Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula ministrada dia 20/09/2017. Casamento.

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1 Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula ministrada dia 20/09/2017. Impedimentos. Casamento. O artigo traz os impedimentos para o casamento, se casar será nulo e seus efeitos ex tunc, ou seja, nulidade absoluta. NULO = EX TUNC Art Não podem casar: I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; II - os afins em linha reta; III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; V - o adotado com o filho do adotante; VI - as pessoas casadas; VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. 1

2 Não podem casar todos os parentes em linha reta (consanguíneo, civil, afinidade), os colaterais até o terceiro grau (tios e sobrinhos). O Decreto Lei 3.200/1941 autoriza o casamento de tio e sobrinha, desde que façam os exames pré-nupcial, e que dois médicos atestem que se tiverem prole não nascerão com problemas congênitos. O decreto lei está em vigor porque lei especial prevalece sobre a geral. Pessoas casadas não podem casar, um casamento por vez, sob pena de bigamia. O inciso VII é impedimento de crime, exemplo, pessoa mata o marido, a viúva não pode casar com o assassino se tiver sentença penal com trânsito em julgado. Os impedimentos podem ser opostos até a data da celebração do casamento, por pessoa capaz, pelo juiz ou oficial de registro, por ser questão de ordem pública. Causas suspensivas. Não devem, mas podem casar, a lei vai impor o regime de bens, pois, a questão é patrimonial, para não haver confusão o regime será o da separação obrigatória de bens, artigo cc CC. Não será nulo nem anulável. Art Não devem casar: I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros; II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal; III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal; 2

3 IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas. Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo. O viúvo ou viúva que tiver filhos e bens do primeiro casamento precisa apresentar o formal de partilha, senão o fizer precisa casar com regime de separação obrigatória de bens, terminada a partilha é possível alterar o regime de bens (artigo 1.639, II CC e 734 CPC). Viúva nos primeiros 10 meses de viúves, pois, pode estar grávida, para proteger os bens do nascituro, se apresentar laudo médico dizendo que não está grávida pode escolher o regime. Divorciado precisa apresentar carta de sentença da partilha ou certidão de objeto de pé que não deixou bens a partilhar, caso contrário precisa casar no regime de separação obrigatória de bens. Tutor com tutelado e curador com curatelado, precisa prestar contas ou terminar a tutela ou curatela. Podem escolher o regime se provar não haver prejuízo para os herdeiros, ex cônjuge e para o tutelado ou curatelado, no caso do inciso I, III e IV. Art As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser arguidas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consanguíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também consanguíneos ou afins. 3

4 As causas suspensivas devem ser arguidas por parentes por se tratar de questões patrimoniais, interesse privado. Celebração. Celebração do casamento o impedimento é de ordem pública. solenidade realizada a porta aberta, pois, Art Celebrar-se-á o casamento, no dia, hora e lugar previamente designados pela autoridade que houver de presidir o ato, mediante petição dos contraentes, que se mostrem habilitados com a certidão do art O casamento pode ser realizado no cartório (duas testemunhas) ou em outro lugar, contudo, será quatro testemunhas. Se falar não aceita durante a celebração, esta será suspensa, mesmo que seja por brincadeira. Se declarar que não é livre também será suspenso, não é possível se retratar no mesmo dia. Art A celebração do casamento será imediatamente suspensa se algum dos contraentes: I - recusar a solene afirmação da sua vontade; II - declarar que esta não é livre e espontânea; III - manifestar-se arrependido. Parágrafo único. O nubente que, por algum dos fatos mencionados neste artigo, der causa à suspensão do ato, não será admitido a retratar-se no mesmo dia. Casamento de urgência em caso de moléstia grave, será realizado onde encontrar-se o consorte impedido. Na falta do oficial de registro será substituído pelo seu substituto legal para realizar este casamento de urgência. Precisa ser registrado em até cinco dias. 4

5 Casamento nuncupativo in extremis ou in articulo mortis a pessoa está morrendo, extrema urgência, precisa ser feito pelo oficial de registro, na falta deste, precisa de seis testemunhas que não podem ser parentes em linha reta ou colateral até segundo grau e precisa ser homologado judicialmente no prazo de dez dias. Art Realizado o casamento, devem as testemunhas comparecer perante a autoridade judicial mais próxima, dentro em dez dias, pedindo que lhes tome por termo a declaração de: I - que foram convocadas por parte do enfermo; II - que este parecia em perigo de vida, mas em seu juízo; III - que, em sua presença, declararam os contraentes, livre e espontaneamente, receber-se por marido e mulher. 1º Autuado o pedido e tomadas as declarações, o juiz procederá às diligências necessárias para verificar se os contraentes podiam ter-se habilitado, na forma ordinária, ouvidos os interessados que o requererem, dentro em quinze dias. 2º Verificada a idoneidade dos cônjuges para o casamento, assim o decidirá a autoridade competente, com recurso voluntário às partes. 3º Se da decisão não se tiver recorrido, ou se ela passar em julgado, apesar dos recursos interpostos, o juiz mandará registrá-la no livro do Registro dos Casamentos. 4º O assento assim lavrado retrotrairá os efeitos do casamento, quanto ao estado dos cônjuges, à data da celebração. 5º Serão dispensadas as formalidades deste e do artigo antecedente, se o enfermo convalescer e puder ratificar o casamento na presença da autoridade competente e do oficial do registro. Se a pessoa que estava morrendo convalescer e ratificar o casamento perante a autoridade competente e do oficial do registro não precisa seguir as formalidades do artigo CC. 5

6 Casamento por procuração nomeia alguém como procurador com poderes específicos por instrumento público. A presença precisa ser real do procurador e da outra parte. A procuração tem validade de 90 dias. Art O casamento pode celebrar-se mediante procuração, por instrumento público, com poderes especiais. 1º A revogação do mandato não necessita chegar ao conhecimento do mandatário; mas, celebrado o casamento sem que o mandatário ou o outro contraente tivessem ciência da revogação, responderá o mandante por perdas e danos. 2º O nubente que não estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se representar no casamento nuncupativo. 3º A eficácia do mandato não ultrapassará noventa dias. 4º Só por instrumento público se poderá revogar o mandato. Se o mandante revogar a procuração sem o conhecimento do mandatário e do outro contraente, e for celebrado o casamento, o mandante responderá por perdas e danos. A revogação se faz da mesma forma da procuração, ou seja, por instrumento público. É possível fazer o divórcio por procuração no caso dos cônjuges não morarem no Brasil por intermédio do consulado. Prova do casamento (artigo e seguintes CC) O casamento se prova pela certidão do registro, na falta desta, é admissível outros tipos de provas. O casamento feito no estrangeiro precisa ser registrado no Brasil em até 180 dias, contado da data de que um dos cônjuges ou de ambos retornarem ao Brasil. 6

7 Anulação do casamento (artigo e seguintes) Em caso de arguição de nulidade relativa do casamento os efeitos serão ex nunc, do pedido da anulação para frente. ANULÁVEL = EX NUNC Erro essencial sobre a pessoa quando ocorre a ilusão do cônjuge a respeito de informação que quando revelada torne a vida a dois insuportável, o consorte enganado pode requerer a anulação do casamento com fundamento no artigo 1.557, como segue: Art Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge: I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado; II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal; III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência; (Redação dada pela Lei nº , de 2015) (Vigência) IV - (Revogado). (Redação dada pela Lei nº , de 2015) (Vigência) É proibido colocar transsexual em documentos de identidade, é masculino ou feminino, altera o gênero no documento quando solicitado alteração do nome. 7

8 Honra e boa fama, a pessoa acredita que o cônjuge tem uma reputação ilibada, contudo, é o contrário. Desconhecimento de crime vexatório com trânsito em julgado, ocorrido antes do casamento, que torna possível sua anulação. Doença grave transmissível, risco de vida para o cônjuge ou seus descendentes, é possível anular, por exemplo, AIDS. Defeito físico irremediável, impotência coeundi do homem, ou coitofobia da mulher, atestado por médico que não é possível ter relação sexual. Quando há a anulação do casamento retorna ao estado de solteiro. Arrependimento não anula ato jurídico, só erro essencial sobre a pessoa. Prazo para pedir a anulação. Erro essencial sobre a pessoa fluir do casamento, rito ordinário. 3 anos para pedir anulação, começa a Incompetente a autoridade celebrante ratione loci em razão do local, exemplo, deveria ocorrer o casamento em Santos, mas, foi feito em São Vicente, 2 anos para anular, passado este prazo convalida o casamento. Coação casamento realizado com ameaça, chantagem, exemplo, pai coloca a arma na cabeça do genro para casar com a sua filha, prazo de quatro anos. Para menor de dezesseis anos menor atingir dezesseis anos Casamento por procuração 180 dias. 180 dias contado o prazo quando o Bons Estudos!!! Prof.ª. Adriana Aparecida Duarte. 8

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