$ 4,39 bilhões de igual intervalo do exercício anterior. O salto, entretanto, foi maior no acumulado do ano, quando a receita líquida atingiu R$ 18,06 bilhões, 18% mais do que os R$ 15,3 bilhões do ano-safra anterior. Para a próxima temporada, a projeção da companhia é de uma receita entre R$ 25,5 bilhões e R$ 27,5 bilhões - número que também considera a receita esperada dos negócios da COSAN e 50% da originada na RAÍZEN. Os investimentos em co-geração de energia, na Rumo Logística e com a aquisição da usina Zanin, elevaram o endividamento líquido da COSAN para R$ 5,2 bilhões, R$ 1 bilhão a mais do que um ano antes. Marcelo Martins, diretor financeiro da companhia, pondera que o endividamento ainda equivale a apenas 1,97 vez o Ebitda. Ele explica que a empresa ainda tem outros investimentos a fazer nos próximos anos, na própria COSAN, sobretudo em logística, e também na RAÍZEN, aportes que devem ter como foco açúcar, álcool e co-geração de energia. A empresa prevê despesas de capital entre R$ 2 bilhões e R$ 2,3 bilhões na próxima safra, entre volumes a serem investidos na COSAN e na RAÍZEN. No ciclo recém finalizado, esse valor foi de R$ 3 bilhões (Valor, 8/6/11). Relatores do Código Florestal no Senado negociam texto conjunto Jorge Viana (PT-AC), da Comissão de Meio Ambiente e ligado aos ambientalistas, e Luiz Henrique (PMDB-SC), da Comissão de Agricultura e ligado 9
10 aos ruralistas, se reúnem com ministra Izabella Teixeira, que diz que ''imperfeições serão corrigidas''. Após a maior derrota sofrida até agora na Câmara dos Deputados, o Palácio do Planalto quer conciliar interesses e corrigir "imperfeições" do texto do Código Florestal que tramita no Senado. Em encontro com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, os senadores Jorge Viana (PT-AC) e Luiz Henrique (PMDB-SC) reforçaram a promessa de que as comissões trabalharão de forma articulada para construir um relatório conjunto. "Se um ponto ou outro ficar divergente, o plenário do Senado vai ter maturidade de votar", disse Viana. Para Luiz Henrique, é preciso fazer "aperfeiçoamentos" para garantir que o projeto aprovado pelo Congresso não seja alvo de ações de inconstitucionalidade. Os senadores são relatores do Código na Comissão de Meio Ambiente e da Agricultura, respectivamente. Em maio, Izabella apresentou à bancada de senadores do PT 11 pontos que o governo pretende alterar. Na ocasião, destacou a preocupação do Planalto em retirar do texto a emenda que anistia desmatadores. O Planalto avalia que um dos motivos para a derrota na Câmara foi a demora para entrar no debate, algo que espera reverter no Senado. "Não podemos ter um texto que possa provocar contradições, que não seja recepcionado pela sociedade, que não esclareça para o agricultor familiar e para o agronegócio quais os seus direitos e como se regulariza a situação do passado e, mais do que isso, como nós avançamos em uma agenda ambiental sólida que tem a ver com o uso do território", disse Izabella. "Temos oportunidades não só de fazer ajuste das imperfeições, mas também de criar novas condições em torno do debate político sobre a questão do Código em relação a clima, biodiversidade, agricultura de baixo carbono", observou a ministra, que não quis detalhar as imperfeições. Durante a votação na Câmara, as galerias foram tomadas por ruralistas, favoráveis ao texto do relator Aldo Rebelo (PC do B-SP), e ambientalistas, contrários ao relatório. O clima foi tenso e houve bate-boca. Para Viana, o ambiente político do Senado é outro. "Tive uma conversa com Rebelo e ele reconheceu que o clima ficou de certa disputa. O Senado poderá agora deixar alguns pontos mais claros", afirmou. Questionada sobre possíveis pontos de divergência entre as comissões - Henrique é ligado a ruralistas e Viana, a ambientalista -, Izabella disse que até agora viu "convergência absoluta". Também estiveram na reunião os presidentes das comissões de Meio Ambiente, Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), e de Agricultura, Acir Gurgacz (PDT-RO). Desmate. Ontem, durante cerimônia de criação da Comissão Nacional e do Comitê Nacional de Organização da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), a presidente Dilma Rousseff disse que não pretende negociar a questão do desmatamento no Código. "Vamos cumprir os compromissos que assumimos e não permitiremos que haja uma volta atrás na roda da História", discursou Dilma (O Estado de S. Paulo, 9/6/11). Baixo preço pode levar Índia a reduzir a produção de açúcar - Plinio Nastari 10
11 Por permanecer estável e abaixo dos níveis internacionais desde o início da safra, o preço do açúcar no mercado interno indiano pode afetar o interesse dos agricultores em cultivar a cana-de-açúcar. Em Maharashtra, maior Estado produtor indiano, a área plantada com canade-açúcar deve cair em torno de 5%, passando de 1,02 milhão para 970 mil hectares. Como os preços internos do açúcar estão pouco remuneradores, já que o acesso ao mercado externo é limitado, produtores agrícolas se veem encorajados a diversificar o plantio, direcionando parte da área para o cultivo de soja, de milho e de girassol. O fraco desempenho da produtividade agrícola permite imaginar a moagem de apenas 73 milhões de toneladas de cana em Maharashtra, ante 81 milhões em 2010/11. Essa moagem proporcionaria 8,3 milhões de toneladas de açúcar na próxima temporada, que começa em outubro, bem abaixo do recorde de 9,2 milhões de toneladas registrado em 2010/11. Levando-se em conta apenas o recuo da oferta em Maharashtra, já é possível antever que a produção de açúcar da Índia em 2011/12 poderá ser igual àquela registrada em 2010/11, que foi de 24,2 milhões de toneladas. Contudo, é possível que agricultores de outros importantes Estados produtores também sigam o mesmo caminho, o que pode significar que o ciclo de crescimento da produção indiana tenha se encerrado. Esse é um dos fatores que têm norteado o comportamento do mercado mundial do produto. Mas por que o preço do açúcar no mercado doméstico da Índia ainda não reagiu às expectativas de menor produção? A principal justificativa recai sobre a demanda interna, que mostrou certo enfraquecimento nos últimos meses. Uma indicação desse comportamento é dada pelas cotas de vendas domésticas de açúcar liberadas mensalmente pelo governo indiano, que estão abaixo da média. Resumidamente, a intervenção do governo indiano não permite aos produtores enxergarem os sinais de mercado, via preço. Essa mesma situação foi observada no Brasil antes da liberação dos mercados de cana, de açúcar e de etanol. Foi a liberação dos mercados, e a redução da intervenção a um nível mínimo, que trouxe o ambiente propício ao investimento privado. Esses investimentos permitiram que, entre 1999 e 2010, a moagem de cana-de-açúcar no Brasil passasse de 308 milhões para 620 milhões de toneladas. O resultado foi que a produção de açúcar subiu de 19,5 milhões para 38 milhões de toneladas. Ao mesmo tempo, a produção de etanol cresceu de 13 bilhões para 27,4 bilhões de litros. A preservação da intervenção mínima é fundamental para que os investimentos continuem ocorrendo. O Brasil e a Índia, os dois maiores produtores mundiais de cana, por motivos opostos são os maiores exemplos disso. Plinio Nastari, é Mestre e Doutor em economia agrícola e presidente da DATAGRO Consultoria; Folha de S. Paulo, 10/6/11. 11
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Açúcar: Informativo Quinzenal. Oferta se acentua e preços cedem. Indicador de Açúcar Cristal Cepea/Esalq Estado de São Paulo.
Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada CEPEA/ESALQ/USP 25 de maio de 2011 Volume 1, Edição 22 Açúcar: Informativo Quinzenal Indicador de Açúcar Cristal Cepea/Esalq Estado de São Paulo DATA Valor
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