- Observatório de Política Externa Brasileira - Nº 50 06/05/05 a 12/05/05
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- Lavínia Lima Aquino
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1 - Observatório de Política Externa Brasileira - Nº 50 06/05/05 a 12/05/05 Presidentes reuniram-se para resolver tensões entre Argentina e Brasil Frente às recentes tensões entre Brasil e Argentina, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente argentino, Néstor Kirchner, reuniram-se durante a Cúpula América do Sul - Países Árabes. O encontro, realizado no dia 09 de maio, contou com a presença do presidente venezuelano, Hugo Chávez. As tensões entre os dois países foram desencadeadas por declarações do ministro das Relações Exteriores da Argentina, Rafael Bielsa, e por supostas afirmações do presidente argentino em crítica à política externa brasileira. Segundo o chanceler brasileiro, Celso Amorim, o encontro serviu para dar continuidade à "aliança estratégica" entre os três países e para dissipar o clima de tensão entre Brasil e Argentina. Lula afirmou que são normais queixas isoladas de setores empresariais e defendeu que os dois países não podem ceder a elas na definição de suas relações. Kirchner, após participação no primeiro dia da Cúpula, decidiu antecipar sua volta à Argentina, além de considerar que suas expectativas tinham sido atendidas e que não seria necessária uma nova reunião com o presidente Lula. Kirchner reiterou, ainda, que sua decisão de antecipar a volta a Buenos Aires esteve vinculada apenas a questões de agenda. Bielsa reunir-se-á com Amorim no próximo dia 20 de maio, e por ocasião da viagem, o ministro será condecorado pelo governo brasileiro com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, informação ainda não confirmada pelo Itamaraty. (Folha de S. Paulo Brasil 06/05/05; Folha de S. Paulo Brasil 07/05/05; Folha de S. Paulo Brasil 08/05/05; Folha de S. Paulo Brasil 10/05/05; Folha de S. Paulo - Brasil - 11/05/05; Folha de S. Paulo Brasil 12/05/05; Folha de S. Paulo Mundo 10/05/05; O Estado de S. Paulo Nacional 07/05/05; O Estado de S. Paulo Nacional 08/05/05; O Estado de S. Paulo Nacional 09/05/05; O Estado de S. Paulo Nacional 10/05/05; O Estado de S. Paulo - Nacional - 11/05/05; O Estado de S. Paulo Nacional 12/05/05; Globo Economia 10/05/05; O Globo Economia 11/05/05; O Globo Economia 12/05/05; O Globo O País 10/05/05; O Globo O País 11/05/05; O Globo O País 12/05/05). Brasil apoiará candidato uruguaio à diretoria-geral da OMC Após a eliminação do embaixador brasileiro Luiz Felipe de Seixas Corrêa no primeiro turno da eleição para diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o Brasil votou, dia 11 de maio, no candidato uruguaio, Carlos Pérez del Castillo. O candidato, até então, era o mais criticado pelo governo brasileiro devido a sua aproximação com os países ricos. Ao final da Cúpula América do Sul Países Árabes, os membros assinaram uma declaração, à parte da Carta de
2 Brasília, enfatizando a importância da nomeação de um candidato de um país em desenvolvimento ao cargo, como forma de democratizar e ampliar sua participação na condução dos princípios organizacionais do sistema multilateral de comércio. O apoio, proposto pelo presidente uruguaio Tabaré Vázquez, foi aprovado por aclamação durante a plenária de encerramento da Cúpula. (Folha de S. Paulo Brasil 12/05/05; Folha de S. Paulo Dinheiro 06/05/05; Folha de S. Paulo Dinheiro 11/05/05; Folha de S. Paulo Dinheiro 12/05/05; O Estado de S. Paulo Economia 11/05/05; O Estado de S. Paulo Nacional 12/05/05; O Globo Economia 06/05/05; O Globo Economia 12/05/05). Viegas buscou apoio da América Latina para candidatura brasileira ao CS O embaixador brasileiro em Madri, José Viegas, completou no dia 05 de abril sua viagem pelos países da América Latina, em busca de apoio à proposta brasileira de reforma do Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas, bem como à candidatura brasileira a um assento permanente na instituição. No dia em questão, Viegas reuniu-se com o vice-ministro das Relações Exteriores da Argentina, Jorge Taiana, para discutir o tema, que constitui uma das bases dos conflitos entre os países vizinhos. A Argentina condena a candidatura brasileira, classificando-a como uma tentativa de afirmar uma postura hegemônica na região. O embaixador brasileiro afirmou que a visita à Argentina buscava explicar a posição do Brasil, e não negociar ou pedir apoio. Segundo Viegas, dos 12 países latino-americanos vizinhos do Brasil, nove apóiam a candidatura brasileira, excluindo-se a Colômbia, o Uruguai e a Argentina. (O Estado de S. Paulo Nacional 06/05/05; O Globo O País 06/05/05). João Sayad poderá ser candidato brasileiro à presidência do BID Frente a iminente renúncia do atual presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Enrique Iglesias, prevista para o início de junho, o Brasil anunciou a intenção de apresentar a candidatura do brasileiro João Sayad para o cargo. (O Estado de S. Paulo Nacional 06/05/05). Realizada Cúpula América do Sul - Países Árabes Nos dias 10 e 11 de maio, foi realizada em Brasília a Cúpula América do Sul - Países Árabes. Na abertura do evento, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva destacou a necessidade de uma mudança na geografia do poder mundial. A Declaração de Brasília, assinada por representantes dos 34 países participantes, apontou o posicionamento dos países a favor do multilateralismo; o repúdio ao protecionismo e ao capital especulativo internacional; o apoio à pacificação na Palestina; à reconstrução do Iraque, incluindo o apoio ao presidente eleito; ao
3 combate à fome; à redução da pobreza e ao desenvolvimento social. Apesar do esforço prévio do Itamaraty em enfatizar a cooperação econômica, tecnológica e cultural, os chanceleres de vários países deixaram claro o cunho político do encontro. A Declaração, apesar de ressaltar vários pontos positivos, traz tópicos polêmicos, como a condenação toda forma de terrorismo, a legitimação da reação armada de países ocupados por forças estrangeiras, segundo o modelo proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU), além da omissão da defesa da democracia, já que não há aceitação ampla, entre os países árabes, sobre o modelo ocidental de democracia representativa. Além disso, reafirma o documento o direito da Argentina sobre as Ilhas Malvinas e menciona a necessidade do cumprimento das resoluções da ONU, pelos Estados Unidos e Israel, em relação ao mundo árabe. Outro tema conturbado foi a definição de como prosseguir as discussões políticas entre árabes e sul-americanos. No que tange ao âmbito econômico, o principal acordo assinado foi o trilateral entre as petrolíferas do Brasil, Venezuela e Argentina que criou a Petrosul. Outrossim, a assinatura do acordo-quadro entre os países do Golfo Pérsico e o Mercosul, constituiu-se como importante passo para a formação de uma zona de livre comércio entre as duas regiões, e espera-se obter um incremento nos investimentos brasileiros em infraestrutura dos países árabes, além das exportações de fosfato, petróleo e alimentos para o Brasil. Segundo Amorim, uma segunda cúpula será realizada no Marrocos, em Antes disso, porém, haverá um encontro de altos funcionários no Cairo, em 2006, e uma reunião ministerial em Buenos Aires, em Com relação às Malvinas, após saber do fato, a embaixada da Inglaterra no Brasil emitiu nota dizendo que referências às ilhas como território britânico já constam de tratados da União Européia desde 1973, sendo a posição da Grã-Bretanha em relação à soberania do território bem conhecida por todos. (Folha de S. Paulo Brasil 08/05/05; Folha de S. Paulo Brasil 10/05/05; Folha de S. Paulo - Brasil - 11/05/05; Folha de S. Paulo Brasil 12/05/05; O Estado de S. Paulo Economia 11/05/05; O Estado de S. Paulo Nacional 07/05/05; O Estado de S. Paulo Nacional 08/05/05; O Estado de S. Paulo Nacional 09/05/05; O Estado de S. Paulo Nacional 10/05/05; O Estado - Nacional - 11/05/05; O Globo Economia 10/05/05; O Globo Economia 11/05/05; O Globo Economia 12/05/05; O Globo O Mundo 10/05/05; O Globo O País 08/05/05; O Globo O País 09/05/05; O Globo O País 10/05/05; O Globo O País 11/05/05; O Globo o País 12/05/05). Amorim avisa que Brasil não aceitará protecionismo do mercado argentino O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, informou que o Brasil não recuará de sua posição contrária à proposta argentina de adotar salvaguardas automáticas no comércio entre os sócios do Mercosul e que não concordará com a proteção de segmentos industriais argentinos contra seus concorrentes brasileiros, sem que setores favorecidos assumam compromissos de recuperação e sem a aposta em mecanismos que promovam a integração de cadeias produtivas e o aumento da produtividade e da eficiência do bloco. O presidente da
4 União Industrial Argentina (UIA), Héctor Mendez, que esteve no Brasil para participar da Cúpula América do Sul - Países Árabes, reuniu-se com Celso Amorim e com o Ministro do Desenvolvimento brasileiro, Luiz Fernando Furlan, no dia 09 de maio. Mendez, maior responsável pelas alegações de assimetrias comerciais, deixou claro que as críticas feitas na semana passada pelo chanceler argentino Rafael Bielsa e as ameaças de novas barreiras a produtos brasileiros tinham embasamento real, ficando estabelecida a apresentação de políticas prioritárias de cada país, além da identificação dos setores mais e menos competitivos. Ao final do encontro, Furlan informou que viajará a Argentina, no próximo mês, para buscar convergências com os empresários argentinos. No encontro com Palocci, Lavagna entregou proposta para equilibrar o comércio bilateral (a Argentina acumula 22 meses de déficit comercial com o Brasil) e o fluxo de investimentos na região. A Argentina, que hoje recebe apenas 10% dos investimentos estrangeiros injetados no Cone Sul, pretende remediar as assimetrias entre os dois países e, para isso, espera contar com a solidariedade do Brasil. (Folha de S. Paulo Brasil 08/05/05; Folha de S. Paulo Brasil 10/05/05; Folha de S. Paulo - Brasil - 11/05/05; Folha de S. Paulo Brasil 12/05/05; O Estado de S. Paulo Nacional 07/05/05; O Estado de S. Paulo Nacional 09/05/05; O Estado de S. Paulo Nacional 10/05/05; O Estado de S. Paulo - Nacional - 11/05/05; O Estado de S. Paulo Nacional 12/05/05; O Globo Economia 10/05/05; O Globo O País 11/05/05; O Globo o País 12/05/05). Chávez propôs acordos entre Brasil, Argentina e Venezuela Em jantar entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Néstor Kirchner e Hugo Chávez, além de unificar a posição dos três países diante na cúpula com os países árabes, serviu para que o presidente venezuelano propusesse a criação de três grandes empresas estatais, além da ampliação do Mercosul para a Unasul, a união sul-americana de nações. Na área petrolífera, sugeriu a criação da Petrosul, associação energética que integra as empresas nacionais de petróleo dos três paises: Petrobrás, PDVSA e Enersa. A associação, um fórum interministerial de coordenação e articulação de políticas energéticas, deve ser oficializada em nova reunião dos presidentes prevista para junho. Por enquanto, os ministros de Minas e Energia do Brasil, Argentina e Venezuela apenas firmaram um acordo para cooperação nas áreas de exploração, refino e transportes no setor. Na área de comunicações, a idéia é criar uma grande rede de TV continental que propagaria as ações políticas dos governos, além de transmitir filmes, programas culturais e esportes. Já na área de financiamento público, Chavéz propôs a criação de um banco de desenvolvimento para financiar projetos nos respectivos países, nos moldes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No encontro, também ficou acertada uma nova reunião, dia 10 de junho, entre os ministros da área econômica, em Buenos Aires. (Folha de S. Paulo Brasil 10/05/05; Folha de S. Paulo - Brasil - 11/05/05; O Estado de S. Paulo Economia 11/05/05; O Estado de S. Paulo Nacional 10/05/05; O Estado - Nacional -
5 11/05/05; O Globo Economia 10/05/05; O Globo Economia 11/05/05; O Globo O País 10/05/05). Equador pede financiamento ao BNDES O ministro da economia do Equador, Rafael Correa, informou no dia 09 de abril, após reunião com o ministro do Desenvolvimento brasileiro, Luiz Fernando Furlan, o pedido de financiamento de cerca de US$ 250 milhões, ao BNDES, para a construção de uma hidrelétrica e a compra de aviões. Outro ponto tratado foi a balança comercial bilateral, negativa para o Equador. Correa propôs incluir na pauta de exportações equatoriana produtos específicos que o Brasil importa de outros parceiros. Também foi discutida a hipótese de integração Manaus - Porto de Manta, para que o Equador tenha acesso ao Oceano Atlântico, e o Brasil, ao Pacífico. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a Cúpula América do Sul-Países Árabes para confirmar para o chanceler do Equador, Antonio Parra Gil, que o Brasil vai facilitar o financiamento de novos projetos de infra-estrutura e colaborar para a reestruturação da Justiça Eleitoral do país, que tenta sair de sucessivas crises políticas. (Folha de S. Paulo Brasil 12/05/05; O Estado de S. Paulo Nacional 10/05/05). Lula se encontra com presidente palestino O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em encontro com o representante da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mohamoud Abbas, durante a Cúpula América do Sul-Países Árabes, depois de oferecer apoio ao diálogo para a paz na região e reiterar a posição brasileira a favor de dois Estados separados, Israel e Palestina, disse ver semelhanças entre a paciência e perseverança dos palestinos em obter um Estado independente e a trajetória política que o levou à Presidência. Abbas, por sua vez, relatou a Lula os esforços da ANP para conter ações terroristas e manifestou preocupação com a construção do muro de separação entre Israel e Cisjordânia. (Folha de S. Paulo Brasil 10/05/05; O Estado de S. Paulo Nacional 10/05/05). Firmado acordo entre Mercosul e Conselho de Cooperação do Golfo Durante a Cúpula América do Sul-Países Árabes, o Mercosul e o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), integrado por Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Kuait, Iêmen e Omã, firmaram acordo para promoção de uma maior cooperação nas áreas econômica, comercial, técnica e de investimentos. O acordo tem por aspiração criar uma zona de livre comércio entre os dois blocos. (Folha de S. Paulo Brasil 10/05/05; Folha de S. Paulo Brasil 11/05/05; O Estado de S. Paulo Nacional 10/05/05; O Globo Economia 11/05/05).
6 Tarifa do açúcar é questionada Apesar do acordo concluído na semana passada em Paris, a conversão das tarifas do açúcar promete causar grandes problemas aos negociadores na Organização Mundial do Comércio (OMC). No dia 10 de maio, após a apresentação do entendimento entre os principais atores do comércio internacional, incluindo aí Brasil, Estados Unidos e União Européia (UE), aos demais 148 membros da entidade, certos governos questionam a decisão de dar tratamento especial às definições sobre a tarifa de importação do açúcar e sobre a escolha de um preço mundial para o cálculo dessas taxas. O entendimento visa modificar as atuais tarifas para importação de produtos agrícolas em um sistema porcentual, e não por toneladas, transformando assim as atuais barreiras protecionistas em impostos de importação claros, baseados nos preços dos produtos. Nenhuma delegação se opôs ao projeto, mas pediram tempo para fazer consultas internas. Alguns países não aceitam que o açúcar seja tratado separadamente no cálculo das tarifas aplicadas pelos países protecionistas contra as exportações brasileiras e de outras regiões. (O Estado de S. Paulo Economia 11/05/05). Ministros da Educação do Mercosul reunir-se-ão em junho O Comitê Coordenador Regional do setor Educacional do Mercosul traçou as linhas gerais dos documentos que serão apreciados na 28ª Reunião de Ministros da Educação, dia 10 de junho, em Assunção, Paraguai. O documento final traz a nova tabela de reconhecimento de títulos e certificados para o ensino básico. Além de fecharem as proposições, os representantes dos respectivos ministérios da Educação negociaram a abertura de uma conta bancária para o Fundo de Financiamento do Setor Educacional (FEM), que custeará ações de desenvolvimento educacional no Mercosul. No encontro também foi proposto o início das negociações para a futura integração entre o Mercosul e os países da América Central no que se refere ao ensino básico. Os representantes propuseram ainda a criação de um mecanismo de fortalecimento institucional do Mercosul com as funções de levantar e sistematizar os antecedentes institucionais, propor recomendações de integração e elaborar e administrar projetos. (Folha de S. Paulo Educação 11/05/05). EUA e Brasil têm nova data para discutir Alca O novo encontro dos co-presidentes da Área de Livre Comércio para as Américas (Alca) será dia 19 de maio, em Washington. A reunião marcada para o dia 12 foi adiada para que o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e o novo representante de Comércio dos EUA, Robert Portman, tivessem tempo para
7 avaliar o resultado da conversa ocorrida em Paris. Os trinta países presentes ao encontro de Paris chegaram a um acordo para destravar as negociações agrícolas da Rodada de Doha, no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). Segundo especialistas, com a perspectiva de avanços em Doha, fica mais fácil chegar a um consenso sobre a Alca, já que temas delicados que poderiam bloquear as negociações entre Brasil e Estados Unidos seriam deslocados para a OMC. As negociações referentes à Alca estão paradas desde maio de 2004, em razão de um retrocesso dos EUA em suas propostas agrícolas e, depois, devido ao calendário eleitoral americano. Diante dos impasses das negociações, as reuniões foram sucessivamente adiadas. Embora o Brasil venha defendendo que as negociações se concentrem em acesso aos mercados, poderão ser discutidos também temas ligados à propriedade intelectual, um dos principais entraves à negociação por parte dos EUA. (O Globo Economia 12/05/05). Brasil "importou guerra", segundo declara Confederação Israelita Os discursos contra Israel e a declaração conjunta da Cúpula América do Sul- Países Árabes foram interpretados por representantes da comunidade judaica como uma interferência do Brasil no conflito israelo-palestino. A Declaração de Brasília também foi criticada pelo suposto aval ao terror, ao legitimar a reação armada de países ocupados por forças estrangeiras. O embaixador de Israel também se manifestou contra alguns trechos da Declaração de Brasília referentes ao conflito de seu país com os palestinos e ressaltou que se perdeu uma boa oportunidade de enfatizar os progressos obtidos no processo de paz. Outro ponto criticado pelas entidades judaicas e que a Declaração não faz qualquer menção é da democracia, dos direitos humanos e dos direitos das mulheres. Segundo a Confederação Israelita do Brasil o encontro entre governos árabes e sulamericanos, em Brasília, acabou sendo um grande esforço de propaganda em favor de causas alheias que são do interesse do Brasil. Isto é, os motivos que levaram o Brasil a promover essa cúpula não seriam apenas comerciais, mas para obter votos para o Conselho de Segurança da ONU. Tentando evitar polêmica Lula defendeu a existência dos Estados da Palestina e de Israel e fez questão de afirmar que, embora tenha nascido na política brasileira defendendo o Estado Palestino, ressaltou que nunca havia negado a necessidade do Estado de Israel. (Folha de S. Paulo Brasil 12/05/05; O Estado de S. Paulo Nacional 12/05/05). Argentina, Brasil, Chile e Uruguai buscam mais resultados no Haiti Funcionários dos governos da Argentina, Brasil, Chile e Uruguai se reuniram no dia 13 de Maio, em Buenos Aires, para tentar conseguir mais resultados na missão de estabilização integrada pelos quatro países no Haiti. A reunião com funcionários dos quatro países latino-americanos com maior presença no Haiti tem
8 como objetivo coordenar conjuntamente suas atividades e conseguir, assim, uma maior efetividade de seus trabalhos na nação caribenha. No encontro, esperou-se alcançar uma coordenação mais apropriada em temas de âmbito político e militar, como também em matéria de desenvolvimento econômico e social no Haiti. A missão enfrenta grandes dificuldades para levar à frente seu trabalho devido à escassez de recursos econômicos e altos níveis de violência. No encontro em Buenos Aires propô-se ainda que os países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, sócios plenos, e Chile associado externo) atuem de forma coordenada e conjuntamente não somente no Haiti, mas também em reuniões multilaterais que abordem a problemática do país. (Folha de S. Paulo Mundo 12/05/05).
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