RESUMO. Descritores: Idosos, Grupos de Apoio, Enfermagem. ABSTRACT
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- Bernadete Antas Aranha
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1 PROMOÇÃO DA SAÚDE DO IDOSO: CUIDADO DE ENFERMAGEM ATRAVÉS DO GRUPO AMOR À VIDA GAUTÉRIO, Daiane Porto 1 ; VIDAL, Danielle Adriane Silveira Vidal 2 ; COSTA, Célia 3 ; SANTOS, Silvana Sidney Costa 4 ; PIEXAK, Diéssica Rógia 5 ; ILHA, Silomar 6 ; DIAS, Matheus Viero; NICOLA 7, Gláucia Dal Omo 8. RESUMO Neste estudo, tem-se como objetivo relatar a experiência da formação do grupo Amor à Vida, desenvolvido por enfermeiras e técnicos de enfermagem numa Unidade Básica de Saúde (UBS) em um município do extremo sul do Brasil. A partir da vivência de situações que nos despertaram quanto à necessidade de desenvolver estratégias que contemplassem o bem-estar, interações sociais, elevação da auto-estima, além do sentimento de respeito e valorização entre os idosos, optou-se pela criação do grupo que inicou suas atividades em novembro de Após um ano de seu início haviam 25 idosos participantes. A atenção em grupos pode contribuir na promoção, proteção da saúde. Constata-se que, em consultas individuais, o oferecimento de orientações e o desenvolvimento do processo de educação em saúde são insatisfatórios, sendo as reuniões um espaço complementar de troca de informações e estímulo social. Descritores: Idosos, Grupos de Apoio, Enfermagem. ABSTRACT This study has aimed at describing the formation of the group Amor à Vida, developed by nurses and nursing technicians in a Local Health Unit (LHU) in a city in southern Brazil. The 1 Apresentadora. Enfermeira da Prefeitura Municipal de Rio Grande. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande (PPGEnf-FURG). 2 Enfermeira. Mestranda do PPGEnf-FURG. Bolsista de Mestrado CNPq. 3 Enfermeira da Prefeitura de Rio Grande. 4 Enfermeira. Gerontóloga. Doutora em Enfermagem. Professora do PPGEnf-FURG. 5 Enfermeira. Doutoranda do PPGEnf-FURG. Bolsista de Doutorado CAPES/REUNI. 6 Enfermeiro. Mestrando do PPGEEnf-FURG. Bolsita de Mestrado CAPES/DS. 7 Enfermeiro. Mestrando do PPGEEnf-FURG. Bolsita de Mestrado CAPES/DS. 8 Enfermeira. Mestranda do PPGEEnf-FURG. Bolsita de Mestrado CAPES/DS.
2 creation of the group that started its activities in November, 2009, aroused from the experience of situations that exposed the need to develop strategies that addressed the wellbeing, social interaction, the increase of self-esteem, feelings of respect and appreciation among the elderly. After a year of its beginning there were 25 elderly participants. The focus on groups can contribute to the promotion and protection of health. It is concluded that, in individual consultations, offering guidance and developing process of health education are unsatisfactory, meetings being a complementary space for information exchange and social stimulation. Keywords: Elderly, Support Groups, Nursing. 1. INTRODUÇÃO No Brasil, o contingente de pessoas com mais de 60 anos soma cerca de 21 milhões. O Rio Grande do Sul continua sendo um dos estados com maior proporção de pessoas idosas (13,5 %) 5. Como resultado desse processo de envelhecimento, verifica-se um expressivo crescimento da demanda por serviços de saúde, tendo em vista que as doenças das pessoas idosas apresentam-se, na maioria das vezes, crônicas, múltiplas, exigindo um acompanhamento mais constante 9. O atendimento à pessoa idosa deve ter como meta que elas alcancem idades avançadas, com melhor estado de saúde possível, para tanto, voltando-se para estratégias que possibilitem a vida mais saudável e realizando a monitorização de indicadores que permitam avaliar a morbidade, o impacto da doença e/ou incapacidade na qualidade de vida das pessoas idosas e suas famílias 1,9. A adoção de estratégias que criem ambientes de apoio e promovam opções e hábitos saudáveis são importantes em todos os estágios da vida e fortalecerão o envelhecimento ativo 7. As ações coletivas na comunidade, as atividades de grupo e a participação das redes sociais dos usuários são alguns dos recursos para atuação nas dimensões cultural e social 8. Assim, as atividades educativas constituem-se como instrumento para a promoção da saúde por meio da articulação de saberes técnicos e populares, da mobilização de recursos institucionais e comunitários, de iniciativas públicas e
3 privadas 2. Grupos de convivência que utilizam atividades lúdicas, laborais, culturais e/ou religiosas são muito proveitosas, em especial entre idosos 6. Neste estudo, tem-se como objetivo relatar a experiência da formação do grupo Amor à Vida, desenvolvido por enfermeiras e técnicos de enfermagem numa Unidade Básica de Saúde (UBS) em um município do extremo sul do Brasil. Dentre os pacientes idosos que procuravam atendimento na UBS, percebemos que muitos apresentavam baixa adesão ao tratamento medicamentoso, ausência de atividades sociais, recreativas e interações familiares, além de verbalização de sentimentos relacionados as perdas reais e percebidas pelo processo de envelhecimento. Muitos idosos iam até a UBS somente para encontrar outros idosos e conversar com a equipe de saúde. A partir dessa realidade decidimos trabalhar em grupo com idosos, pois vivenciamos situações que nos despertaram quanto à necessidade de desenvolver estratégias que contemplassem o bem-estar, interações sociais, elevação da autoestima, além do sentimento de respeito e valorização entre os idosos. A formação do Grupo: desafio para a promoção da saúde aos idosos atendidos Durante o mês de agosto de 2009 as enfermeiras se reuniram com a equipe e os agentes de saúde da UBS, para discutir a formação do grupo, por acreditarem que todos profissionais seriam importantes, na mobilização de pessoas na comunidade. Nos meses de setembro e outubro, realizamos a divulgação da proposta do grupo junto aos idosos que faziam acompanhamento nos programas de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes Mellitus (DM), com objetivo de convidá-los a participarem de uma reunião com as enfermeiras da UBS. Em novembro, foi realizado um primeiro encontro, no qual tivemos a presença de 12 idosos, e esclarecemos a proposta de formação do grupo como estratégia de cuidar para promoção da saúde, tendo boa aceitação por parte dos mesmos. Durante a reunião, foi firmado um contrato verbal, em que escolhemos, junto com os idosos, as atividades que seriam realizadas (atividades físicas, recreativas e
4 oficinas), visto que estas confirmam as recomendações da literatura e das próprias necessidades que foram discutidas com os mesmos. Antes de iniciarmos as atividades do grupo, encaminhamos os idosos a realizarem consulta com os médicos da UBS para avaliar à aptidão para prática de atividades físicas (caminhadas e exercícios de alongamento). Logo, estabelecemos a data de início da primeira atividade (novembro de 2009), com dia e horário, de acordo com a disponibilidade dos idosos, quartas-feiras das 8:30h às 10:00h. Os encontros ocorreriam na Associação de Moradores do bairro que fica situada ao lado da UBS. As caminhadas eram realizadas pelas ruas do bairro o que acabou despertando o interesse de mais idosos da comunidade para a participação no grupo. Em relação às demais atividades, seguimos o cronograma de datas comemorativas (dia das mães, dia dos pais, festas juninas, carnaval, dia do idoso, Natal, dentre outras). As oficinas foram realizadas a partir de temas ecolhidos pelo grupo e ocorriam uma vez por mês. Na primeira atividade realizada 15 idosos compareceram. Em um mês tínhamos 30 idosos. Este fato ocorreu porque os participantes começaram a divulgar de forma positiva as atividades, tanto no contexto familiar quanto na própria unidade de saúde (salas de espera), incentivando que novas pessoas procurassem as enfermeiras para que pudessem se engajar no grupo. Sendo assim, o grupo deixou de estar vinculado aos portadores de hipertensão e diabetes, passando a receber novos idosos com ou sem doenças crônicas degenerativas, mas que partilhavam de problemas semelhantes devido ao processo do envelhecimento, como também, por estarem inseridos no mesmo contexto social. Após dois anos de atividades, o grupo conta atualmente com a participação de 25 idosos cadastrados. Os idosos participantes do grupo são cadastrados em um formulário próprio, com dados referentes a: idade, sexo, problemas de saúde e dados atualizados dos últimos exames médicos e restrições quanto a prática de atividade física. Este recurso facilita o acompanhamento dos participantes do grupo. Importante ressaltar, que as enfermeiras atuam como facilitadoras, deixando o grupo tomar decisões, quanto à programação das atividades, desde a escolha do nome do
5 grupo (Amor à Vida), como os locais a serem visitados e as atividades que são desenvolvidas. Importância do Grupo Amor a Vida para a promoção da saúde dos idosos A atenção em grupos pode contribuir na promoção, proteção da saúde. Constata-se que, em consultas individuais, o oferecimento de orientações e o desenvolvimento do processo de educação em saúde são insatisfatórios, sendo as reuniões um espaço complementar de troca de informações e estímulo social 2. Os grupos facilitam o exercício da autodeterminação e da independência, pois podem funcionar como rede de apoio que mobiliza as pessoas na busca de autonomia e sentido para a vida e na autoestima. No convívio entre pessoas criamse vínculos que possibilitaram o surgimento de organizações ou, no mínimo, o seu incentivo, promovendo a inclusão social 7. Os grupos representam tanto um espaço de educação em saúde como uma fonte de estímulo à organização local, pois facilitam o exercício da cidadania. Constituem-se em alternativa para que idosos retomem papéis sociais e/ou outras atividades da ocupação do tempo livre e relacionamento interpessoal e social. Agregam pessoas com dificuldades semelhantes e possibilitam o convívio, fato de grande importância visto que a solidão é uma queixa freqüente entre idosos CONSIDERAÇÕES FINAIS Com o aumento da demanda dos idosos nos serviços de saúde precisa-se estar atento a qualidade de assistência prestada a essa população. Os profissionais responsáveis pelo cuidado ao idoso necessitam buscar embasamento para sua prática para que a relação com aquele que recebe repercuta na qualidade de vida. O cuidar ao ser humano, em todas as fases da vida, não pode se dar só a nível biológico, já que a saúde não é contemplada apenas por questões físicas. A equipe multidisciplinar que assiste ao idoso, principalmente na comunidade, deve utilizar técnicas adequadas para que seu trabalho atinja seu objetivo. A assitência de enfermagem prestada mediante o trabalho em grupos de convivência pode ser uma
6 ferramenta adequada para esse fim. Trata-se de estratégia de facilitação do vínculo entre os profissionais de saúde e usuários e que pode interferir positivamente na adesão ao tratamento e medidas de prevenção. Conhecer a população a quem se presta assistência é importante, pois é a partir desse conhecimento que pode-se formular intervenções específicas para os problemas identificados. REFERÊNCIAS 1. Brasil. Ministério da Saúde. Diretrizes Operacionais dos Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e da Gestão. Brasília: Série A. Normas e Manuais Técnicos, Buss PM. Promoção da saúde e qualidade de vida. Ciência Saúde Coletiva. 2000; 5(1): Chacra FC. Empatia e comunicação na relação médico-paciente: uma semiologia autopoiética do vínculo. [tese]. Campinas (SP): Faculdade de Ciência Médicas/UNICAMP; Garcia MAA, Yagi GH, Souza CS, Odoni APC, Frigério RM, Merlin SS. Atenção à saúde em grupos sob a perspectiva dos idosos. Rev Latino-am Enfermagem 2006 março-abril;14(2): Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Síntese de Indicadores Sociais. Rio de Janeiro. IBGE Moreira MMS. Trabalho, qualidade de vida e envelhecimento. [dissertação]. Rio de Janeiro (RJ): Escola Nacional de Saúde Pública; 2000.] 7. Oliveira JCA, Tavares DMS. Atenção ao idoso na estratégia de saúde da família: atuação do enfermeiro. Rev Esc Enferm USP. 2010; 44(3):774-81
7 8. Oliveira TC, Araújo TL, Melo EM, Almeida DT. Avaliação do processo adaptativo de um idoso portador de hipertensão arterial. Rev Latino-am Enfermagem 2002 julho/agosto;10(4): Victor, Janaina Fonseca et al. Perfil sociodemográfico e clínico de idosos atendidos em Unidade Básica de Saúde da Família. Acta paul. enferm., São Paulo, v. 22, n. 1, Feb
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