UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ JORGE PAULO LAMUR

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ JORGE PAULO LAMUR ENTRE A VANGUARDA E A TRADIÇÃO: CONSIDERAÇÕES SOBRE DOIS MOMENTOS DISTINTOS NA OBRA MUSICAL DE CLAUDE DEBUSSY ( ) CURITIBA 2010

2 JORGE PAULO LAMUR ENTRE A VANGUARDA E A TRADIÇÃO: CONSIDERAÇÕES SOBRE DOIS MOMENTOS DISTINTOS NA OBRA MUSICAL DE CLAUDE DEBUSSY ( ) Monografia apresentada à disciplina Estágio Supervisionado em Pesquisa Histórica como requisito parcial à conclusão do Curso de Licenciatura e Bacharelado em História, Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Paraná. Orientador: Prof. Dr. José Roberto Braga Portella CURITIBA 2010

3 RESUMO A presente monografia buscou analisar em uma perspectiva historiográfica as mudanças ocorridas no pensamento e na estética musical de dois momentos distintos da obra do compositor Claude Debussy ( ), apresentadas nos anos de transição do final do século XIX até o desenrolar da Primeira Guerra Mundial. A obra de Claude Debussy foi escolhida para figurar a pesquisa por ser este um compositor tido por muitos pesquisadores como uma das peças-chave na transição estética que viria a consolidar a música moderna desenvolvida ao longo do século XX. Entretanto, observando a produção musical de Debussy nos anos em torno da Guerra, podemos perceber o afloramento de uma posição conservadora em prol do nacionalismo francês algo que vai de encontro à perspectiva artisticamente inovadora apresentada anteriormente pelo compositor. Assim, por meio desta análise se fez possível perceber a importância que o contexto histórico e social adquiriu na obra deste compositor, ao mesmo tempo em que observamos a criação artística como a veiculação de um discurso que intenta intervir nos conflitos do meio e do tempo em que foi elaborada, discutindo o estatuto da arte, e neste caso, da música, enquanto fonte histórica. Palavras-chave: História cultural. Música moderna. Claude Debussy.

4 ABSTRACT This paper aims to analyze, according to a historiographic perspective, the changes occurred in musical thoughts and aesthetics in two distinctive moments in work of composer Claude Debussy ( ), stated in the years of transition from the end of nineteenth century until the development of the First Great War. Claude Debussy's work was chosen because he is considered by many researchers as one of the keystones in the aesthetic transition that would came to consolidate the modern music developed through the twentieth century. However, looking at Debussy's musical production during the years of the War, an outbreak of a conservative position for french nationalism - which goes to encounter to the perspective artistically innovator showed before by the composer - can be observed. Therefore, through this analisys it is possible to see the importance that historic and social context acquired in work of the composer and, simultaneosly, observe the artistic creation as medium of a discourse that aims to interfere in the conflicts of the time period and the surroundings in which it was made, discussing the statute of art, and, in this case, of music, as historic source. Keywords: Cultural History. Modern music. Claude Debussy.

5 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO DO FIN-DE-SIÈCLE À GRANDE GUERRA A construção do cenário A arte e a força da tradição Sociedade e indivíduo MÚSICA, HISTÓRIA E ARTE A música e a expressão dos sentimentos As sensações e o conteúdo musical Claude Debussy e a música moderna O nacionalismo e o retorno à tradição VANGUARDA E TRADIÇÃO: ANÁLISE DAS OBRAS MUSICAIS DE DEBUSSY Prélude à l Après-midi d un Faune Berceuse Heróïque e En Blanc Et Noir CONSIDERAÇÕES FINAIS 54 FONTES 56 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 57 ANEXO 59

6 6 1 INTRODUÇÃO Se a música moderna teve um ponto de partida preciso, podemos identificá-lo na melodia para flauta que abre o Prélude à l Aprés-Midi d un Faune de Claude Debussy ( ) 1. Esta afirmação de Paul Griffiths, crítico musical contemporâneo, sintetiza uma das vertentes de análise da música do século XX, que em contraposição a todo o sistema musical ocidental em vigor desde o século XVII, apresentou características inegavelmente distintas e inovadoras. O contato ainda no ano de 2008 com esta frase de abertura da obra A Música Moderna foi o primeiro passo dos questionamentos que deram origem a esta pesquisa. A importância que uma peça escrita há mais de um século adquiriu em um contexto que a qualificou enquanto música moderna, somada ao interesse em direcionar meus estudos da graduação para um tema que abrangesse um conteúdo musical, e o gosto pessoal pelas obras do compositor Claude Debussy levaram-me a investigações acerca das características do Prélude à l Aprés-Midi d un Faune e, posteriormente, de outras obras do compositor, dando origem a dois projetos de pesquisa realizados durante minha participação no grupo PET-História entre 2007 e Destes projetos, sobressaiu-se a conclusão de que a libertação do sistema diatônico maior e menor de tonalidades, uma das características principais do mencionado Prélude, seria o elemento de maior importância em sua definição enquanto o início do modernismo musical, legando ao seu compositor um papel central no que se poderia chamar de uma transição entre a estética romântica e a estética moderna, que se construiu e desenvolveu-se no campo musical ao longo de todo o século XX ainda que a revolução musical proposta pos Debussy em seu Prélude tenha ocorrido de maneira furtiva, desencadeando mudanças que somente tomariam forma e seriam plenamente reconhecidas décadas à frente 2. Entretanto, observando a produção musical de Claude Debussy ao longo de sua vida, não se pode deixar de perceber com curiosidade as transformações ocorridas em sua estética, e também nas opiniões presentes em críticas e artigos jornalísticos escritos por ele para revistas especializadas em música, bem como em entrevistas dadas à imprensa da época. Em especial, nota-se um contraste bastante grande entre a perspectiva contestadora presente em suas idéias e criações da juventude, e os aspectos que sobressaem de seus escritos e de suas 1 GRIFFITHS, Paul. A música moderna. Uma história concisa e ilustrada de Debussy a Boulez. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, p. 7 2 Ibid., p. 13.

7 7 composições nos últimos anos de vida. Nos anos precedentes à conjuntura de tensão ocorrida na Europa com a Primeira Guerra Mundial, a produção artística de Debussy passou a apresentar cada vez mais características que podem enquadrá-lo enquanto um defensor do nacionalismo da França, em contraposição a muitas de suas afirmações em favor da busca por uma liberdade de criação artística que tivesse lugar independentemente de raízes culturais ou nacionais. Partindo desta problemática, almejou-se construir neste trabalho monográfico uma análise historiográfica e musical a respeito de determinadas características estéticas de obras selecionadas de Claude Debussy, entrecruzando as idéias expostas pelo compositor nestas peças com o conteúdo de seus escritos e entrevistas, ao mesmo tempo em que se fez presente uma reflexão sobre a importância do contexto histórico e social na concepção destas obras. Assim, em uma perspectiva que se embasa em modelos teórico-metodológicos da história cultural quando a utilização dos mais diversificados traços e elementos produzidos culturalmente pelo homem podem fornecer vestígios de um passado, e estes podem ser analisados e interpretados à luz de um olhar historiográfico que dialoga com o conhecimento construído pelas mais variadas ciências e disciplinas, como as ciências sociais, a música ou a filosofia, por exemplo 3, esta pesquisa procurou identificar primeiramente o papel do compositor Claude Debussy na transição do Romantismo para o Modernismo na música a partir de concepções inovadoras presentes na estética de sua obra. Em contrapartida, a análise desenvolvida nesta monografia intentou também compreender o fortalecimento de uma posição nacionalista que marcou o trabalho de seus últimos anos de vida, e que pode ser identificada por meio de um retorno estilístico ao conservadorismo e à tradição musical francesa do século XVII e XVIII, em um direcionamento musical contrário ao início de sua carreira. Para tanto, foram utilizados como fontes para o estudo historiográfico textos do próprio Claude Debussy, redigidos entre os anos de 1901 e 1911 como ensaios e críticas musicais para publicações francesas, e entrevistas dadas à imprensa pelo compositor entre os anos de 1902 e 1914, compiladas para publicação em 1989 sob o título Monsieur Croche e outros ensaios sobre música; e as partituras das composições Prélude à l Après-midi d un Faune (1894), Berceuse Heróïque (1914) e En Blanc et Noir (1915), abrangendo exemplos de sua estética musical através da peça tida por muitos estudiosos como o início do modernismo, e de duas obras dos anos em que a influência marcada da Primeira Guerra Mundial alterou seu 3 BURKE, Peter. O que é história cultural? Tradução de Sérgio Goes de Paula. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, p. 170.

8 8 posicionamento em relação às idéias propagadas nos anos anteriores. O trabalho monográfico desenvolveu-se ao longo de três capítulos. O primeiro deles apresenta o contexto social e histórico da Europa e, sobretudo, da França no período em que viveu Claude Debussy, compreendendo os anos que vão da segunda metade do século XIX às primeiras décadas do século XX, e encerrando-se em meio à conjuntura da Primeira Guerra Mundial. No segundo capítulo da pesquisa toma forma uma discussão que apresenta o debate acadêmico do período a respeito da música e do que configuraria seu conteúdo, em um diálogo envolvendo as áreas da história cultural, música e filosofia. O terceiro capítulo, por fim, contém a análise das fontes musicais, quando são verificados através das composições selecionadas os recursos de escrita que posicionaram a obra de Debussy ora como um referencial de inovações que lançaram a música moderna do século XX, ora como um retorno à tradição por meio de aspectos conservadores e nacionalistas. Obras de diversos autores ofereceram os embasamentos teóricos e metodológicos para o estudo proposto neste trabalho, intentando com isto produzir um diálogo envolvendo campos como a história, a sociologia e a música: aspectos da vida de Claude Debussy e de sua obra, por exemplo, foram coletados em trabalhos de Daniel Chenneviére, Arthur Rosenblat Nestrovski e Pierre Boulez; nomes como Paul Griffiths, Henry Barraud, Matthew Brown, Danieli Benedetti e Eduard Hanslick, dentre outros autores, forneceram os alicerces para a análise estética e musicológica das peças observadas, adquirindo grande importância na elaboração da pesquisa; por sua vez, os fundamentos da contextualização social e histórica do recorte que abriga o objeto de estudo, bem como a reflexão sobre o caráter historiográfico presente na proposta de analisar as partituras selecionadas foram fornecidos por autores como Arno Mayer, René Rémond, Keith Jenkins, Raymond Williams, Marshal Berman, Eric Hobsbawm e Peter Burke, entre outros. A partir da análise elaborada com base nesta gama de referências, a intenção buscada ao final deste trabalho é de que o leitor possa direcionar um novo olhar para a obra de Claude Debussy, e com isto tenha condições de identificar e refletir sobre as diferenças estéticas e ideológicas presentes em composições de dois momentos distintos da carreira do compositor, encarando-a não mais como uma mera ilustração do período em que Debussy viveu, mas como uma produção marcada por um discurso passível de ser analisado e interpretado a partir do contexto e do cenário de sua produção 4. 4 Ibid., p. 32.

9 9 2 DO FIN-DE-SIÈCLE À GRANDE GUERRA 2.1 A CONSTRUÇÃO DO CENÁRIO Alguns autores da historiografia, como Eric Hobsbawm, por exemplo, delimitam o século XIX entre os anos de 1815 e 1914, no período que se dá entre as guerras napoleônicas e o início da Primeira Guerra Mundial, diferindo da denominação cronológica usualmente adotada para a classificação dos séculos 5. O historiador René Rémond, em sua obra O Século XIX, aponta estes anos como fortemente marcados por levantes revolucionários em favor da liberdade, da democracia, da independência e das nacionalidades questões que surgiram como uma herança das idéias propagadas pela Revolução Francesa de Entretanto, estes foram além da Revolução, não se encerrando apenas como seu legado: os novos problemas surgidos nas diferentes sociedades passaram a suscitar novas revoluções, dando assim um caráter de novidade aos movimentos deste século, que se chocaram contra o Antigo Regime a ordem política, econômica e social estabelecida ao longo de séculos anteriores, e determinante das principais características que moldavam a sociedade européia de então 6. A importância e a influência da Europa sobre o resto do mundo neste período eram extremamente acentuadas, e esta conjuntura de dominação política, econômica e intelectual somente começou a sofrer mudanças significativas a partir das alterações trazidas com o final da Primeira Guerra Mundial em 1918, quando a hegemonia européia e o racionalismo característico do pensamento que se formara ao longo do século XIX passaram a ser alvo de críticas 7. Este fora um século que se mostrara bastante prolífico ao apresentar questões e inovações no campo político, econômico, social e cultural, gerando novas maneiras de se interpretar a sociedade e o próprio homem. Algumas destas mudanças, principalmente no que se refere à esfera política e social, acabaram por adquirir novas formas de expressão ao longo dos anos e a tornarem-se novos conjuntos de idéias, gerando um conflito latente entre conservação e contestação que permeou todo o século: este foi o caso, por exemplo, das idéias liberais e democráticas que se fortaleceram essencialmente no XIX 8. O mesmo ocorrera com alguns movimentos sociais que nasceram a partir de situações específicas, como o movimento HOBSBAWM, Eric J. A era dos impérios São Paulo: Paz e Terra, p. 19. RÉMOND, René. O século XIX a São Paulo: Cultrix, p. 13. Ibid., p Ibid., p. 25.

10 10 operário. Na medida em que estes movimentos ganhavam espaço dentro de novos contextos sociais, alteravam-se e influenciavam as sociedades em que estavam inseridos. Avançando um pouco dentro do recorte adotado para a pesquisa e focando a conjuntura dos primeiros anos do século XX, alguns autores da historiografia nos afirmam que o começo desta época histórica se estabelece no ano de 1914, tendo como um marco importante o início da Primeira Guerra Mundial 9. Tomando esta perspectiva como referência, o começo deste período se dá a partir de uma fase de grande prosperidade vivenciada pela Europa desde cerca de 1870, quando a chamada belle époque e o desenvolvimento do capitalismo trouxeram para as elites de grandes cidades como Paris, Viena e Londres, nestes anos já tidas como verdadeiras metrópoles, uma situação de conforto até então ainda não experimentada nas últimas décadas do século anterior. Como uma continuidade do que começara a ser desenvolvido ao longo do século XIX, a ciência e a técnica exacerbaram inovações sobre as comunicações, o entretenimento e o transporte, com o advento de máquinas e dispositivos que, cada vez mais, contribuíram para diminuir as distâncias e as dificuldades de comunicação características de séculos passados. Ao mesmo tempo, nesta virada de século, as disputas territoriais imperialistas entre as potências econômicas e políticas que se destacaram no século XIX, e a distribuição desigual entre colônias e metrópoles dos aspectos associados ao progresso criaram um clima de instabilidade constante, que aumentava as discordâncias entre as diferentes nações, que nestes anos se fortaleciam 10. Esta conjuntura permeada por tensões e divergências políticas e ideológicas proporcionava desde os últimos anos do XIX a sensação de um conflito iminente, que crescia entre os países europeus alimentando-se da insatisfação gerada por questões delicadas como a partilha dos territórios da África e Ásia, a busca capitalista acirrada por novos mercados e novas fontes de matérias-primas, e pelas iniciativas imperialistas e nacionalistas que embasavam muitas das conquistas feitas pela Europa. Assim, a escolha de 1914 como a inauguração de um novo século se deu em função de ser este o momento em que todo o conflito latente explodiu em uma conjuntura de guerra que, por toda a proporção assumida, passou a ser denominada como a Grande Guerra 11. Direta ou indiretamente, esta guerra atingiu inúmeras nações e modificou seus HOBSBAWM, E. Op. cit., p. 20. RÉMOND, R. Op. cit., p RÉMOND, René. O século XX aos nossos dias. São Paulo: Cultrix, p. 15.

11 11 territórios, alterou regimes de governo, colocou costumes e tradições em xeque e, até mesmo, quebrantou estados de espírito devido à violência empregada e ao uso da tecnologia e da indústria deliberadamente para fins destrutivos 12. Desde meados de 1900, as relações entre os países europeus eram caracterizadas pelo que pode ser denominado como um estado de paz armada, uma espécie de corrida armamentista que se fundamentava em uma legislação cada vez mais pautada na militarização de determinadas sociedades. Assim, o direcionamento crescente de verbas estatais para questões bélicas ou o aumento do tempo de serviço militar, em associação com os sentimentos suscitados pelos nacionalismos que se fortaleciam e pelas inovações da indústria da guerra, permeavam de tensões uma situação já marcada por grandes rivalidades. O século XIX foi palco de revoluções e conflitos de grandes proporções, mas de certa maneira o alcance das guerras ocorridas até então era algo limitado a poucos territórios; na guerra iniciada em agosto de 1914, as cinco maiores potências da Europa na época a saber: Alemanha, Áustria, Rússia, França e Grã-Bretanha se encontravam em situação de conflito 13. Em relação aos séculos anteriores, os acontecimentos da Primeira Guerra revelaram aspectos que a singularizaram e, mesmo durante o seu desenrolar, classificaram-na como um evento sem precedentes. Sua duração, extensão geográfica, e principalmente, a mobilização de recursos, contingentes e as formas de combate empregadas neste conflito promoveram um rompimento com aquilo que se pode chamar de uma cultura bélica forjada em guerras anteriores 14. No que diz respeito à maneira de combater, por exemplo, a Primeira Guerra Mundial mostrou-se como uma guerra de posições, priorizando a tomada de territórios, e isto levou a uma mobilização de efetivos que atingiu rapidamente a cifra dos milhões de combatentes, apresentando-se sem comparações anteriores. Todo este contingente humano necessitava de materiais e equipamentos para combater, principalmente se levarmos em conta a duração que a Guerra assumiu o que, por sua vez, gerava a necessidade de mobilizar uma indústria bélica que se apresentou como algo novo se comparado aos combates anteriores. O emprego de uma mão-de-obra que não fosse composta por homens capazes de combater levou aos bastidores do conflito a presença feminina, com a utilização em larga escala de trabalhadoras em fábricas que produziam armas, veículos e munições 15. Toda esta estrutura que se formava obrigou os Estados nacionais a adotarem um novo Ibid., p. 47. Ibid., p Ibid., p. 19. Ibid., p. 39.

12 12 direcionamento de suas receitas, investindo em pesquisas e remodelando as atividades econômicas e sociais dos países envolvidos no front. Em decorrência disto, a produção industrial possibilitou o uso de novas tecnologias para o combate, e vinculou definitivamente o aspecto econômico ao conflito mundial, gerando estratégias que visavam minar as economias adversárias, paralisar suas atividades de produção, ou mesmo impedir seu acesso às matérias-primas 16. Como um aspecto derivado disto, a maior conseqüência do envolvimento econômico na estratégia de guerra foi a inserção da vida civil no dia-a-dia dos combates, fosse por meio da propaganda que intentava ao mesmo tempo informar sobre os fatos e reforçar posicionamentos ideológicos, fosse através da participação direta da população no front, quando as batalhas chegavam até cidades com os ataques e bombardeios às capitais e vilarejos abertos 17. Novamente, o afastamento da vida civil, mantida em um ambiente quase totalmente separado do local em que ocorriam os combates se mostrou como mais um ponto de divergências em relação às guerras do século XIX e às mudanças trazidas com a Primeira Guerra Mundial. Desta forma, apresentando um quadro tão diferenciado em relação aos grandes conflitos ocorridos nos séculos anteriores, a Primeira Guerra Mundial trouxe conseqüências múltiplas e definitivas na constituição da Europa após os quatro anos em que ocorreu. As alterações no mapa, provocadas pelas novas organizações territoriais após a mobilização militar, talvez sejam o ponto mais aparente, mas nem de longe se mostram como o único sinal da importância que este acontecimento adquiriu. No que se refere à constituição humana presente nestes territórios atingidos pelos combates, as perdas se mostraram significativas, e alteraram o andamento das sociedades nos anos posteriores ao conflito, mudando o ritmo da natalidade, desorganizando as estruturas familiares tradicionais que, em muitos casos, não poderiam mais contar com a figura paterna, e até mesmo com a presença de filhos mais velhos capazes de trabalhar e auxiliar nas despesas, alterando a densidade demográfica das cidades européias, influenciando sua produção econômica, sua capacidade de defesa nacional, e a produção intelectual e artística da época 18. A destruição atingiu também as cidades e devastou construções e lugares com séculos de tradição, endividando governos comprometidos com a reparação dos danos e com a Ibid., p. 26. Ibid., p. 27. Ibid., p

13 13 reconstrução de alguns locais. As transformações políticas, denunciando a queda dos governos pautados em dinastias e tradições históricas e substituindo-os por discursos pautados em ideais democráticos, apontava para um notável desmoronamento do Antigo Regime, ainda tão presente e central nas relações políticas da Europa do século XIX 19. Todas estas transformações trazidas com a Primeira Guerra evidenciaram que o racionalismo propagado pela cultura essencialmente européia do século XIX, que tomava por base uma busca incessante pelo progresso e pelo desenvolvimento do homem em todas as esferas, abrangendo, em uma projeção positiva, do aprimoramento da técnica ao refinamento do gosto artístico e do desenvolvimento intelectual, não necessariamente promoveria o aperfeiçoamento do ser humano; ao contrário, o choque sofrido pela racionalidade e com isto, pelas bases culturais, políticas e econômicas características das potências européias no contexto anterior aos anos de guerra, e que eram tidas como o ápice do desenvolvimento humano deixou claro que o emprego da ciência e do conhecimento especializado em favor da destruição poderia ser algo extremamente nocivo, derrubando ideais e devastando muito mais do que contribuindo para a melhoria da vida do homem A ARTE E A FORÇA DA TRADIÇÃO O próprio ritmo da vida nesta virada de século apresentou uma mudança notável de andamento com todas as inovações da técnica trazidas pela modernidade, industrialização, e pelo crescente processo de urbanização em centros como Paris ou Londres. Essencialmente a partir da segunda metade do XIX, por meio de uma estimulação sensorial, intelectual e física mais rápida e intensa, o ambiente urbano passou a exercer influências diretas e operar alterações sobre a percepção e a forma de encarar o mundo para indivíduos deste tempo. Isto, muitas vezes, foi traduzido através das formas de arte e entretenimento que são frutos destes anos, como a fotografia e o cinema 21. Estas características não se manifestaram, contudo, apenas nas formas de expressão até então recentes, mas se mostraram presentes também na linguagem artística tradicionalmente aceita como tal: questionamentos e inovações estéticas podem ser observados nos mais diferentes campos, como a pintura, a arquitetura, a produção escultural e 19 Ibid., p HOBSBAWM, E. Op. cit., p BERMAN, Marshal. Tudo que é sólida desmancha no ar: A aventura da modernidade. São Paulo: Companhia das Letras, p. 141.

14 14 literária, e a música, dentre outros. Paralelamente a isto, influências provindas do pensamento político e ideológico característicos deste século forneceram motivos recorrentes na expressão da arte e assumiram grande importância neste contexto histórico, como pode ser notado em diversas produções artísticas e arquitetônicas evidenciando a consolidação dos sentimentos nacionais 22. Entretanto, ainda que muitas destas mudanças na arte sejam associadas aos movimentos e escolas vanguardistas que se formavam nas últimas décadas do século XIX e que, no início do século seguinte, caracterizariam diversas correntes estéticas denominadas modernismo, a resistência das antigas convenções da linguagem da arte considerada cultura oficial era algo ainda muito presente, evidenciando o valor de um passado glorioso que se mantinha enraizado no Antigo Regime, e censurando as manifestações artísticas do presente. Arno Mayer, em sua obra A Força da Tradição, nos demonstra o modo como a valorização desta forma de arte embasada na estética de séculos anteriores agia como um símbolo de poder e status das classes políticas dominantes, que utilizavam-na enquanto um instrumento ideológico de exaltação e legitimação da lógica do regime de outrora e dos privilégios obtidos por poucos com isto. Segundo Mayer, a forma, conteúdo e estilo das mais diversas formas de arte deste período eram ainda enraizados em convenções que remontavam e reforçavam a perseverança de tradições presentes em sociedades civis e políticas pré-industriais. Entre os anos de 1848 e 1914, ainda que as culturas oficiais da Europa tenham presenciado a ascensão de diferentes movimentos artísticos de vanguarda que marcariam o triunfo do modernismo no início do século XX, a resistência imposta pela cultura que se embasava no período clássico era extremamente sólida 23. Nesta lógica, os estilos historicamente encarados como referência nas artes clássico, medieval, renascentista, barroco, rococó tornavam-se símbolos que agiam de forma a valorizar e dignificar um passado glorioso, ao mesmo tempo em que ocultavam e censuravam as manifestações artísticas do presente, servindo como uma espécie de manto histórico protetor da hegemonia e do status das elites que produziam e consumiam a arte pautada nestes paradigmas estéticos. Assim, as manifestações artísticas que buscavam uma postura inovadora em face deste tradicionalismo encontravam inúmeras barreiras para se estabelecer, posto que, muitas vezes, o cerne do discurso veiculado por meio de sua expressão calcava-se 22 RÉMOND, René. O século XIX..., p MAYER, Arno J. A Força da Tradição. A persistência do Antigo Regime ( ). Trad. de Denise Bottmann. São Paulo: Schwarcz, p. 187.

15 15 no questionamento e na crítica contra as instituições hegemônicas e contra as elites da sociedade européia 24. Este cenário característico de resistência muitas vezes obrigou os artistas presentes nestes movimentos de vanguarda a procurarem por um público consumidor específico o que nem sempre se mostrava fácil, posto que a maior parte da burguesia ainda consumia e buscava referências culturais nas formas de expressão convencionais. Entretanto, mais do que investir contra as antigas instituições hegemônicas que estavam fortemente incrustadas na sociedade européia, estes novos artistas buscavam maneiras de se libertar do torniquete causado pela postura histórica enrijecida no que se referia aos ramos da alta cultura na Europa, objetivando criar um novo espaço no qual a experimentação técnica, estilística e temática fosse vista e consumida enquanto arte pela burguesia 25. O tradicionalismo artístico que se fazia presente neste contexto explica-se, em partes, pelo fato de que diversas academias e conservatórios renomados ainda obrigavam estes novos artistas, na segunda metade do século XIX, a sustentarem o paradigma artístico convencional, possuindo currículos engessados que limitavam a liberdade criativa dos estudantes em prol da permanência dos gêneros tradicionais da arte. Assim sendo, os círculos de artistas de vanguarda se viam cada vez mais alienados em relação à burguesia e à sociedade como um todo, formando uma espécie de subcultura estética que valorizava a arte pela arte, respondendo apenas aos seus próprios anseios criativos, muitas vezes desconectada da vida cotidiana e inserida em redes alternativas que possibilitavam o reconhecimento de suas obras modernistas geralmente expostas e apresentadas em círculos amadores de artistas e em cabarés fora do circuito da alta sociedade 26. Esta persistência de um ideal estético característico do Antigo Regime se fazia presente mesmo nas formas de arte menos declaradas enquanto produções voltadas para o deleite intelectual e cultural. A arquitetura do século XIX, por exemplo, ainda se manteve presa aos estilos do passado na grande maioria das construções como igrejas, prédios públicos, palácios e mansões, e mesmo nas construções necessariamente surgidas a partir dos avanços tecnológicos do período, como as estações ferroviárias de Milão ou Colônia, os traços arquitetônicos modernos em fachadas de concreto, ferro e vidro eram dissimulados por meio de recursos estilísticos como arcos e colunas, que remontavam às estéticas anteriores Ibid., p Ibid., p Ibid., p Ibid., p. 197.

16 16 Talvez o melhor exemplo disto a ser lembrado seja a Ringstrasse: construída em Viena na segunda metade do XIX e tida como um símbolo de toda a efervescência cultural e artística da época, esta rua apresenta diversas construções públicas em estilo gótico, barroco e renascentista, e é definida por Arno Mayer como um reflexo microscópico da paixão da burguesia pelo empréstimo histórico que incessantemente ajudava a relegitimar a antiga ordem a que estava subordinada 28. A respeito da música no período, entre os anos de 1848 e 1914 o gênero operístico tornou-se cada vez mais imponente e difundido fora dos círculos cortesãos. Neste âmbito, o compositor Richard Wagner encontrou lugar enquanto um dos nomes mais representativos do romantismo alemão, integrando as chamadas grandes artes arquitetura, pintura, teatro, poesia, música e dança em uma totalidade harmônica qualitativamente mais grandiosa e diversa de seus elementos constitutivos 29. Sua criação artística apresentou grandes inovações em relação às obras de tempos anteriores, lançando bases que influenciaram diretamente compositores importantes que vieram a surgir. Em contrapartida, a obra wagneriana pode ser vista como um instrumento da persistência da antiga ordem social não somente na Alemanha, mas em toda a Europa: ao mesmo tempo em que reforçava a idéia da nacionalidade alemã que se consolidava, sua estética prezava também pelos valores arraigados do Antigo Regime, tornando-se uma espécie de ideal musical a ser seguido dentro da alta cultura aceita pelos círculos aristocráticos europeus do século XIX. Neste mesmo contexto, obras que marcaram rupturas estilísticas em relação aos conceitos musicais anteriores, como A Sagração da Primavera de Igor Stravinsky, ou o Prélude à l Aprés-midi d un Faune de Debussy, acabaram sendo friamente recebidos pela maioria da audiência européia 30. Um outro ponto fundamental de apoio à antiga ordem era encontrado na Igreja. Ainda que a Europa viesse sofrendo um longo processo de descristianização e secularização em sua sociedade, entre as camadas mais populares das vilas e cidades e entre os camponeses das aldeias esta descristianização não tomara tão rapidamente proporções de longo alcance. O mesmo ocorria em relação às camadas da aristocracia, que não abandonaram por completo a Igreja, e também podia ser verificado em relação aos trabalhadores que estavam inscritos em Ibid., p Ibid., p Ibid., p. 211.

17 17 partidos e sindicatos socialistas: em sua maioria, estes indivíduos ainda buscavam receber os sacramentos, casar-se e serem sepultados sob a fé de seus pais 31. Por conta disto, as igrejas ainda mantinham papéis importantes em relação ao cumprimento de funções burocráticas cotidianas à sociedade, não somente no que se referia essencialmente à esfera religiosa e sacramental, como batismos, matrimônios e funerais, mas também relacionadas ao trabalho e educação destas comunidades, administrando e dirigindo orfanatos, escolas, asilos e demais instituições desta natureza. Em partes por conta deste processo de secularização mencionado, a postura adotada pela Igreja passara a mostrar um interesse particular em expandir e proteger seu papel educacional nestas sociedades em crescimento, buscando junto aos governos a manutenção de seus antigos privilégios e funções em troca de subsídios e créditos adicionais 32. Com a virada do século e a crescente preocupação das forças conservadoras em relação ao socialismo e aos novos movimentos políticos que tomavam forma, passou a ocorrer um aumento do apoio público às igrejas, e esta espécie de cumplicidade entre as forças do Antigo Regime e a Igreja acentuara a intolerância em relação às expressões artísticas modernistas em ambas as esferas. É neste sentido que iniciativas religiosas passaram a estabelecer o modernismo como uma forma de heresia a ser suprimida, e ações do pontificado foram levadas a cabo na intenção de ressacralizar valores cristãos e reafirmar a verdade literal contida nas Escrituras, posto que mesmo entre clérigos e teólogos crescia o advento de uma nova visão crítica objetivando conciliar a doutrina e prática católica com o pensamento científico que pouco a pouco aflorava 33. As instituições de ensino superior, em relação ao desenvolvimento deste pensamento científico e ao contrário do que se costuma supor, atuavam muitas vezes enquanto defensoras dos valores já estabelecidos do Antigo Regime. Enquanto representantes da alta cultura, estas instituições assumiam para si o papel de mediadoras da sociedade tradicional em sua adaptação ao futuro e à modernidade, sendo veículos encarregados da reprodução da concepção de mundo e do pensamento erudito por meio do ensino clássico. Ao longo do século XIX as disciplinas como o conhecimento do latim e o estudo de textos clássicos assumiram um espaço cada vez maior no curriculum de ensino das escolas, na intenção de Ibid., p Ibid., p Ibid., p

18 18 fornecer às elites o substrato cultural necessário para a participação em uma classe superior que dirigiria a cultura oficial e estatal 34. Por conta disto, a incorporação de novas disciplinas neste curriculum educacional, bem como a integração de novos elementos sociais no grupo discente destas instituições era algo muitas vezes evitado, mantendo as escolas superiores fechadas a estas iniciativas. Ao mesmo tempo, a necessidade de um grau universitário formava uma espécie de pré-requisito absoluto para o ingresso ou o avanço nos estratos sociais superiores, o que garantia o estabelecimento de idéias e valores conservadores e hierárquicos legados do Antigo Regime à sociedade européia na transição do século XIX ao século XX SOCIEDADE E INDIVÍDUO Este fin-de-siècle também pode ser identificado como o período do surgimento de novos tipos sociais próprios da vida moderna: figuras como o flâneur, os nômades e vagabundos que habitavam os grandes centros urbanos, o patronato ligado às atividades bancárias ou os trabalhadores operários vindos do campo para as indústrias, dentre outros exemplos, são elementos típicos deste contexto. Isto se deu, em partes, devido a consolidação dos novos espaços e das novas sociabilidades que o crescimento notável das cidades e dos espaços urbanos proporcionou nas últimas décadas do XIX, reforçando a oposição existente entre o ambiente urbano e rural 36. A classe média que se formou neste espaço citadino perpassado por mudanças sociais e políticas consolidou aos poucos uma pequena burguesia, na medida em que as funções e cargos públicos se tornaram mais numerosos. Em contrapartida, os atores sociais de épocas anteriores que ainda relacionavam-se à conjuntura característica das sociedades do Antigo Regime não desapareceram de imediato: em nenhum local da Europa a Revolução Francesa conseguiu retirar completamente o controle das mãos da aristocracia, que se mantivera detentora de posses, nomes e da legitimidade de seu poder e de suas ações sobre as camadas populares. Citando o caso da França, por exemplo, é principalmente a partir da segunda metade de 1800 que sua fisionomia se alterou profundamente por meio da industrialização, da modernidade, da urbanização e do crescimento vertiginoso de seus centros. Assim, a 34 Ibid., p Ibid., p WILLIAMS, Raymond. O campo e a cidade: na história e na literatura. Trad. de Paulo Henriques Britto. São Paulo: Cia. das Letras, p. 71.

19 19 sociedade que se formou ao longo do século XIX na Europa assumiu frequentemente a imagem de uma justaposição de diversas sociedades e culturas muito heterogêneas entre si 37. O fortalecimento da concepção do homem enquanto um indivíduo e não mais como um elemento indissociável de sua coletividade é algo característico deste período, como pode ser visto através de obras literárias como a de Charles Baudelaire, que retratam diferentes aspectos da convivência humana nestes grandes centros 38. Na visão própria do liberalismo da época, o indivíduo seria o agente capaz de construir a história, e por meio de sua razão individual alcançaria a verdade. Esta perspectiva liberal prezava pela racionalidade em oposição e questionamento à tradição, ao dogma e às doutrinas que defendiam a aceitação dos costumes pela sua importância ao longo do tempo: de seu lado, o liberalismo afirmava a relatividade de idéias e a tolerância individual em relação a pontos de vista distintos pautados na racionalidade 39. A contraposição entre o espaço público e privado tornou-se algo mais demarcado e racional, e instituições tradicionais e icônicas do Antigo Regime, como a família, por exemplo, assumiram pouco a pouco novas formas e organizações, firmando-se como um elemento mantenedor do senso de moralidade e adquirindo cada vez mais aspectos simbólicos de status e de afirmação nos meios políticos e culturais 40. Simultaneamente, a cultura e a fortuna fortaleceram-se cada vez mais como fatores de diferenciação social, e os laços do Antigo Regime que possibilitavam o convívio entre ricos e pobres nas sociedades de outrora foram gradativamente desfeitos com a lógica do capital que ganhava força. Isto, ao mesmo tempo em que aumentou a mobilidade social dos indivíduos dentro das sociedades européias tradicionais e conservadoras, afirmou em alto e bom tom a desigualdade latente do meio urbano, pois com a lógica do lucro aqueles que não possuíam posses encontraram-se cada vez mais marginalizados, obrigando-se a buscar alternativas de sobrevivência nas grandes cidades e aumentando os índices de indigência 41. As mudanças trazidas com o advento da modernidade acarretaram alterações definitivas sobre a experiência individual das pessoas, proporcionando situações que, muitas vezes, resultavam em choques físicos e perceptivos no ambiente urbano moderno 42. Atrelada às conseqüências da Revolução Industrial, esta época proporcionou, por um lado, uma 37 RÉMOND, René. O século XIX, p BERMAN, M. Op. cit., p RÉMOND, René. O século XIX..., p HISTÓRIA DA VIDA PRIVADA, 4: da Revolução Francesa à Primeira Guerra. Sob a direção de Michelle Perrot... [et al]. Tradução de Bernardo Joffily. São Paulo: Companhia das Letras, p RÉMOND, René. O século XIX..., p SINGER, Ben. Modernidade, hiperestímulo e o início do sensacionalismo popular. In: CHARNEY, Leo & SCHWARTZ, Vanessa. O cinema e a invenção da vida moderna. São Paulo: Cosac & Naify p. 116.

20 20 especialização do homem e a segmentação crescente de seu trabalho e, por outro, o tornou mais dependente da rede social da qual fazia parte 43. Assim, o instinto que agia sobre a pessoa para se preservar enquanto indivíduo era algo cada vez mais latente, exigindo o resguardo de sua autonomia e da individualidade de sua existência em face das esmagadoras forças sociais que tendiam a uniformizá-lo. Estes mesmos fatores que tornaram mais precisa a vida do indivíduo moderno, promoveram o nascimento de uma subjetividade altamente pessoal caracterizada por um fenômeno intrínseco à metrópole, possibilitando o nascimento do indivíduo blasé: a constante exposição a este dinamismo de informações característico dos grandes centros urbanos estimulava o inconsciente dos indivíduos a tal extremo que, a partir de certo tempo, este deixava de responder com tanta sensibilidade aos fatos cotidianos 44. Surgia, assim, uma incapacidade urbana de reagir a novos estímulos físicos e sensoriais com a intensidade apropriada, ou ao menos esperada, constituindo uma atitude indiferente que passou a caracterizar o morador da metrópole se comparado com o habitante do campo, por exemplo, ou de qualquer ambiente menos intenso e sujeito a constantes transformações 45. Esta grande carga de informações sobre a sensibilidade do indivíduo, definida como hiperstímulo, pode ser observada através dos textos de revistas e jornais sensacionalistas do final do século XIX e princípio do século XX, e nas imagens impressas nestes jornais: em sua maioria, estas visavam reproduzir o ambiente caótico formado nesta nova paisagem urbana, apresentando estímulos agressivos mostrados simultaneamente em um mesmo quadro o que traduzia, em partes, o sentimento de uma atmosfera caótica, intensa e repleta de riscos envolvendo situações do trânsito ou dos novos meios de transporte das cidades, por exemplo 46. O comércio de entretenimentos destes anos mostrou-se como algo extremamente característico da modernidade e do processo de adaptação social dos indivíduos inseridos em um ambiente urbano repleto de estímulos e novidades, por vezes, difíceis de serem acompanhadas. A idéia de espetáculo e surpresa e, desta maneira, a narração sensacionalista, auxiliada em seu discurso realístico por ferramentas como a fotografia e o cinema, tornou-se uma peça-chave na veiculação de notícias que buscavam retratar o cotidiano destes grandes 43 WILLIAMS, R. Op. cit., p SIMMEL, Georg. A metrópole e a vida mental. In: VELHO, Otávio Guilherme (Org.). O fenômeno urbano. Rio de Janeiro: Zahar, p WILLIAMS, R. Op. cit., p SINGER, B. Op. cit., p

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