ganham espaço virtualizados Desktops virtualizados, ou seja, 100% dos existentes no espaço. PÁG. 12

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1 Desktops virtualizados ganham espaço Apesar de não ser ainda prática comum, são já várias as empresas que começam a optar por trabalhar co-n desktops v\rtua\\zaàos. A escolha parte essencialmente de sectores em que a mobilidade e a flexibilidade são factores importantes, como os financeiro e da saúde privada. O recente Hospital de Loures é disso um exemplo, contando com cerca de 600 postos de trabalho virtualizados, ou seja, 100% dos existentes no espaço. PÁG. 12

2 Desktop virtualization traz flexibilidade à gestão do posto de trabalho A opção por dss/tfcps virtualizados ainda não é comum nas empresas mas começa a ganhar espaço em alguns sectores onde a mobilidade e a flexibilidade são relevantes. A adopção de tecnologias em c/oudpoàe dar o impulso que falta Fátima Caçador I Casa dos Bits resistência à mudança, segurança Agilidade, e forte capacidade de mobilidade interna foram palavras-chave na decisão da Espírito Santo Saúde de adopção de uma solução de virtualização de desktops em vários hospitais geridos pelo Grupo. O Hospital Beatriz Angelo, em Loures, é a mais recente unidade de saúde ajuntar-se a uma lista de projectos de virtualização já desenvolvidos pela Ozona para a Espírito Santo Saúde, onde se incluem o Hospital da Luz, o Hospital da Luz - Centro Clínico, na Amadora, e o Cliria - Hospital Privado, em Aveiro. Ao todo foram virtualizados mais de 600 postos de trabalho, 1 00% dos existentes no espaço, com tecnologia Citrix, permitindo aos profissionais aceder às suas aplicações e dados através de vários dispositivos, em qualquer local do hospital. «A utilização da tecnologia de desktops virtuais permite aos profissionais clínicos uma experiência de utilização mais consistente e positiva, através de novas funcionalidades introduzidas com esta tecnologia, como é o caso do follow me desktop», explica David Vieira, da Espírito Santo Saúde. A Ozona tem outros exemplos de clientes que optaram pela transformação dos postos de trabalho através da virtualização, nomeadamente a Mcall, o call center da Brisa, que «conseguiu obter o retorno do investimento em menos de um ano, graças ao incremento da produtividade dos operadores», adianta Pedro Guerreiro, director da Ozona Consulting. O Hospital Fernando da Fonseca é outra das referências de utilização da tecnologia de virtualização de desktops, com tecnologia da Oracle e implementação da Novabase, associando às vantagens de postos de trabalho virtualizados e da autenticação através de um cartão do profissional de saúde que facilita o acesso ao ambiente de trabalho e às aplicações de forma segura, em qualquer equipamento. As áreas de aplicação da tecnologia de virtualização de desktops são várias, não se limitando aos exemplos apontados, e as consultoras têm vindo também a apontar vantagens da adopção destas soluções em organismos públicos, centrais e locais. O segredo está na avaliação dos postos de trabalho que usam um número reduzido e estável de aplicações, mas também na existência de um grande número de postos de trabalho, distribuídos por muitas localizações e com grande rotatividade, o que junta aos call centers e hospitais também a área da educação, sobretudo as universidades, lembra Fernando Dias, sales consulting sénior manager da Oracle Portugal. Luís Fidalgo, account manager da Mainroad, aponta ainda projectos nas áreas financeiras, mas sem referir nomes, indicando que o factor poupança em muitos casos acaba por ser menos valorizado face aos requisitos e ganhos nas componentes de segurança e operacionalidade. Mas não é necessário que a virtualização de postos de trabalho se estenda a toda a empresa, podendo ser aplicada em departamentos específicos, ou grupos de trabalho com requisitos que se enquadrem neste tipo de utilização. Márcio Pereira, vitualization specialist da Itway, defende porém que não há empresa que não beneficie com a virtualização de desktops, seja dentro de casa ou através da cloud. E os modelos vão de pequenas empresas com 10 utilizadores até à Estação Espacial Internacional. «No nosso país temos verificado que nas áreas da banca e da saúde esta tecnologia tem tido uma aplicação mais optimizada

3 devido essencialmente ao impacto que cada curo que se poupa nos desktops tem no total da organização», acrescenta. A Portugal Telecom, que implementou internamente soluções em todos os seus call centers, calcula que existem potenciais de redução de custos totais de propriedade (TCO) que chegam aos 40%. «Esta diminuição é potenciada pela redução de custos com a gestão do parque informático; pela optimização do licenciamento, face ao processo de tipifícação de imagens com as aplicações efectivamente utilizadas pelo colaborador; pela rentabilização do parque informático, aumentando o ciclo de vida dos equipamentos; pela utilização de thin clientes (nos casos de novos postos) e pela redução do consumo energético potenciada pelos mesmos», justifica uma fonte da empresa. Ana Morais, marketing manager da Syone, que implementa soluções Red Hat Enterprise Virtualization (RHEV), refere estudos que defendem que a virtualização de desktops poderá representar uma poupança de até 20%, embora indique que a solução da Red Hat «oferece um melhor custo total de propriedade, cerca de 75% mais barato em relação a outras soluções de virtualização, bem como um retorno mais rápido MATURIDADE do investimento». ADQUIRIDA Muitas vezes as empresas avançam para soluções de virtualização de desktops depois de já terem feito o caminho da virtualização nos datacenters, experimentando os benefícios em termos de redução de custos, flexibilidade de melhoria na gestão dos equipamentos. A redução do custo total de propriedade (TCO) é um dos grandes impulsionadores das decisões, embora existam custos de investimento na transformação que não devem ser descurados. Pedro Coelho, gestor da categoria de computação profissional da HP Portugal, reconhece que esta é uma solução que está a ser cada vez mais considerada e implementada pelas empresas portuguesas, embora ainda em situações particulares. «A virtualização não é uma solução para todas as situações e tem custos de implementação que devem ser considerados na análise global do projecto e no custo total de propriedade deste tipo de projectos», refere, alertando que é um tipo de soluções que tipicamente faz sentido em empresas de alguma dimensão. A lista de vantagens apontada pelos players contactados pelo Semana é vasta: nos custos refere-se a redução dos custos de aquisição dos desktops, a redução dos custos com energia eléctrica, a redução de custos com espaço, aumento do tempo de vida dos equipamentos, e a redução dos custos de manutenção dos desktops. Mas os benefícios estendem-se à gestão do parque informático, que passa a ser realizada num ponto único, permitindo configurar grupos de trabalho e departamentos inteiros em minutos, gerir redes, aplicações e licenciamento de software de forma mais flexível., E quando o processo é bem implementado reflecte-se no aumento da produtividade dos utilizadores, através da mobilidade e flexibilidade. Estes são também benefícios que Rui Pedro Gonçalves, business unit manager da Compta IS, aponta como aceleradores da adopção da tecnologia em Portugal. «Muitos dos nossos clientes querem garantir uma infra-estrutura flexível e escalável, de acordo com as constantes mudanças e necessidades do seu negócio, reduzindo custos, tempo de aprovisionamento, esforço de gestão e garantindo a sua evolução tecnológica», indica. A maturidade da tecnologia é reconhecida pelos players de mercado e pelos CTO das empresas, que identificam também vantagens na segurança da informação. Mas mesmo assim a conjuntura económica é apontada como um dos motivos para que a adopção destas soluções não avance mais rapidamente. «Apesar da redução de custos que as tecnologias de virtualização de desktops trazem, implicam sempre a existência de algum investimento e é aqui que alguns projectos encontram obstáculos», reconhece Márcio Pereira, da Itway. Por isso mesmo proliferam os pilotos e provas de conceito, afirma Nuno Carvalho, CTO da Knowledge Inside, um integrador de sistemas que aposta mais em so-

4 luções de session based computing ou hosted virtual desktops (através da clúud) do que em infra-estruturas de desktops virtualizados (VDI). O investimento inicial considerável, e a mudança de paradigma a que obriga estão a criar resistências a esta tendência, assim como as dificuldades no licenciamento, aponta Nuno Carvalho. «Na nossa opinião, as soluções de VDI não se caracterizam por uma redução de custos directa, aliás os custos inicialmente sobem porque o investimento inicial é considerável. Se a empresa tiver largas centenas de desktops, os custos operacionais podem baixar, mas o ROI lento e difícil de verificar», acusa. Para o CTO da Knowledge Inside, as vantagens estão nas funcionalidades extra: segurança, disponibilidade, disaster recovery facilitado, flexibilidade, mobilidade e consequentes benefícios na produtividade. Para ser bem-sucedido, um projecto de virtualização de desktops necessita de uma análise detalhada e rigorosa das necessidades. «O primeiro passo visa o aproveitamento do parque tecnológico existente, a fim de tornar o investimento o mais reduzido possível pelo aumento do ciclo de vida dos equipamentos existentes. Contudo, terá de se realizar um levantamento cuidado e rigoroso, analisando a priori a sua possibilidade de execução», explica Rui Pedro Gonçalves, da Compta IS, adiantando que este é um dos aceleradores do retorno do investimento (ROI) nestes projectos. Joana Carneiro, workplace systems business development manager da Fujitsu Technology Solutions, avisa porém que os cálculos têm de ter em conta a boa gestão da estrutura. «Uma estrutura virtualizada mal gerida não trará qualquer tipo de vantagem a nível de redução de custos», avisa, até porque apesar de um terminal de acesso ser mais económico do que um fat client, dada a ausência de complexidade do mesmo, este só vai mesmo ser rentável se todo o trabalho de background for devidamente efectuado. No projecto as organizações devem ainda integrar um processo de gestão de mudança, evitando conflitos e resistência dos colaboradores habituados a ter os seus desktops tradicionais, que vão sentir falta da possibilidade de personalizar as máquinas e de instalar aplicações à sua vontade. A formação sobre a nova forma de trabalhar é um elemento muito relevante, que não deve ser descurado. Se os clientes quiserem evitar o investimento inicial podem ainda considerar a possibilidade de implementar a solução como um serviço, num modelo de desktop as a service. Esta é a opção da SoftINSA, que criou o DaaS Point, «uma solução implementada nas instalações dos clientes, com hardware e software da SoftINSA num modelo de venda as a service, através do pagamento de uma renda mensal, sem necessidade de investimento inicial para o cliente», explica Nelson Nogueira, ITS manager da SoftINS. SEGURANÇA CENTRALIZADA A segurança é um dos pontos fortes das soluções de virtualização de desktops, até porque os dados estão centralizados, minimizando o risco de falhas do próprio posto de trabalho, reduzindo os tempos de paragem por problemas técnicos, e optimizando as políticas de backup. «A segurança é de facto um ponto central, especialmente porque muitas vezes as empresas têm uma mistura de soluções tradicionais e ambientes centralizados. Ambos devem ver aplicado o mesmo nível de segurança, com a garantia de que as aplicações estão protegidas. A informação deve ser preservada e unificada de uma forma regularizada. Isto é essencial para a integridade e para disponibilidade da informação num ambiente virtualizado», afirma Luís Ramos, especialista de virtualização da Symantec em Portugal. Nelson Nogueira, ITS manager da SoftIN- SA, alerta porém para a possibilidade de existirem factores de risco para o negócio se a solução implementada for de cloud desktop. Mas, «se a solução de virtualização for implementada internamente, as questões de segurança e de comunicações não se colocam».

5 O QUE É A VIRTUALIZAÇÃO DE DESKTOPS? A virtualização de máquinas é uma solução cada vez mais comum nos servidores, aumentando a flexibilidade, simplificando a gestão e reduzindo os custos. Nos computadores de secretária, ou desktops, os conceitos são os mesmos, separando a máquina física do ambiente de trabalho dos utilizadores. Num ambiente com desktops virtuawzaáos os colaboradores das empresas ou entidades públicas não sentem diferença em relação à forma de trabalhar com um computador tradicional, mas na verdade o que lhe é apresentado é uma janela para um ambiente de trabalho que está carregado num servidor central num datacenter. O computador local pode ser um thinou zero clientes, com pouca ou nenhuma capacidade de armazenamento de dados, processamento ou software, residindo todas as aplicações centralmente. Dentro do conceito existem diferentes formas de implementação, desde o VDI - virtualized desktop, ao SBC, session based computing ou terminal sen/ices, passando pelo HVD, hosted virtual desktops. E é dentro deste leque de opções que as empresas devem fazer a sua escolha de virtualização, avisando os analistas de que é necessário fazer uma avaliação rigorosa da aplicação e dos benefícios antes de avançar com qualquer um dos modelos. NOVAS FORMAS DE TRABALHAR A adopção de uma solução de virtualização de desktop tem resultados não apenas na infra-estrutura de Tl das empresas, mas sobretudo nas formas de trabalhar, mais flexíveis e móveis, potenciando o trabalho em qualquer lugar e a qualquer momento, uma filosofia que já integra os novos pacotes de produtividade, como o Office 365 da Microsoft. As tendências como o Byod (bring your own device), oworkshiftingou o teletrabalho serão impulsionadores desta transformação, que torna cada vez menos importante o computador pessoal e o posto de trabalho físico para se centrar no conhecimento e na gestão de informação em torno dos colaboradores e dos objectivos do negócio. «A expressão " we w/lido work, notgo to work", será cada vez mais um paradigma da mudança, sendo a virtualizaçáo um dos pilares bases para a tornar real e efectiva», justifica Rui Pedro Gonçalves, business unit managei da Compta IS.

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