MARCO REGULATÓRIO DOS SISTEMAS DE SAÚDE NOS PAÍSES INTEGRANTES DO OIAPSS

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "MARCO REGULATÓRIO DOS SISTEMAS DE SAÚDE NOS PAÍSES INTEGRANTES DO OIAPSS"

Transcrição

1 2013 OBSERVATÓRIO IBEROAMERICANO DE POLÍTICAS E SISTEMAS DE SAÚDE OIPSS MARCO REGULATÓRIO DOS SISTEMAS DE SAÚDE NOS PAÍSES INTEGRANTES DO OIAPSS Lenir Santos 2013

2 MARCO REGULATÓRIO DOS SISTEMAS DE SAÚDE NOS PAÍSES INTEGRANTES DO OIAPSS Lenir Santos 1 I - Países integrantes do Observatório: Argentina Brasil Colômbia Paraguai Peru Portugal Espanha 1 Doutora em saúde pública pela Unicamp, especialista em direito sanitário pela USP, coordenadora do curso de especialização em direito sanitário IDISA-Sírio Libanês e advogada.

3 II - Objeto Geral O presente trabalho visou analisar, de maneira genérica, o marco regulatório dos países integrantes do OIPSS referente à organização e estruturação de seus sistemas de saúde à luz de uma matrizcontendo os princípios desejáveis para um sistema público de saúde que são: a) Garantia do direito à saúde constitucional ou legal; b) Universalidade de acesso; c) Integralidade da assistência à saúde; d) Igualdade do acesso; e) Financiamento público; f) Execução dos serviços públicos sob o comando do Estado; e g) Iniciativa privada que atua na saúde regulada pelo Estado. Também se visou analisar no trabalho a forma de Estado, se unitário ou federal, se a organização do sistema é descentralizada ou não e como se comportam os serviços privados em relação aos serviços públicos e o poder de comando da autoridade pública sobre o setor privado. III Análises resumidas realizadas dos países integrantes do OIAPSS (Argentina, Brasil, Colômbia, Paraguai, Peru, Portugal, Espanha)

4 1. Forma de Estado: Federal ou Unitário Brasil e Argentina são países organizados sob a forma de estado Federal. Os demais países da OIAPSS se organizam sob a forma de estados unitários, ainda que descentralizados em regiões, ou como a Espanha em especial, que se organiza em Comunidades Autônomas com grande autonomia política, administrativa e financeira. 2. Garantias Constitucionais e legais na saúde dos países da OIAPSS: Argentina:O direito à saúde não está previsto formalmente na Constituição. O direito à saúde é garantido por ter o país aderido e ratificado a Declaração Universal de Direitos Humanos. Há leis esparsas que garantem direitos à saúde, como é o caso da saúde mental, das crianças, entre outras. Brasil: O direito à saúde está previsto expressamente na Constituição da República, 1988, no capitulo da Seguridade Social, seção saúde. Sua garantia se dá em amplos termos tendo em vista considerarem-se as determinantes e condicionantes da saúde dentre os direitos, além de prever a garantia do acesso universal e igualitário às ações e serviços de promoção, prevenção e recuperação da saúde. Este dispositivo constitucional foi regulamentado pela Lei 8080 de Colômbia:A Constituição de 1991 garante a saúde e o saneamento ambiental como serviços públicos de responsabilidade do Estado. Esses serviços são garantidos à população pobre do país, mediante um rol de ações e serviços denominado de Plano Obrigatório de Saúde (POS). A lei que rege o sistema de

5 saúde colombiano é a Lei 100, de A saúde se estrutura mediante um sistema de competência regulada e pluralismo estruturado. Paraguai:A Constituição de 1992 dispõe que o Estado protegerá e promoverá a saúde como um direito fundamental da pessoa e da comunidade. Peru:Constituição de 1993 protege os incapazes físicos e mentais. Há sistema de atenção primária que atende a todas as pessoas e um rol de enfermidades bem restrito para as pessoas que não estão cobertas por algum sistema privado ou dos trabalhadores. Espanha: A Constituição espanhola reconhece desde 1978 o direito à proteção da saúde. Uma lei geral espanhola denominada de Lei Geral da Saúde, de 1986, dispõe nacionalmente sobre o Sistema Nacional de Saúde espanhol. A partir da crise europeia, em especial na Espanha, várias mudanças estão ocorrendo no SNS espanhol. O Sistema Nacional de Saúde se fundamenta em princípios da universalidade, igualdade da assistência, coordenação e cooperação das administrações públicas sanitárias para superação das desigualdades em saúde, atenção integral, colaboração entre os serviços públicos e privados, entre outros. Portugal:O sistema de saúde português realizou uma reforma sanitária em Em 1976, com a nova Constituição emergiram novas políticas sociais. A criação do Serviço Nacional de Saúde na ocasião foi vista como a resposta mais adequada à necessidade de uma cobertura mais extensa e equitativa de serviços de saúde. A Constituição estabelecia que todos têm direito à proteção da saúde que se realizaria pela criação de um serviço nacional de saúde universal, geral e gratuito. Também fazia referência às condicionantes e determinantes da saúde como forma a assegurar e a promover a saúde. Contudo, 1989 a Constituição foi revista,alterando o Serviço Nacional de Saúde que de gratuito passou a ser tendencialmente gratuito. A nova lei do Serviço Nacional de Saúde também alterou o financiamento da saúde que passou a provir do Orçamento Geral do Estado, substituindo o financiamento com base nos fundos sociais. A saúde é de acesso universal, existindo um pagamento direto dos seus usuários quando utilizam os serviços públicos, o qual se elevou muito nos últimos anos.

6 3. Características dossistemas de Saúde Brasil: Há forte descentralização para os Estados e Municípios, conforme previsto na Constituição desde 1988, uma vez que a mesma conferiu competência a todos os entes federativos para cuidarem da saúde pública. A questão é que todos os entes devem garantir a integralidade da assistência à saúde, sem que a Constituição ou a lei tivesse disposto sobre as diferenças socioeconômicas, demográficas e epidemiológicas dos entes federativos com responsabilidades correspondentes. A repartição de competência feita pela Lei 8080 não alcançou essas diferenças, tratando estados e municípios desiguais de maneira igual no tocante às suas atribuições. Isso deverá ser corrigido com a edição do Decreto 7508 que dotou o sistema de saúde de novo instrumental, dentre ele, o contrato organizativo de ação pública, o qual deve disciplinar essas atribuições, as quais, mediante o contrato, deverão ser consentâneas com as diferenças dos entes federativos. Argentina: Sistema descentralizado para as províncias, com o Poder Central exercendo um papel reitor, de direção central, coordenador e normativo. Ampla autonomia é garantida às províncias em matéria de saúde. Nos demais países da América do Sul integrantes do Observatório a descentralização existente são próprias do modelo de estado unitário, com os recortes regionais e municipais do poder central. A descentralização geralmente é administrativa e não política. Por outro lado, a Espanha, no tocante à descentralização tem um desenho diferenciado em razão de ser divida em Comunidades Autônomas, fortemente autônomas em relação ao poder central, as quais devem observar a Lei Geral da Saúde, o Decreto Real que dispõe sobre a carteira de serviços, e outras legislações de cunho nacional, tendo, contudo, grande liberdade para dispor sobre seus sistemas de saúde no âmbito das Comunidades Autônomas.

7 Portugal descentraliza seus serviços para regiões de saúde que são em número de cinco. O Ministério da Saúde é o poder central que mantém diálogo com o nível local, sendo o seu coordenador nacional. Contudo, a saúde da família em Portugal é fortemente descentralizada, com as unidades detendo forte poder de autogestão. 4. Iniciativa privada e a saúde Todos os países do OIAPSS mantém sistema público sem vedar a atuação do setor privado. Assim, há em todos esses paíseso setor público e o privado na saúde. Vejamos brevemente. Argentina: a saúde se estrutura sob três formas: a) o sistema público que é coordenado pelos ministérios da saúde das províncias e pelo ministério da Nação; b) seguridade social que financia serviços de instituições privadas e médicos contratados de serviços sociais nacionais, provinciais e um instituto de aposentados e pensionistas; e c) medicina pré-paga no formato de planos de saúde (que eventos futuros de danos à saúde), com pagamento direto pelo cidadão. Brasil: sistema público e setor privado. Este último se subdivide em serviços particulares: assistenciais filantrópicos, particulares, planos de saúde e seguro saúde. Por volta de 25% da população conta com algum plano de saúde e 75% são dependentes do sistema público (Sistema Único de Saúde SUS).

8 Há ainda sistemas financiados com recursos públicos para servidores públicos dos três poderes: Executivo; Legislativo e Judiciário. Os trabalhadores privados, geralmente, têm planos de saúde garantidos pelas suas empresas. Colômbia:Combina sistema público com o privado, sob regulamentação do setor público. Existem empresas responsáveis pela saúde pública e privada. Todas devem observar um plano obrigatório de saúde que mantém diferenças entre o regime de contribuição e o regime subsidiado pelo governo. O Plano Obrigatório de Saúde contém um rol de serviços assistenciais destinados aos mais pobres. Paraguai: Mantém um sistema público que se subdivide em serviços assistenciais de saúde para os militares, policiais e forças armadas. No âmbito da saúde incluem-se ainda o serviço de previdência social e serviços hospitalares. Há serviços de medicina pré-paga e serviços privados assistenciais (sem fins lucrativos) que contam com financiamento público. Peru:Sistema de saúde misto: público e privado. O público está sob encargo do Ministério da Saúde; Ministério do Trabalho (que assegura serviços aos trabalhadores); saúde das forças armadas e da polícia, sob encargo de outros ministérios. O setor privado compreende seguro saúde, profissionais de saúde, clínicas, hospitais e organizações sociais da sociedade civil. Espanha:conjugam-se os serviços públicos com os privados. Seu sistema nacional de saúde compreende os setores público e privado, sendo o setor público mais abrangente que o privado. O setor privado compreende entidades de seguro médico privado e outros serviços como consultas, hospitais etc. Portugal: Mantém serviços públicos; serviços financiados com fundos de saúde; seguro privado.

9 5. Conceituação (abrangência) do direito à saúde O direito à saúde que tem conceituação mais ampla, abrangente das determinantes e condicionantes à saúde, é o do Brasil. Os demais países conceituam o direito à saúde, quando ele existe como garantia formal, apenas como o acesso a serviços assistenciais, os quais podem abranger a proteção e promoção da saúde, sem, contudo, tratar de determinantes e condicionantes, ou seja, da qualidade de vida e todas as características que a cercam e suas interferências na saúde da população. 6. Participação social. No Brasil e Argentina existem conselhos de saúde, sendo que na Argentina apenas o Conselho Federal de Saúde e no Brasil conselhos de saúde em todos os estados e municípios, somando-se assim 27 conselhos estaduais e conselhos municipais e o conselho nacional de saúde. Argentina: mantém audiências públicas; obrigatoriedade de as autoridades públicas federais informarem a agenda de reuniões; elaboração participativa de normas, ainda que não vinculante, de cunho consultivo; reuniões abertas dos entes reguladores dos serviços públicos e acesso à informação pública. Brasil: mantém forte sistema de participação social mediante a obrigatoriedade de todos os entes da federação manter em suas administrações públicas conselhos de saúde, o qual tem o papel de discutir as políticas de saúde, controlar a sua execução e analisar os relatórios de gestão e os relatórios de execução orçamentária. Há ainda as conferências de saúde que se reúnem a cada 4 anos (representantes da sociedade nos conselhos de saúde) para fazer

10 um diagnóstico da saúde e propor diretrizes. Essas conferências ocorrem em todos os entes federativos. Colômbia: conta com participação da sociedade nas políticas de saúde da seguinte forma: a) Participação comunitária é um direito que as organizações comunitárias têm de participar das decisões de planejamento, gestão, avaliação da saúde;e b) A participação do cidadão é um exercício dos direitos e deveres do indivíduo no sentido de manter sua saúde individual, familiar e comunitária. Paraguai: mantém conselhos de saúde em nível nacional, regional e local. Os conselhos atuam como instâncias de participação e coordenação entre as autoridades sanitárias, institucionais, organizações sociais e os usuários dos serviços de saúde. Peru: há conselhos de saúde determinados por lei nos três recortes de governo. A comunidade deve participar da gestão da saúde. Há ainda serviços de escuta do cidadão para informações, reclamações, sugestão, denúncias e avaliação de satisfação, conforme são as ouvidorias no Brasil que têm papel diferenciado em relação aos conselhos de saúde brasileiros. A Espanha e Portugal também mantém em seus sistemas públicos de saúde a participação da comunidade na discussão da política de saúde, mantendo conselhos de saúde. 7. Financiamento.

11 O financiamento dos serviços públicos é responsabilidade do Estado. Contudo os recursos públicos destinados à saúde nem sempre são suficientes para garantir as necessidades de saúde da população e em países como a Colômbia, há um rol mais restrito de serviços financiados pelo Estado (Plano Obrigatório de Saúde) e outro destinado ao trabalhador, que obrigatoriamente deve pagar para um fundo público contributivo e um fundo solidário que financia o POS destinado a população mais pobre. No Brasil há percentuais de receitas públicas vinculadas à saúde: 15% dos municípios; 12% dos estados e a União deve aplicar o valor do ano anterior acrescido da variação nominal do PIB. Na Espanha e em Portugal se introduziu o copagamento, a partir da crise europeia, com diversos procedimentos ou medicamentos, como é o caso da Espanha, sendo copagos pelo usuário do serviço mediante tabela pública de preços. Em Portugal, o Sistema Nacional de Saúde é financiado com recursos do orçamento geral do Estado e não de fundos públicos de seguridade social. O Brasil não adota o sistema de copagamento. Os serviços de acesso universal não contam com pagamento direto pelo cidadão. O que predomina na América do Sul é um sistema que compreende três setores: a) o público para os mais pobres; b) o privado para os mais ricos que pagam diretamente os serviços; e c) um sistema para os trabalhadores que pagam diretamente para um seguro social ou público. Há também um quarto setor que não podemos deixar de considerar que é o pagamento de serviços assistenciais de saúde para os servidores públicos, forças armadas, política pública. Argentina: seguro social (trabalhadores): 55% da população; 35% da população pobre; 8% da população tem saúde pré-paga.

12 Brasil: 25% tem plano de saúde; 75% são atendidos pelo SUS, sistema público. Colômbia: 42% são trabalhadores que estão no sistema de seguro social; 48% regime subsidiado (pobres); 10% forças militares, professores e empresa colombiana de petróleo. Paraguai: 95% da população estão no sistema financiado pelo público, ainda que a sua cobertura seja pobre no sentido daquilo que oferece à população como serviço de saúde. Peru: A atenção primária atende 80% da população; as demais enfermidades, garantidas num plano essencial de garantia da saúde, cobre 65%; o sistema conta com sistema contributivo dos trabalhadores; há ainda o sistema privado, sendo que o sistema público destina-se à população pobre. Espanha e Portugal mantém sistema universal de saúde, combinado com o privado como a menor parcela da população e com o copagamento dos serviços públicos ou dos medicamentos, de forma direta. Esse copagamento é fato mais recente. A atenção primaria tem forte organização e são muito bem avaliadas pela população de ambos os países. IV Um país pesquisado de maneira mais ampla à luz dos objetivos acima: Brasil Brasil 1. Forma de Estado: República Federativa. Federação tridimensional: União, Estados-membros e municípios como entes federativos.

13 2. Reforma Sanitária: Tomou corpo no país mais concretamente nos anos 70 e 80, tendo dela participado especialistas, estudiosos, pesquisadores e outros profissionais de saúde oriundos do serviço público de saúde. A reforma sanitária brasileira foi essencial para a garantia constitucional do direito à saúde. 3. Garantias Constitucionais e legais na saúde: Constituição de 1988 e três emendas constitucionais: EC 29, EC 51 e EC 53; Lei 8080/90 e suas alterações; Lei 8141/90; LC 141/2012; Decreto 7.508/2011 regulamenta a Lei 8080/90; Decreto regulamenta a Lei Complementar 141/ Sistema de Saúde Público: Sistema Único de Saúde definido como a integração das ações e serviços públicos de saúde de todos os entes federativos, organizados em rederegionalizada de forma hierarquizada, de acordo com a complexidade dos serviços. 5. Iniciativa privada e a saúde:

14 A Constituição garante liberdade à iniciativa privada para atuar na assistência à saúde, mas veda a comercialização do sangue, de partes do corpo humano para transplante, que está sob controle público; veda ainda capital estrangeiro na assistência à saúde e auxílios e subvenções para entidades privadas. Há legislação específica dispondo sobre os planos de saúde privados (seguro saúde). 6. Princípios jurídicos que perpassam o direito à saúde: Universalidade do acesso às ações e serviços de saúde. Integralidade da atenção à saúde. Igualdade no atendimento. Descentralização das ações e serviços de saúde. Regionalização das ações e serviços de saúde. Equidade orçamentária federativa (partilhas de recursos entre os entes federativos) 7. Participação social: Contemplada na Constituição e realizada mediante conselhos de saúde organizados nas três esferas de governo, na forma da lei, ainda que haja críticas no que se refere à sua atuação que tem tido um viés bastante corporativista.

15 8. Financiamento: Público obrigatório mediante definição de percentuais mínimos a serem aplicados na saúde: 12% para estados, 15% para municípios e para a União o valor aplicado em saúde no ano anterior acrescido da variação nominal do PIB. 9. Conceituação do direito à saúde: O direito à saúde no Brasil tem conceituação ampla, abrangente das políticas sociais e econômicas que promovam e protejam a saúde evitando o risco da doença e do acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação da saúde. V - Especificidades a destacar no Brasil: Regulamentação pública sobre o setor privado: competência do Poder Público o qual deve não apenas regulamentar, mas também fiscalizar e controlar. As ações e os serviços de saúde no Brasil, públicos ou privados, são considerados como de relevância pública. Desenvolvimento do Direito Sanitário: o direito sanitário no Brasil tem se desenvolvido mediante ações de especialistas, pesquisadores e acadêmicos com criação de rede de direito sanitário, entidades privadas sem finalidades lucrativas com acentuada atuação. Desenvolvimento da saúde coletiva: o Brasil tem forte atuação nesse campo participando de associações, redes integradas, observatórios e demais formas de integração com outros países na defesa do direito à saúde de forma universalizada.

16 Complementaridade do setor privado na rede SUS: a constituição permite seja o SUS complementado por serviços privados de saúde, com preferência para as entidades privadas sem finalidades lucrativas. Formação de recursos humanos na saúde: vinculado ao Ministério da Educação e não à saúde o qual participa de comissões intersetoriais com o MEC. Interdependência federativa: a articulação interfederativa no SUS é essencial para a sua atuação tendo em vista a necessidade de se gerir o SUS de forma compartilhada. Existência de entes representativos dos secretários de saúde estaduais e municipais e instancias de gestão compartilhada: a Comissão Intergestores Tripartite (competência nacional). Comissão Intergestores Bipartite (competência estadual) e Comissão Intergestores Regional (competência regional). VI Conclusões Os sistemas de saúde dos países da OIAPSS situados geograficamente nas Américas não garantem, todos, os princípios abaixo que foram listados logo no início deste trabalho como uma matriz (desejável): a) Garantia do direito à saúde constitucional ou legal; b) Universalidade de acesso; c) Integralidade da assistência à saúde; d) Igualdade do acesso; e) Financiamento público; f) Execução dos serviços públicos sob o comando do Estado; e g) Iniciativa privada que atua na saúde regulada pelo Estado.

17 Mesmos os países latino-americanos que mantém sistema universal de saúde, de acesso gratuito, como é o caso do Brasil, não garantem, de fato, acesso a toda a sua população tendo em vista que um percentual de sua população prefere o sistema privado de saúde, pago. Essa preferência não traz em si nenhuma ideologia entre público e privado, fundamentando-se simplesmente no fato da qualidade dos serviços. Ante um sistema público insatisfatório no tocante à quantidade, distribuição espacial e qualidade de seus serviços, o cidadão prefere comprar um plano de saúde ou um seguro-saúde por seu temor de não atendimento em situações de doença. Se os serviços públicos de saúde forem satisfatório fatalmente o cidadão deixará de pagar por um serviço privado e irá usar o serviço público gratuito. No Brasil o sistema preenche todos os requisitos da matriz proposta, contudo, suas práticas não conferem com o normativo. E assim os planos privados de saúde acabam caindo na preferência de quem pode pagá-los. Há ainda um longo caminho a trilhar entre o direito posto e o direito vivenciado. Nossas normas nem sempre se coadunam com as realidades públicas que contam com forças políticas ainda retrógadas que retardam a aplicação efetiva das normas. O mesmo ocorre com os demais países latino-americanos integrantes da AIOPSS, uma vez que todos eles mantêm sistema público insatisfatório ao lado de planos privados de saúde. Os países europeus Espanha e Portugal avançaram na organização de seus sistemas públicos que contam com uma rede de serviços de saúde suficientes para o atendimento das necessidades de saúde da população, ainda que no momento da crise da União Europeia estejam tendo que rever seus custos e a forma de garantia. Contudo seus sistemas resistem uma vez que a população não abre mão dessa garantia social, conquistada há menos de cinquenta anos.

18 Desse modo, a conclusão que podemos chegar é que os países latinoamericanos que integram o Observatório ainda não encontraram uma virtuosidade na garantia do direito à saúde, deixando, ainda muito a desejar. Por outro lado, o tema saúde pública passa a ser central nos debates sobre garantias sociais, estando todos os países em busca de sua melhoria, com a população atenta a esses reclamos o que aponta para uma maior consciência social dos direitos sociais reafirmando o sentido da cidadania. Referência bibliográfica: Crisis e Alternativas del sistema nacional de salud espanhol Juan Luiz Rodriguez-VigilRubio editora Thomson-civitas. Derecho Sanitário y Sociedade José Maria Antequera - Editora Diaz Santos Politica Sanitária Espanhola Javier elola Somoza editora Diaz Santos 2001 Sistemas de Salud em Suramérica ISAGS/UNASUR Organizadores: Ligia Giovanella Oscar Feo Mariana Faria Sebastião Tobar 2012

GUIA DE ARGUMENTOS DE VENDAS

GUIA DE ARGUMENTOS DE VENDAS GUIA DE ARGUMENTOS DE VENDAS O Plano Diretor é uma lei municipal que estabelece diretrizes para a ocupação da cidade. Ele deve identificar e analisar as características físicas, as atividades predominantes

Leia mais

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2008/prt1559_01_08_2008.html

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2008/prt1559_01_08_2008.html Página 1 de 5 ADVERTÊNCIA Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial da União Ministério da Saúde Gabinete do Ministro PORTARIA Nº 1.559, DE 1º DE AGOSTO DE 2008 Institui a Política Nacional

Leia mais

CONSTITUIÇÃO FEDERAL CONSTITUIÇÃO FEDERAL

CONSTITUIÇÃO FEDERAL CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1 Art. 196: A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário

Leia mais

O DEVER DO ESTADO BRASILEIRO PARA A EFETIVAÇÃO DO DIREITO À SAÚDE E AO SANEAMENTO BÁSICO FERNANDO AITH

O DEVER DO ESTADO BRASILEIRO PARA A EFETIVAÇÃO DO DIREITO À SAÚDE E AO SANEAMENTO BÁSICO FERNANDO AITH O DEVER DO ESTADO BRASILEIRO PARA A EFETIVAÇÃO DO DIREITO À SAÚDE E AO SANEAMENTO BÁSICO FERNANDO AITH Departamento de Medicina Preventiva Faculdade de Medicina da USP - FMUSP Núcleo de Pesquisa em Direito

Leia mais

O QUE SÃO E PARA QUE SERVEM OS SISTEMAS DE SAÚDE?

O QUE SÃO E PARA QUE SERVEM OS SISTEMAS DE SAÚDE? Universidade de São Paulo Faculdade de Medicina ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE I MSP 0640 Prof. Dr. Paulo Eduardo Elias 2011 Paulo Eduardo Elias Ana Luiza Viana O QUE SÃO E PARA QUE SERVEM OS SISTEMAS DE SAÚDE?

Leia mais

Abertura ao capital estrangeiro na oferta de serviços de saúde

Abertura ao capital estrangeiro na oferta de serviços de saúde Abertura ao capital estrangeiro na oferta de serviços de saúde Lenir Santos 1 O título destas breves notas é o do capítulo XII do Projeto de Lei de Conversão n. 18, de 2014, da Medida Provisória n. 656,

Leia mais

GRATUITO CURSO COMPLETO DO SUS 17 AULAS 500 QUESTÕES COMENTADAS. Professor Rômulo Passos Aula 09

GRATUITO CURSO COMPLETO DO SUS 17 AULAS 500 QUESTÕES COMENTADAS. Professor Rômulo Passos Aula 09 1 www.romulopassos.com.br / www.questoesnasaude.com.br GRATUITO CURSO COMPLETO DO SUS 17 AULAS 500 QUESTÕES COMENTADAS Professor Rômulo Passos Aula 09 Legislação do SUS Completo e Gratuito Página 1 2 www.romulopassos.com.br

Leia mais

SUS: princípios doutrinários e Lei Orgânica da Saúde

SUS: princípios doutrinários e Lei Orgânica da Saúde Universidade de Cuiabá - UNIC Núcleo de Disciplinas Integradas Disciplina: Formação Integral em Saúde SUS: princípios doutrinários e Lei Orgânica da Saúde Profª Andressa Menegaz SUS - Conceito Ações e

Leia mais

Decreto 7.508 de 28/06/2011. - Resumo -

Decreto 7.508 de 28/06/2011. - Resumo - Decreto 7.508 de 28/06/2011 - Resumo - GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ Secretaria de Estado de Saúde Pública Sistema Único de Saúde SIMÃO ROBISON DE OLIVEIRA JATENE Governador do Estado do Pará HELENILSON PONTES

Leia mais

O Pacto de Gestão do SUS e os Municípios

O Pacto de Gestão do SUS e os Municípios Colegiado de Secretários Municipais de Saúde do Estado de PE COSEMS-PE O Pacto de Gestão do SUS e os Municípios 2º Congresso Pernambucano de Municípios - AMUPE Gessyanne Vale Paulino Saúde Direito de todos

Leia mais

Política Nacional de Participação Social

Política Nacional de Participação Social Política Nacional de Participação Social Apresentação Esta cartilha é uma iniciativa da Secretaria-Geral da Presidência da República para difundir os conceitos e diretrizes da participação social estabelecidos

Leia mais

Atribuições federativas nos sistemas públicos de garantia de direitos

Atribuições federativas nos sistemas públicos de garantia de direitos Atribuições federativas nos sistemas públicos de garantia de direitos Atribuições federativas nos sistemas públicos de garantia de direitos Características da Federação Brasileira Federação Desigual Federação

Leia mais

MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa Departamento de Articulação Interfederativa COAP

MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa Departamento de Articulação Interfederativa COAP MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa Departamento de Articulação Interfederativa COAP O Brasil é o único país......com + de 100 milhões de hab. com o desafio de ter um sistema

Leia mais

POLÍTICAS PÚBLICAS Aula 11. Prof. a Dr. a Maria das Graças Rua

POLÍTICAS PÚBLICAS Aula 11. Prof. a Dr. a Maria das Graças Rua POLÍTICAS PÚBLICAS Aula 11 Prof. a Dr. a Maria das Graças Rua ... Lei nº 8.742, conhecida como Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) art. 1º define a assistência social como um direito do cidadão e

Leia mais

DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011.

DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011. DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011. Regulamenta a Lei n o 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência

Leia mais

A Importância do Planejamento na construção do SUS. Carmen Teixeira

A Importância do Planejamento na construção do SUS. Carmen Teixeira A Importância do Planejamento na construção do SUS Carmen Teixeira A importância do planejamento O planejamento está voltando à moda, depois de mais de uma década de predomínio do ideologismo neoliberal

Leia mais

Decreto N 7.508 de 28/06/11 Regulamentando a Lei N 8.080 de 19/09/90

Decreto N 7.508 de 28/06/11 Regulamentando a Lei N 8.080 de 19/09/90 Decreto N 7.508 de 28/06/11 Regulamentando a Lei N 8.080 de 19/09/90 Cesar Vieira cesarvieira@globo.com Reunião do CA/IBEDESS 12 de julho de 2011 Principais Conteúdos Organização do SUS Planejamento da

Leia mais

FENASAN XXI Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente XXI Encontro Técnico AESABESP 11.08.10

FENASAN XXI Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente XXI Encontro Técnico AESABESP 11.08.10 FENASAN XXI Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente XXI Encontro Técnico AESABESP 11.08.10 Gustavo Justino de Oliveira Pós Doutor em Direito Administrativo Universidade de Coimbra Professor de Direito

Leia mais

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 11.346, DE 15 DE SETEMBRO DE 2006. Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional SISAN com vistas em assegurar

Leia mais

Sistema Único de Saúde (SUS)

Sistema Único de Saúde (SUS) LEIS ORGÂNICAS DA SAÚDE Lei nº 8.080 de 19 de setembro de 1990 Lei nº 8.142 de 28 de dezembro de 1990 Criadas para dar cumprimento ao mandamento constitucional Sistema Único de Saúde (SUS) 1 Lei n o 8.080

Leia mais

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 1988

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 1988 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 1988 TÍTULO VIII DA ORDEM SOCIAL CAPÍTULO II DA SEGURIDADE SOCIAL Seção II Da Saúde Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante

Leia mais

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº 6.047-D, DE 2005. O CONGRESSO NACIONAL decreta:

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº 6.047-D, DE 2005. O CONGRESSO NACIONAL decreta: COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº 6.047-D, DE 2005 Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - SISAN com vistas em assegurar o direito

Leia mais

Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Gestão Participativa, SUStentabilidade e inovação. Brasília, 14 de abril de 2015

Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Gestão Participativa, SUStentabilidade e inovação. Brasília, 14 de abril de 2015 Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa Gestão Participativa, SUStentabilidade e inovação Brasília, 14 de abril de 2015 Saúde Direito de todos e dever do Estado Art. 6º São direitos sociais a

Leia mais

PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO

PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO SEMINÁRIO BINACIONAL NA ÁREA DE SAÚDE BRASIL PERU LIMA - SETEMBRO/2011 VISÃO GERAL Abrangência: Governo Federal Marcos Legais Visão Geral do Planejamento e do Orçamento Recursos

Leia mais

DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE) Bom-dia, Excelentíssimo. Senhor Ministro-Presidente, bom-dia aos demais integrantes

DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE) Bom-dia, Excelentíssimo. Senhor Ministro-Presidente, bom-dia aos demais integrantes O SR. FRANCISCO BATISTA JÚNIOR (PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE) Bom-dia, Excelentíssimo Senhor Ministro-Presidente, bom-dia aos demais integrantes da nossa Mesa que, neste momento, estão dividindo

Leia mais

SAÚDE COMO UM DIREITO DE CIDADANIA

SAÚDE COMO UM DIREITO DE CIDADANIA SAÚDE COMO UM DIREITO DE CIDADANIA José Ivo dos Santos Pedrosa 1 Objetivo: Conhecer os direitos em saúde e noções de cidadania levando o gestor a contribuir nos processos de formulação de políticas públicas.

Leia mais

JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE NO BRASIL

JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE NO BRASIL JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE NO BRASIL Uma reflexão para a desjudicialização ou como lidar com essa questão no SUS Rio de Janeiro 30 de julho de 2012 6ª Seminário Internacional de Atenção Básica LENIR SANTOS

Leia mais

DECRETO Nº 55.867, DE 23 DE JANEIRO DE 2015

DECRETO Nº 55.867, DE 23 DE JANEIRO DE 2015 Secretaria Geral Parlamentar Secretaria de Documentação Equipe de Documentação do Legislativo DECRETO Nº 55.867, DE 23 DE JANEIRO DE 2015 Confere nova regulamentação ao Conselho Municipal de Segurança

Leia mais

DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011

DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011 DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011 Regulamenta a Lei n o 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência

Leia mais

AGENDA PROPOSITIVA DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE

AGENDA PROPOSITIVA DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE AGENDA PROPOSITIVA DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE Com o objetivo de estimular o debate democrático, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) apresenta à sociedade brasileira sua Agenda Propositiva para a Saúde

Leia mais

Congresso Ministério Público e Terceiro Setor

Congresso Ministério Público e Terceiro Setor Congresso Ministério Público e Terceiro Setor Atuação institucional na proteção dos direitos sociais B rasília-d F Nova Lei de Certificação e Acompanhamento Finalístico das Entidades ü A Constituição Federal

Leia mais

A SAÚDE NO GOVERNO LULA PROGRAMA DE GOVERNO

A SAÚDE NO GOVERNO LULA PROGRAMA DE GOVERNO A SAÚDE NO GOVERNO LULA PROGRAMA DE GOVERNO ÍNDICE Diagnóstico Princípios Básicos: 1- Redefinição da atuação pública na saúde 2-Saúde como direito de todos 3-Estabilidade e continuidade das políticas de

Leia mais

O COAP na perspectiva da gestão da Vigilância em Saúde. Sonia Brito Secretaria de Vigilância em Saúde

O COAP na perspectiva da gestão da Vigilância em Saúde. Sonia Brito Secretaria de Vigilância em Saúde O COAP na perspectiva da gestão da Vigilância em Saúde Sonia Brito Secretaria de Vigilância em Saúde Decreto 7.508/11 Regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização

Leia mais

IV CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITO E SAÚDE. Os Impactos da Judicialização na Saúde Pública e Privada

IV CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITO E SAÚDE. Os Impactos da Judicialização na Saúde Pública e Privada IV CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITO E SAÚDE Os Impactos da Judicialização na Saúde Pública e Privada 25/11/2015 HISTÓRICO: Período anterior a CF de 1988 INAMPS População e procedimentos restritos Movimento

Leia mais

CONSTRUÇÃO DO SUS Movimento da Reforma Sanitária

CONSTRUÇÃO DO SUS Movimento da Reforma Sanitária SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE CAPACITAÇÃO PARA APOIOS DO CONTROLE SOCIAL Mariângela de Assis Gomes Fortes CONSTRUÇÃO DO SUS Movimento da Reforma Sanitária Surgimento No Final dos anos de 1970 e início dos anos

Leia mais

MINISTÉRIO DA SAÚDE IMPLANTAÇÃO DO DECRETO 7.508/11 E APRIMORAMENTO DO PACTO PELA SAÚDE

MINISTÉRIO DA SAÚDE IMPLANTAÇÃO DO DECRETO 7.508/11 E APRIMORAMENTO DO PACTO PELA SAÚDE MINISTÉRIO DA SAÚDE IMPLANTAÇÃO DO DECRETO 7.508/11 E APRIMORAMENTO DO PACTO PELA SAÚDE Decreto 7.508/11 Regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema

Leia mais

SINAPIR: SISTEMA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL

SINAPIR: SISTEMA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL SINAPIR: SISTEMA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL Instituição do SINAPIR Art. 47 da Lei 12.288/2010: Institui o SINAPIR como forma de organização e de articulação para implementação de políticas

Leia mais

IX Conferência Nacional de Assistência Social. Orientações para a realização das Conferências Municipais de Assistência Social

IX Conferência Nacional de Assistência Social. Orientações para a realização das Conferências Municipais de Assistência Social IX Conferência Nacional de Assistência Social Orientações para a realização das Conferências Municipais de Assistência Social Programação da conferência poderá incluir: 1. Momento de Abertura, que contará

Leia mais

PREFEITURA MUNICIPAL DE JUNDIAÍ DO SUL

PREFEITURA MUNICIPAL DE JUNDIAÍ DO SUL ANEXOII ATRIBUIÇÕES DOS CARGOS PARA CONCURSO PÚBLICO PARA EMPREGO PÚBLICO Nº. 001/2010 JUNDIAÍ DO SUL PARANÁ 1. Para os cargos do grupo PSF Programa da Saúde da Família, conveniados com o Governo Federal:

Leia mais

Planejando a Próxima Década. Alinhando os Planos de Educação

Planejando a Próxima Década. Alinhando os Planos de Educação Planejando a Próxima Década Alinhando os Planos de Educação EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 59, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2009 Art. 4º O caput do art. 214 da Constituição Federal passa a vigorar com a seguinte redação,

Leia mais

NOTA TÉCNICA 16 2013. Política Nacional de Educação Popular em Saúde

NOTA TÉCNICA 16 2013. Política Nacional de Educação Popular em Saúde NOTA TÉCNICA 16 2013 Política Nacional de Educação Popular em Saúde Brasília, 20 de maio de 2013 INTRODUÇÃO A Política Nacional de Educação Popular em Saúde PNEP-SUS foi apresentada e aprovada no Conselho

Leia mais

Ministério da Cultura Secretaria de Articulação Institucional SAI

Ministério da Cultura Secretaria de Articulação Institucional SAI Secretaria de Articulação Institucional SAI Seminário Metas do Plano e dos Sistemas Municipal, Estadual e Nacional de Cultura Vitória-ES 05/Dez/2011 Secretaria de Articulação Institucional SAI A Construção

Leia mais

regionalização e contratos organizativos de ação pública.

regionalização e contratos organizativos de ação pública. A Regulamentação da Lei 8.080/90: A Regulamentação da Lei 8.080/90: regionalização e contratos organizativos de ação pública. Seminário Nacional PRÓ Saúde e PET Saúde Brasília, 19 de outubro de 2011.,

Leia mais

Decreto nº 7508/2011 e a Vigilância em Saúde no Estado de São Paulo. Marília 07 de março de 2012

Decreto nº 7508/2011 e a Vigilância em Saúde no Estado de São Paulo. Marília 07 de março de 2012 Decreto nº 7508/2011 e a Vigilância em Saúde no Estado de São Paulo Marília 07 de março de 2012 SUS - Sistema de Saúde universal de grande complexidade Política pública inclusiva garantindo direito de

Leia mais

NBA 10: INDEPENDÊNCIA DOS TRIBUNAIS DE CONTAS. INTRODUÇÃO [Issai 10, Preâmbulo, e NAT]

NBA 10: INDEPENDÊNCIA DOS TRIBUNAIS DE CONTAS. INTRODUÇÃO [Issai 10, Preâmbulo, e NAT] NBA 10: INDEPENDÊNCIA DOS TRIBUNAIS DE CONTAS INTRODUÇÃO [Issai 10, Preâmbulo, e NAT] 1. Os Tribunais de Contas somente podem realizar suas tarefas quando são independentes da entidade auditada e são protegidos

Leia mais

AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR EM MATO GROSSO DO SUL: A RELAÇÃO ENTRE O SISTEMA NACIONAL E O SISTEMA ESTADUAL

AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR EM MATO GROSSO DO SUL: A RELAÇÃO ENTRE O SISTEMA NACIONAL E O SISTEMA ESTADUAL AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR EM MATO GROSSO DO SUL: A RELAÇÃO ENTRE O SISTEMA NACIONAL E O SISTEMA ESTADUAL Resumo Marianne Pereira Souza - UFGD marianne-souza@hotmail.com Giselle Cristina Martins Real

Leia mais

Construção de Redes Intersetoriais para a atenção dos usuários em saúde mental, álcool, crack e outras drogas

Construção de Redes Intersetoriais para a atenção dos usuários em saúde mental, álcool, crack e outras drogas Construção de Redes Intersetoriais para a atenção dos usuários em saúde mental, álcool, crack e outras drogas EDUCAÇÃO PERMANENTE SAÚDE MENTAL - CGR CAMPINAS MÓDULO GESTÃO E PLANEJAMENTO 2012 Nelson Figueira

Leia mais

Disciplina MSP 0670-Atenção Primária em Saúde I. Atenção Básica e a Saúde da Família 1

Disciplina MSP 0670-Atenção Primária em Saúde I. Atenção Básica e a Saúde da Família 1 Disciplina MSP 0670-Atenção Primária em Saúde I Atenção Básica e a Saúde da Família 1 O acúmulo técnico e político dos níveis federal, estadual e municipal dos dirigentes do SUS (gestores do SUS) na implantação

Leia mais

DR. SIZENANDO DA SILVA CAMPOS JÚNIORJ DIRETOR PRESIDENTE DA UNIMED GOIÂNIA

DR. SIZENANDO DA SILVA CAMPOS JÚNIORJ DIRETOR PRESIDENTE DA UNIMED GOIÂNIA DR. SIZENANDO DA SILVA CAMPOS JÚNIORJ DIRETOR PRESIDENTE DA UNIMED GOIÂNIA Lei 5764/71 de 16/12/1971 COOPERATIVA DE 3º GRAU CONFEDERAÇÃO COOPERATIVA DE 2º GRAU FEDERAÇÃO OU CENTRAL COOPERATIVA DE 1º GRAU

Leia mais

Constituição Federal

Constituição Federal Constituição Federal CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL - 1988 COM A INCORPORAÇÃO DA EMENDA 14 Capítulo III Da Educação, da Cultura e do Desporto Seção I Da Educação

Leia mais

ANTONIO CARLOS NARDI

ANTONIO CARLOS NARDI ANTONIO CARLOS NARDI QUE DEMOCRACIA QUEREMOS? A conquista do estado democrático de direito na década de 1980 no Brasil, após longo período burocrático-autoritário, trouxe o desafio de construção de uma

Leia mais

CARTA DO PARANÁ DE GOVERNANÇA METROPOLITANA

CARTA DO PARANÁ DE GOVERNANÇA METROPOLITANA CARTA DO PARANÁ DE GOVERNANÇA METROPOLITANA Em 22 e 23 de outubro de 2015, organizado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano SEDU, por meio da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba COMEC,

Leia mais

Ministério da Cultura Secretaria de Articulação Institucional SAI

Ministério da Cultura Secretaria de Articulação Institucional SAI Secretaria de Articulação Institucional SAI O Processo de Construção do SNC Teresina-PI 04/Dez/2012 A Importância Estratégica do SNC Após os inúmeros avanços ocorridos nos últimos anos no campo da cultura

Leia mais

A contribuição do Controle Social para Promoção do Uso Racional de Medicamentos

A contribuição do Controle Social para Promoção do Uso Racional de Medicamentos A contribuição do Controle Social para Promoção do Uso Racional de Medicamentos II Seminário Multiprofissional sobre o Uso Racional de Medicamentos Maceió - 2014 Medicamentos e Uso Racional 1975 28ª Assembleia

Leia mais

EIXO 2 PROTEÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS: PROPOSTAS APROVADAS OBTIVERAM ENTRE 80 e 100% DOS VOTOS

EIXO 2 PROTEÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS: PROPOSTAS APROVADAS OBTIVERAM ENTRE 80 e 100% DOS VOTOS EIXO 2 PROTEÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS: PROPOSTAS APROVADAS OBTIVERAM ENTRE 80 e 100% DOS VOTOS Garantir a elaboração e implementação da Política e do Plano Decenal de Direitos Humanos de Criança e Adolescente

Leia mais

A Organização Federativa da Educação Brasileira. Manuel Palácios

A Organização Federativa da Educação Brasileira. Manuel Palácios A Organização Federativa da Educação Brasileira Manuel Palácios Um Roteiro 1 2 3 As Bases do Federalismo Educacional Brasileiro O Federalismo em Processo Federalismo, Equidade e Qualidade Página 2 Índice

Leia mais

I Fórum Pernambucano de Regulação Assistencial e Auditoria do SUS COAP na perspectiva da regulação assistencial e auditoria do SUS

I Fórum Pernambucano de Regulação Assistencial e Auditoria do SUS COAP na perspectiva da regulação assistencial e auditoria do SUS Ministério da Saúde Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa Departamento de Auditoria do SUS I Fórum Pernambucano de Regulação Assistencial e Auditoria do SUS COAP na perspectiva da regulação

Leia mais

UNIDADE DE APRENDIZAGEM II: GESTÃO E FINANCIAMENTO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) Autor: Prof. Dr. José Mendes Ribeiro (DCS/ENSP/FIOCRUZ)

UNIDADE DE APRENDIZAGEM II: GESTÃO E FINANCIAMENTO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) Autor: Prof. Dr. José Mendes Ribeiro (DCS/ENSP/FIOCRUZ) UNIDADE DE APRENDIZAGEM II: GESTÃO E FINANCIAMENTO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) Autor: Prof. Dr. José Mendes Ribeiro (DCS/ENSP/FIOCRUZ) Gestão do SUS: aspectos atuais A reforma sanitária brasileira,

Leia mais

ENGENHARIA E ARQUITETURA PÚBLICA UMA VISÃO SISTÊMICA DA POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA A HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL.

ENGENHARIA E ARQUITETURA PÚBLICA UMA VISÃO SISTÊMICA DA POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA A HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL. ENGENHARIA E ARQUITETURA PÚBLICA UMA VISÃO SISTÊMICA DA POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA A HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL. 1- Apresentação A Constituição de 1988, denominada pelo saudoso Deputado

Leia mais

ASSISTÊNCIA SOCIAL: UM RECORTE HORIZONTAL NO ATENDIMENTO DAS POLÍTICAS SOCIAIS

ASSISTÊNCIA SOCIAL: UM RECORTE HORIZONTAL NO ATENDIMENTO DAS POLÍTICAS SOCIAIS ASSISTÊNCIA SOCIAL: UM RECORTE HORIZONTAL NO ATENDIMENTO DAS POLÍTICAS SOCIAIS Mônica Abranches 1 No Brasil, no final da década de 70, a reflexão e o debate sobre a Assistência Social reaparecem e surge

Leia mais

O SUS COMO UM NOVO PACTO SOCIAL

O SUS COMO UM NOVO PACTO SOCIAL O SUS COMO UM NOVO PACTO SOCIAL Profª Carla Pintas O novo pacto social envolve o duplo sentido de que a saúde passa a ser definida como um direito de todos, integrante da condição de cidadania social,

Leia mais

PLANO OPERATIVO DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA POPULAÇÃO DO CAMPO E DA FLORESTA

PLANO OPERATIVO DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA POPULAÇÃO DO CAMPO E DA FLORESTA PLANO OPERATIVO DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA POPULAÇÃO DO CAMPO E DA FLORESTA Departamento de Apoio à Gestão Participativa /DAGEP Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa /SGEP Ministério

Leia mais

O DIREITO À SAÚDE. Prof. Msc. Danilo César Siviero Ripoli

O DIREITO À SAÚDE. Prof. Msc. Danilo César Siviero Ripoli O DIREITO À SAÚDE Prof. Msc. Danilo César Siviero Ripoli Previsão : Arts. 196 à 200 da CF. Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que

Leia mais

ANEXO XI Saúde Indígena Introdução

ANEXO XI Saúde Indígena Introdução ANEXO XI Saúde Indígena Introdução A Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas, aprovada na 114ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Saúde (em 8/11/2001) e sancionada pelo Ministro

Leia mais

Trabalho de Conclusão do Curso de Direito Sanitário

Trabalho de Conclusão do Curso de Direito Sanitário 201 Trabalho de Conclusão do Curso de Direito Sanitário Débora Maria Barbosa Sarmento 1 Apesar de o homem desde a Antiguidade reconhecer a importância da saúde, o Estado Moderno, na consagração das declarações

Leia mais

Resoluções sobre Financiamento das três edições da Conferência Nacional do Esporte

Resoluções sobre Financiamento das três edições da Conferência Nacional do Esporte SEMINÁRIO NACIONAL DO ESPORTE EM CONSTRUÇÃO: SISTEMAS PÚBLICOS NACIONAIS E MODELOS ESPORTIVOS INTERNACIONAIS Resoluções sobre Financiamento das três edições da Conferência Nacional do Esporte Prof. Dr.

Leia mais

VIGILÂNCIA SOCIAL E A GESTÃO DA INFORMAÇÃO: A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

VIGILÂNCIA SOCIAL E A GESTÃO DA INFORMAÇÃO: A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO VIGILÂNCIA SOCIAL E A GESTÃO DA INFORMAÇÃO: A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO CONCEITUANDO... Vigilância Social : Produção e sistematização de informações territorializadas sobre

Leia mais

O que é Saúde Complementar

O que é Saúde Complementar O que é Saúde Complementar A Lei 9.656/1998 define Operadora de Plano de Assistência à Saúde como sendo a pessoa jurídica constituída sob a modalidade de sociedade civil ou comercial, cooperativa, ou entidade

Leia mais

Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT

Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT Setembro/2013 PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A CRIAÇÃO DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO 1. O que são unidades de conservação (UC)?

Leia mais

Disciplina Estrutura e Funcionamento da. Licenciatura em Química Professor: Weslei Cândido

Disciplina Estrutura e Funcionamento da. Licenciatura em Química Professor: Weslei Cândido Disciplina Estrutura e Funcionamento da Educação básicab Licenciatura em Química Professor: Weslei Cândido Ementa da Disciplina Os caminhos da educação brasileira. A estrutura e organização do ensino no

Leia mais

DISCIPLINA DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE I MSP 0670/2011. SISTEMAS DE SAÚDE

DISCIPLINA DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE I MSP 0670/2011. SISTEMAS DE SAÚDE DISCIPLINA DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE I MSP 0670/2011. SISTEMAS DE SAÚDE Paulo Eduardo Elias* Alguns países constroem estruturas de saúde com a finalidade de garantir meios adequados para que as necessidades

Leia mais

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL Lei n o 9.795, de 27 de Abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso

Leia mais

Mercado de planos odontológicos Cenário para a América Latina. Marcos Novais Economista do Sistema Abramge/Sinamge/Sinog

Mercado de planos odontológicos Cenário para a América Latina. Marcos Novais Economista do Sistema Abramge/Sinamge/Sinog Mercado de planos odontológicos Cenário para a América Latina Marcos Novais Economista do Sistema Abramge/Sinamge/Sinog Objetivo Análise de forma ainda superficial sobre a organização do sistema de saúde

Leia mais

A proteção previdenciária do brasileiro no exterior

A proteção previdenciária do brasileiro no exterior A proteção previdenciária do brasileiro no exterior Hilário Bocchi Junior Especialista em Previdência Social 1 A Seguridade Social está prevista no capítulo II do título VIII (Da Ordem Social) da Constituição

Leia mais

NOTA JURÍDICA CONASEMS n. 014 NÚCLEO DE DIREITO SANITÁRIO

NOTA JURÍDICA CONASEMS n. 014 NÚCLEO DE DIREITO SANITÁRIO ASSUNTO: DEFINIÇÃO DO QUE SEJAM AÇÕES E SERVIÇOS DE SAÚDE. DESNECESSIDADE DE NOVA REGULAMENTAÇÃO. ART. 200 DA CF E ART. 6º DA LEI 8.080/90. Desde o ano 2000, quando foi promulgada a Emenda Constitucional

Leia mais

MESA 4 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE CONTROLE 3 AS ORGANIZAÇÕES DE CONTROLE

MESA 4 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE CONTROLE 3 AS ORGANIZAÇÕES DE CONTROLE COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE, DEFESA DO CONSUMIDOR E FISCALIZAÇÃO E CONTROLE DO SENADO FEDERAL MESA 4 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE CONTROLE 3 AS ORGANIZAÇÕES DE CONTROLE LIMITAÇÕES ORGANIZACIONAIS E POSSIBILIDADE

Leia mais

Resgate histórico do processo de construção da Educação Profissional integrada ao Ensino Médio na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA)

Resgate histórico do processo de construção da Educação Profissional integrada ao Ensino Médio na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) Resgate histórico do processo de construção da Educação Profissional integrada ao Ensino Médio na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) Mário Lopes Amorim 1 Roberto Antonio Deitos 2 O presente

Leia mais

GRATUITO CURSO COMPLETO DO SUS 17 AULAS 500 QUESTÕES COMENTADAS. Professor Rômulo Passos Aula 08

GRATUITO CURSO COMPLETO DO SUS 17 AULAS 500 QUESTÕES COMENTADAS. Professor Rômulo Passos Aula 08 1 www.romulopassos.com.br / www.questoesnasaude.com.br GRATUITO CURSO COMPLETO DO SUS 17 AULAS 500 QUESTÕES COMENTADAS Professor Rômulo Passos Aula 08 Legislação do SUS Completo e Gratuito Página 1 2 www.romulopassos.com.br

Leia mais

MINISTÉRIO DAS CIDADES CONSELHO DAS CIDADES RESOLUÇÃO RECOMENDADA N 75, DE 02 DE JULHO DE 2009

MINISTÉRIO DAS CIDADES CONSELHO DAS CIDADES RESOLUÇÃO RECOMENDADA N 75, DE 02 DE JULHO DE 2009 DOU de 05/10/09 seção 01 nº 190 pág. 51 MINISTÉRIO DAS CIDADES CONSELHO DAS CIDADES RESOLUÇÃO RECOMENDADA N 75, DE 02 DE JULHO DE 2009 Estabelece orientações relativas à Política de Saneamento Básico e

Leia mais

Fundações Estatais e Contratos de Gestão: fortalecimento do Estado na área social e em particular para hospitais públicos -SUS

Fundações Estatais e Contratos de Gestão: fortalecimento do Estado na área social e em particular para hospitais públicos -SUS Fundações Estatais e Contratos de Gestão: fortalecimento do Estado na área social e em particular para hospitais públicos -SUS VI Fórum Brasileiro sobre Reforma do Estado Rio de Janeiro Pedro R. Barbosa

Leia mais

Gastos Tributários do governo federal: um debate necessário

Gastos Tributários do governo federal: um debate necessário do governo federal: um debate necessário Coordenação de Finanças Sociais Diretoria de Estudos e Políticas Sociais Assessoria Técnica da Presidência do Ipea Este Comunicado atualiza trabalho publicado ano

Leia mais

Política Nacional de Educação Permanente em Saúde

Política Nacional de Educação Permanente em Saúde Política Nacional de Educação Permanente em Saúde Portaria GM/MS nº 1.996, de 20 de agosto de 2007 substitui a Portaria GM/MS nº 198, de 13 de fevereiro de 2004 e Proposta de Alteração Pesquisa de Avaliação

Leia mais

REGULAMENTAÇÃO DO FINANCIAMENTO DA SAÚDE

REGULAMENTAÇÃO DO FINANCIAMENTO DA SAÚDE REGULAMENTAÇÃO DO FINANCIAMENTO DA SAÚDE O QUE É A EMENDA 29? Foi promulgada no ano de 2000 e considerada uma grande conquista social vez que vinculou recursos públicos para o financiamento da Saúde dos

Leia mais

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO VIÇOSA/ALAGOAS PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGCIO

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO VIÇOSA/ALAGOAS PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGCIO SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO VIÇOSA/ALAGOAS PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGCIO Texto:Ângela Maria Ribeiro Holanda ribeiroholanda@gmail.com ribeiroholanda@hotmail.com A educação é projeto, e, mais do que isto,

Leia mais

Comissão Especial Destinada a Discutir o Financiamento da Saúde Pública Audiência Pública 15/05/2013

Comissão Especial Destinada a Discutir o Financiamento da Saúde Pública Audiência Pública 15/05/2013 Comissão Especial Destinada a Discutir o Financiamento da Saúde Pública Audiência Pública 15/05/2013 Ligia Bahia Universidade Federal do Rio de Janeiro/Abrasco Fontes Partilha Transparência Procedimentos

Leia mais

GERÊNCIA EXECUTIVA DO INSS EM MACEIÓ CONSELHO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL RECOMENDAÇÃO Nº 02, DE 02 DE MARÇO DE 2005

GERÊNCIA EXECUTIVA DO INSS EM MACEIÓ CONSELHO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL RECOMENDAÇÃO Nº 02, DE 02 DE MARÇO DE 2005 GERÊNCIA EXECUTIVA DO INSS EM MACEIÓ CONSELHO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL RECOMENDAÇÃO Nº 02, DE 02 DE MARÇO DE 2005 O Plenário do Conselho de Previdência Social em sua 6ª Reunião Ordinária, realizada em 02/03/2005,

Leia mais

SUAS e Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional SISAN: Desafios e Perspectivas para a Intersetorialiade

SUAS e Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional SISAN: Desafios e Perspectivas para a Intersetorialiade SUAS e Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional SISAN: Desafios e Perspectivas para a Intersetorialiade XIV ENCONTRO NACIONAL DO CONGEMAS Fortaleza, 22 e 23 de março de 2012 História recente

Leia mais

Regulamenta o art. 26 da Lei n.º 10.205, de 21/3/2001 - Decreto 3990 de 30/10/2001

Regulamenta o art. 26 da Lei n.º 10.205, de 21/3/2001 - Decreto 3990 de 30/10/2001 Regulamenta o art. 26 da Lei n.º 10.205, de 21/3/2001 - Decreto 3990 de 30/10/2001 Ementa: Regulamenta o art. 26 da Lei n.º 10.205, de 21 de março de 2001, que dispõe sobre a coleta, processamento, estocagem,

Leia mais

DEPARTAMENTO NACIONAL DE AUDITORIA DO SUS - DENASUS

DEPARTAMENTO NACIONAL DE AUDITORIA DO SUS - DENASUS DEPARTAMENTO NACIONAL DE AUDITORIA DO SUS - DENASUS 14 AUDHOSP Congresso Nacional de Auditoria em Saúde e Qualidade da Gestão e da Assistência Hospitalar Auditoria no SUS Adelina Maria Melo Feijão Águas

Leia mais

Saúde pública de qualidade para cuidar bem das pessoas: direito do povo brasileiro

Saúde pública de qualidade para cuidar bem das pessoas: direito do povo brasileiro Saúde pública de qualidade para cuidar bem das pessoas: direito do povo brasileiro Objetivos da 15ª. Reafirmar, impulsionar e efetivar os princípios e diretrizes do SUS- saúde como DH Mobilizar e estabelecer

Leia mais

PACTO CONSTITUINTE DE 1988: UMA FEDERAÇÃO EM CONSTRUÇÃO

PACTO CONSTITUINTE DE 1988: UMA FEDERAÇÃO EM CONSTRUÇÃO Pacto Federativo no Brasil: Coordenação Federativa das Ações de Vigilância Sanitária 2015 PACTO CONSTITUINTE DE 1988: UMA FEDERAÇÃO EM CONSTRUÇÃO DITADURA ESTADO CENTRAL X DEMOCRATIZAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO

Leia mais

DECRETO 7.508 E O PLANEJAMENTO REGIONAL INTEGRADO DANTE GARCIA 2015

DECRETO 7.508 E O PLANEJAMENTO REGIONAL INTEGRADO DANTE GARCIA 2015 DECRETO 7.508 E O PLANEJAMENTO REGIONAL INTEGRADO DANTE GARCIA 2015 Região de Saúde [...] espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades

Leia mais

PREFEITURA MUNICIPAL DE PINHAIS

PREFEITURA MUNICIPAL DE PINHAIS LEI Nº 1059, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2009. Dispõe sobre a Organização do Sistema Municipal de Ensino do Município de Pinhais e dá outras providências. A CÂMARA MUNICIPAL DE PINHAIS,, aprovou e eu, PREFEITO

Leia mais

A Reforma Sanitária e o processo de implantação do Sistema Único de Saúde no Brasil

A Reforma Sanitária e o processo de implantação do Sistema Único de Saúde no Brasil A Reforma Sanitária e o processo de implantação do Sistema Único de Saúde no Brasil Antecedentes Históricos Movimento pela Reforma Sanitária VIII Conferência Nacional de Saúde O Movimento pela Reforma

Leia mais

Assunto: Mudanças trazidas pela Portaria GM/MS 475/2014

Assunto: Mudanças trazidas pela Portaria GM/MS 475/2014 NOTA ORIENTATIVA 01/2014 GCOOR/GGCOF Assunto: Mudanças trazidas pela Portaria GM/MS 475/2014 (Planejamento e Programação, Pactuação, Prestação de Contas e Monitoramento para fins de repasse financeiro)

Leia mais

PREFEITURA DE PORTO ALEGRE SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

PREFEITURA DE PORTO ALEGRE SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE REGIONALIZAÇÃO NAS DIFERENTES REDES DE ATENÇÃO: COAP E REGIONALIZAÇÃO FERNANDO RITTER SECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚDE PREFEITURA DE PORTO ALEGRE SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE CONTRATO ORGANIZATIVO DA AÇÃO

Leia mais

LEI Nº 310/2009, DE 15 DE JUNHO DE 2009.

LEI Nº 310/2009, DE 15 DE JUNHO DE 2009. LEI Nº 310/2009, DE 15 DE JUNHO DE 2009. DISPÕE SOBRE A REESTRUTURAÇÃO DO DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE SAÚDE, CRIAÇÃO DO DEPARTAMENTO DE ASSISTÊNCIA E DESENVOLVIMENTO SOCIAL, DA DIVISÃO DE MEIO-AMBIENTE E

Leia mais

FÓRUM REGIONAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL DO ALTO VALE DO ITAJAÍ RIO DO SUL SC 2015 CARTA DE PRINCÍPIOS

FÓRUM REGIONAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL DO ALTO VALE DO ITAJAÍ RIO DO SUL SC 2015 CARTA DE PRINCÍPIOS FÓRUM REGIONAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL DO ALTO VALE DO ITAJAÍ RIO DO SUL SC 2015 CARTA DE PRINCÍPIOS 1. Natureza e Finalidade O Fórum Regional de Educação Infantil do Alto Vale do Itajaí - FREIAVI é um espaço

Leia mais

DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS AS E ADOLESCENTES NO BRASIL.

DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS AS E ADOLESCENTES NO BRASIL. PRINCÍPIOS PIOS DA POLÍTICA NACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS AS E ADOLESCENTES NO BRASIL. Contextualização A elaboração da Política Nacional e do Plano Decenal dos Direitos Humanos de Crianças

Leia mais

Por que criar mecanismos de gênero nos órgãos governamentais?

Por que criar mecanismos de gênero nos órgãos governamentais? Presidência da República Secretaria de Políticas para as Mulheres Seminário de Capacitação dos Mecanismos de Gênero no Governo Federal Por que criar mecanismos de gênero nos órgãos governamentais? Lourdes

Leia mais