Produção de Mudas de Tomateiro Rasteiro com a Utilização de Substratos Alternativos ao Produto Comercialmente Utilizado.

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1 Produção de Mudas de Tomateiro Rasteiro com a Utilização de Substratos Alternativos ao Produto Comercialmente Utilizado. Gildete Bispo de Oliveira; Wagner Ferreira da Mota; Virgínia Ribeiro Magalhães; Fábia Guimarães Alves; Elizangela Kele Celestina Pereira Silveira; Giordani Porto Tarchetti. UNIMONTES Depto. de Ciências Agrárias, Janaúba MG. virginia.r.m@uaimail.com.br RESUMO O objetivo deste trabalho foi avaliar diferentes substratos na produção de mudas de tomateiro rasteiro. O experimento foi implantado no Viveiro da Universidade Estadual de Montes Claros UNIMONTES, Campus de Agronomia em Janaúba-MG. O experimento foi conduzido em delineamento em blocos inteiramente casualizados com 2 híbridos (H-9553 e o TCP-364), 6 substratos, 4 repetições, cada parcela apresentou 24 células com uma planta por célula. Foi observado maior aumento linear da porcentagem de emergência com a utilização do Plantmax. O híbrido TCP-364 foi superior ao H-9553 com a utilização do Plantmax, sabugo de milho carbonizado e terra na proporção de 1:1:1 e Plantmax puro. Foi observado tanto no Híbrido H9553 quanto no TPC-364 que o diâmetro do caule foi maior com a utilização do substrato comercial Plantmax. E entre os genótipos, o Híbrido H-9553 foi superior ao TCP-364 quando se utilizou o substrato plantmax e Terra/Sabugo (1:1) com fósforo. Com relação matéria fresca de raiz e parte aérea o plantmax demonstrou maior valor. Para o volume de raiz, verificou-se melhor desempenho com a utilização do plantmax. ABSTRACT The objective of this work was to evaluate different substrata on low tomato seedling production. The experiment was implanted in the Nursery of the State University of Montes Claros - UNIMONTES, Campus of Agronomy in Janaúba-MG. The experiment was carried out in completely randomized block design with 2 hybrids, 6 treatments (substrata), and 4 replicates, each replicate with 24 cells in one-plant cell arrangement. Increase of the emergency percentage was observed in all of the substrata used along the period after the sowing, having a better acting of the Plantmax. The hybrid TCP-364 was superior to H-9553 with the use of the Plantmax, corn sabugo, charred and earth in the proportion of (1:1:1) and Plantmax. It was observed in both Hybrid H9553 and TPC-364 that stem diameter was larger with the use of plantmax. Between genotypes, H-9553 was superior to TCP-364 when it was used the substratum plantmax and Terra/Sabugo (1:1). Regarding the fresh matter of root

2 and aerial part, the plantmax demonstrated larger value. For the root volume, better acting was verified with the use of the substratum plantmax. INTRODUÇÃO O tomate, Lycopersicon esculentum, é considerado uma das hortaliças mais comercializadas, seja para consumo ao natural, seja visando propósitos industriais. Varias características físico-químicas conferem às cultivares aparência, sabor e aroma desejáveis, tornando-as mais adequadas aos propósitos a que se destinem, ou seja, consumo in natura ou industrial (CARVALHO et. al., 1985). No Brasil o tomate ocupa o segundo lugar, entre as culturas oleráceas, por ordem de importância econômica. A produção brasileira se distribui por muitos estados da federação, com destaque para aqueles do centro-sul, do estremo sul e alguns estados nordestinos. São Paulo contribui com aproximadamente 60% da produção brasileira de tomate; anualmente destinada à mesa ou a industria. Outros estados, por ordem decrescente de produção são: Pernambuco, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia (FILGUEIRA, 2000). Pelas características peculiares da região do Norte de Minas, a cultura do tomate industria se constitui numa importante atividade agrícola apesar de alguns inconvenientes como a escassez e má distribuição de chuva durante o ano, dificuldade de transporte dos produtos em função da distância dos grandes centros consumidores aumentando com consequência as dificuldades de comercialização (RODRIGUES, 1994). A cada dia o uso do solo mineral com meio de cultivo para produção de mudas de hortaliças vem sendo substituído por substratos hortícolas provenientes de casca de pínus, vermiculita, turfa, etc; principalmente em recipientes, quando então a relação raízes e substratos são alterados, ou seja, elevado volume de raízes em pequeno volume restrito de substrato o que pode causar lixiviação de nutrientes devido alta frequência de irrigação dentre outros. Por isso os substratos devem atender os seguintes fins: alta capacidade de troca catiônica, alta capacidade de retenção de água, aeração e baixa densidade (Bunt 1961, citado por BELLÉ et. al. 1993). O presente trabalho experimental teve com objetivo avaliar a viabilidade do uso de diferentes substratos com o sabugo de milho misturado com outros substratos para a produção de mudas de tomate rasteiro na região do Norte de Minas Gerais. MATERIAL E MÉTODOS

3 O experimento foi conduzido sob viveiro de mudas da Universidade Estadual de Montes Claros UNIMONTES, campus Avançado de Janaúba MG. Foram utilizados dois híbridos H-9553 e TPC-364. A Semeadura ocorreu em bandejas de poliestireno com 288 células. O delineamento experimental utilizado foi em blocos inteiramente casualizados com 2 híbridos, 6 tratamentos (substratos), 4 repetições, cada parcela apresentou 24 células cheia de substrato e uma planta por célula. Os tratamentos foram constituídos por terra de sub-solo e sabugo de milho triturado e carbonizado na proporção de 1:1 sem adição de fósforo (Substrato 1), terra e sabugo de milho triturado e carbonizado na proporção de (1:1) com adição de fósforo (Substrato 2), Plantmax e sabugo de milho triturado e carbonizado na proporção de (1:1) sem adição de fósforo (Substrato 3), Plantmax e sabugo de milho triturado e carbonizado na proporção de (1:1) com adição de fósforo (Substrato 4), Plantmax/sabugo de milho carbonizado e terra na proporção de (1:1:1) (Substrato 5) e uso apenas de Plantimax com testemunha (Substrato 6). A adição de fósforo foi feita na proporção de 1,0 Kg de super fosfato simples/m 3 da mistura (FILGUEIRA, 2000). Foram avaliadas a porcentagem de germinação, a altura e o diâmetro a cada três dias. Para o peso de matéria fresca e seca da raiz e parte aérea, área foliar e volume de raiz as avaliações foram realizadas na época de transplantio, que ocorreu 34 dias após a semeadura. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e regressão, sendo as médias dos fatores qualitativos comparados pelo teste de tukey à 5% de probabilidade. Para os fatores quantitativos, os modelos foram escolhidos com base na significância dos coeficientes de regressão, utilizando o teste de t, de Student, a 1%, no coeficiente de determinação e no potencial para explicar o fenômeno biológico. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foi observado aumento linear da porcentagem de emergência em todos os substratos utilizados ao longo do período de crescimento e desenvolvimento das mudas. Pois no sexto dia após o semeio a porcentagem de emergência no híbrido H-9553 foi de 8,96 % e após 18 dias os valores aumentam para 86,30 % e para o híbrido TPC-364 no sexto dia porcentagem foi de 21,21 % e após 18 dias os valores aumentaram para 79,47 %. Ao acompanhar o desenvolvimento dos híbridos nos diferentes substratos em cada época de avaliação após a semeadura, verificou-se que aos 6 e 8 dias após a semeadura o híbrido TPC-364 foi superior com a utilização do Substrato 5 e Substrato 6, nos demais períodos de avaliação não houveram diferenças entre os híbridos utilizados em todos os substratos avaliados, com exceção do 10º dia após a semeadura, onde o híbrido H-9553 foi superior com a utilização do Substrato 1. Demonstrando de uma maneira geral que ao final

4 do período de desenvolvimento não houve diferença entre os híbridos com relação a porcentagem de germinação. Aos 6 dias após a semeadura não houve diferença entre os substratos na porcentagem de emergência do híbrido H A partir do 8º dia começou haver melhor efeito do Substrato 6 no desenvolvimento deste híbrido. Entretanto, a partir do 13º dia não houve diferença entre os substratos na porcentagem de emergência do híbrido H Verifica-se que a porcentagem de emergência com relação ao híbrido TPC-364 foi diferenciada, ou seja, a superioridade do Substrato 6 ocorreu ao 6 e 8 dias após a semeadura. No entanto, a partir do 10º dia todos os substratos avaliados demonstraram a mesma eficiência na porcentagem de emergência, com exceção do Substrato 2 que no geral condicionou um menor desempenho na porcentagem de emergência. Foi observado nos híbridos H-9553 e TPC-364 que o diâmetro do caule foi maior com a utilização do substrato comercial plantmax, apresentando no outro extremo o substrato terra/sabugo (1:1) sem fosforo com o menor valor. E entre os genótipos, o híbrido H-9553 foi superior ao híbrido TCP-364 quando se utilizou o substrato plantmax e terra/sabugo (1:1) com fósforo, não havendo diferença significativa entre os demais tratamentos. Esta superioridade ocorreu em função destes substratos atenderem as seguintes características: alta capacidade de troca catiônica, alta capacidade de retenção de água, aeração e baixa densidade (BELLÉ et al., 1993). Ao acompanhar a altura dos híbridos nos diferentes substratos em cada época de avaliação após a semeadura, verificou-se que no 31º e 34º dias após a semeadura o híbrido TCP-364 foi superior com a utilização do Substrato 6, nos demais períodos de avaliação não houveram, no geral, diferenças entre os híbridos utilizados em todos os substratos. Com relação matéria fresca de raiz e da parte aérea, além do volume de raiz, o plantmax demonstrou superioridade; no outro extremo observou-se menor valor com a utilização do substrato terra/sabugo sem P. ROCHA et al. (2003) ao avaliar diferentes substratos, também verificou superioridade do Plantmax e de um substrato alternativo com composto orgânico e terra na proporção 1:1. No presente trabalho os substratos alternativos 3, 4 e 5 podem ser recomendados para a produção de mudas em função de possuir maior teor de matéria orgânica o que condicionou como conseqüência o fornecimento de nutrientes como o nitrogênio, fósforo, enxofre e micronutrientes, maior CTC; melhor qualidade física, com agregados estáveis, menor densidade aparente, maiores aeração, capacidade de infiltração e armazenamento de água (ROCHA et al., 2003, RODRIGUES, 1994). O substrato comercial Plantmax condicionou os melhores resultados com relação as variáveis avaliadas. Os tratamentos terra-sabugo com P, plantmax/sabugo sem P, e

5 Plantimax/sabugo de milho com P nas relações (1:1) e o tratamento plantmax/sabugo de milho e terra (1:1:1) obtiveram resultado aproximadamente semelhantes com relação as variáveis analisadas. LITERATURA CITADA BELLÉ, S., KAMPF, A. N. Produção de mudas de Maracujá Amarelo em substrato à base de Turfa. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 28, n. 3, p , Mar CARVALHO, V. D.; CHALFOUN, S. M.; PAULA, M. B.; ROSA, L. A. mudanças nas Características de Qualidade dos Frutos durante o Desenvolvimento de Tomate. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.20, n. 10, p , Out FIGUEIRA, F. A. R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. Viçosa: UFV, p. ROCHA, M.R.; MOTA, W.F.; PEREIRA, M.C.T.; MAGALHÃES, V.R.; TARCHETTI, G.P. Desenvolvimento tecnológico alternativo para produção de mudas de abóbora, utilizando-se composto orgânico. Horticultura Brasileira, Brasília, DF, julho Suplemento. CD-ROOM. Trabalho apresentado no 43 o Congresso Brasileiro de Olericultura, RODRIGUES, A G. Sistema de Produção para a Cultura do Tomate Indústrial no Norte de Minas Gerais. Belo Horizonte: EPAMIG, p. (Boletim Técnico, 42). AGRADECIMENTOS A equipe agradece a Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais pela concessão de bolsa de iniciação de científica a apresentadora e a Empresa Best Pulp Brasil LTDA pela doação de sementes para realização do experimento.