Assunto: Enc: Pedido de Aposentadoria Especial - Servidor Domingos Dias > Moreira - RPPS de Rubinéia - SP > De: Instituto de Previdência Municipal de

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1 Assunto: Enc: Pedido de Aposentadoria Especial - Servidor Domingos Dias > Moreira - RPPS de Rubinéia - SP > De: Instituto de Previdência Municipal de Rubinéia IPREM ><ipremrubineia@yahoo.com.br> > Data: Sex, Janeiro 8, :49 am > Para: "tatiane@apeprem.com.br" <tatiane@apeprem.com.br> > > > Bom dia, Tatiane, assim que desliguei a ligação foi conferir o que tinha > acabado de falar a você. Sobre o fato do servidor antes da criação do RPPS > de Rubinéia ter contribuído ao RGPS laborando na Prefeitura de Rubinéia no > mesmo cargo, conforme acabei de explicar a você. Não tinha constado na > redação do enviado dia 14/12/2015.Peço a gentileza para que reforce > sobre essa questão com Dr. Magadar. De servidor municipal, ter laborado > de 01/03/1988 a 31/05/1993 na Prefeitura de Rubinéia, com vinculo > contributivo ao INSS, conforme CTC-INSS anexa.observa-se que a referida > CTC não faz menção se o tempo é especial ou não Analisando um parecer da > Dra. Magadar no site da Apeprem, lemos que "O tempo de contribuição > especial deve ser reconhecido pelo próprio regime ao qual ele se vincula. > Assim, se o tempo de contribuição estiver vinculado ao regime geral > (RGPS), esse é quem deverá certificar de que se trata de tempo relativo à > atividade especial, e não, a Administração Pública." >Att.Clayton M. Sales de OliveiraDiretor Presidente Ins. Prev. Munc. de

2 > Rubinéia/SP(17) > > Em Segunda-feira, 14 de Dezembro de :40, Instituto de > Previdência Municipal de Rubinéia IPREM > escreveu: > Resposta: A consulta refere-se à possibilidade de concessão de aposentadoria especial a servidor municipal, em que o período de tempo em atividade insalubre esteve sujeito ao RGPS e na certidão emitida pela Autarquia Federal nada consta sobre a qualificação desse tempo como especial. Tendo em vista a dúvida do consulente inclusive por conta de decisões judiciais sobre o tema e parecer nosso emitido sobre o assunto, entendemos ser necessário abordar alguns aspectos dessa questão polêmica. Em primeiro lugar, continuo a sustentar que a Lei Complementar que irá disciplinar a aposentadoria especial é de competência da União. Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal deixou assentado no RE /SE, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ , reconhecida a Repercussão Geral do tema, portanto de obrigatória observância pelos entes federativos, que a omissão referente à edição da Lei Complementar é da União, definindo, inclusive, que a competência para julgar mandado de injunção sobre a referida questão é do STF. Confira-se a ementa do referido acórdão: Recurso extraordinário. Repercussão Geral da questão constitucional reconhecida. Reafirmação de jurisprudência. A omissão referente à edição da Lei Complementar a que se refere o art. 40, 4º, da CF/88, deve ser imputada ao Presidente da República e ao Congresso Nacional. 2. Competência para julgar mandado de injunção sobre a referida questão é do Supremo Tribunal Federal. 3. Recurso extraordinário provido para extinguir o mandado de injunção impetrado no Tribunal de Justiça. No julgamento, observou o Ministro Relator Gilmar Mendes que:

3 Sobre o tema, esta Corte assentou que, apesar de a competência legislativa ser concorrente, a matéria deve ser regulamentada uniformemente, em norma de caráter nacional, de iniciativa do Presidente da República. A propósito, cito os seguintes precedentes: MI-ED 4.366, Rel. Min. Dias Toffoli, Pleno, DJe ; MI-AgR 1.328, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Pleno, DJe ; RE-AgR , Rel. Min. Cármen Lúcia, Segunda Turma, DJe ; MI-AgR 1.545, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Pleno, DJe ; MI-AgR 1.832, Rel. Min. Cármen Lúcia, Pleno, DJe de ; e MI AgR/DF, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Pleno, DJe , cuja ementa colaciono a seguir: CONSTITUCIONAL. MANDADO DE INJUNÇÃO. APOSENTADORIA ESPECIAL. SERVIDORES PÚBLICOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS. DECISÃO QUE CONCEDE A ORDEM PARA DETERMINAR QUE A AUTORIDADE ADMINISTRATIVA COMPETENTE ANALISE A SITUAÇÃO FÁTICA DO IMPETRANTE À LUZ DO ART. 57 DA LEI 8.213/1991. AGRAVO REGIMENTAL DA UNIÃO. ALEGAÇÃO DE ILEGITIMIDADE PASSIVA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA E DE INCOMPETÊNCIA DA UNIÃO PARA LEGISLAR SOBRE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES PÚBLICOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. A Corte firmou entendimento no sentido de que a competência concorrente para legislar sobre previdência dos servidores públicos não afasta a necessidade da edição de norma regulamentadora de caráter nacional, cuja competência é da União. Por esse motivo, a Corte assentou a legitimidade do Presidente da República para figurar no polo passivo de mandado de injunção sobre esse tema. Precedentes. Agravo regimental desprovido. Interessante notar que o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, pelo seu Ministério Público de Contas, tem questionado, junto a alguns Municípios, as leis editadas disciplinando o assunto. Por outro lado, é sabido que algumas ações diretas de inconstitucionalidade foram promovidas em face de leis municipais que tratam da concessão de aposentadoria especial para seus servidores e algumas foram julgadas procedentes, como por exemplo, a de Taboão da Serra e a do Município de São Paulo: A LOM do Município de São Paulo, por emenda, dispôs sobre a aposentadoria especial do guarda civil metropolitano Incidente de inconstitucionalidade da emenda. Inconstitucionalidade acolhida pelo Órgão especial J

4 Ação Direta de Inconstitucionalidade. Lei complementar 309, de 18 de setembro de 2013, do Município de Taboão da Serra, a inserir o artigo 97-A na Lei Complementar 141, de 22 de junho de Disposições sobre critérios diferenciados para concessão de aposentadoria aos Guardas Civis Municipais. Descabimento. Competência normativa pelo Município extravasada. Inconstitucionalidade. Desrespeito aos artigos 126 e 144 da Constituição do Estado. Ação procedente. (ADI , Rel. Borelli Thomaz, Órgão Especial, j ) De se ressaltar, também, que a edição de lei estadual sobre a matéria tem sido questionada, como faz ver a ADI 5403, em tramitação no STF, que trata da aposentadoria especial para agentes penitenciários e peritos. Fundamento: violação da competência da União e do princípio do equilíbrio financeiro atuarial do regime (art. 24, XII, CF e 40,caput, 1º e 4º. da CF). A partir da edição da Súmula Vinculante 33, não é necessário mais que os servidores que exercem atividades especiais ajuízem mandados de injunção para a concessão do benefício da aposentadoria especial, sob pena de cabimento de interposição de reclamação junto ao STF 1. Portanto, os pedidos de servidores em exercício de atividades insalubres devem ser analisados segundo a Lei 8.213/91. Não obstante o consulente não informar, parece que o Município editou decreto disciplinando o assunto, adotando as diretrizes a IN no.1/2010 do MPS, que nada mais fez do que aplicar as disposições regulamentares vigentes sobre o assunto, no âmbito do regime geral (decreto 3.048/99 e a IN 77, de 2015, do MPS, que substituiu a IN 45). 1O STF julgou procedente a Reclamação (RCL) para determinar que o Município de Paraguaçu (MG) analise o pedido de aposentadoria especial de um servidor público, levando em consideração as normas do regime geral de previdência social. O relator entendeu que, no caso, ficou evidenciada afronta à Súmula Vinculante 33, do STF.

5 A nosso ver, parece que, no caso concreto trazido à apreciação, foram expedidos os documentos necessários para comprovação do exercício das atividades insalubres pelo servidor interessado (LTCAT e PPP). Deverá, agora, o consulente submeter esses documentos à apreciação do médico perito do Instituto, ou por ele contratado, para que analise e emita parecer, que irá fundamentar a concessão do benefício ou sua negativa. A dúvida remanesce com relação à certidão do INSS para o período em que o servidor era celetista (portanto a atividade insalubre foi prestada no Município), tendo em conta que a certidão não atesta o tempo como especial e à vista de nossa manifestação anterior segundo a qual o Instituto não deve reconhecer como tempo especial o tempo do servidor que esteve vinculado a outro regime previdenciário. Realmente, no nosso entendimento, não é possível reconhecer o tempo especial laborado pelo servidor em outra empresa ou outro ente, submetido, portanto a outro regime previdenciário, antes de ingressar na Municipalidade. Entretanto, sendo o período de tempo especial exercido no próprio Município, não há como negar que caberá ao Município fazer essa constatação. Aliás, nas hipóteses em que os Municípios transformaram o regime jurídico-funcional dos seus servidores e fizeram a respectiva migração do regime geral para o regime próprio, sequer o INSS expede certidão dos períodos averbados automaticamente. 2 Analogamente, nos casos como o submetido à apreciação, entendemos que é o Município também que deve fazer o reconhecimento do tempo especial. Vale dizer: se os respectivos tempos forem exercidos em atividades insalubres no Município, é o próprio Município que os reconhecerá com essa qualificação, 2 Sobre averbação e desaverbação de tempo, ver a Nota Técnica no 12/2015, do MPS.

6 mediante a observância, como já se disse, das diretrizes contidas na IN 1/2010. Aliás, temos informação de que agências do INSS se têm recusado a reconhecer como tempo especial o período em que o servidor celetista esteve submetido ao regime geral e, assim, é sobre o ente municipal que recai essa função. De qualquer modo, para essas e outras questões pertinentes à aposentadoria especial, não há uniformidade de interpretação, quer doutrinária ou judicialmente, de modo que o que hoje se define como parâmetro, amanhã poderá mudar. É a manifestação, sub censura, janeiro de X Magadar Rosália Costa Briguet OAB/SP no